In Público Online (10/5/2007)
«Ferro recusa por não querer "exposição pública"
Foi o próprio primeiro-ministro que lhe telefonou e o argumento era forte: para José Sócrates, o seu antecessor na liderança do PS era o único candidato que reunia todas as condições para reconquistar a Câmara de Lisboa para os socialistas.
Actualmente colocado em Paris, onde é embaixador de Portugal junto da OCDE, Ferro Rodrigues não disse logo que não mas pediu tempo para pensar, falar com os que lhe são mais próximos, incluindo a sua família.
A resposta foi dada no domingo passado: apesar de muito pressionado por outros dirigentes socialistas, Ferro Rodrigues declinou o convite e explicou porquê: não deseja voltar a ocupar lugares com o nível de exposição pública como o de um presidente da Câmara de Lisboa. O antigo líder sente que conviveu mal com aquilo que designa como "excesso de exposição pública" quando dirigiu o PS, facto que não atribui apenas ao processo da Casa Pia. O trauma da sua ruptura com Jorge Sampaio aquando da designação de Santana Lopes como primeiro-ministro, altura em que se demitiu, também pesou na sua decisão de não aceitar o convite de Sócrates.
Paulo Portas está a sentir tantas dificuldades em encontrar um bom candidato do CDS/PP à Câmara de Lisboa que não exclui voltar a encabeçar a lista do partido, como em 2001. Recém-regressado à liderança do CDS/PP, Portas tem consciência de que precisa de um resultado à altura do obtido por Maria José Nogueira Pinto em 2005, o que não será fácil. No partido especula-se com nomes como o de Bagão Félix, mas enquanto se espera por o resultado de uma sondagem, também se prefere optar apenas depois de o PSD dizer quem é o seu candidato.»
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