01/02/2010

Ambiente do Bairro Alto contribui para "bairro cultural"

In Público (1/2/2010)
Por Inês Boaventura

«A desertificação e a terciarização do centro histórico de Lisboa não impediram o Bairro Alto e o Chiado de continuarem a constituir "o mais importante bairro cultural da cidade". O segredo, conclui o investigador Pedro Costa num livro lançado na semana passada pela Câmara de Lisboa, está no "ambiente de bairro cultural" e nos "mecanismos específicos de governança existentes nesta zona".

Entre esses mecanismos, "que em grande parte permitem o desenvolvimento e a sustentabilidade das suas actividades", o docente universitário identifica as "associações centradas na defesa de certos interesses", as "múltiplas redes articulando os agentes, sobretudo informais" e "os mediadores culturais". O autor destaca ainda "as próprias condições de habitabilidade e de vida" e "a existência e o grande dinamismo" dos restaurantes e similares de hotelaria.

Na obra Bairro Alto-Chiado: Efeitos de Meio e Desenvolvimento Sustentável de Um Bairro Cultural, sublinha que "muito por causa do peso e da importância que as actividades culturais aqui têm, esta zona tem conseguido manter o seu dinamismo ao longo da história e tem apresentado uma capacidade de renovação [e de inovação?] assinalável". Para tal releva "a grande diversidade de utilizadores e frequentadores" deste bairro, no qual convivem "o antigo e o novo, o clássico e o (pós-) moderno, o idoso e jovem e, claro, onde todas as formas de expressão cultural e de criatividade são bem-vindas". Mas essa diversidade não deixa de ser problemática, como revelaram os inquéritos e entrevistas de Pedro Costa a mais de 150 "agentes" (culturais ou da restauração e diversão nocturna) instalados no Bairro Alto e no Chiado.»

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