31/03/2010

Partidos exigem alternativas para tirar de Monsanto uma subestação eléctrica

O PSD, o BE e o PCP defenderam ontem na comissão parlamentar de Ambiente a definição de alternativas para a nova subestação eléctrica prevista para o Parque Florestal de Monsanto, já questionada pelo provedor de Justiça.

No Parlamento, a bloquista Rita Calvário destacou que não houve uma avaliação de impacte ambiental que incluísse alternativas e considerou "inadmissível" a postura do Governo socialista no planeamento do empreendimento. A mesma deputada lamentou ainda que o Conselho de Ministros tenha suspendido parcialmente o Plano Diretor Municipal (PDM) de Lisboa para viabilizar a construção e que o Ministério da Economia tenha declarado a utilidade pública do projecto, quando a Câmara de Lisboa chegou a contestá-lo e o provedor de Justiça questionou o processo. António Leitão Amaro, do PSD, afirmou um "princípio de defesa do parque"e contestou a "falta de análises de alternativas".

O comunista Miguel Tiago disse ser "justo" realizar uma avaliação de impacte ambiental, de forma a evitar um novo contributo para a "delapidação gradual" de Monsanto.

A construção da subestação tem sido contestada pelas associações cívicas e ambientais da Plataforma por Monsanto, que enviou uma queixa ao comissário europeu do Ambiente contestando a suspensão do PDM.

Em Fevereiro, a Câmara de Lisboa aprovou a expropriação amigável, por parte da REN, uma deliberação polémica, já que no anterior mandato a oposição, então em maioria, propôs que a autarquia interpusesse uma providência cautelar contra o empreendimento.


http://jornal.publico.pt/noticia/31-03-2010/partidos-exigem-alternativas-para-tirar-de-monsanto-uma-subestacao-electrica-19101754.htm

Viver de duodécimos até nem é mau de todo!

Orçamento 2010 de António Costa chumbado pela oposição


Só o PS e o movimento Cidadãos por Lisboa votaram a favor. Aliança dos restantes partidos é "contra natura" diz o líder da maior autarquia do país
Por Ana Henriques, Público de 31-03-2010

O orçamento da Câmara de Lisboa para 2010 foi ontem chumbado na assembleia municipal, órgão onde todos os partidos da oposição se uniram para votar contra os planos apresentados pelo presidente da autarquia, António Costa. Consequências? Em casos como estes, a lei prevê que o município funcione com um orçamento transposto do do ano anterior, ou seja, equivalente. Cada vez que for preciso fazer uma despesa que não se enquadre, o assunto terá de ser submetido à apreciação do executivo - uma obrigação que, neste caso, não complicará a vida a António Costa, uma vez que este detém maioria absoluta no executivo.

O chumbo sucedeu após quase seis horas de discussão entre os socialistas e as restantes forças políticas, e logo a seguir a António Costa perder as estribeiras e ter chamado marialvas aos deputados que lideram a bancada do PSD. "Estou farto do vosso marialvismo", disse, num aparte, quando os sociais-democratas sugeriram que retirasse o orçamento para o reformular.

Esta força política entende que o orçamento proposto pelo PS não apresenta poupanças suficientes, além de apresentar "uma política irresponsável de alienação de património". Consideradas insuficientes, as transferências de verbas da câmara para as juntas de freguesia (18,6 milhões de euros) foram outro motivo invocado para o chumbo.

Já o CDS-PP fez finca-pé na redução dos impostos, quer para as empresas quer para os munícipes. "A receita da derrama está sobreavaliada e a da venda de bens de investimento também inflacionada", criticou o PCP, enquanto o Bloco de Esquerda acusou Costa de não apostar no repovoamento da cidade.

As críticas fizeram-se sentir até do lado dos deputados do grupo Cidadãos por Lisboa, de Helena Roseta. Embora tenham votado favoravelmente o orçamento, ao lado do PS, partido com o qual se coligaram nas eleições autárquicas, mostraram que têm divergências de fundo.

A propósito da necessidade de estudar o desenvolvimento do transporte ferroviário de mercadorias, o deputado dos CPL e antigo dirigente camarário Filipe Lopes defendeu a alteração do traçado previsto para a terceira travessia do Tejo, que considerou desastroso. Mas não se ficou por aí: criticou também o orçamento por "não falar na necessidade de fomentar o comércio de proximidade" e ainda teve tempo para fazer reparos à ampliação do terminal de contentores de Alcântara.

Costa nega outros voos

De quase todos os partidos da oposição, uma suspeita: a de que António Costa não negociou este orçamento com outras forças políticas porque já pensa "noutros voos" fora da câmara: a substituição de Sócrates à frente do Governo. O presidente da autarquia negou uma vez mais a intenção: "Pelo menos estes quatro anos de mandato têm de me aturar."

Se não quiser funcionar com o orçamento do ano passado, que tem um tecto de despesa e uma previsão de receita superior ao deste ano (781 milhões), Costa terá de elaborar um segundo orçamento no qual ceda a algumas das exigências dos outros partidos. Por agora, Costa não diz se o fará - apenas critica a "irresponsabilidade política desta maioria contra natura", uma aliança que lhe estragou os planos.


O que está em causa
Um cofre de 666,3 milhões de euros
Por Victor Ferreira, Público de 31-03-2010

O documento ontem rejeitado pelas bancadas municipais que são oposição no município de Lisboa inscreve 666,3 milhões de euros no orçamento camarário para 2010.

Desse montante - equivalente a mais do dobro do orçamento da Câmara do Porto para o mesmo ano, que se fica pelos 228 milhões -, a previsão de despesas com pessoal ascendia a quase 260 milhões de euros, enquanto a aquisição de bens e serviços por parte da câmara totalizaria pouco mais de 119 milhões. O passivo financeiro no presente ano custaria à maior autarquia do país 77,9 milhões de euros, mais 20,8 milhões em juros e outros encargos.

O passivo global no final de 2009 ascendia em Lisboa a 1550 milhões, um número que, à data da apresentação do orçamento, em Fevereiro, era ainda provisório, uma vez que o executivo de António Costa só iria apresentar em finais de Março o fecho das contas em 2009.

A forma de financiar esta despesa seria, sobretudo, através dos impostos directos ( 313 milhões) e indirectos (mais 150 milhões).

A terceira fonte de receita mais vultuosa - à frente das taxas e multas (60, 3 milhões) - é também um dos aspectos mais contestados pela oposição, que considerou "irrealista" contar no orçamento com 81,8 milhões de euros provenientes da venda de património municipal. As transferências da administração central representariam um pouco menos do que esta parcela: 78,6 milhões de euros.

30/03/2010

R. S. Mamede 6: propriedade Municipal




Lisboa está de parabéns....

O Capitólio....promete !! Mas a ideia de mudar o seu nome....não tem pés nem cabeça ! O resto pode ler aqui ....

Jovem e Criativa Inteligência Empresarial e Sensibilidade Patrimonial

Caros Amigos (as),
Um grupo de quatro jovens estão desde há 6 anos a desenvolver um interessante projecto hoteleiro baseado no conceito "Hostel". Assim, tendo começado por um projecto em 2004 na Rua de S.Paulo, foram adquirindo experiência e iniciaram por fim dois projectos no espaço de dois anos, desde 2006, um na Rua de S. Nicolau e outro na Rua do Crucifixo.
As intervenções ao nível de interiores são exemplares e constituem verdadeiros restauros, com inteligente manutenção de todas as características fundamentais, tais como cantarias, soalhos, portas, tectos, janelas (algumas guilhotinas) etc.
Tudo isto foi possivel porque a filosofia de intervenção foi ao encontro das convicções do proprietário, um alemão, que não só concordou, como apoiou totalmente.
Aqui temos um exemplo inspirador de jovens que souberam tomar a iniciativa e libertar-se da passividade e do sindrome paralisante que parece dominar toda uma geração, que insistem em ficar em casa dos pais, enquanto digerem a cruel realidade de que o emprego deixou de ser uma garantia ... ligada ao "canudo"...

A Baixa agradece ...

Saudações Pombalinas de António Sérgio Rosa de Carvalho.


















Vodafone constrói hotel no recinto do Rock in Rio Lisboa

Rock in Rio é o patrocínio com a maior fatia do orçamento de comunicação da operadora: cerca de 10%.
Ir ao Rock in Rio e dormir no recinto mas no conforto de um quarto de hotel. É esta a proposta do Vodafone Hotel, a maior novidade com que a operadora de telecomunicações vai estar presente no próximo festival no parque da Bela Vista.
Mas este hotel tem ‘check-in' reservado aos clientes da marca e vencedores de um passatempo que arranca em Abril. A "chave" será entregue a quem encontrar uma carrinha completamente descaracterizada mas que recria no interior um quarto do hotel. Para a encontrar, os concorrentes têm de seguir as pistas dadas ao longo do dia no ‘site' do evento.
Patrocinadora do festival desde a primeira edição, em 2004, uma das preocupações da Vodafone é criar acções diferentes dos outros patrocinadores, para capitalizar o investimento no patrocínio. Dados da Memorandum cedidos pela Vodafone revelam que em 2006, no primeiro fim-de-semana do evento, o ‘top of mind' foi liderado pela Vodafone, com 34%, um valor que se aproximou dos 100% no conjunto dos dois fins-de-semana. Em 2008, e ainda segundo a mesma fonte, a operadora voltou a liderar o ‘ranking' de notoriedade.
António Carriço, director de marca e CRM da Vodafone, não revela o investimento neste patrocínio que se mantém inalterável desde 2004. "É o investimento em que apostamos mais e para onde vai cerca de 10% do orçamento de comunicação. É um investimento pesado mas que compensa muito", garante António Carriço.
A pouco menos de dois meses do Rock in Rio, a Vodafone já definiu a presença dentro do recinto. O Best Seat Vodafone - espaço com vista privilegiada para o palco mundo onde os vencedores da Corrida de Sofás têm tratamento VIP - bem como a Fábrica de Sofás, estão de regresso. E há ainda a Yorn Head, onde os participantes recebem um prémio ou um castigo, uma loja para venda de produtos e demonstração de serviços, bem como seis pontos de ‘bluetooth', que servem de ponto de encontro ou de informação.
Nos planos da operadora está o lançamento de duas campanhas publicitárias - uma para dar a conhecer o Vodafone Hotel com a assinatura "Adormece com o Rock in Rio Lisboa", e outra para a Corrida de Sofás. Será também desenvolvida uma campanha específica associada a equipamentos vocacionados para a música e comercializados em exclusivo pela Vodafone, bem como uma campanha em ‘mupies' nas estações de Metro a assinalar a estação da Bela Vista, que estará decorada com materiais da marca.
Outra das novidades é o serviço de ‘mobile ticketing', que permite comprar e receber os bilhetes no telemóvel, e garante o acesso ao recinto por uma entrada exclusiva.

in Diário Económico

29/03/2010

Lixeiras de Lisboa: Rua Dr. António Cândido

ECOPORCO
Imagens e denúncia enviada por uma munícipe identificada.

CONSERVAÇÃO E RESTAURO DE BENS CULTURAIS MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA: carta do seu Director... vale a pena ler.





MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA:
mudar, só para melhor
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«Uma vez que foi anunciada a intenção de fazer transitar rapidamente o Museu Nacional de Arqueologia (MNA) para a Cordoaria Nacional (CN), destinando-se o espaço dos Jerónimos à ampliação do Museu de Marinha ou a um novo museu, o Museu da Viagem, julgo já ser altura de dizer o que penso sobre o assunto. A tal me conduzem os deveres que tenho para com os visitantes, o Grupo de Amigos do MNA, as comunidades científicas e museológicas a que pertenço e sobretudo para com a minha própria consciência pessoal. Vejo, aliás, que o tema mobiliza as comunidades da arqueologia, da museologia e do património e começou a interessar os media. Ainda bem, porque o futuro de uma instituição centenária desta natureza é um assunto de cidadania, que ninguém poderia esperar, muito menos desejar, ficasse escondido dentro de gabinetes.
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Como tenho repetido noutras ocasiões (v. por exemplo Publico, 23-12-2006), não sou, em absoluto, contra a transferência do MNA para outras instalações. Pertenci a equipas que procuraram essas alternativas e elas chegaram a estar prefiguradas em sucessivos PDMs de Lisboa (Alto do Restelo, Alto da Ajuda, terrenos anexos ao CCB, etc.). Tendo falhado todas estas hipóteses, optei na última década - e com eu todas as direcções do Instituto de tutela - por estudar, primeiro, e depois propor projectos de arquitectura muito sólidos, da autoria de Carlos Guimarães e Luís Soares Carneiro, alicerçados em sondagens e estudos geológicos realizados sob supervisão do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), visando a ampliação do MNA nos espaços já ocupados nos Jerónimos. Estes estudos e projectos foram desde 1998 acolhidos por todos os governos que precederam a actual legislatura e chegaram ser formalmente adoptados por um primeiro-ministro, que anunciou o calendário da sua execução....
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Ver maisNão posso deixar de considerar ser pena que se deitem agora à rua as dezenas, ou porventura centenas, de milhares de euros assim gastos. Mas, enfim, se a opção é de mudança de instalações, então o que importa assegurar é que ela seja claramente para melhor. Não podendo ser para edifício novo, pois que seja para um edifício histórico prestigiado, bem situado e sobretudo adequado às necessidades de um museu moderno, mormente daquele que é um dos mais visitados do Ministério da Cultura, o que possui colecções mais volumosas e vastas e ainda o que tem maior número de bens classificados como "tesouros nacionais". E já agora, quanto ao espaço deixado livre nos Jerónimos, que se execute nele um projecto cultural que realmente valha a pena e honre a Democracia.

Ora, devo confessar que, não obstante a atitude positiva que sempre tenho em relação à mudança, o espírito construtivo e colaborante a que minha posição funcional me obriga e ainda a esperança que depositei na orientação política traçada pela actual Ministra da Cultura, tenho agora dúvidas que estes desideratos sejam de facto assegurados.
Em Novembro e Dezembro passados, após reuniões tidas com a tutela do MNA e directamente com a senhora Ministra da Cultura, foi traçado um caminho que me pareceu e continua a parecer sério e viável, a saber:
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-mandar executar estudos geotécnicos, sob direcção de entidade idónea (que a senhora ministra anunciou à imprensa ser o LNEC), garantidores da viabilidade e condições de instalação do MNA na CN; destes estudos resultariam as obras de engenharia que fossem consideradas como condições prévias a qualquer projecto de arquitectura;...
Ver mais-execução de um projecto da arquitectura arrojado, respeitador da Cordoaria (ela própria classificada como monumento nacional e merecedora de todo o respeito) e do programa museológico do MNA;
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-afectação de toda a CN ao MNA, reconfigurado institucionalmente de modo a incluir alguns serviços de arqueologia do Ministério da Cultura que nele poderiam desejavelmente ter lugar;
-não instalação antecipada na CN de serviços do MC, de modo a que o espaço estivesse totalmente disponível para a execução do projecto de arquitectura;
correlativamente, não havendo necessidade de ocupação da CN por parte da Cultura, não entrega adiantada à Marinha de espaços nos Jerónimos, mantendo aqui o MNA toda a sua capacidade operacional, até que pudesse ser transferido para a CN, em boa e devida ordem.
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Nos últimos dois meses parece que toda esta estratégia foi abandonada, sem que se perceba muito bem porquê. Talvez apenas pelo que se quer fazer nos Jerónimos e não propriamente pelo interesse na melhoria do MNA. Importa recordar que a ideia de afectar o sector oitocentista dos Jerónimos em exclusivo à Marinha, de forma clara (ampliação do Museu de Marinha) ou encapotada (Museu da Viagem, colocado em instalações alienadas para a Marinha, bem diferente do que seria um tal museu antropológico e civilista, sob tutela exclusiva da Cultura), limita-se a ressuscitar o antigo projecto do Estado Novo, sob impulso do almirante Américo Thomaz, que teve golpe de finados quando o Conselho da Revolução, em Janeiro de 1976 (no rescaldo do 25 de Novembro e quando País corria o risco de uma deriva cesarista), entendeu publicar um decreto hoje risível, no qual se impunha a transferência para a Marinha de todos os espaços dos Jerónimos não afectos ao culto. É irónico que este projecto seja retomado agora, mas. é a vida. Na condição em que subscrevo este texto, apenas me cumpre assinalar esta entorse cívica. Todavia, na mesma condição, cumpre-me mais, cumpre-me denunciar a extraordinária situação para que um museu mais do centenário e um acervo tão vasto e estruturante para o País são atirados, tratados como meros empecilhos para que uma opção política de regime possa rapidamente ser executada. Em ditaduras terceiro-mundistas não se faria diferente.
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Quanto ao edifico da CN o problema não é tanto político mas técnico e altamente complexo, fazendo todo o sentido os cuidados na sua abordagem, acima sumariados. Trata-se de uma proposta que tem meio século, ressurge ciclicamente e foi sempre recusada com base em pareceres técnicos credíveis. Mudaram entretanto as circunstâncias ? Talvez. Mas apenas se alguém com competência bastante puder agora garantir a inexistência ou o adequado controlo dos riscos sísmicos, de inundação, impacte de marés, etc. que são reconhecidos naquele preciso local (edificado sobre o estuário do rio Seco num local, "Junqueira", que significa pântanos de juncos) e arriscam conduzir a uma catástrofe para o acervo histórico nacional que o MNA guarda. E se outro alguém garantir depois a mobilização dos meios financeiros suficientes para a profunda requalificação do quarteirão inteiro da CN, onde nalguns sectores se verifica uma quase ruína e noutros as coberturas são em telha vã, os pavimentos são irregulares, estão saturadas em sais marinhos, etc., etc. Ora, a única coisa que até aqui me foi apresentado em sentido tranquilizador, foi um parecer dado a título individual por um antigo técnico LNEC, certamente competente, mas que não responsabiliza mais do o seu autor. O Grupo de Amigos do MNA obteve estudo de outro técnico muito credenciado e que vai em sentido contrário; eu próprio recolhi pareceres de dois dos mais reputados especialistas portugueses em engenharia sísmica - e todos concordam em alertar para o risco efectivo e elevado que existe no local da CN.
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Talvez assim se compreenda melhor porque atribuo a esta matéria tanta importância. Talvez se entenda porque não posso em consciência, neste momento, considerar como definitivamente adquirida a transferência do MNA para CN. E, por outro lado, também assim se possa melhor perceber porque considero inaceitável executar desde já o despejo de parte do MNA nos Jerónimos - situação que seria sempre anómala (e desnecessária, porque não existem agora pressões para colocar quaisquer serviços da Cultura na CN), porque o que faria sentido, conforme o acordado inicialmente, era que o Museu apenas desocupasse os espaços actuais quando mudasse de instalações, após as obras profundas de arquitectura a que a CN deverá inevitavelmente ser submetida.
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Continuo, pois, a aguardar a apresentação pública de estudos que garantam a segurança do acervo do MNA na CN. Aguardo, logo depois, a abertura de concurso público ou o convite a arquitecto consagrado para desenvolver o projecto que se impõe, tudo isto sem esquecer os estudos urbanísticos da zona envolvente, de modo a precaver, e potenciar, o fluxo das várias centenas de milhar de pessoas que passarão anualmente a frequentar uma zona em que se irão colocar lado a lado os dois mais visitados museus do Ministério da Cultura.
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No entretanto, o MNA continuará a servir da melhor forma que puder os seus utilizadores, no cumprimento do programa cívico que Leite de Vasconcelos concebeu e Bernardino Machado adoptou. As iniciativas públicas já tomadas em torno do futuro do MNA, com especial relevo para o espírito combativo demonstrado pelo nosso Grupo de Amigos e para os oferecimentos de activa solidariedade por parte de personalidades as mais diversas, das associações científicas e profissionais, das universidades e das autarquias, reconfortam-me e dão fé de que a sociedade civil não está adormecida.
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Luís Raposo
Director do Museu Nacional de Arqueologia,
29 de Março de2010.»
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Fica assim em evidência, o perigo que é para o futuro Museu dos Coches, a localização proposta e aprovada para a sua construção, situada em zona vermelha, ou seja, de máximo risco sísmico.
Fui o primeiro a chamar a atenção (blog Cidadania lx), para esta grande diferença na classificação dos solos, entre a localização actual e futura e continuo a não entender como é possível que, tanto equipa técnica projectista, como políticos responsáveis, continuem a manter um silêncio comprometedor sobre este grave problema, persistindo no erro da sua construção.
Mais uma vez a politica do “quero, posso e mando”, contra tudo e contra todos, autista e despesista, é a bandeira arvorada em nome de uma cultura pouco culta e desnorteada:
Com tanta situações de abandono, de falta de meios, de condições e mesmo de ruína, em que se encontra a museologia e o património nacional (veja-se o Palácio Nacional da Ajuda, ali mesmo ao lado), mantém-se teimosamente e á força, uma ideia que nasce na mente iluminada de meia dúzia.
Luís Marques da Silva

Ampliação da casa da Rua de Alcolena é como pintar uns "bigodes à Gioconda"

Historiadora de arte diz que obra licenciada pela autarquia descaracteriza a habitação que tem uns painéis de Almada Negreiros - uma "obra de arte total" que deveria ser um museu
Por Inês Boaventura, Público de 29-03-2010


A ampliação da casa conhecida por ter painéis de azulejos de Almada Negreiros, na Rua de Alcolena, em Lisboa, vai "descaracterizar e destruir" aquele que é "um dos mais belos e raros exemplos de diálogo inter-artes em Portugal no século XX". Quem o diz é a historiadora de arte Barbara Aniello, que acusa a câmara de Lisboa de ter autorizado uma obra com consequências tão devastadoras "como fazer bigodes à Gioconda".

Os trabalhos na Rua de Alcolena arrancaram no dia 19 de Março, segundo uma denúncia do Fórum Cidadania Lisboa (ver caixa), com "obras de preparação do trecho de terreno à direita da moradia número 28, para construção de um edifício geminado". A habitação original foi projectada na década de 1950 pelo arquitecto António Varela e saltou para as páginas dos jornais no início de 2009, quando a autarquia recebeu um pedido de demolição que veio a ser indeferido.

O projecto que está agora a ser desenvolvido, da autoria do atelier do arquitecto Vasco Massapina, viria a ser aprovado uns meses mais tarde, em Julho do ano passado, e inclui a construção de um segundo corpo ao lado da vivenda que se encontra em processo de classificação. Nessa altura, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, garantiu que o projecto mais recente "salvaguarda todas as questões patrimoniais e respeita integralmente o Plano Director Municipal".

Mas não é essa a opinião de Barbara Aniello, que desenvolveu, em 2009 e com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, uma monografia sobre a dita habitação privada. Depois de três meses a estudar o caso para um projecto de pós-doutoramento intitulado "O diálogo inter-artes em Portugal no século XX", esta especialista afirma que ficou "desolada"quando percebeu o destino da casa.

Isto porque, explica a investigadora, o projecto de ampliação em curso "não só anula a continuidade do jardim simbólico" - em que cada árvore e elemento decorativo tinha sido escolhido a dedo pelo seu significado - "como apaga o alçado sudeste da casa, cancelando a sua perspectiva geométrica, o seu valor cúbico, a sua orientação metafórica".

Além disso, o anexo a construir "altera também o propositado jogo entre simetria e assimetria do edifício, pensado colectivamente pelo arquitecto António Varela, pelo poeta José Manuel Mota Gomes Fróis Ferrão, pelo pintor José de Almada Negreiros e pelo escultor António Paiva". Devido a esse "carácter inter-artístico", o número 28 da Rua de Alcolena é, resume a historiadora de arte, "uma verdadeira obra de arte total" que importa preservar como tal.

Por essa riqueza e também pela sua "colocação no panorama histórico e geográfico de Lisboa, a sua unicidade e unidade", a investigadora entende que a moradia que ganhou notoriedade pelos painéis de azulejos que exibe "poderia perfeitamente acolher um museu ou um centro de estudo permanente dedicado a Almada Negreiros". O trabalho desenvolvido por Barbara Aniello está disponível na Internet, em CASA DA RUA DE ALCOLENA

28/03/2010

Postal de Lisboa: Direcção-Geral de Turismo



Welcome to Lisbon! Na Rua de São Sebastião da Pedreira.

Do Museu de Arte Antiga até ao Tejo por um jardim

O arquitecto Pedro Ressano Garcia recebeu o Prémio Pancho Guedes com uma ideia para aproximar a cidade do rio - uma rampa/jardim que passa por cima da Avenida de 24 de Julho e da linha do comboio. E defende uma cidade reconciliada com o seu porto.
Por Alexandra Prado Coelho, Público de 28-03-2010



Estamos no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa. Acabámos de o visitar e também de conhecer o espólio da Cruz Vermelha no museu desta instituição. Olhando para baixo, ao fundo vemos o Tejo. Começamos a descer pelo jardim, percorremos espaços verdes, descemos rampas. Por baixo dos nossos pés passam automóveis. Daí a pouco chegamos à beira do rio e sentamo-nos num dos bancos de madeira, a descansar e a ver o movimento dos navios no porto. Antes de regressarmos a casa, vamos ainda descobrir a obra de Almada Negreiros no museu instalado na gare marítima da Rocha do Conde de Óbidos.

Este é o sonho do arquitecto Pedro Ressano Garcia - uma espécie de jardim suspenso entre a zona daquele museu e o rio, através de uma plataforma que passaria por cima da Avenida de 24 de Julho e da linha do comboio, ultrapassando os obstáculos que hoje nos separam do Tejo. E um pólo cultural, em torno do mais importante museu nacional, mas com dois novos equipamentos, que hoje não existem: um museu da Cruz Vermelha e outro com a obra do pintor Almada Negreiros.

A ideia - Plataforma Tejo - recebeu o Prémio Pancho Guedes da Fundação Serra Henriques, e acaba de ser editada em livro, Plataforma Tejo - O regresso ao rio (à venda apenas na livraria A+A, na Ordem dos Arquitectos).

Mas, antes de chegar a esta ideia, Pedro Ressano Garcia foi ao passado para (e esse foi o objecto de estudo da sua tese de doutoramento) perceber a história da frente ribeirinha e de como a cidade foi mudando - sobretudo como mudou profundamente com a construção do porto industrial. "Orientei esta investigação como um detective que vai recolhendo "provas" com vista a desvendar o mistério", explica na introdução do livro. Enfiou-se nos arquivos e tentou reunir material que estava disperso entre a Câmara Municipal de Lisboa, os ministérios, a Administração do Porto, bibliotecas, museus, o Gabinete de Estudos Olisiponenses.

"Descobri que a primeira vez que se fez um mapa da grande Lisboa [1727], o desenho maior que encontrei está centrado na frente ribeirinha, na linha da costa. Isso despertou-me imenso interesse em perceber afinal o que é esta linha", conta ao Cidades.

Adeus ao rio

A história pode começar por uma imagem de Lisboa reproduzida no livro, uma vista dos jardins do Palácio Marquês de Abrantes, século XVIII, de autor desconhecido. Estamos num ponto alto, por detrás do muro do jardim, ao qual estão encostadas, a conversar, algumas figuras, e vemos a cidade à nossa esquerda e o rio, logo ali, à nossa direita. O casario desce até ao Tejo, que está cheio de embarcações.

Na página ao lado outra imagem. Os amigos mantêm a conversa encostados ao muro, mas na fotomontagem feita por Ressano Garcia usando uma imagem de 2003, onde antes estava água estende-se agora uma agitada avenida, cheia de movimento, de carros, de construções. Isto mostra claramente como a cidade mudou com os aterros que foram construídos sobre o rio, os primeiros logo a partir do século XVI, "mal compactados e por consequência pouco estáveis, sendo provavelmente essa a principal razão por que aluíram durante o desastre de 1755", escreve o arquitecto.

Em finais do século XIX construíram-se novos aterros para criar o porto industrial. "Construíram-se praticamente 50 hectares sobre o rio e isso foi uma transformação profunda da cidade da qual nós não temos bem noção", diz. O projecto escolhido foi o do engenheiro francês Pierre Hersent. Por uma razão simples, diz Ressano Garcia: "Era um projecto que gerava terreno e com venda desse terreno financiava as obras".

Assim, Hersent não só foi responsável pela construção do porto como pela sua exploração comercial durante os primeiros cinco anos. Os debates tinham-se arrastado por mais de uma década. Mas, para Ressano Garcia, há aqui uma lição: "Lisboa fez um porto sem dinheiro. Foi uma geração que teve imaginação e pensou a longo prazo".

Houve, no entanto, ideias do engenheiro francês que nunca chegaram a ser postas em prática. Ele propunha que a linha de caminho-de-ferro atravessasse toda a frente da cidade, incluindo o Terreiro do Paço e o Arsenal. "Lisboa inteira ficava cortada. A cidade teria sido outra coisa. Isso só não aconteceu porque um almirante da Marinha entrou em conflito com o Porto de Lisboa e abortou o projecto".

Apesar disso, gradualmente a cidade foi sendo separada da zona ribeirinha. "Não se previu que isso iria acontecer. No início não havia esse efeito de corte porque havia duas carruagens a passar por dia e um comboio de manhã e outro à tarde. É o próprio movimento da cidade que vem enfatizar esse efeito de corte". E as barreiras vão-se multiplicando. Nos anos 40 do século XX, os "tempos gloriosos do automóvel", começa a surgir "o primeiro anel de uma circular rodoviária ribeirinha", que, acreditava-se, iria resolver os problemas do trânsito na cidade (a Avenida de 24 de Julho é concluída em 1964). Antes disso, em 1910, Ventura Terra desenhava Lisboa Futura, um projecto para a Avenida de Santos até ao Cais do Sodré - uma frente ribeirinha monumental com vários cais de muitos degraus que desciam elegantemente até ao rio. Nunca chegou a acontecer.

Problemas iguais lá fora

Começa então a discutir-se a separação entre a cidade e o rio, e as formas de a ultrapassar. As diferentes discussões que em diferentes épocas se fazem em Lisboa são em tudo semelhantes às que mais ou menos nas mesmas alturas se fazem noutras cidades portuárias do mundo, que enfrentam os mesmos problemas e desafios. É por isso que, no seu trabalho, Ressano Garcia estuda também duas dessas cidades, São Francisco e Barcelona, para estabelecer paralelos.

E, numa prova de que o pensamento evoluiu de forma mais ou menos paralela em diferentes sítios (em resposta aos problemas que vão surgindo), quando começou a trabalhar na sua ideia para a Plataforma Tejo, Ressano Garcia apercebeu-se de que noutras cidades outros arquitectos trabalhavam sobre ideias semelhantes. No livro mostra o exemplo do Olympic Sculpture Park em Seattle, um projecto de criação de espaço público da autoria dos arquitectos Weiss e Manfredi, também baseado numa plataforma que desce até ao rio. Ou o projecto em Izmir, Turquia, entre a praça Konak e a gare marítima do mar Egeu - igualmente uma plataforma que passa por cima de uma grande avenida.

Mas não são ideias novas, sublinha o arquitecto português. Na sua investigação nos arquivos, uma das coisas que lhe chamaram a atenção foi a Rua do Alecrim, que tem no seu final um viaduto que desemboca na Praça do Duque da Terceira, junto ao Cais do Sodré. Trata-se de uma ligação "entre duas cotas da cidade anteriormente ligadas por uma escada". "Sendo uma solução testada há séculos, apresenta características muito próximas às que proponho para a frente ribeirinha", escreve no livro.

Aí, trata-se de criar um percurso em rampa com uma inclinação de seis por cento. No interior, explica Ressano Garcia, haveria perto de 8000 metros quadrados para comércio e serviços e 4000 para estacionamento (120 lugares). Por cima, vegetação. A solução, diz o autor, permitiria ampliar o Museu de Arte Antiga (um museu que luta com problemas de falta de espaço e de dificuldades de acesso), a sede da Cruz Vermelha, o terminal de cruzeiros e expor ao público o espólio de Almada Negreiros na gare marítima, que já tem pinturas murais do artista.

"Este estudo não foi encomendado pela autarquia nem pelo porto, é um estudo autónomo, que é uma coisa que tem faltado", conclui. "O meu trabalho é gerar ideias. Se me disserem que alguém leu o livro e que agora quando passa ali olha de outra forma para o sítio, está ganho. É esse o meu papel".


As ambições do porto de Lisboa

Por Alexandra Prado Coelho, Público de 28-03-2010



"Ainda não perdemos a corrida. Há hipóteses. Temos uma oportunidade extraordinária, mas não estamos a fazer o suficiente". O arquitecto Pedro Ressano Garcia tem estudado várias cidades portuárias no mundo e acredita que o porto de Lisboa pode recuperar a importância que já teve.

"Percebi que há cidades portuárias com economias pujantes porque dizem "nós precisamos deste motor", que é o porto". Entristece-o, por isso, ver que Lisboa perdeu o papel que tinha a esse nível. E atribui as culpas à "descontinuidade de políticas". Um porto "não vive de ciclos de votos, tem de haver pensamento a longo prazo".

Defende, por exemplo, que, à semelhança de Estocolmo ou Barcelona, Lisboa podia atrair muito mais cruzeiros. "Estamos a planear um novo terminal. Se calhar, não devíamos estar a planear só um. Há a possibilidade de receber muitos cruzeiros, mas também de receber muitos contentores. A actividade portuária é uma porta e isso tem a ver com o sentido e a cultura deste lugar".

Sublinha que não é um especialista em políticas portuárias, mas tem constatado que as decisões que se prendem com a passagem de mais navios por um determinado porto "são tomadas nos conselhos de administração dos grande operadores portuários mundiais e o que algumas cidades têm conseguido é criar as melhores condições para atrair esses decisores".

Em vez de se olhar o porto como algo que impede o acesso dos habitantes da cidade ao rio, a tendência hoje nas cidades portuárias é para integrar as actividades do porto na vida da cidade, encará-las como parte integrante desta. Em Hamburgo, que é visto como um caso de sucesso, "desenvolveram-se mestiçagens, misturaram-se actividades e conseguiu-se, através de um plano fora dos ciclos autárquicos, ter uma ambição a longo prazo".

27/03/2010

Rua Passos Manuel..??


Tenho uma ideia de que nesta rua nos meados da década de 80 passavam eléctricos !?
Alguém sabe...?

26/03/2010

Processo de Moradia da Rua de Alcolena, 28 (Restelo)/pedido de averiguações

Exmo. Sr. Procurador Geral da República
Doutor Fernando Pinto Monteiro,
Exmo. Sr. Provedor de Justiça
Doutor Alfredo José de Sousa


Vimos pelo presente solicitar os melhores ofícios dessas Instituições, na pessoa de Vossas Excelências, no sentido de averiguarem os procedimentos relativos à moradia sita na Rua de Alcolena, Nº 28, no Restelo, ocorridos desde Dezembro de 2008, que acabaram por conduzir, há poucos dias, ao início das obras de construção de novo edifício no jardim daquele lote.

Trata-se de um processo que nos levanta as maiores dúvidas desde o seu início, i.e., desde a venda da moradia à aprovação do projecto de ampliação agora iniciado, passando por pareceres que não foram acatados e outros que deviam ter sido formulados e não o foram, etc., etc. (resenha em anexo).

Convém referir que o imóvel se encontra abrangido pela Zona Especial de Protecção Conjunta do IGESPAR, por força da presença da Capela de São Jerónimo (MN) e integra o Inventário Municipal do Património do PDML (IMP 40.10) desde 1992, o que por si só inviabilizaria qualquer intervenção de vulto, como seja a sua demolição, ainda que parcial, ou a alteração formal e decorativa das fachadas.

Ora, a geminação do novo edifício ao antigo implicará a alteração da fachada direita deste, através do seu rasgamento e da sua ocultação, o que constitui uma alteração a nosso ver ilegal.

Colocamo-nos à inteira disposição de Vossas Excelências para o esclarecimento de toda e qualquer dúvida relativamente a este processo e ao nosso interesse sobre esta matéria, solicitando apenas que, por força da Páscoa, eventuais contactos sejam estabelecidos a partir de dia 10 de Abril.


Na expectativa subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos



Pelo Fórum Cidadania Lx

Paulo Ferrero, Cátia Mourão e Júlio Amorim

EPUL quer vender casas para jovens com um método que fará subir os preços

In Público (26/3/2010)
Por Ana Henriques


«"Em oferta por carta fechada, os filhos dos pais abastados podem colocar ofertas bem acima do preço de mercado", lê-se numa carta dirigida ao presidente da Câmara de Lisboa

A Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL) quer vender 88 casas para jovens por um sistema do tipo hasta pública, em vez do habitual sorteio. O método do "quem dá mais" foi já alvo de reclamações por parte de alguns interessados, uma vez que pode fazer subir os preços de um programa que tem como objectivo permitir aos jovens arranjar casas mais baratas.

Numa carta enviada este mês ao presidente da Câmara de Lisboa, um desses interessados explicava o problema daquilo que considera ser "uma situação vergonhosa e inaceitável". "Em oferta por carta fechada, os filhos dos pais abastados podem colocar ofertas bem acima do preço do mercado, para poderem fazer negócio" anos mais tarde, findo o prazo durante o qual o imóvel não pode ser vendido a terceiros. "A EPUL Jovem não é um negócio milionário, e sim um programa que visa ajudar os jovens que procuram habitação em Lisboa e tentam combater a desertificação da cidade", pode ler-se também na missiva.

A estrear, os apartamentos em questão situam-se em Entrecampos, nas proximidades da antiga Feira Popular, e no Paço do Lumiar, destinando-se a pessoas entre os 18 e os 35 anos. Nem todos estão ainda prontos. Já foram sorteados uma vez, mas os atrasos na construção levaram os jovens a quem tinham sido atribuídos inicialmente a desistirem deles. As casas do Paço do Lumiar, por exemplo, ainda não estão prontas, apesar de terem sido sorteadas há perto de sete anos e de os jovens terem entregue milhares de euros à EPUL para as pagarem.

Empresa com má fama

O PÚBLICO tentou saber junto da EPUL detalhes sobre a venda das 88 casas, um processo cujo arranque estava marcado para o início da semana que vem, mas que foi adiado devido à controvérsia do sistema de licitação em carta fechada a partir de um valor-base fixado pela empresa municipal. A resposta pouco ou nada esclarece: "A empresa tem a intenção de lançar um concurso EPUL Jovem nas próximas semanas. O assunto está em análise no conselho de administração". Já a loja de vendas da EPUL, em Telheiras, tem vindo a informar todos os interessados que a venda das casas será efectivamente levada a cabo através de propostas em carta fechada e partindo de um valor-base. No sistema anterior, as casas eram sorteadas com preço fixo.

Envolvida em vários escândalos que acabaram por contribuir para a queda da Câmara de Lisboa em 2007, a EPUL continua, três anos depois, a gozar de má fama, apesar das mudanças de administradores que se seguiram. Se dúvidas houvesse desse facto, a questão que deixa a carta escrita pelo jovem ao presidente da câmara é elucidativa: "A duas semanas do prazo de abertura das inscrições para o concurso [de venda de casas] ainda não existia informação no site da empresa. O concurso é aberto a todos ou apenas aos amigos dos colaboradores da EPUL que têm conhecimento dos prazos?"

O facto de qualquer jovem se poder candidatar às casas da EPUL, independentemente do seu nível de rendimentos, tem sido uma das fragilidades do programa. Outra relaciona-se com o facto de parte das casas atribuídas serem usadas como fonte de rendimento pelos seus proprietários, que as alugam clandestinamente ou vendem.»

Relatório a infiltrações em lojas da Rua do Carmo iliba câmara de Lisboa

In Público (26/3/2010)
Por Inês Boaventura

«O relatório de peritagem sobre as infiltrações em lojas na Rua do Carmo está concluído e, segundo o vereador das Obras Municipais, demonstra, "sem qualquer margem para dúvidas", que o problema é anterior às obras que a Câmara de Lisboa está a realizar nos terraços do Carmo.

O vereador Nunes da Silva garante aliás que foram encontrados registos de lojistas queixando-se de infiltrações ainda nos anos 90, sendo que a empreitada a cargo da autarquia começou apenas em 2009.

"Há lojas que têm autênticas couves nas fachadas, o que não acontece num mês", disse ainda o autarca que, já em Janeiro, tinha atribuído o problema a obras que os inquilinos dos espaços comerciais teriam feito, danificando o sistema de drenagem dos edifícios.

Nunes da Silva adianta que o relatório agora concluído demonstra "claramente" essa tese, mas acrescenta que, ainda assim, a autarquia encarregar-se-á de algumas reparações nas duas lojas de que é proprietária. Essa intervenção, explica, deverá passar pela construção de "uma abóbada secundária", para evitar novas infiltrações.

As restantes quatro lojas da Rua do Carmo afectadas são propriedade da Direcção-Geral do Tesouro, entidade à qual a Câmara de Lisboa já entregou o relatório de peritagem, que deverá ser divulgado na próxima semana.

De qualquer forma, Nunes da Silva salienta que todos os lojistas estão já a beneficiar de duas obras entretanto realizadas pela Câmara de Lisboa: a impermeabilização dos terraços do Carmo e a instalação de um novo sistema de drenagem, que por enquanto é provisório e passa pela fachada.

Alguns dos comerciantes cujas lojas foram afectadas, ameaçaram avançar para tribunal com uma providência cautelar, responsabilizando a autarquia pelos problemas que teriam surgido em consequência das obras.»

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Homessa. Costumo entrar na Luvaria Ulisses, na Joalharia do Carmo e na loja da Ana Salazar e, confesso, nunca vi infiltrações, muito menos estuque a soltar-se.

25/03/2010

LISBOA É...

...um notável portal barroco mas profusamente guarnecido de caixilharia de alumínio e cabos. Muitos cabos! Este imóvel está presente na Carta Municipal do Património. E pode ser visto na Rua de São Paulo, junto do Ascensor da Bica (MN).

Lisboa: Relatório sobre problemas no Carmo está concluído, autarquia "reparará aspectos" nas lojas sob sua alçada

25 de Março de 2010, 06:18
Lisboa, 25 mar (Lusa)

- O relatório de peritagem sobre as infiltrações em lojas na Rua do Carmo, em Lisboa, está concluído e a Câmara Municipal "reparará aspectos" no interior das duas lojas das quais é proprietária, revelou o vereador Nunes da Silva.
A autarquia lisboeta, "como proprietária" de dois dos edifícios afetados por infiltrações, "tem que assumir os custos que lhe sejam imputados" no relatório, declara o vereador do executivo com a pasta das Infraestruturas e Obras Municipais.
"Há aspectos que obviamente tem que ser a Câmara a reparar, como terá de ser a Direção Geral do Tesouro [proprietária dos restantes espaços afetados] a reparar dentro das lojas", afiançou o responsável da Câmara de Lisboa à agência Lusa.

A imagem de cidade imperfeita e genuína fez de Lisboa o melhor destino europeu

In Público (25/3/2010)
Por Ana Rita Faria

«Mais de três mil pessoas de 47 países votaram e escolheram a capital portuguesa para melhor destino da Europa em 2010. Para trás ficaram cidades como Barcelona, Berlim e Florença


No circuito internacional

"Esta cidade é simplesmente pura. A maioria das cidades estão a tentar ser o melhor "produto" no mercado turístico, Lisboa não é um produto, é um estado de espírito, é a preservação de uma autenticidade maravilhosa que faz de Lisboa uma cidade para visitar, viver e amar." Foi acompanhado deste comentário que o londrino Peter Johns deixou o seu voto por Lisboa. Tal como ele, outras 3220 pessoas, de 47 países diferentes, elegeram a capital portuguesa como "Melhor Destino Europeu 2010".

O prémio, dado pela Europen Consumers Choice, uma organização não-lucrativa com sede em Bruxelas, inclui a disponibilização de uma página para a promoção de Lisboa no site da instituição e a divulgação do resultado da votação on-line em vários meios de comunicação europeus. Além disso, a capital portuguesa poderá usar o logótipo "Escolha do Consumidor Europeu" em toda a sua comunicação institucional, durante este ano.

A votação, que obrigava ao registo prévio no site e, portanto, apenas permitia um voto por pessoa, decorreu entre Dezembro de 2009 e Janeiro de 2010. No total, cerca de dez mil pessoas votaram no leque de dez cidades pré-seleccionadas pelo júri da European Consumers Choice: Berlim, Copenhaga, Lyon, Florença, Atenas, Bruxelas, Newcastle, Bilbau e Barcelona - que ficou em segundo lugar, atrás de Lisboa.

"Uma cidade real"

Os comentário deixados no site na altura da votação explicam o porquê de a capital portuguesa ter passado à frente das suas congéneres rivais. "A maioria apresenta Lisboa como uma cidade real, que não se deixa moldar para o turismo e as pessoas apreciam cidades que não são perfeitas", revela Maximiliam Lejeune, director da Eu- ropean Consumers Choice. Muitas vão a Lisboa sem as mesmas expectativas que têm quando vão à cidade da Torre Eiffel ou do Coliseu, mas acabam por "ficar surpreendidas" e por "se apaixonar" por ela.

"A autenticidade é uma das imagens de marca e das mais-valias de Lisboa", considera Paula Oliveira, directora executiva do Turismo de Lisboa. Na capital, "os eventos não são feitos de plástico para os turistas e cada um pode ver a cidade à sua maneira", realça.

Duarte Correia, vice-presidente da Associação Portuguesa de Agências de Viagem e Turismo (APAVT), considera também que foi pela "genuinidade" que Lisboa ganhou o prémio. "Ao contrário de outras cidades europeias, os turistas não identificam Lisboa com os monumentos mas sim com a cultura, os costumes, o povo, a maneira acolhedora como são recebidos". E ainda mais um pormenor que parece ter sido um brinde da natureza. "A nossa situação geográfica é privilegiada, pois somos a única capital da Europa com praia e mar mesmo ao lado", destaca Paula Oliveira.

Para a directora executiva do Turismo de Lisboa, a distinção da capital como "Melhor Destino Europeu 2010" irá dar mais notoriedade à cidade. "A partir daqui mais gente vai falar de Lisboa, gera-se curiosidade e isso vai trazer cá mais turistas, mesmo aqueles que nunca colocaram esta cidade como primeiro destino das suas opções de férias ou de fim-de-semana". O vice-presidente da APAVT também não tem dúvidas: "É com nomeações como esta que se põe um destino no mapa."

Esta foi a primeira vez que o concurso da European Consumers Choice teve à votação cidades europeias. Tradicionalmente, a organização distingue todos os anos 25 categorias de produtos escolhidos por um júri e consumidores europeus, tendo em conta a sua concepção estética, uso prático e grau de inovação. Tal como no caso de Lisboa, as empresas vencedoras ganham o direito de utilizar, durante um ano, o logótipo "Escolha do Consumidor Europeu" nos seus produtos e meios de comunicação.»

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Puxa, à frente de Florença. O ovo de Colombo está aí: quanto mais imperfeita for Lisboa, mais procurada será pelo turista. Et-voilà! Portanto, venham daí mais buracos, mais lojas de pechisbque, mais "hotéis de charme", mais "árvores-palito", mais contentores, mais gruas, mais prédios a cair, mais taxistas ladrões, mais tubos de escape, mais buzinas, mais lixo nas caldeiras das árvores, mais MN adulterados por empreiteiros de obras de vão-de-escada, mais esplanadas paupérrimas, mais ..., mais ..., mais...

Arco da Rua Augusta vai abrir terraço em Maio para visitas

In Público (25/3/2010)
Por Carlos Filipe

«Director Regional de Cultura considera que intervenção no monumento é delicada, mas a abertura ao público é considerada imperativa

A subida pelo interior do Arco (do Triunfo) da Rua Augusta, que faz a ligação dos edifícios da Praça do Comércio classificados como monumento nacional, deverá ser permitida à fruição pública o mais tardar até Maio, dando acesso ao patamar do terraço com ampla visão sobre aquela praça e o Tejo e a Baixa pombalina.

Empenhada em renovar acessibilidades para potenciar o turismo, a Direcção Regional de Cultura (DRC) de Lisboa e Vale do Tejo considera mesmo que "é um imperativo a devolução do monumento à cidade", simultaneamente com a reabertura, em Maio, para a missa papal, de parte do Terreiro do Paço, já com o novo arranjo arquitectónico.

Aquela direcção de Cultura pondera o estudo de soluções profundas de intervenção no monumento, que classifica como "delicadas", mas João Soalheiro, que dirige a entidade, disse ao PÚBLICO que sem deixar de lado as hipóteses em estudo, a DRC "está empenhada em abrir ao público o monumento nas exactas condições que o mesmo oferece, embora isso signifique a adopção de condicionalismos vários, a exemplo do que se passa em monumentos emblemáticos espalhados por urbes históricas da Europa."

A história da intervenção no arco não é nova, e em 2006 já dela se falava, inclusivamente com recurso a mecenas, solução encontrada para a recuperação do relógio que lá se encontra. Mais tarde, em Outubro de 2007, por ocasião da apresentação da recuperação do mecanismo do relógio, com a presença da então ministra Isabel Pires de Lima, também foi dito quão prioritária seria a recuperação de todo o conjunto, ainda que não tenha sido anunciada uma calendarização. Todavia, foi assumida a intenção da sua abertura ao público, eventualmente com recurso a uma plataforma elevatória que permitisse aos visitantes evitar uma penosa escalada pelos mais de 80 íngremes degraus.


Relógio acerta no domingo

Já uma solução final para o funcionamento do relógio deverá ser encontrada até ao final de Abril. João Soalheiro admitiu ao PÚBLICO que o seu mecanismo revelou-se "caprichoso, ao ponto de voltar a falhar a sua missão, reacção que surpreendeu os especialistas". Por isso, a DRC está em processo de consulta às pessoas e instituições envolvidas [Cultura e mecenas], no sentido de serem equacionadas respostas técnicas capazes de solucionar o problema.

Luís Cousinha, neto do fabricante do actual mecanismo, admitiu recentemente problemas de ajustamento dos pesos e também no acesso ao local onde está alojado, mas rejeitou responsabilidades. "[O relógio] andará certo desde que lhe seja dada corda e na madrugada de domingo será acertado pela hora de Verão", disse ontem ao PÚBLICO.

O Arco da Rua Augusta, na versão final segundo projecto de arquitectura de Veríssimo José da Costa, foi construído entre 1873 e 1875.»

Transferência do Instituto Português de Oncologia para Chelas está suspensa

In Público (25/3/2010)
Por Ana Henriques

«Razões financeiras ditam permanência da unidade de saúde junto à Praça de Espanha. Quanto ao último troço do túnel do Marquês, falta mais de um ano

Red Bull sem apoio

A anunciada transferência do Instituto Português de Oncologia para o Parque da Bela Vista, em Chelas, está suspensa por questões financeiras, foi ontem anunciado na Câmara de Lisboa. O Ministério da Saúde não confirma. "Não há nenhuma decisão sobre a matéria", assegura a porta-voz deste organismo, Cláudia Borges.

Foi na resposta a uma pergunta do vereador comunista Ruben de Carvalho, durante a reunião de câmara, que o presidente da autarquia, António Costa, deu a novidade. "Perguntei se a realização do Rock in Rio no Parque da Bela Vista até 2014 não iria entrar em conflito com a transferência para ali de instalações hospitalares. Respondeu que o projecto estava suspenso, aparentemente por causa do Programa de Estabilidade e Crescimento", contou o autarca do PCP. O vereador dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes, confirma: "Reservámos terreno para o IPO, mas já percebemos que não o vamos ter ali pelo menos nos próximos quatro anos."

A alternativa passará por ampliar e remodelar as instalações de sempre do IPO, junto à Praça de Espanha. Ao final do dia, António Costa emitiu um comunicado segundo o qual "o Governo não comunicou oficialmente à câmara" a suspensão da transferência. "Na sequência de contactos informais com o Ministério da Saúde sobre aquela matéria, o presidente da câmara constatou que se afigura a hipótese de a transferência poder não ocorrer, e que o IPO poderá resolver o seu problema de instalações mantendo-se na sua actual localização, em Palhavã. Contudo, nada passou disso mesmo, hipóteses", refere o mesmo comunicado, acrescentando que "a referência ao PEC evocada [sic] pelo vereador Ruben de Carvalho foi um exercício de ironia".

Tal como no caso do IPO, adiada está também a abertura do último troço do túnel do Marquês, que desemboca na Av. António Augusto de Aguiar. "Falta seguramente mais de um ano para termos a obra concluída", informou também ontem António Costa. Depois de uma série de conflitos, a autarquia e o empreiteiro chegaram a um acordo em que a câmara se compromete a pagar 18,1 milhões de euros relativos aos trabalhos já feitos, mais 356 mil euros pela conclusão da obra. É agora preciso esperar que o tribunal homologue este contrato, para que a empreitada, cujo prazo estimado é de dez meses, possa recomeçar.

Igualmente adiada foi a aprovação de um projecto imobiliário do Grupo Espírito Santo num quarteirão entre a Rua Rosa Araújo e a Avenida da Liberdade, depois de os vereadores do PSD terem alegado que a câmara se preparava para perdoar "milhões de euros" ao promotor do edifício de comércio e serviços, por não lhe estar a exigir as compensações devidas por lei. "Admira-nos muito a incapacidade e falta de conhecimento dos vereadores que têm funções executivas na autarquia", observou o social-democrata Vítor Gonçalves sobre o facto de a decisão que ia prejudicar o município ter estado por um triz.»

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A não ida do IPO para a Bela Vista é o melhor seguro para que o Rock in Rio não saia de lá tão cedo, mas entre o IPO ou o RinR prefiro o RinR por respeito para com os doentes do IPO: a zona onde querem implantar o IPO é inóspita, de difícil acesso, sem serviços de restauração e afins dignos desse nome e perigosa. Triste sina a do Parque da Bela Vista.

25 milhões para terminal de cruzeiros

In Jornal de Notícias (25/3/2010)
NUNO MIGUEL ROPIO

«Estrutura em Santa Apolónia pode estar concluída no final de 2013

Com dois pisos e estacionamento subterrâneo, o novo terminal de cruzeiros em Santa Apolónia, Lisboa, terá um custo de 25,5 milhões de euros e poderá estar em funcionamento no final de 2013. Um projecto em tudo diferente do anterior, que tanto celeuma provocou.

Do famigerado estudo de construção que levou a Câmara de Lisboa, em 2007, a contestar as intenções da Administração do Porto de Lisboa (APL), relativamente ao novo terminal de passageiros em Santa Apolónia, desapareceu um edifício de 600 metros de cumprimento em frente ao rio, um hotel com dois pisos, uma área comercial e outra para escritórios.

O que permanece neste novo estudo, estimado em 25,5 milhões de euros e a estar concluído dentro de três anos? Somente um estacionamento subterrâneo, de um piso, com capacidade para 500 veículos. Serão mais de 7700 metros quadrados - bem inferiores aos 20 mil inicialmente pensados -, guiados por um conceito de interligação com Alfama, que manterá o interface com o metropolitano e comboio.

460 mil passageiros

Tudo com um único objectivo: responder ao aumento da procura do porto por cruzeiros. Este ano, tendo em conta o anúncio das escalas, prevêem-se 460 mil passageiros.

Segundo Natércia Cabral, presidente da APL, o equipamento resulta de um acordo com a Câmara Municipal de Lisboa (CML). "Não fazia sentido que a gare tivesse funcionalidades que os passageiros encontrariam na cidade", disse, ao JN, ontem, à margem da apresentação do concurso público de concepção para a elaboração do projecto do terminal, em Santa Apolónia. "A proposta que hoje apresentámos era a única que poderia funcionar", acrescentou, rejeitando comentar as anteriores intenções da APL, que motivaram fortes críticas, desde movimentos cívicos lisboetas a figuras como Miguel Sousa Tavares.

Para o presidente da CML, António Costa, o concurso marca o início "de uma nova era no relacionamento entre" o município e a APL. "O terminal de cruzeiros vai ser uma zona de reabilitação da Baixa e encosta de Alfama", considerou o autarca. »

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In Público, aqui

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Vá lá que o bom senso prevaleceu e aquilo que combatemos em primeira mão (AQUI), foi metido na gaveta.

Mas, pronto, querem gastar à viva força 25,5 M€ numa coisa nova só porque alguém entendeu que deve ser bonito a vista dos paquetes gigantes a cruzarem Alfama, e a vista daqueles para Alfama. Que interessa que já haja 2 terminais de cruzeiros em Alcântara? Contentores oblige. O país é rico.

Ficamos à espera do projecto. Avante!;-)

24/03/2010

Ano da Biodiversidade e guia de caminhos pedestres em Monsanto.



"O presidente da autarquia, António Costa, confessou-se surpreendido com alguns dos números apresentados no programa, que entre outros dados, revelam que existem em Lisboa cerca de 100 espécies de aves e 123 espécies de plantas. “Afinal não somos os únicos seres vivos que há na cidade”, disse, afirmando que “é decisivo que os cidadãos conheçam e respeitem essa biodiversidade".
in site CML
"Sabia que em Lisboa existem mais de 140 espécies animais e 123 vegetais, grande parte das quais no Parque Florestal de Monsanto? O socialista António Costa admitiu ontem, no dia em que a autarquia lisboeta assumiu o compromisso de aumentar a biodiversidade do concelho em 20 por cento até 2020, que aqueles números constituíram "uma surpresa" para si.
(...)
Entre Novembro e Dezembro, a Câmara de Lisboa prepara-se para lançar um guia de Monsanto com cerca de 150 páginas, dando conta de todos os percursos possíveis no interior do parque florestal, seja a pé ou de bicicleta. "
in público
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É com satisfação que vejo estas notícias e que leio estas declarações do Sr. Presidente da CML. Prevejo que, ao inteirar-se da realidade, o Sr.Presidente vai obrigar a CML a mudar de Rumo.Penso que agora será mais fácil para o Sr. Presidente António Costa concretizar a intenção que tinha de retirar o campo de tiro (projecto altamente incompatível e incoerente com o que se anuncia) do PF de Monsanto e indeferir outros projectos que se apresentam tão prejudiciais para esta zona reconhecidamente fundamental para a Cidade de Lisboa. Penso que agora será mais fácil e terá mais apoios para a vontade de transformar Monsanto num pólo de educação ambiental, de atracção das pessoas na busca pelo bem estar e como um grande exemplo do que uma cidade pode e deve fazer pela qualidade de vida dos cidadãos e dos outros seres vivos que nela habitam. Tenho esperança que agora a diversidade e a importância ambiental de Monsanto venham ,finalmente ,a ser respeitadas. A concretizarem-se estas notícias serão um exemplo para todo o País.

(Nas fotografias em cima dão-se dois exemplos de caminhos que, entre outros naquela zona, terão obrigatoriamente de figurar no referido Guia. Mas nestes caminhos (junto ao espaço Monsanto e que contornam todo o campo de tiro) não se pode passear em segurança devido ao enorme ruído provocado pela actividade ali realizada e á queda constante do chumbo nos solos e em cima das pessoas. Obviamente não se irá aconselhar os visitantes a ir passear nestas condições.Obviamente as coisas irão mudar).

CML VAI PAGAR 18.1 MILHÕES PELAS OBRAS PARADAS DO TÚNEL DO MARQUÊS

Câmara Lisboa vai pagar 18,1 milhões ao consórcio das obras no túnel do Marquês
Lisboa, 24 mar (Lusa)
A Câmara de Lisboa vai pagar ao consórcio CME/Tâmega 18,1 milhões de euros por causa do Túnel do Marquês, segundo o acordo alcançado entre as duas partes nas negociações que permitiram à autarquia poupar 6,5 milhões.
De acordo com fonte do município, o acordo entre a Câmara de Lisboa e o consórcio foi assinado terça feira, quase seis anos depois de as obras no Túnel do Marques terem parado por causa de uma providência cautelar interposta por José Sá Fernandes, hoje vereador na autarquia.
SO

Lusa/fim

Lisboa escolhida como melhor destino europeu do ano

A escolha foi feita pela associação de consumidores European Consumers Choice entre 10 cidades europeias pré-selecionadas.

Notícia SIC

Lisboa eleita melhor destino europeu 2010

Lisboa acaba de ser eleita o “Melhor Destino Europeu 2010 – A Escolha dos Consumidores”, com base nos resultados da votação numa lista de dez cidades proposta pela Associação dos Consumidores Europeus, uma entidade independente com sede em Bruxelas.

A vitória ampla de Lisboa deixou para trás rivais como Barcelona, Londres, Copenhaga, Bilbau, Lyon, Amesterdão, Berlim, Praga ou Helsínquia, que faziam parte da pré-selecção efectuada por personalidades que integraram o júri da associação.

O prémio inclui a disponibilização de uma página para a promoção de Lisboa no site desta entidade – www.europeanconsumerschoice.org –, a divulgação do resultado da votação efectuada online junto dos diferentes media europeus e ainda a utilização do logótipo “Escolha do Consumidor Europeu”, durante um ano, em toda a comunicação do Turismo de Lisboa.

Os critérios considerados para esta eleição – que decorreu entre Dezembro de 2009 e Janeiro de 2010 e foi efectuada pela primeira vez ao nível das cidades – incidiram na qualidade de vida e das infra-estruturas, assim como na oferta cultural e turística de Lisboa.

Para a Associação dos Consumidores Europeus, a eleição reflecte “uma cidade que soube preservar toda a sua alma e oferecer uma porta de entrada ao Turismo, sem esquecer as suas riquezas sociais e culturais”.

Todos os anos, esta entidade distingue 25 categorias de produtos escolhidos por um júri e consumidores europeus, tendo em conta a sua concepção estética, uso prático e grau de inovação. As empresas vencedoras ganham o direito de poder utilizar, durante um ano, o logótipo “Escolha do Consumidor Europeu” nos seus produtos e meios de comunicação.

Quebrado impasse nas obras do mercado

As obras de remodelação no emblemático Mercado de Campo de Ourique, em Lisboa, que desde 2006 avançam aos soluços e com paragens prolongadas, foram retomadas há dias, mas as alterações previstas estão longe de agradar às vendedoras de peixe.

"A mudança não vai trazer melhores condições, pelo contrário. Vamos ficar em espaços mais pequenos, pagando muito mais em taxas, além da água e da luz. Já andei por lá a medir e terei menos um metro", queixa-se ao JN Ana Tavares, uma das vendedoras de peixe do mercado de Campo de Ourique, sector que está a ser remodelado há quase quatro anos.

Explica que as obras de "Santa Engrácia" têm sido um tormento para os comerciantes e para a clientela, que está cada vez mais rara, muito por culpa do pó e do ruído causado pelas marteladas provenientes das obras.

O incumprimento das regras de segurança e de higiene por parte do empreiteiro da obra obrigou à paragem das obras durante muito tempo. A Câmara chamou a atenção da empresa responsável pelos trabalhos, mas esta recusou-se a fazer as alterações pretendidas pela edilidade. A rescisão do contrato foi inevitável. O piso, por exemplo, não era anti-derrapante e tratando-se de uma zona de venda de pescado, o pavimento tinha que ter estas características.

As vendedoras de peixe souberam que a empreitada estava prestes a retomar o seu curso quando o piso inadequado começou a ser retirado. "Agora vamos ter que conviver novamente com o barulho. A poeirada é deixada para o período da tarde, altura em que já não há venda de peixe", diz.

"Não sei como vou suportar tanta despesa. Isto é para acabar com a praça. Já pago 250 euros pelo espaço que ocupo e as bancas de pedra fui eu que as comprei. Disseram-nos que os preços vão duplicar", desabafa, por sua vez, Lúcia Alves, que começou a vender peixe aos 12 anos, para ajudar a mãe e hoje explora o negócio com o marido.

Na sua opinião, "algo tem que ser feito para não deixar morrer aquele que já foi um dos melhores mercados de Lisboa". Defende mesmo o alargamento do horário para garantir clientela.

Rodeados por supermercados

Deolinda Rocha ainda se lembra dos tempos em que a clientela era tanta que "nem tempo tinha para respirar". Vendedora de peixe há 37 anos no Mercado de Campo de Ourique, chegou a ter empregada para ajudar, mas hoje vende o pescado a conta-gotas.

"Não pedimos estas obras e agora querem que sejam os comerciantes a pagar, ainda por cima mais do que o dobro", sublinha, acrescentando que é sufocante a concorrência dos supermercados. "Estamos cercados por eles. São uns oito aqui à volta".

Deolinda Rocha afirma ainda que as novas bancas serão mais baixas, obrigando os vendedores a trabalhar mais curvados e que, por baixo, não há espaço para guardar as caixas do pescado.

in JN

Obra a obra Lisboa melhora?

CML prepara parceria com Ordem dos Arquitectos

In Público (24/3/2010)

«A Câmara de Lisboa discute hoje uma proposta de protocolo com a Ordem dos Arquitectos com vista à elaboração de concursos para intervenções em diversas zonas da cidade, entre as quais a doca de Pedrouços.

A requalificação de Pedrouços é essencial para a passagem da Volvo Ocean Race 2011-2012 em Lisboa, que acolherá a primeira escala da 11.ª edição da regata de circum-navegação. Para a doca está prevista a requalificação do espaço público, a criação de uma área de actividades económicas e outra ligada às ciências médicas, por reconversão da antiga Docapesca, bem como a criação de novas ligações directas (viárias e pedonais) entre a cidade e o rio e o concelho de Oeiras.

O plano abrange igualmente a criação de um percurso pedonal de atravessamento de toda esta zona, desembocando no rio, em frente do Forte do Bom Sucesso. Para um terreno da zona de Pedrouços pertencente à autarquia lisboeta estão previstos um edifício misto de habitação e serviços, uma biblioteca pública, estacionamento público em cave e uma praça pública com actividades comerciais e culturais. Esta zona terá igualmente uma ligação pedonal à frente ribeirinha. Segundo anunciou no ano passado o vereador do Urbanismo de Lisboa, Manuel Salgado, o projecto irá ser entregue a novos arquitectos.

Além de um centro náutico para vela e motonáutica, que servirá também para acolher a Volvo Ocean Race, a frente de rio que liga Lisboa a Oeiras contará com a reabilitação da praia de Algés, local onde será criado um espaço lúdico-recreativo com zona de praia e uma piscina flutuante. Dos planos da Câmara de Lisboa para a beira-Tejo faz ainda parte o prolongamento da Avenida de D. Carlos I por túnel até à zona ribeirinha e duas passagens pedonais até ao Tejo na zona do aterro da Boavista e na Calçada Ribeiro dos Santos. Lusa»

António Costa quer aumentar biodiversidade em 20 por cento no prazo de uma década

In Público (24/3/2010)
Por Inês Boaventura


«Em Novembro, a autarquia quer lançar um guia dos percursos de Monsanto e reabir a Estufa Fria

Sabia que em Lisboa existem mais de 140 espécies animais e 123 vegetais, grande parte das quais no Parque Florestal de Monsanto? O socialista António Costa admitiu ontem, no dia em que a autarquia lisboeta assumiu o compromisso de aumentar a biodiversidade do concelho em 20 por cento até 2020, que aqueles números constituíram "uma surpresa" para si.

Muita gente desconhece que em Lisboa existe esta quantidade de espécies", reconheceu também o vereador do Ambiente Urbano e Espaços Verdes. Segundo José Sá Fernandes, há no concelho 100 espécies de árvores, seis de peixes, quatro de anfíbios, 12 de répteis e 18 de mamíferos, além de várias espécies de artrópodes. Quanto à flora, são 123 as espécies de árvores, arbustos e herbáceas identificadas.

Ontem, a autarquia estabeleceu um protocolo com a agência municipal Lisboa E-Nova e com o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, com vista à elaboração até Outubro deste ano de uma matriz de indicadores de biodiversidade urbana, e subsequente mapeamento dessa realidade. O objectivo último é "aumentar o potencial de biodiversidade da cidade de Lisboa em 20 por cento até 2020".

"É um programa muito ambicioso mas acho que está completamente ao nosso alcance", disse o vereador Sá Fernandes, sublinhando que o cumprimento dessa meta se traduzirá numa maior qualidade de vida para os cidadãos. "É um passo corajoso e creio que é inédito", afirmou, por sua vez, o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, que marcou presença na apresentação do programa Biodiversidade em Lisboa 2010, realizada ontem na Câmara de Lisboa.

O vereador do Ambiente Urbano e Espaços Verdes aproveitou a oportunidade para divulgar uma série de iniciativas que vão ter lugar nos próximos meses, por ocasião do Ano Internacional da Biodiversidade. Entre Julho e Agosto, com a conclusão das obras de requalificação de vários jardins e a abertura de esplanadas, será tempo de "fruir da biodiversidade".

Entre Novembro e Dezembro, a Câmara de Lisboa prepara-se para lançar um guia de Monsanto com cerca de 150 páginas, dando conta de todos os percursos possíveis no interior do parque florestal, seja a pé ou de bicicleta. Também nessa altura deverá reabrir a Estufa Fria, que está encerrada desde Abril de 2009 devido ao risco de colapso da cobertura e cujo final das obras estava previsto para Agosto.

Quanto às actividades já realizadas nos primeiros meses de 2010, Sá Fernandes destacou a plantação de mais de seis mil árvores e a limpeza de infestantes em Monsanto.»

Ministério Público já produziu acusação em 12 inquéritos ao Urbanismo de Lisboa

In Público (24/3/2010)
Por José António Cerejo

«Dos 66 inquéritos por indícios de corrupção e outros crimes no exercício de funções públicas no sector de Urbanismo da Câmara de Lisboa houve acusação em pelo menos uma dúzia

Seminário em Abril

O balanço não é completo, mas a sua actualização parcial, conjugada com os dados divulgados em Junho passado, permite dizer que pelo menos 18 por cento dos inquéritos abertos desde Julho de 2007 a factos relacionados com os serviços de Urbanismo da Câmara de Lisboa já tiveram acusação do Ministério Público.

De um total de 66 inquéritos instaurados - 35 no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa (DIAP) e 31 na Unidade Especial de Investigação (UEI) criada pelo procurador-geral da República na sequência da sindicância realizada àqueles serviços - pelo menos 12 foram alvo de acusação e 29 foram arquivados por insuficiência das provas.

A actualização parcial obtida pelo PÚBLICO junto do DIAP mostra que nos 31 inquéritos da UEI foram dados até agora cinco despachos de acusação, enquanto 16 processos foram arquivados e dez continuam em investigação. Entre os cinco que receberam acusação, um aguarda o início do julgamento e um segundo está no prazo em que pode ser requerida a instrução. Noutro já foi pedida a instrução, um quarto foi objecto de não pronúncia do juiz de instrução, tendo o Ministério Público recorrido para a Relação e um último está já em julgamento. Neste caso, relacionado com o licenciamento de um edifício na Travessa da Ilha do Grilo, estão a ser julgados dois arquitectos camarários acusados de abuso de poder (violação de deveres para benefício ilegítimo do próprio ou de terceiros).

Já o processo em que o Ministério Público recorreu da não-pronúncia, no mês passado, estava em causa a alegada prática de crimes de abuso de poder por parte da ex-vereadora Helena Lopes da Costa (PSD) e de três técnicos do seu gabinete. Aquele em que foi requerida a instrução prende-se com uma obra na Calçada das Necessidades em que está em causa o crime de prevaricação. A aguardar julgamento está uma acusação de corrupção de que não se conhecem detalhes.

Quanto aos 35 processos do DIAP, os números de Junho mostram que, nessa altura, sete tinham tido acusação, 13 tinham sido arquivados, 14 estavam pendentes e um tinha sido incorporado num dos outros. Nos que já tinham acusação destaca-se o da permuta do Parque Mayer, em que o ex-presidente Carmona Rodrigues, dois dos seus vereadores e três técnicos foram pronunciados por prevaricação e abuso de poder, aguardando julgamento. Entre os outros seis que já tinham acusação há quatro de corrupção, um de peculato e um de burla.»