31/12/2011

Quercus elege desinvestimento nos transportes públicos como um dos piores factos ambientais de 2011


Quercus elege desinvestimento nos transportes públicos como um dos piores factos ambientais de 2011
30.12.2011
PÚBLICO

O desinvestimento nos transportes públicos, no âmbito do plano estratégico apresentado pelo Governo, está entre os piores factos ambientais de 2011 eleitos pela associação Quercus.

A associação refere, em comunicado, o corte de linhas ferroviárias, nomeadamente no interior do país, o que “ameaça de forma irreversível a coesão territorial e também social, afectando as populações mais frágeis e aumentando o seu isolamento”. Além disso, a Quercus denuncia o fim de várias carreiras urbanas e o aumento do preço dos transportes, medidas que vão “diminuir ainda mais a competitividade dos transportes colectivos face ao transporte individual”.

A lista dos piores factos ambientais inclui também o acidente na central nuclear japonesa de Fukushima, a 11 de Março, e a continuação do Plano Nacional de Barragens que, para a associação, é uma “teimosia” do Governo. “A atitude de prosseguir com a construção da Barragem do Tua, mesmo após todos os avisos, poderá colocar o Património da Humanidade do Douro Vinhateiro em risco”.

O rol segue com o atraso superior a dois anos nos planos de região hidrográfica, a falta de fiscalização na área dos resíduos, os transvases realizados em Espanha – que “retiraram água em excesso ao rio Tejo” - e com a falta de controlo do nemátodo da madeira do pinheiro, que causa a “murchidão e um declínio acentuado nas áreas de pinhal-bravo em Portugal”.

A associação critica ainda o fim dos incentivos fiscais às energias renováveis e à eficiência energética em sede de IRS e a falta de recursos afectos ao controlo da qualidade do ar e da água, o que ameaça a saúde das populações.

Sobreiro entre o que de melhor aconteceu

Mas 2011 também ficou marcado por aspectos positivos. Na lista dos melhores factos ambientais, a Quercus coloca o “abandono de várias obras públicas que não se encontravam suficientemente justificadas e não eram realmente necessárias”. Tal é o caso do Novo Aeroporto de Lisboa e algumas das vias rodoviárias previstas, como a Estrada Regional 377-2 que iria atravessar a Mata dos Medos e as Terras da Costa.

Outro aspecto positivo foi a declaração, por unanimidade, pela Assembleia da República do sobreiro como árvore nacional, a transposição da Directiva europeia sobre resíduos e a declaração da Região Autónoma dos Açores como Zona Livre de Transgénicos.

A Quercus assinala como positiva a celebração de 2011 como Ano Internacional das Florestas e a “expansão do fenómeno das hortas urbanas (...) que alastram de Norte a Sul do país” porque, no seu entender, “promovem a eco-sustentabilidade e complementam a subsistência e/ou o rendimento das populações, para além de terem um papel relevante ao nível do lazer e coesão social”.

Para 2012, a Quercus receia a “expansão das áreas de eucalipto em Portugal e a promoção de novas plantações intensivas” e as consequências da compra da participação estatal da EDP (21,35%) pela empresa China Three Gorges. “Esta empresa chinesa foi responsável pelo polémico projecto de barragens no rio Yangtzé, denunciado pela Amnistia internacional devido à falta de respeito pelos direitos humanos e ambientais, mas sendo as condições sociais e o enquadramento legal em Portugal, substancialmente diferentes dos da China, será de acompanhar com vigilância e sentido crítico, o rumo que a EDP no seu todo irá tomar”, escreve.

A Quercus diz ficar atenta à intenção do Ministério do Ambiente em limitar a exportação de materiais recicláveis e assim defender a indústria portuguesa de reciclagem e ao reforço da “produção agrícola nacional mas de forma sustentável”.

2012 será ainda um ano “para que se opte com mais frequência, e sempre que possível, pelo transporte a pé, de bicicleta e de transportes públicos, evitando o uso do automóvel e contribuindo assim para ganhos na saúde individual e na luta contra a emissão de gases com efeito de estufa e as consequentes alterações climáticas”.

Na cena internacional, a Quercus chama a atenção para o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos, que se celebra em 2012, e para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio + 20, a decorrer de 20 a 22 de Junho.
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A imagem foi acrescentada ao artigo do Público ...
António Sérgio Rosa de Carvalho

Um desejo chamado eléctrico (18)


Opinião in Público

Um erro estratégico. Não temos outra forma de qualificar a decisão que, se vier a ser tomada, implicará consequências graves para a cidade: a extinção da carreira de eléctrico E-18, que faz a ligação entre a Baixa e a Ajuda.

E, como não seria a primeira vez, no que respeita às carreiras de eléctricos, que se decidiria pela extinção de percursos que hoje se mostram importantes ou mesmo imprescindíveis, e como podemos estar a assistir ao fim definitivo daquilo que já foi uma verdadeira rede de transporte colectivo, equilibrada e abrangente, exporemos de seguida, por “A+B”, o erro estratégico em que se incorrerá.

“A”. Uma decisão destas será tomada em contraciclo.

Não são hoje os transportes públicos não poluentes, ou quase, um must em termos de economia desejavelmente sustentável? Num país que não consegue cumprir os mínimos no que toca à Agenda 21? Um desiderato das economias dos países civilizados, com as quais Portugal se gosta de comparar? Fará sentido extinguir-se uma carreira de eléctrico, promovendo inelutavelmente o caos automóvel da cidade e em consequência a ineficiência do autocarro? Fará sentido extinguir-se uma carreira que liga a uma zona sempre ignorada pelo metropolitano de Lisboa?

Um dos argumentos próextinção do E-18 terá sido o de que há autocarros que fazem ou farão o mesmo percurso que aquele eléctrico faz, e que, portanto, quem o frequenta passará a frequentar o autocarro. Sem problema, ponto.

Ora este argumento é falacioso: em primeiro lugar, há relatórios internacionais que demonstram que o passageiro-tipo do metro não é o mesmo que utiliza transportes à superfície, pelo que não há redundância. Em segundo lugar, se assim não fosse, já se teriam encerrado carreiras de autocarro que passam pelas avenidas servidas pelo metro e, em terceiro lugar, com as características dos arruamentos em causa, um autocarro dificilmente será tão eficaz e eficiente quanto um eléctrico.
Ignorou-se – e pelos vistos continua a ignorar-se – o que tínhamos de bom e encerraram-se linhas e mais linhas de eléctrico.

Curiosamente, e uma vez chegados à inevitável insustentabilidade do primado do automóvel sobre tudo o que mexe, desde logo sobre o peão, o lisboeta é bombardeado em cada véspera de eleições autárquicas com um abrangente pacto de promessas sobre mobilidade sustentável do qual faz parte, como é da praxe, o “anúncio” da criação de um sem- número de linhas de… eléctrico, muitas delas decalcadas de linhas encerradas nas últimas décadas.

“B”. Do ponto de vista da Economia, propositadamente com “E”, não estará a tal recomendação que aponta para a extinção do E-18 manca, porque falha de externalidades positivas? Não é o eléctrico um símbolo de Lisboa? Não vai o E-18 da Baixa à Ajuda, percorrendo assim um eixo vital do ponto de vista turístico, que culmina no tão apregoado vector estratégico BelémAjuda, e para o qual, e bem, se pretende desenvolver uma série de investimentos de reabilitação urbana, recuperação e valorização de espaços e percursos ( jardins das Damas e Botânico, loteamento a sul do Palácio da Ajuda, Teatro Camões, pólo universitário)?

Em “economicês”, portanto, o E-18 garante uma série de externalidades positivas importantes que duvidamos que os autocarros garantam, pelo contrário!

Em conclusão, o fecho do E-18 (tal como a não reabertura – designadamente – do E-24, do Cais do Sodré-carmo/campolide), numa cidade em que a mobilidade é um exemplo de puro casuísmo, representa não só uma decisão em contraciclo, afastando-nos dos países mais avançados, como uma oportunidade perdida de, face à crise que atravessamos, fazer dela uma “janela de oportunidade” para dar um salto em frente na suavização da mobilidade, no combate ao estacionamento selvagem e nas ligações entre os bairros da cidade.

Por fim, uma atenção desassombrada à iniciativa privada permitiria a partilha de recursos e a diversificação de soluções no que toca à exploração das carreiras. Cruze-se isso com o turismo e com a cultura, e talvez seja mais fácil e saudável viver em Lisboa.

Estamos ainda a tempo de evitar um erro estratégico. Basta que haja a coragem de tomar a decisão certa: a da manutenção deste eléctrico que a cidade deseja. Pelo Fórum Cidadania Lx Paulo Ferrero, Nuno Santos Silva, Nuno Caiado, Luís Marques da Silva, Virgílio Marques, Nuno Franco, José Morais Arnaud, Margarida Pardal, João Filipe Guerreiro e Jorge Lima

Comissão quer motivo dos ajustes directos no site da câmara



Pelo menos 27 milhões em nove meses

A Comissão para a Promoção de Boas Práticas recomendou, no final do mês passado, que todos os contratos por ajuste directo sejam publicados no site da câmara, "de forma organizada e acessível". Esta plataforma conteria mais informações do que a base nacional dos ajustes directos já existente, disponibilizando "toda a informação inerente à contratação, incluindo a decisão de escolha do procedimento e a sua fundamentação". A comissão sugere ainda que sejam disponibilizados igualmente os dados por áreas de contratação, incluindo "relatórios estatísticos que indiquem o valor total e médio dos contratos, por mês e por ano".
No documento, a comissão recorda que, ainda que a legislação vigente preveja que o ajuste directo se limite "a empreitadas e aquisições de menor valor" (limite de 75 mil euros para as aquisições e de 150 mil euros para as empreitadas), o Código dos Contratos Públicos permite o recurso ao ajuste directo independentemente do valor do mesmo. Para tal, diz a alínea c) do n.º 1 do artigo 24, terá de se tratar de um caso de "urgência imperiosa". No entender dos comissários, esta possibilidade abre a porta a "critérios subjectivos que podem conduzir ao abuso", permitindo "um risco acrescido de favorecimento na adjudicação de contratos públicos".
Segundo dados recolhidos pela comissão, entre Outubro de 2010 e Junho de 2011, os serviços camarários gastaram "pelo menos 27 milhões de euros" em contratos por ajuste directo. "Pelo menos" porque existe "falta de informação por parte de alguns serviços". Fábio Rodrigues in Público
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António Sérgio Rosa de Carvalho.

Publicidade no mobiliário urbano de Lisboa sem rei nem roque há muitos anos


As empresa JC Decaux e Cemusa têm o exclusivo da publicidade até 2015
Por Ana Henriques in Público

Serviços camarários não fazem qualquer fiscalização dos contratos firmados com as empresas JC Decaux e Cemusa em 1995, garante a Comissão para a Promoção das Boas Práticas

A Câmara de Lisboa não tem praticamente nenhum controlo sobre o cumprimento dos contratos que estabeleceu com duas empresas privadas para a afixação de publicidade nos mupis, paragens de autocarro e outro mobiliário urbano da cidade.
A conclusão consta de uma recomendação da Comissão para a Promoção das Boas Práticas, criada pela câmara em 2008 para reduzir os riscos de corrupção nos seus serviços. "Verificou-se uma quase total ausência de controlo sobre o cumprimento dos contratos, fruto desde logo de (...) não haver qualquer serviço verdadeiramente responsável pela gestão centralizada destes contratos, mas também da inércia dos serviços com competência relativamente a aspectos parcelares dos mesmos", refere o documento, assinado no mês passado pelo presidente da comissão, Luís Barbosa, e pelos seus dois vogais.
Os comissários estranham que a câmara nem sequer encontre os contratos: "Os serviços camarários (...) não conseguiram apresentar à comissão os indispensáveis suportes documentais relativos quer à decisão inicial de contratar, quer às alterações subsequentes. É uma situação difícil de compreender, para mais não sendo os contratos meros documentos históricos, antes encontrando-se ainda vigentes e em execução".
Com efeito, os contratos com a Cemusa e a JC Decaux, as empresas em causa, foram firmados em 1995 e só terminam em 2015. "Terão resultado de uma decisão extrajudicial "salomónica", na sequência de um concurso ganho por uma das empresas e judicialmente impugnado pela outra", recorda o documento. Para contentar ambas as firmas, os responsáveis camarários resolveram na altura duplicar a publicidade no mobiliário urbano da cidade, criando aquilo a que a comissão chama uma situação de duopólio. Mas a poluição visual resultante da decisão parece nem sequer estar a render o que devia.
Diz a comissão que a deficiência de controlo do cumprimento dos contratos pela câmara não se limita às contrapartidas, financeiras ou de outro género, a que as duas empresas estão obrigadas: "Para saber quantos equipamentos publicitários elas instalaram, e portanto para saber se estão a ser cumpridos os limites estabelecidos nos contratos, é preciso perguntar às próprias empresas e aceitar como boas as respostas destas".
Mesmo quando os contratos terminarem, em 2015, o problema da distorção da concorrência pode não ficar sanado: há mobiliário urbano que pode continuar a ser propriedade das duas empresas, "situação que, a não ser acautelada em futuros procedimentos, lhes poderá conferir uma vantagem competitiva indevida". A comissão recomenda por isso diversas medidas à câmara, nomeadamente para evitar a distorção da concorrência no sector.
Contactada pelo PÚBLICO para se pronunciar sobre o caso, a câmara não forneceu qualquer resposta. A Cemusa também não, tendo o seu director-geral dito que se encontra na empresa há apenas um ano. Já o administrador da JC Decaux António Moita assegurou que a sua firma "cumpre escrupulosamente as obrigações contratualmente assumidas" com o município, sem esquecer tudo o que diz respeito "aos interesses dos munícipes".

Elevadores do Bairro do Rego avariados e sem data para voltarem a funcionar

É quase meia centena de degraus a trepar e outros tantos a descer naquele que é, para quem não tem automóvel e vem da zona da Avenida de Berna, o principal acesso ao bairro

in Público
Ana Henriques

Os elevadores que ligam o Bairro do Rego ao resto da cidade de Lisboa, perto da Praça de Espanha, estão avariados pela enésima vez e ignora-se quando voltarão a funcionar.
Aos habitantes que não se deslocam de automóvel resta subir e descer os três lanços da passagem aérea sobre a linha férrea onde estão instalados os ascensores imobilizados. Ou então seguir viagem por outra ponta do bairro, até à Av. dos Combatentes e à Praça de Espanha - percurso que, com os seus estreitos passeios e os carros velozes, mais se assemelha a uma via rápida.
Já todos perderam a conta às vezes que os elevadores tiveram problemas desde que começaram a funcionar, há mais de uma década. "Estão constantemente avariados, transformando o bairro num bunker", observa a presidente da Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, a social-democrata Idalina Flora. "O que me dói são os velhotes que têm de ir ao Hospital Curry Cabral, coitadinhos". É que a unidade de saúde está mesmo ali ao lado - mas, para os habitantes do Rego, fica do lado errado da linha do comboio. Desta vez, o ascensor que dá para dentro do bairro está parado há perto de oito meses.
O que fica ao lado do hospital, na ponta oposta da passagem aérea, avariou há cerca de dois. São três lanços de degraus para trepar e outros tantos para descer. As causas de tantas avarias são variadas.
Quase sempre foi preciso chamar a empresa fornecedora do equipamento, a Otis, que só por uma
das reparações efectuadas no ano passado cobrou 1580 euros. Mas o principal problema, diz Idalina Flora, reside no facto de as fundações da passagem aérea em que encaixam os elevadores não terem sido concebidas para escoarem a água da chuva, o que ocasiona constantes curto-circuitos no Inverno. A solução passa por fazer novos canais de drenagem nas caixas dos elevadores. "Como a câmara não tem dinheiro, a junta ofereceu-se para comparticipar os custos. Falta os serviços camarários entregarem-nos o projecto", diz Idalina Flora, que espera ter o
problema resolvido em Fevereiro. Entretanto os ascensores continuarão parados.
Em 2008, escassos sete meses depois de ter sido eleito presidente da câmara, António Costa gabou-se na assembleia municipal de ter resolvido alguns "pequenos grandes problemas" da cidade, incluindo este. "A Rede Ferroviária Nacional e a Câmara de Lisboa não se entendem sobre os elevadores", resume a presidente da junta. "A culpa é nossa", diz Ana Maria Sobral, uma habitante reformada de 65 anos, antes de começar a escalada de 47 degraus. "Se nos sentássemos todos na estrada a bloquear o trânsito, isto já se tinha resolvido".

Att. Vereador Sá Fernandes




Que se passa com este quiosque degradado na Rua dos Caminhos de Ferro/ R. Diogo do Couto? (fotos: FJ)

Atelier-Museu Júlio Pomar foi prometido há onze anos e obras continuam por acabar

In Público (29/12/2011)
Por Fábio Rodrigues


«Abertura do atelier-museu Júlio Pomar ainda não tem data prevista (Adriano Miranda/arquivo)


Edifício comprado pela Câmara de Lisboa em 2000 tem as obras paradas e a Polícia Municipal guarda-o dia e noite. Autarquia nada diz. Fundação Júlio Pomar espera conclusão em breve.

Quem sobe a Rua do Vale, perto de São Bento, vê a igreja paroquial das Mercês perfeitamente recortada no topo do declive. Contudo, desde o início de Novembro um outro elemento se adicionou ao quadro: um carro da Polícia Municipal, estacionado religiosamente em frente à igreja, no Largo de Jesus. A viatura marca presença diária, noite e dia, garantem os moradores, sem que ninguém tenha a certeza de qual a sua missão.

A presença da autoridade relaciona-se com um edifício em particular - o número 7 da Rua do Vale. O imóvel, um antigo armazém datado do século XVII, foi adquirido pela Câmara de Lisboa por 575 mil euros há cerca de 11 anos. O objectivo era a sua recuperação para ali instalar o atelier-museu do pintor Júlio Pomar, conforme foi deliberado pela assembleia municipal em Setembro de 2000, quando João Soares era presidente da câmara. Onze anos depois, o museu continua com as portas por abrir e com sinais de obras no interior.

Uma viatura da Polícia Municipal passou a ser observada na área, a partir do início de Novembro. O presidente da Junta de Freguesia das Mercês, Alberto Bento, conta que uma queixa sua pode ter originado essa situação. "No final de Outubro, a empresa encarregada da empreitada retirou os andaimes, deixando resíduos na via. A junta comunicou a situação à câmara, informando também que um dos moradores tinha avistado um indivíduo a rondar a casa durante a noite", afirma. Poucos dias depois, a rua foi limpa e a presença da polícia tornou-se habitual.

A obra, projectada por Siza Vieira, foi adjudicada à Edificadora Luz e Alves em Dezembro de 2006 e arrancou passados quatro meses. Depois de anos marcados por sucessivas paragens nos trabalhos, a empresa retirou-se do local no final de Outubro deste ano. Porém, a obra já estava parada há vários meses e, durante esse tempo, era um funcionário da empresa que guardava o imóvel. Segundo o técnico da empresa que dirigiu a obra, Marco Carapeto, esta foi marcada por atrasos sucessivos, relacionados com a complexidade do trabalho e com faltas de pagamento. No final de Outubro deste ano, a Luz e Alves entendeu que estava "terminada a sua ligação à obra" e retirou-se do local, não tendo ainda chegado a acordo com o município sobre os pagamentos em falta. Contactada pelo PÚBLICO, a câmara nada disse.

Logo em 2000, a câmara decidiu que o espaço seria utilizado vitaliciamente por Júlio Pomar como atelier. Estabelecido ficou também que quando o pintor cessasse a sua actividade no edifício, este seria convertido em atelier-museu. O pintor já não irá, contudo, utilizar o espaço, que servirá apenas na sua vertente museológica. "A ideia de um atelier teve sentido quando surgiu, mas passado tanto tempo, não é a melhor opção", afirma Júlio Pomar. O artista, com 85 anos, diz estar habituado ao seu espaço de trabalho e explica: "Já não tenho idade para grandes cavalgadas".

De acordo com Alexandre Pomar, filho do pintor e administrador da Fundação Júlio Pomar, o espaço será "incluído na rede museológica municipal e gerido pela câmara". A fundação, criada inicialmente como parte deste projecto, "assumirá um papel de colaboração e de gestão dos direitos de autor". Segundo Júlio Pomar, a designação de atelier será mantida. "O espaço é pequeno, seria despropositado chamar-lhe museu."

Apesar da paragem das obras, a câmara gastou já este ano cerca de 200.000 euros na aquisição de equipamentos e móveis destinados ao museu. Segundo Alexandre Pomar, a abertura do espaço poderá estar para breve. "Em reuniões com a câmara foi-nos comunicado que será realizada uma empreitada final para acabamentos no início de 2012".

Júlio Pomar, por seu lado, classifica os atrasos como "dificilmente evitáveis", acrescentando acreditar que a câmara abrirá brevemente o espaço: "Acredito que no próximo ano já estará a funcionar".»

Aplaudimos de pé !!! ... Mais vale tarde ... do que nunca ...


Parabéns ao Público ...


O reclamo está junto ao Jardim Botânico e não é o que a câmara aprovou

Câmara ordena remoção de reclamo ilegal
Por José António Cerejo in Público

A Câmara de Lisboa ordenou a remoção do reclamo montado há dois anos em cima do Hotel Vintage, na zona de protecção do Jardim Botânico, em violação do projecto aprovado. Simultaneamente foi aberto um inquérito disciplinar aos fiscais camarários que, em Agosto, assinaram uma informação onde afirmam que o dispositivo respeita o projecto.
De acordo com o porta-voz do vereador Sá Fernandes, João Camolas, a decisão foi tomada há dias, na sequência de uma averiguação aberta após a divulgação pelo PÚBLICO, no fim do mês passado, das condições em que o reclamo foi instalado ao alto da Rua do Salitre. Segundo a mesma fonte, foi também determinada a instauração de um processo de contra-ordenação contra a Sycamore, a empresa proprietária do hotel, por desrespeito da licença.
O projecto aprovado pelo município em Novembro de 2010, apesar de o Igespar o ter chumbado, previa um reclamo bastante mais pequeno e não rotativo. Aquele que lá está, porém, é um outro, rotativo e com 3,5 metros de altura, que tinha sido montado ilegalmente um ano antes. A Sycamore, do grupo Carlos Saraiva, tem como vice-presidente Margarida Magalhães, que foi vereadora do Urbanismo quando João Soares era presidente da câmara.

29/12/2011

Um outro tipo de Reabilitação Urbana ... por António Sérgio Rosa de Carvalho


Andamos de tal forma atordoados com o turbilhão de alarmantes notícias à volta do desastre Patrimonial que está a tomar lugar nas Avenidas ... que não reparamos ... nestes dois exemplos de Reabilitação Urbana na Mouraria que finalmente, depois de vários anos de um lento e penoso "arrastamento"... foram concluídos.( mesmo ao lado da Igreja ).
Aliás, isto não é de estranhar ... pois se este "bloco" já anda em obras desde o tempo de Sampaio quando se iniciaram as intervenções... e as obras se têm arrastado por diversos mandatos posteriores ... nunca se fez tão pouco, como no presente, neste tipo de Reabilitação Urbana desenvolvida pelas Unidades de Projecto e Gabinetes Locais.
E ... no entanto, apesar da quase inexistência de uma Cultura e de Arquitectos de Restauro em Portugal, estas intervenções têm sido o mais correcto e o mais aproximado de um Restauro, que se tem feito em Lisboa ( e em Portugal : Guimarães / Porto Barredo-Ribeira ).
Mas ... Manuel Salgado tem demonstrado um grande desinteresse por este tipo de Reabilitação ... e tem desenvolvido uma "outra" Reabilitação, com grande desprezo pelo Património ... cujos resultados já são vísiveis nas Avenidas ... e no prestígio e imagem deste Executivo.
Como anda António Costa ... mal aconselhado ...












Assim se descrevia na época ( 1998 ) o P.I.C. Projecto Integrado do Castelo e filosofia de Reabilitação Urbana que o assistia e sustentava...

"O Projecto Integrado do Castelo constitui uma Operação Piloto de Valorização Sócio-Cultural e Turística, promovida pela CML através do Direcção Municipal de Reabilitação Urbana. O seu âmbito de intervenção é muito abrangente e diversificado: começa pelas pessoas (residentes e turistas) vai até ás infra-estruturas em subsolo (rede de águas, gás, electricidade, telefones, TV-Cabo), passa pela reabilitação dos edifícios mantendo as técnicas construtivas originais, recuperando os seus elementos característicos e introduzindo melhores condições de habitabilidade, nomeadamente sanitárias (insolação, ventilação e casas de banho),até às pinturas exteriores feitas com pigmentos naturais sobre rebocos de cal. Passa ainda pelo desenvolvimento do comércio de carácter diário ou de índole turística e pela oferta de equipamento de qualidade relativo a Lisboa e à sua história.(...)"

"As intervenções no edificado são reduzidas ao mínimo e procuram assegurar a estabilidade e durabilidade das construções, garantindo condições de habitabilidade e salubridade, respeitando a traça original e eliminando elementos que a adulterem, e são realizadas segundo as técnicas e os materiais originais.
Este tipo de reabilitação reduz o desperdício de materiais, recupera tecnicas tradicionais de construção que recorrem a materiais naturais e à conservação passiva de energia (calor e frio), permitem uma mais forte incorporação de mão-de-obra e recorrem a mais de mil postos de trabalho que reduzem o desemprego local, procurando ir ao encontro de preocupações ecológicas e sociais, de poupança de energia e de sustentabilidade."


P.I.C. Projecto Integrado do Castelo.








Projecto para instalar hotel em prédio que ardeu no Natal só mantinha antigas fachadas


Por Ana Henriques in Público

Demolição de edifícios que constam do inventário municipal do património nem sempre é fácil

Os proprietários do prédio que ardeu na noite da consoada na Avenida Elias Garcia, em Lisboa, querem transformar o antigo edifício e os prédios vizinhos num hotel.
Um pedido de informação prévia que apresentaram à câmara em Abril prevê a demolição dos interiores e a manutenção das fachadas dos imóveis, parte dos quais constam do inventário municipal do património e dão já para a Avenida da República. Depois do incêndio, que se suspeita ter tido origem criminosa, não se sabe se será possível preservar as fachadas.
O técnico da autarquia que analisou o projecto há dois meses entendeu que ele é passível de contrariar o Plano Director Municipal, uma vez que nos edifícios desta zona da cidade apenas são permitidas obras de remodelação e ampliação "que não tenham subjacentes as mudanças de usos habitacionais em terciário".
"Tratando-se a proposta apresentada de uma construção nova, em virtude de apenas serem mantidas (...) duas fachadas principais", escreveu o técnico camarário, a transformação dos edifícios em hotel "não é viável" - a menos que sejam utilizados outros parâmetros de análise do PDM.
O valor arquitectónico dos edifícios - um dos quais foi desenhado por Norte Júnior - também foi uma questão levada em conta nesta avaliação do projecto feita dois meses antes do incêndio. A demolição de edifícios constantes do inventário municipal do património só se pode fazer mediante uma autorização especial da câmara. "Terá que ser realizada uma vistoria", refere o parecer de Outubro. O pedido de transformação desta parte do quarteirão entre a Av. da República e a Elias Garcia em hotel foi feito por um empresário de Braga, Rui Anjo, que o PÚBLICO tentou, sem sucesso, contactar.
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Mais uma vez um técnico tentou defender, através do seu parecer, a Lei.
Esperem até o novo P.D.M. ser implementado...
Manuel Salgado tem que definir em público de forma clara e definitiva qual é a sua estratégia para a Reabilitação Urbana das Avenidas.
Depois destes acontecimentos e perante as denúncias feitas vezes sem conta neste “blog” do que está a acontecer ... e do que se prepara ... ilustrado pelas fotos publicadas dos pedidos de Licenciamento e propostas de Demolições Integrais Sistemáticas dos Interiores para dezenas de edifícios com Valor Patrimonial nas Avenidas... perante este “Holocausto” Patrimonial ... temos o direito não só de “pedir” explicações e definições ... claras e não evasivas ... mas ... de as exigir !!
Esta é a sua responsabilidade como Vereador e Estratega perante os cidadãos e os eleitores de Lisboa!
Qual é a posição do Sr. Presidente da C.M.L. perante estes acontecimentos e qual é a sua visão para o Futuro da Reabilitação Urbana.?!?
António Sérgio Rosa de Carvalho.

PSD protesta

Apesar de ter acedido há cerca de um ano a uma proposta do PSD para emparedar edifícios devolutos como o da Av. Elias Garcia, a maioria socialista que governa a Câmara de Lisboa nunca levou a iniciativa por diante. Num comunicado emitido ontem, os sociais-democratas dizem que o cumprimento da proposta podia ter evitado o incêndio e derrocada do prédio em causa. Ao mesmo tempo, questionam o facto de a iniciativa ter um valor inscrito no orçamento municipal deste ano de 350 mil euros, dos quais nada foi gasto até agora.

27/12/2011

Fim do eléctrico 18 em 2012


Fim do eléctrico 18
 em 2012
Por Irina Iglésias/ A Bola


O eléctrico 18, cujo percurso liga a Rua da Alfândega ao cemitério da Ajuda,
 vai acabar a partir de Janeiro de 2012.

A medida é consequência do acordo sobre os cortes na oferta
 de transportes públicos que o Governo apresentou
 com o «Projecto de Simplificação Tarifária
e Reformulação da Rede de Transportes da Área Metropolitana de Lisboa».
O projecto que visa o fim de 23 carreiras, incluindo a rede de madrugada,
 ligações Transtejo para a Trafaria, Seixal e Montijo ao fim-de-semana, 
vai suprimir também uma das cinco carreiras de eléctricos que persistem
 na zona de Lisboa, a 18.
Esta medida suscitou a indignação da população de Lisboa
 que se sente de alguma forma prejudicada. Apesar de não
 dificultar totalmente a mobilidade das pessoas na zona
 da Ajuda, vai terminar com uma atracção turística e
 um símbolo da cidade, havendo já uma petição em 
marcha no sentido de evitar a 'morte' da carreira 18.
Além do problema histórico-cultural, outra das questões
 levantadas por esta petição refere-se à poluição com
 as emissões do autocarro que ficará a cobrir o percurso.
Os eléctricos, que continuam a circular pela capital, 
dividem-se em duas frotas distintas, os articulados 
e os históricos remodelados.
 Fazendo parte da segunda frota, o 18 tem capacidade
 para 58 passageiros e inicia as suas viagens todos os
 dias às cinco horas, até às nove da noite, por um
 trajecto de cerca de 40 minutos e que serve vários
 bairros de Lisboa, especialmente os de Alcântara e da Ajuda.
Fotos de Sérgio Miguel Santos/ASF

O que faz a CML em relação a isto?Parece que nada.
E já agora o que faz o PSD Lisboa? Parece que também nada.


Este ano 100 mil portugueses deixaram o País....


De visto na mão, com ou sem emprego já tratado, são cada vez mais os portugueses que saem e vão arriscar a vida no estrangeiro.
A história, que se repete à semelhança dos anos 60 e 70, só é notícia porque nos últimos cinco anos tem vindo a aumentar exponencialmente. Em 2011 emigraram entre 100 mil a 120 mil portugueses, um número avançado por José Cesário, secretário de Estado das Comunidades portuguesas, como cita o Jornal i. 

in DN 2011-12-27

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Um país cada vez mais envelhecido....com muita gente em idade produtiva a ir-se embora.

A Coca-Cola, a Tapada das Necessidades e as felicidades

Chegado por e-mail:


«Olá e boas festas para todos,

Repararam no último anúncio da Coca-Cola Portugal?
http://www.youtube.com/user/CocacolaPortugal

É sem dúvida o anúncio "alto-astral" que tanto precisamos, da temporada.

Mas há um detalhe que não nos deve passar despercebido: repararam que as criancinhas do anúncio correm e cantam à volta e dentro da Estufa Circular (*) da Tapada das Necessidades?

O que quer esta escolha de cenário dizer?

É só mais uma "ruína gira" de director de marketing?

Ou que é mais do que isso? Peguemos na petição de que falaram no Cidadania LX em Setembro e discutamos dois possíveis cenários.

1. Terá a Coca-Cola tem "interesses territoriais" no edifício (veja-se PT na estação Baixa-Chiado, TMN no TMN ao Vivo, Continente e Vodafone na Avenida da Liberdade)? Se sim, será esta a parceira da CML em tornar as Necessidades num putativo jardim das felicidades, e este espaço que é, em príncípio, de todos, no "feliz restaurante" da marca?

2. Ou será a Coca-Cola a parceira fundamental para fazer do projecto da Junta de Freguesia dos Prazeres (*), também falado aqui, uma realidade?

Como imaginam, se para a Coca-Cola este edifício for mais do que uma "runína gira" a escolha que fizer entre estas duas terá implicações muitíssimo diferentes, tanto para a marca como para a cidade de Lisboa.

Vale uma investigação/polémica, não vale?
Bom ano»



(*) Texto corrigido.

Escaravelho vermelho está a matar palmeiras de Lisboa


Por Ana Henriques in Público

"Se as condições climatéricas se mantiverem para o ano vai ser um caos", observa especialista. Vereador considera situação controlada

Depois de ter dizimado muitas centenas de plantas no Algarve, o escaravelho vermelho das palmeiras chegou a Lisboa, onde já infectou mais de uma centena de exemplares, obrigando ao abate de 22. Muitas mais estarão condenadas.
"Quando os efeitos da praga se tornam visíveis é normalmente tarde de mais para salvar a palmeira", explica a chefe de divisão da inspecção fito-sanitária do Ministério da Agricultura, Clara Serra. Só muito depois de ser invadida pelas grandes e vorazes larvas do escaravelho, que se alimentam das palmas e do coração da planta, a palmeira começa a dar sinais do mal. Primeiro fica ligeiramente despenteada. Na fase seguinte cai-lhe a parte de cima da copa, acabando por morrer no máximo ao fim de dois anos. Os insectos, esses rumam às próximas palmeiras saudáveis. Como conseguem voar cinco a dez quilómetros, os efeitos são desastrosos.
Em 2007, ano em que a praga foi detectada pela primeira vez em Portugal, a União Europeia considerou obrigatória a luta contra a mesma, estabelecendo medidas de emergência. Por essa altura já Espanha, Itália e outros países mediterrânicos se debatiam há vários anos com o escaravelho (Rhynchophorus ferrugineus), que é oriundo da Indonésia mas se expandiu a partir da importação de palmeiras do Egipto para a Europa. A subdirectora-geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Flávia Alfarroba, diz que depois da declaração da praga Portugal tinha o prazo de um ano para se candidatar a fundos comunitários para o seu combate, que é caro. "Isso não foi feito e perdeu-se a oportunidade", recorda.
O facto de se tratar de uma planta ornamental, e não de produção agrícola, terá pesado na decisão. Interpelada sobre o assunto pelo eurodeputado comunista João Ferreira, a Comissão Europeia mencionou estarem em curso dois projectos de investigação sobre o insecto. "Serão dedicados 3 milhões de euros à preparação de estratégias de erradicação e contenção da praga", prometeu a Comissão no início deste ano.
O Ministério da Agricultura não tem, neste momento, fundos para esse fim. "Ainda que as câmaras possuíssem dinheiro para tratar de todas as palmeiras dos espaços públicos, nós não temos capacidade para resolver a questão das que pertencem a particulares", admite Clara Serra. Solução? "As autarquias vão ter de seleccionar os exemplares mais valiosos e proteger esses".
Apesar de ter sido informada da entrada do escaravelho na cidade há um ano - altura em que apareceu noutros concelhos da área metropolitana, como Cascais e Oeiras -, só este mês a Câmara de Lisboa colocou um aviso no seu site, no qual explica que o insecto "está a pôr em causa a continuidade das palmeiras". A praga atingiu diversos pontos da cidade: já foi preciso abater exemplares no Campo das Cebolas e na Quinta das Conchas, no Lumiar, tendo sido detectados mais casos na Junqueira e na alameda do Hospital Curry Cabral. "Temos de ser realistas: não podemos salvar as palmeiras todas, não há verbas que cheguem para isso", declara Carlos Gabirro, sócio-gerente da Biostasia, firma que tem trabalhado no combate à praga. "Como o tempo esteve anormalmente quente até muito tarde, se as condições climatéricas se mantiverem para o ano Lisboa vai ser um caos. O escaravelho vai atingir todos os parques e jardins da cidade". Embora não morram, os insectos deixam de voar com o frio. A palmeira-das-canárias é o hospedeiro preferido do escaravelho, por não ter defesas naturais contra uma praga que não pertencia até agora ao seu meio ambiente. Mas todas as palmeiras lhe são vulneráveis.
"Nos espaços públicos da cidade a praga está controlada", assegura o vereador dos Espaços Verdes, Sá Fernandes, que vai contratar uma empresa para monitorizar 300 dos três mil exemplares do espaço público. O autarca diz-se mais apreensivo com as palmeiras particulares afectadas - cujos custos de abate, necessário para evitar a contaminação, chegam com facilidade aos mil ou dois mil euros. Já o tratamento preventivo custa pelo menos 400 euros anuais por exemplar. "Se o Ministério da Agricultura não tem verbas, tem de as arranjar! Ninguém pode lavar as mãos deste problema!", afirma Sá Fernandes.

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E há ainda quem "duvide", minimalize e relativize ... os efeitos e as consequências do Aquecimento Global e Mudanças Climatéricas ... no Eco-Sistema.
António Sérgio Rosa de Carvalho.
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Transcrição de um comentário de um leitor do Público online ...
Rhynchophorus ferrug
Por José Júdice - Portimão
O Rhynchophorus ferrugineus apareceu no Algarve há pelo menos 5 anos, em Espanha e Sul de França há cerca de quinze, na Turquia e na Grécia há 7. Todo o Mediterrâneo está afectado e já foi identificado na China. Há cerca de 3 anos consultei um técnico do departamento de jardins da CML, e desconhecia a praga, o bicho, e o que era... As únicas medidas realistas a tomar, atendendo aos custos, são preventivas. O tratamento das árvores doentes, tanto por particulares como pelas autoridades públicas, não é solução exequível, porque os custos são insuportáveis, 300 a 400€ por ano, todos os anos, por árvore. Havendo dezenas de milhares de palmeiras em jardins públicos, ruas e avenidas,é fazer as contas, como dizia o outro. A DRA do Algarve emitiu há dois anos uma circular passando para os proprietários (particulares e autarquias) a responsabilidade de arrancar e destruir as árvores afectadas, com resultados, no que respeita aos particulares e algumas autarquias, perto do nulo. E o mesmo sucederá em Lisboa, se não forem tomadas medidas drásticas. É pena que tenham acordado tarde. Apesar dos avisos, científicos e na imprensa, a CML só deu pelo escaravelho quando lhe caiu no quintal.

Suspeita de acção criminosa no incêndio em prédio que ardeu na Avenida Elias Garcia


Por Carlos Filipe in Público

Um recipiente contendo um líquido inflamável foi encontrado na manhã de ontem nos escombros do incêndio que na madrugada de domingo consumiu um imóvel devoluto, o número 73 da Avenida Elias Garcia, em Lisboa, reforçando a suspeita de que uma mão criminosa terá estado na origem do sinistro.
Os rumores que ontem circularam entre os moradores dos prédios vizinhos, segundo os quais aquele fogo tivera origem criminosa, apenas acrescentavam mais uma acha ao historial de suspeitas relativas a outros dois sinistros semelhantes, ocorridos no mesmo local, em Maio e Julho passados. No incêndio ocorrido no Verão foram ali encontradas três bilhas de gás. Ontem os Sapadores Bombeiros descobriram um recipiente com um líquido inflamável, não identificado.
Com tais suspeitas, alguns dos mais de 60 moradores dos prédios vizinhos afectados - dos quais 20 já regressaram às suas casas - falavam ontem na possibilidade de mover uma acção judicial contra a Câmara Municipal de Lisboa, acusando o município de não ter tomado as devidas medidas preventivas, apesar das muitas comunicações que lhe foram dirigidas pelos moradores, como alertou um daqueles moradores, Rui Meneses, citado pela agência Lusa.
O mesmo alerta já tinha sido feito pela Associação de Moradores das Avenidas Novas. Segundo José Soares, um dos seus dirigentes, a câmara não tomou as medidas de segurança necessárias, como selar o prédio para impedir a entrada de pessoas.
Técnicos da Protecção Civil Municipal fizeram na manhã de ontem uma vistoria aos imóveis contíguos e deram por seguras as suas estruturas, excepção feita à cobertura do prédio n.º 79. Devido ao estado da mesma, os moradores, que foram acolhidos em residências de familiares, só serão autorizados a regressar às suas casas depois da realização de obras.
"[A casa] está sem tecto e é perigoso ir para lá", disse à agência Lusa Lurdes Santos, moradora no último andar do edifício, lamentando não poder entrar no prédio para retirar alguns bens. De acordo com os serviços da Protecção Civil Municipal, os moradores no edifício número 77 deveriam regressar às suas casas ainda durante o dia de ontem.
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A imagem foi acrescentada ao artigo do Público ...
António Sérgio Rosa de Carvalho

26/12/2011

Defender o Eléctrico 18!

Petição pela manutenção do eléctrico 18.

A Europa à procura do avião "verde"


Aqui temos um tema da mais alta Importância para o Futuro de Lisboa.
As cidades não se encontram isoladas em “campânulas”...
Lisboa com um Aeroporto mesmo “em cima da Cidade”, está exposta a grandes desafios de Segurança ... e também Ambientais ...
A qualidade do Ar ... não depende só da circulação Automóvel ...
Pessoalmente, considero este artigo fascinante ...
António Sérgio Rosa de Carvalho.


A Europa à procura do avião "verde"
Por Ricardo Garcia in Público
Motores mais eficientes, materiais mais leves, sistemas inteligentes. Os aviões do futuro próximo não serão revolucionários, mas vão incorporar novidades para reduzir o fardo ambiental
Quando se pensa no avião do futuro, a imaginação viaja e surgem configurações fabulosas de aparelhos com asas inovadoras, fuselagens impensáveis e capacidades estratosféricas. Num horizonte mais próximo, no entanto, a realidade da aviação vai trazer soluções menos espampanantes. Dentro de 10 a 15 anos, os aviões parecerão ser os mesmos de hoje - salvo talvez pelos motores -, mas prometem incorporar inovações tecnológicas que os tornarão muito mais "verdes".
É o que pretende o programa europeu Clean Sky - uma das várias iniciativas em curso para reduzir o fardo ambiental da aviação. Numa parceria entre a indústria aeronáutica e a Comissão Europeia, o Clean Sky vai pôr no ar, nos próximos anos, uma série de voos experimentais para testar desde asas melhoradas e novos motores, a componentes estruturais e sistemas de gestão da rota.
O objectivo é ajudar a cumprir uma visão definida por Bruxelas, de modo a fazer da União Europeia o epicentro da aviação sustentável. Até 2020, os aviões deverão cortar metade do seu ruído e emissões de dióxido de carbono (CO2) e reduzir em 85% a sua poluição por óxidos de azoto (NOx), em relação aos níveis de 2000. Em 2050, os cortes são elevados para 65% no ruído, 75% em CO2 e 90% em NOx .
Em 50 anos, desde os primeiros jactos comerciais, o ruído dos motores já caiu 75% e o consumo de combustível 80%. A motivação esteve sobretudo na necessidade de poupança. Agora, o CO2 tornou-se também um inimigo a abater, por outra razão: as alterações climáticas. A partir de Janeiro, as companhias aéreas que operem na UE passarão a estar sujeitas a limites de emissões de CO2 por ano. Se forem ultrapassados, as empresas terão de comprar licenças de poluição no mercado europeu de carbono.
O aumento da frota aérea é outro problema. Segundo a Organização Internacional para a Aviação Civil (ICAO, na sigla em inglês), o número de aviões disparará para 47.500 em 2036, mais do dobro do que os 18.700 de 2006. "O esperado aumento na demanda de serviços de transporte aéreo está a ultrapassar as tendências actuais de melhorias na eficiência", diz o mais recente relatório ambiental anual da ICAO.
Várias iniciativas para acelerar a busca de novas soluções estão em curso nos Estados Unidos, Europa, Japão, Canadá e Rússia. Boa parte baseia-se em parcerias público-privadas, como o Clean Sky, que envolve 1,6 mil milhões de euros de financiamento até 2017 - metade vinda dos cofres de Bruxelas e metade da indústria.
Para a indústria, que tem os seus próprios planos de desenvolvimento tecnológico, é um empurrão importante. "Sem o Clean Sky, faríamos o mesmo, mas a um ritmo diferente", afirma Simon Weeks, director de Investigação e Tecnologia Aeroespacial da Rolls-Royce, que está a desenvolver uma nova geração de motores mais eficientes e silenciosos.
A evolução na área da propulsão tem sido constante. Os primeiros jactos impulsionavam o avião só com os gases expelidos pela câmara de combustão - num fluxo estreito e rápido. Deram depois lugar aos turbofan, em que parte da energia da combustão faz girar um rotor secundário, mais largo - que é o primeiro conjunto de pás rotativas que vemos à entrada do motor. Quanto maior o diâmetro desta secção, menos combustível é consumido e menor é o ruído. "É mais eficiente mover um fluxo maior de ar, mais devagar", explica Simon Weeks.
Segundo passo
A Rolls-Royce e outras empresas estão a desenvolver uma nova geração de motores turbofan, ainda mais eficientes do que os actuais. Mas as maiores esperanças de redução de emissões de CO2 depositam-se no sistema de "rotor aberto", em que a carenagem do rotor externo é eliminada, expondo duas hélices em contra-rotação. "É o maior passo tecnológico", assegura Simon Weeks.
A ideia não é nova. Nos Estados Unidos, outros fabricantes de motores - a GE e a Pratt&Whitney - já tinham desenvolvido modelos semelhantes na década de 1980, pressionados pelo aumento nos preços do petróleo. Mas antes que a ideia vingasse comercialmente, os preços começaram a cair e os projectos foram engavetados.
Agora, um novo motor de "rotor aberto" está a ser desenvolvido pela Rolls-Royce e deverá ser testado em voos experimentais dentro de cinco anos, acoplado à parte traseira da fuselagem de um Airbus A340.
Construir aparelhos mais leves e com melhor aerodinâmica são outros dos ingredientes do avião "verde" do futuro próximo. Para isso, há diversas tecnologias na calha. Já em 2014, o programa Clean Sky deverá testar, também num Airbus A340, desenhos alternativos de parte das asas, para que sobre elas o fluxo de ar tenha o menor nível possível de turbulência. Isto depende não só do desenho da asa, como de detalhes que possam interferir com o fluxo "laminar" que se deseja. Os rebites que ligam uma chapa à outra podem ter de ser substituídos por soldas especiais. E as superfícies têm de estar sempre limpas, o que exigirá uma solução própria, dado que seria impraticável lavar o avião antes de cada viagem.
O controlo activo dos fluxos de ar, através, por exemplo, de uma série de microjactos alojados na superfície das asas, é outra tecnologia que está a ser perseguida. Com isto, pode melhorar-se a capacidade de sustentação do avião.
No menu de componentes do avião "verde" estão também materiais mais leves e recicláveis, o uso mais generalizado da electricidade e o desenvolvimento de equipamentos e programas informáticos que permitam calcular a melhor rota durante o voo e orientar subidas e descidas com menor consumo de combustível.
Mas não basta. "Uma redução de 50% nas emissões de CO2 até 2050 não poderá ser obtida só com os avanços na tecnologia e nas operações", escreve Phillipe Fonta, especialista da Airbus, no último relatório ambiental da ICAO. "Combustíveis alternativos e melhorias tecnológicas adicionais (ainda por desenvolver) vão ser necessárias", completa.
Os biocombustíveis começam a despontar como uma potencial solução e já há companhias aéreas na Europa e nos Estados Unidos a testar a sua incorporação parcial nos tanques das aeronaves. Mas não se prevê o seu uso generalizado a curto prazo.
No caminho para uma aviação mais "verde", para cada desafio em particular pode até haver propostas de solução. Mas é preciso pôr tudo a funcionar num só avião. "Não queremos apenas tecnologias engraçadas. Queremos ser capazes de as aplicar", afirma Eric Dautriat, director executivo do programa Clean Sky.
Os diversos subprogramas da iniciativa europeia deverão convergir em aviões "conceptuais" que, se tudo correr bem, poderão entrar em operação comercial dentro de 10 a 15 anos. Num turbo-hélice regional para 90 pessoas, serão testados, ao mesmo tempo, novos materiais compósitos ou metais mais leves, sistemas eléctricos generalizados mais amplos, monitorização permanente das condições da estrutura, novos sistemas de protecção das asas contra o gelo.
Mais ambicioso é o projecto de uma aeronave a jacto regional - na faixa de capacidade dos 130 passageiros - que integra ainda mais componentes inovadoras, como o motor de "rotor aberto", a monitorização inteligente do voo e e asas modificadas para reduzir a resistência ao ar.
Como as aves
Aviões maiores, para viagens de longo curso, também estão na mira. Mas o próprio mercado impõe limitações, tendo já as linhas mais ou menos traçadas para os próximos anos. O A380 - o gigante de dois andares da Airbus lançado em 2007 - já foi alvo 243 ordens de compra, com 63 aparelhos entregues até agora. E o novo A350, que ainda não está em produção comercial, já tem pretendentes para 119 aparelhos. Do lado da Boeing, o seu novo 787 Dreamliner conta com 821 ordens de compra. Os dois primeiros foram entregues à All Nippon Airlines há poucos meses.
Estes modelos já integram muitas tecnologias novas que os colocam alguns furos acima dos aviões da geração anterior: motores mais eficientes, sistemas de monitorização estrutural, navegação inteligente. O Dreamliner, da Boeing, é até apresentado como um avião "super-eficiente". Nesta gama, com o mercado comprometido com esses novos modelos, a ordem agora é tentar inovar em determinados componentes, e não inventar aviões completamente novos. A própria Boeing está agora a apostar numa versão modificada do seu "jumbo", o 747-8, já incorporando novidades do Dreamliner.
O que a indústria europeia quer aproveitar é sobretudo o momento de substituição da frota de aviões de médio curso. "A renovação dos A320 é uma espécie de fio condutor para a investigação", diz Eric Dautriat.
Criar um novo avião não é uma brincadeira. São anos de desenvolvimento tecnológico, mais anos de testes, certificações e aprovações. Ideias propriamente revolucionárias são algo de um futuro mais distante.
Mas estão em marcha. Uma delas é criar aeronaves cujas asas mudem a sua geometria durante o voo, adaptando-se a cada fase do percurso. "É o que fazem as aves", explica Afzal Suleman, especialista do Instituto Superior Técnico (IST) em engenharia aeroespacial. O IST está envolvido em vários projectos internacionais que procuram soluções para o futuro, como um avião em que o estabilizador vertical pode mudar de posição, ou uma aeronave militar não-tripulada, com um radar incorporado em dois conjuntos de asas, unidos em forma de diamante.
Os veículos aéreos não-tripulados (UAV, na sigla em inglês) são uma boa plataforma para testes de novas tecnologias, dado que têm menos restrições do que os aviões para passageiros. "É um mercado que está a acelerar", acrescenta Afzal Suleman.
Na aviação comercial, uma revolução de facto - com conceitos completamente diferentes dos actuais - não se antevê senão dentro de algumas décadas. Em 2008, a NASA lançou um desafio à indústria e a centros de investigação para idealizarem novas aeronaves para dali a 30 anos. O resultado foi divulgado em Janeiro de 2011. Uma das ideias é a do avião BWB (blended-wing body), no qual a fuselagem e as asas são uma coisa só. Outro conceito é o da "dupla bolha", na essência duas fuselagens unidas lado a lado num aparelho muito mais largo.
Não são conceitos fáceis de vingar, pois os aeroportos não estão preparados para os acolher, seja porque esses aviões têm asas muito longas, ou porque simplesmente não cabem nas posições de estacionamento, devido à sua geometria. "Com tanto capital já investido no actual sistema, qualquer nova tecnologia tem de ser capaz de potenciar as infra-estruturas existentes", escrevem Eric Kronenberg e Justin White, da consultora Booz&Co., num artigo sobre o futuro da aviação.
As ideias para daqui a 30 anos representam o que a NASA chama de geração "N+3". Ou seja, ainda haverá mais duas gerações de aeronaves, além da actual, até ali se chegar. Na prática, a aviação caminha mais em evolução gradual, do que com saltos revolucionários.
Neste ritmo progressivo, não parece haver grandes secretismos. Aquilo que está a ser pensado para a indústria europeia também está ou esteve nos planos de outras empresas, noutras partes do mundo. A razão, segundo Eric Dautriat, é simples: as soluções sempre estarão condicionadas pelas leis da física. "Vamos sempre encontrar as mesmas ideias", diz Dautriat. "Física é física."
Parte das entrevistas e informações deste artigo foram obtidas numa viagem a Bruxelas, a convite do Parlamento Europeu

Prédio que ardeu na Elias Garcia já tinha sofrido dois incêndios



Por Ana Henriques in Público
Do edifício das Avenidas Novas, de valor patrimonial reconhecido, pouco mais resta além da fachada. Morador fala em fogo posto

Quando Nuno Ramalho acordou estremunhado com os bombeiros a baterem-lhe à porta do apartamento no número 77, lembra-se da primeira coisa que disse: "Eu sabia que isto ia acontecer".
"Isto" era o prédio do lado há muito ao abandono irromper em chamas, em pleno centro de Lisboa, pondo em perigo a sua casa e as do lado. Nuno Ramalho, a mulher e os seus seis filhos adolescentes só tiveram tempo de pôr uns casacos pelas costas antes de saírem porta fora de pijama. Eram quatro e meia da manhã, passavam poucas horas da consoada. Os vizinhos foram obrigados a fazer o mesmo.
O funcionário bancário não hesita quando fala sobre a causa do sinistro no prédio número 73 da Av. Elias Garcia: "Foi fogo posto. Um casal que ia a passar na rua viu todos os andares a arderem ao mesmo tempo. É a terceira vez que lhe deitam fogo - a primeira foi em Maio, a segunda em Julho. Moro aqui há oito anos e o edifício sempre esteve ao abandono". Responde com prontidão quando se lhe pergunta se não terá sido o descuido de um sem-abrigo: "Nunca lá vi nenhum".
As chamas saltaram por cima do prédio reabilitado de Nuno Ramalho para irem bater uma porta mais adiante, a uma casa azul igualmente habitada, cuja cobertura destruíram. Seis dezenas e meia de pessoas passaram a madrugada em bolandas. Ontem à tarde ainda havia cheiro a fumo no ar enquanto os bombeiros procediam a operações de rescaldo, para arrefecerem os escombros de madeira. Com a derrocada do interior do edifício, que faz parte do inventário municipal do património, a fachada pode não se aguentar em pé. Daí que grande parte dos habitantes dos prédios contíguos continuem a não ser autorizados a voltar a casa, até se apurar o estado do prédio que ardeu e dos edifícios vizinhos. Estão a dormir em casa de familiares.
Segundo Nuno Ramalho, esta parte do quarteirão - incluindo outro edifício devoluto que está já na Avenida da República - pertence à mesma firma, que chegou a informar os moradores dos prédios vizinhos de que ia fazer obras. "Foi há quatro ou cinco anos, mas nada aconteceu", recorda. Faz um ano que o estado de degradação do edifício, onde funcionava uma antiga leitaria, levou a câmara a cortar o trânsito neste troço da Elias Garcia. O quinto e último piso encontrava-se em risco de "queda iminente".
"Este é um dos já poucos prédios valiosos das Avenidas Novas, e é mais um dos péssimos exemplos que a câmara tem seguido ao longo dos últimos anos: permitir o abandono de valioso património de finais de séc. XIX, princípios do XX", acusou, na altura, o movimento Fórum Cidadania Lisboa.

??? ???s disseram

"Temos de impedir os proprietários dos imóveis da capital de construir sobre os escombros, como forma de acabar com os incêndios lucrativos"
Pedro Santana Lopes
presidente da Câmara de Lisboa
Novembro de 2001

"Esta chaga dos prédios devolutos é um combate de médio prazo. O seu sucesso depende fundamentalmente de pôr a funcionar o mercado de arrendamento (...)"
António Costa
presidente da Câmara de Lisboa
7 Julho 2008

"Queremos criar condições para re-habitar Lisboa, requalificando, reabilitando e reocupando os edifícios degradados e devolutos"
Idem
Programa eleitoral de 2009

25/12/2011

Lisboa: L'hygiène au Moyen Âge?

Rua dos Remédios, manhã de hoje, dia de Natal... um pouco por toda a cidade se via este cenário: lixo depositado nas ruas a horas não regulamentares e quando todos sabem que não haverá recolha de lixo antes do final do dia. Um casal de turistas franceses comentaram que era assim na Idade Média. Lisboa: «L'hygiène au Moyen Âge»? Quanto à viatura que se vê: também o civismo e a mobilidade pedonal ainda se encontra na Idade Média na capital portuguesa!

Tempo estraga Natal a incendiário da Elias Garcia

Edifício devoluto, que ameaçava derrocada e que se esperava já ter ruído há muito, acabou esta madrugada consumido por chamas.

Depois de anos à espera que o tempo fizesse a sua parte, o fim do edifício nºs 73-75 da Avenida Elias Garcia chegou na madrugada de dia 25, não pela mão da gravidade, mas sim por fogo posto.

O incêndio, que terá deflagrado por volta das 04:30, obrigou à evacuação de 64 pessoas mas, mais grave, acredita-se ter obrigado incendiário a sair de casa na noite de natal, impedindo-o de o passar com a família

Chamas e mais chamas, foi esta a solução para um problema que se arrastava há demasiado tempo.
Depois de duas tentativas de fogo posto fracassadas, durante 2011, os fogos foram desta vez ateados em todos os pisos, táctica que se mostrou mais eficaz. Após a derrocada das traseiras, espera-se agora que fachada venha também abaixo para operação ser completamente bem sucedida.

Das 64 pessoas evacuadas, 44 moradores terão de encontrar um local alternativo para passar a noite e só poderão regressar a casa depois de serem dadas garantias de segurança dos dois edifícios vizinhos.



Revolta geral

Enquanto alguns moradores estão revoltados com facto de as autoridades nada terem feito para prevenir uma situação que já estava sinalizada desde o ano passado, outros estão apenas desiludidos com o tempo.
“Aos meses que isto já devia ter caído e teve o homem de vir pegar fogo a isto na noite de Natal, se não nunca mais! Às tantas até teve de comer o bolo-rei à pressa! Nem o mau tempo, nem as chuvadas, já nada faz o que devia fazer... a continuar assim não sei onde vamos parar” desabafava uma moradora da zona.

Também alguns sem-abrigo presentes no local manifestaram a sua indignação.
Para Jorge Tristão, “a situação já ultrapassou o limite do ridículo. Então as pessoas querem deitar abaixo e os culpados somos nós? Que não façam obras e que prefiram deixar cair compreendo, sempre é mais barato que uma demolição e até podem argumentar que não sabiam e tal, mas que peguem fogo a tudo e que depois os culpados sejamos nós acho simplesmente inadmissível!”

É de prever que este caso tenha um fim semelhante a tantos outros que aconteceram no passado e onde se fecharam os olhos, legalizando aquilo que num país civilizado seria considerado crime.

Concordo....


A ordem de Assunção Cristas para utilizar roupa mais fresca e menos formal no ministério do Ambiente permitiu poupar ao Estado 136 mil euros, escreve hoje o jornal "i".

Os funcionários do ministério foram aconselhados a tirar as gravatas durante o Verão e cortar no ar condicionado logo que Assunção Cristas tomou posse como ministra do Ambiente o que permitiu uma poupança energética de 11%, uma diminuição em 395 toneladas de CO2 emitido e uma poupança de 136.039 euros na factura de electricidade relativamente ao mesmo período do ano anterior, escreve o jornal "i".

In DN 2011-12-25
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..toneladas e percentagens à parte, a transição da nossa sociedade para outra plataforma melhor terá obrigatoriamente de passar pela queda das formalidades estúpidas e retrógradas...da inflação dos títulos...e dos enfeites e vaidades ocas.

Mais um ...



Lisboa: Incêndio em prédio devoluto na avenida Elias Garcia
O incêndio que deflagrou esta madrugada num prédio devoluto na avenida Elias Garcia alastrou-se a um edifício contíguo mas já foi dominado. É o terceiro incêndio em habitações no espaço de três dias
Com Lusa in Visão online
6:53 Domingo, 25 de Dezembro de 2011 Última atualização há 45 minutos

O Natal de 2011 está ser difícil para oãs bombeiros e para dezenas de pessoas que viram arder as suas habitações e perderam parte dos bens.

Na sexta-feira aconteceu um primeiro incêndio na cobertura de um prédio na Rua Braancamp, no centro de Lisboa. Os danos materiais foram elevados e um bombeiro ficou ferido.

No sábado ardeu um um prédio em Matosinhos com um bar e um restaurante. O incêndio destruiu por completo o edifício, mas não causou feridos nem afectou o prédio vizinho, onde vivem 10 famílias.

Na madrugada de Domingo, um incêndio num prédio devoluto na avenida Elias Garcia, em Lisboa, obrigou 60 bombeiros a intervir, apoiados por 18 viaturas.

O incêndio alastrou-se a a outros dois edifícios, um na mesma avenida e outro na Visconde de Valmor.

Fonte do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa disse à Agência Lusa que o incêndio ocorreu nos números 71-75 da avenida Elias Garcia cerca das 04:42, tendo os dois prédios contíguos sido evacuados.

A traseira do edifício ruiu, disse o vereador da Protecção Civil da Câmara de Lisboa, Manuel Brito.

"Houve uma derrocada na traseira do edifício", afirmou Manuel Brito no local aos jornalistas, acrescentando que esta não provocou danos noutros prédios.

O incêndio, que já está extinto, levou à evacuação de 64 pessoas. O vereador explicou que "das pessoas evacuadas as mais debilitadas" ficaram em viaturas da Protecção Civil que estavam no local, mas salientou que a maioria das pessoas se encontram "calmamente" nas imediações da avenida, que está cortada ao trânsito.

O vereador admitiu a possibilidade de queda da fachada do edifício.