O Futuro do Património decidido por Veto … e “quem” e o “quê” determinam as nomeações de chefia para as Instituições Governamentais de Defesa do Património ?
António Sérgio Rosa de Carvalho.
"Também à beira-Tejo, mas na zona de Belém, a instalação do Centro de Artes da Fundação EDP junto à Central Tejo foi aprovado pelo Igespar. O edifício, que funcionará também como centro cívico e cultural, mereceu reparos dos técnicos do Igespar que apreciaram o pedido de informação prévia, quanto à protecção física da Central Tejo, mas o despacho de Gonçalo Couceiro, então director daquele instituto, realçou o diálogo e a complementariedade entre arquitecturas, aprovando-o."( in Público hoje )
Relembrando em 18/12/2010 em
"Alterações ao projecto do Largo do Rato não calam as críticas"
Já o presidente do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, Gonçalo Couceiro, deu parecer favorável por considerar que "a especificidade arquitectónica da zona não é significativamente alterada" e também por se tratar de "uma intervenção arquitectónica de qualidade". Opinião diferente tiveram antes dele o director da Direcção Regional de Cultura, João Soalheiro, e a responsável pela Direcção de Serviços dos Bens Culturais. Maria Antónia Amaral pronunciou-se pela não aprovação do projecto porque "contraria de forma incontornável a Lei de Bases do Património (...), alterando irremediavelmente o contexto de um núcleo significativo de bens culturais classificados com valor nacional".
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Proposta de silo automóvel para o Corpo Santo chumbada pelo Igespar
Por Carlos Filipe in Público
A altura do edifício, que criaria forte impacte visual na arquitectura pombalina, e destruiria vestígios arqueológicos justificam a recusa da ideia camarária. Projecto da Fundação EDP para Belém pode avançar
O estudo preliminar para a construção de um silo automóvel no Largo do Corpo Santo, ao Cais do Sodré, em Lisboa, foi reprovado pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar). O instituto alegou fortes impactes negativos na área envolvente, que uma anterior proposta de parqueamento subterrâneo, numa zona próxima, não apresentava.
O despacho com a fundamentação da decisão, formulada com informação conjunta de técnicos do Igespar e da Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, foi enviado à Câmara de Lisboa no final de Fevereiro, sugerindo que seja encontrada uma solução alternativa.
O estudo preliminar apresentado propunha um edifício de quatro pisos acima do solo, solução tida pelo município como mais vantajosa economicamente, mas que se deparou com um coro de indignação, particularmente por parte de um grupo de moradores e comerciantes locais, que lançou uma petição contra a realização daquela obra, dirigida ao presidente da câmara, e já com mais de 2000 assinaturas.
Residentes que, em meados de Março, foram recebidos por António Costa numa reunião da qual disseram ter saído ainda mais assustados. "Tem uma volumetria assombrosa, é ainda maior do que pensávamos, com mais um piso", disse então o porta-voz do grupo, José Maria Pacheco, citado pela agência Lusa.
Segundo a proposta de estudo preliminar, que o PÚBLICO ontem consultou, o edifício, disposto perpendicularmente à Rua do Arsenal, no extremo poente do espaço arborizado que serve de estacionamento automóvel, teria quatro pisos, fachadas revestidas por ripas de madeira, 98 metros de comprimento, 28 de largura e 16 de altura (o equivalente a cerca de cinco pisos habitacionais) e acolheria 330 viaturas.
Todavia, no local proposto para a sua implantação, e antes do terramoto de 1755, erguia-se o palácio conhecido como Corte-Real, tal como construções ligadas à actividade marítima. Um e outras foram destruídos, mas as suas fundações foram redescobertas nas campanhas arqueológicas de 1996, realizadas para as obras de construção da linha Baixa-Chiado do Metropolitano, espólio que as fundações do silo iriam destruir, mesmo que os projectistas quisessem deixá-las a descoberto.
Compromissos
A câmara já admitiu que o silo não é a melhor solução para o local, mas que o compromisso de disponibilização de lugares de parqueamento à Marinha e aos funcionários das agências europeias (cerca de 200 lugares) e o facto de um outro projecto de estacionamento subterrâneo, junto ao rio, atrás daquelas agências, custar dez milhões de euros a levaram a optar pela proposta agora chumbada. O que também já fez saber é que pretende encerrar um parque, praticamente sem serventia, que se encontra à superfície, atrás dos edifícios das agências europeias.
O projecto de parque subterrâneo de três pisos, lançado pela então Frente Tejo para a zona atrás das agências, no âmbito da requalificação ribeirinha, com projecto da Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL), já tinha sido aprovado, em 2010, pelo Igespar, e garantia mais 100 lugares que o silo.
Também à beira-Tejo, mas na zona de Belém, a instalação do Centro de Artes da Fundação EDP junto à Central Tejo foi aprovado pelo Igespar. O edifício, que funcionará também como centro cívico e cultural, mereceu reparos dos técnicos do Igespar que apreciaram o pedido de informação prévia, quanto à protecção física da Central Tejo, mas o despacho de Gonçalo Couceiro, então director daquele instituto, realçou o diálogo e a complementariedade entre arquitecturas, aprovando-o.
Já chega de parques de estacionamento no centro da cidade!
ResponderEliminarNesta zona já está em construção um outro parque de estacionamento na Praça D. Luís I, junto ao mercado.
A zona é bem servida de transportes públicos, com comboios, metro, autocarros e barcos.
Para quê mais parques no centro da cidade, que apenas incentivam as deslocações pendulares em automóvel particular? Construções que nada contribuem para a qualidade do espaço público?