27/03/2014

Palácios de Lisboa - 5 - Palácio Marim-Olhão/ Correio-Velho, Lisboa, 20 de Março de 2013

Fachada do Palácio do Correio-Velho. Nada nem ninguém se rala com o aspecto sujíssimo desta fachada nobre de grande qualidade e presença. São raros os palácios lisboetas que dispoõem de varandas com balaustrada. O comum são janelas que podem ser de sacada, ou não, com varandas de ferro forjado. Este palácio localiza-se numa zona incomparável de Lisboa em valores patrimoniais: Largo do Calhariz, Calçada do Combro e Rua do Século. Correspondia a uma colonização da zona ocidental da cidade. Com o nascimento do Bairro Alto, muitas famílias nobres optaram por edificar aqui as suas residências. por exemplo Palácio Palmela, palácio Valada-Azambuja, Cabral, Mesquitela, Murça, Condes de Alva, Pombal, Ratton, etc, tornando esta zona da cidade um ex-libris.

Aspecto geral da fachada que dá para a Calçada do Combro. Há décadas neste estado e neste estado incapaz de granjear apoios, mecenas, acções dos cidadãos, da CML para que se lhe devolva a nobreza perdida.

Aspecto actual do pátio. Serve hoje como parque  de estacionamento dos carros dos funcionários da leiloeira "Palácio do Correio Velho". Ao fundo vê-se a escadaria nobre de mármore com vários lances.

Quando se pensa que já se viu todos os sinais de desprezo pelo património, chega-nos este para colmatar o espanto. Anexo cosntruído no magnífico vão da escadaria monumental do palácio do Correio-Velho. Noutras cidades há livros sobre os palácios que nela existem. São motivo de orgulho dos seus habitantes e dos respectivos municípios. Só em Lisboa eles são vítimas da inépcia da CML, da indiferença da sociedade civil, da alegada e pacóvia modernice com que se gere os destinos de Lisboa. 

Fachada que dá para a Rua do Século. O reboco já nada protege o que também ninguém tem interesse em proteger

Outro aspecto do mesmo pano de fachada. As janelas fechadas são uma excepção. 

Haverá aspecto mais degradante do degradado Palácio Marim-Olhão? Fachada tardoz de uma das mais emblemáticas residências aristocráticas de Lisboa. Poderá a CML dizer-nos o que pretende fazer com este património que é de toda a cidade?

7 comentários:

  1. Anónimo1:58 a.m.

    A conservação do edificado é da responsabilidade dos seus proprietários.
    Os dinheiros públicos, são isso mesmo públicos, e como tal destinam-se por a ser utilizados em bens públicos, só em situações excepcionais deverão ser utilizados para se substituírem aos deveres de proprietários que não zelam pelo seu património.

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  2. Anónimo2:07 a.m.

    Sim património de toda a cidade, mas propriedade de alguém.
    A propriedade também acarreta deveres, sendo que um deles é o de conservação.
    Porque é que neste post só é referida a responsabilidade dos organismos públicos e ignorada a dos privados?

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  3. Anónimo5:15 a.m.

    Europe at its "finest".

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  4. Anónimo3:22 p.m.

    E o leiloeiro que está localizado nesse Palácio.
    Quanto pagará de renda?
    Será que paga renda de "amigo"?

    Também quero pagar uma renda de amigo!

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  5. Anónimo7:51 p.m.

    Os deveres eram do Santana e do Carmona - é neto do General Carmona?

    Lisboa é Linda

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  6. Neste post, não é ignirada a responsabilidade dos privados, como também não é ignorada a responsabilidade da sociedade civil. O que se passsa é que é à CML que compete zelar pelo bom cumprimento de todos os regulamentos municipais de aplicação em casos como este, obras coercivas, intimações, fiscalizações, etc.

    Ora, a CML, mantem-se omissa. Nada diz sobre o que está na calha. É ela que dispõe de informação e como tal, tem um dever de a prestar aos cidadãos.

    Em matéria de património, a legislação existe. O que falta é a sua aplicação. Seja por parte dos privados, seja por parte dos públicos.

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  7. Quando está nas mãos erradas e de quem se diz "proprietário" e não é, acontece isto! Em terra de ladrões, corruptos e negligentes, o resultado está à vista de todos, degradação fulminante, desprezo e injustiça!

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