15/05/2014

Time Out Lisboa inaugura o seu Mercado da Ribeira

É "o primeiro projecto editorial a três dimensões no mundo": a primeira fase de revitalização do mercado lisboeta, com três dezenas de espaços de restauração, é inaugurada no dia 17, com abertura ao público no dia seguinte.
Por Luis J.Santos, Público de 15 Maio 2014



Mais de três anos depois de vencer o concurso lançado pela Câmara Municipal de Lisboa para revitalizar o Mercado da Ribeira, a equipa da revista "Time Out Lisboa" confirmou a inauguração da primeira fase do projecto para 17 de Maio. No domingo, parte do "novo" mercado abre ao público com o seu primeiro chamariz, a praça da restauração com "o que de melhor a cidade tem para oferecer: restaurantes, chefs e produtos nacionais".
A área que ficará agora acessível, no piso térreo, congrega cerca de 30 espaços, disponibilizando à volta de 750 lugares sentados - 500 na área coberta e ainda 250 em esplanada -, segundo adiantam em comunicado, salientando que o projecto engloba um investimento de 5 milhões de euros e prevê a criação de "mais de 300 postos de trabalho directos".
O conceito passa pela fusão da "actividade tradicional do mercado, mantendo o seu carácter genuíno, com actividades radicalmente diferentes de gastronomia, cultura, lazer e comércio". Por aqui, poderão encontrar-se espaços dos chefes Alexandre Silva, Miguel Castro e Silva, Henrique Sá Pessoa, Marlene Vieira ou Vitor Claro; representações de restaurantes como o Sea Me, O Prego da Peixaria, Café de São Bento ou Honorato; os chocolates da Arcádia, as conservas da Conserveira Nacional, os gelados da Santini, as propostas da Garrafeira Nacional e de João Portugal Ramos, as artes da Vista Alegre ou, entre outros, espaços da Super Bock, da Sumol e Compal ou da Delta.
“Esta será a primeira fase de implementação de um projecto editorial a três dimensões nunca antes feito no mundo", afiança João Cepeda, director da versão lisboeta da revista semanal "Time Out" (que também tem uma edição mensal dedicado ao Porto), chancela mundial com guias por todo o mundo dedicados ao lazer e cultura. Para o responsável o verdadeiro "desafio" é a decisão da revista se "transformar num espaço e deixar de ser só uma marca de culto em papel". Lisboa é pioneira nesta transposição do espírito Time Out para um espaço, já que o projecto é "único também para o Grupo Time Out Internacional" que, sublinha, "apoiou fortemente esta ideia”. Pela capital portuguesa, aliás, a revista já tinha iniciado o processo com a abertura de um quiosque na Avenida da Liberdade.

A Time Out Lisboa foi a única candidata ao concurso lançado pela autarquia em 2010, tendo a candidatura sido aprovada, permitindo à revista a exploração de uma área de mais de 5000m2 que engloba metade do piso térreo e todo o piso 1 por 20 anos. A segunda fase do projecto passará pela inauguração do renovado piso 1 em data ainda não confirmada; ainda assim, sabe-se que deverá contar com restaurante, bar, loja, espaço de turismo e sala multiusos onde "todas as secções da revista serão amplamente reflectidas".

9 comentários:

Aqui Mora Gente disse...

A sala "multiusos"... também serve para actuações de DJ`S e foram respeitadas as condições de insonorização?

Anónimo disse...

Como habitual frequentador do Mercado da Ribeira, para já tenho a apontar que, depois de anos sem mexer uma palha, as obras dessa revista decorreram com uma ENORME BARULHEIRA, sem qualquer ponta de respeito pelos vendedores e pelos compradores, TANTO MAIS QUE O MERCADO FECHA DE TARDE E PODIAM PERFEITAMENTE TER EVITADO INCOMODAR ATROZMENTE as pessoas durante o seu período de abertura.

Anónimo disse...

Queriam obras sem ruído? Não é por escrever e em maiúsculas que esse sonho utópico se concretiza.

Anónimo disse...

IRRA! Não é por defender atentados e falta de consideração pelas pessoas QUE ELES NÃO EXISTEM.

Anónimo disse...

Aquela magnífica entrada principal (para a Av. 24 de Julho) com os seus azulejos ficou transformada num corredor vermelho tipo acesso aos sanitários de um centro comercial. Lindo!

Miguel de Sepúlveda Velloso disse...

O pior é a uniformização de todo o espaço. Não há qq diferença entre este "hangar" de comes e bebes e uma praça de "restauração", de qq centro comercial. Aqui é tudo a preto e branco, cheio de seguranças, regras, tudo igual e muito cheio de "conceito". Sensaborão. É pena, pq a ideia de dar nova vida aos mercados é boa.

A Time Out nem sempre é o passaporte para coisas de qualidade como a própria se imagina e o índigena acredita.

Anónimo disse...

"Cheio de seguranças e regras". Epá de facto, quem as quer? Aliás, higiene alimentar, quem precisa disso? É tão sensaborão! Se querem uma boa dose de sebo e continuar a comer num local imundo como era o mercado da Ribeira, sempre podem ir à Casa Cid, nas traseiras. O misto de cheiro a tabaco e fritos a acompanhar as bifanas a cheirar a gordura é um must.

Anónimo disse...

Diga-me uma praça de restauração de um centro comercial que seja similar a esta área de refeições, que eu lhe ofereço um Audi.

Miguel de Sepúlveda Velloso disse...

Aos anónimos que fizeram coro, o das 12 e o das 12.17,

Sim o espaço é sensaborão, tiraram-lhe a autneticidade, que não tem nada a ver com sujidade e desmazelo. O que se criou ali foi uma praça de restauração, sim. Por muito que custe a acreditar a quem lá vai. Poderão fazer parte da tribo do estilo e do conceito, mas não deixarão de estar numa praça onde não há qualquer originalidade, qualquer visliumbre de cultura, qualquer diferença para melhor.

Lisboa não deveria ser uma cidade império de tascas "gourmet", mercearias transformadas em coutadas de chefs, em hangares de comida chique com um insuportável toque de novo riquismo.

Nada contra quem lá vai, mas lamento que da memória do belissímo projecto de Ressano Garcia fique um espaço a cheirar a pretensiosismo e a falta de gosto.

Francamente, entre as praças de centros comerciais e esta, a única diferença reside no factoé das primeiras, ao menos, não pretenderem ser o que não são, enquanto esta, julga oferecer aos incautos lisboetas o supra-sumo da moda e do "conceito", entidades abstractas que acabam por trivializar o que já foi original