30/09/2014

Lisboa grafitada, uma história de amor interminável

Fachada notável de azulejos publicitários industriais vandalizados, roubados e destruídos. Noutras paragens, fachadas destas estariam inventariadas e protegidas. Em Lisboa como há muitas assim. . . quem é que se rala? Rua da Boavista



Bica

Rua de São Paulo

Rua da Boavista

A célebre fachada da casa dos parafusos, Faltam muitos a quem gere e administra a cidade. E a  quem a vandaliza.

Rua da Boavista. O percurso Largo de São Paulo, Avenida D. Carlos I é bem ilustrativo da praga que se abateu sobre a cidade. A libertinagem tem muitas cores e muita criatividade, sobretudo quando se trata de estragar e aviltar o património dos outros.

A maravilhosa Rua Cor-de-Rosa e adjacentes

A sujidade nesta zona de Lisboa cobre tudo, calçada, o cor de rosa da rua cor de rosa, as portas, os vidros das montras, as ruas, as caixas de correio, Tudo. O cenário é de uma zona sem manutenção nem sombra de civismo. Há tempos morreu aqui um jovem arquitecto. Pergunte-se aos bares se algum fechou, uma noite que fosse, em solidariedade, em protesto pela falta de policiamentto. Nada. Não só os bares não fecharam, como as multidões continuaram a inundar este espaço como se nada tivesse acontecido. As noites, aqui, sucedem-se numa insanidade alienada dos graves problemas que este modelo comporta. 



Eram seis da tarde. O lixo acumulava-se em cada esquina, dentro ou fora dos caixotes.

Numa rua onde se juntam multidões, a CML acha que esta protecção de metal protegerá  alguma coisa ou alguém. Prédio a cair no meio da Rua Nova do Carvalho

Todas as paredes estão grafittdas...

e todas as portas, rua dos Remolares. O espectáculo do Largo de São Paulo com as novas galerias-bar muito trendy e muito cool e por todo o lado lixo, garrafas vazias, tags e bombers que alastram por todo o espaço desta meca da bela vida nocturna lisboeta, é um espectáculo triste e surrealista. Numa das mais carismáticas zonas da Baixa Pombalina, a CML promove uma ocupação inimiga de um bom ambiente urbano, dos moradores, dos turistas. Entre tanto lixo e paredes repletas de riscos, a vonttade é fugir.

Chafarizes de Lisboa - 3 - Chafariz do Largo de São Paulo







Chafariz do Largo de São Paulo. Desenho de Reinaldo dos Santos. estrutura tardo-barroca com elementos neoclássicos. em cantaria de calcário lioz. Chafariz em obelisco encimado pela esfera armilar. Na sua inauguração, já no séc.XIX estiveram vários vereadores e o Mestre das Águas Livres. A construção tardou em ser feita, tendo sido a insistência dos fregueses a desbloquear a situação. receberia água do ramal do Loreto. É classificado e faz parte do património municipal. Hoje é  o pano de fundo para a edificante arte dos tags, os tanques servem para depositar toda a espécie de lixo, à volta acumulam-se as garrafas das faustosas e concorridas noites do Caais do Sodré. As carrancas de suporte das bicas são decoradas com bigodes, às vezes com garrafas na boca, numa originalidade boçal e arrepiante.  Já que há uma marca de vodka que patrocina a rua cor-de-rosa e os seus excessos, por que razão não existe uma marca de águas que patrocine o restauro dos chafarizes de Lisboa? 

Lixo na capital: exemplo de "nuestros hermanos"


Chegado por e-mail:

«Madrid, muito maior e complexa do que Lisboa, povo Ibérico como nós e parecido na essência em muitos aspectos, também tem os seus problemas de lixo. Conheço bem a cidade, e comparando com LX, a quantidade é muito menor do que nas ruas de Lisboa, embora seja uma cidade muito mais massificada.

Mesmo assim, com essa quantidade de lixo não tão chocante para um lisboeta, e mais visível em bairros mais modestos (correspondentes ao nosso Martim Moniz mais ou menos), a cidadania madrilenha já está a fazer barulho contra a porcaria que vê!

Exemplos cívicos dos nossos vizinhos a observar e talvez seguir, que não põem em causa o nosso carácter cultural diferenciado. No seguimento da notícia da "revolta" de Barcelona contra o seu modelo de turismo.

Alexandre Silva

http://ccaa.elpais.com/ccaa/2014/09/29/madrid/1412002952_214356.html»

Largo da Boa Hora: Largo Público ou "Átrio de parque de estacionamento privado"?


Exmo. Senhor Vereador
Arq. Manuel Salgado


Cc. PCML, AML e JF

Somos a protestar pelo facto da construção do parque de estacionamento subterrâneo no edifício a tardoz do edifício da Rua Ivens, ex-propriedade da Companhia Fidelidade, ter "matado" o Largo da Boa-Hora.

Assim, poderá V. Exa. constatar in loco que aquele antigo largo no Chiado ficou reduzido à mera condição de hall de entrada e saída de um parque de estacionamento (privado) em pleno centro da cidade histórica.

E, como se tal não bastasse, que o Largo da Boa-Hora é agora palco de estacionamento selvagem.

Solicitamos, por isso, a V. Exa., que nos esclareça sobre de que modo pretende a CML corrigir esta situação.

Melhores cumprimentos

Fernando Jorge, Bernardo Ferreira de Carvalho, Paulo Ferrero, Inês Beleza Barreiros, Francisco de Sande Lemos, Luís Marques da Silva, Beatriz Empis, Nuno Castro Paiva, Júlio Amorim, Virgílio Marques, Miguel Atanásio Carvalho, João Oliveira Leonardo, José Morais Arnaud, Alexandra Maia Mendonça, Jorge Lopes

28/09/2014

Lisboa Capital do Azulejo: R. Luciano Cordeiro 101

















Bairro Camões, mais um furto de azulejos de fachada (bastante invulgares, com relevo). Enquanto esta lacuna não for tratada, o furto é fácil e barato...

Eléctrico 28: “Lives up to its terrible reputation”
















It was our third time in Lisbon and this time we finally gave in and got on tram 28 to experience the (in)famous ride. The tram was not packed, but there were no free seats available either, so we had to stand. Only two stops later a group of four local looking men, one of them holding a fatigued and dirty map of Lisbon in his hand, poorly acting as tourists, tightly surrounded me and my boyfriend, even though there was more space elsewhere on the tram and their intentions were more than clear. Realizing what was about to happen we immediately escaped the encirclement but felt awful playing the cat and mouse game, with one of the pickpockets still behind us, so we got off at the nearest stop while holding our belongings as strong as we could and decided to take a walk instead.
We may visit Lisbon once more but for sure we are never going to take tram 28 again, even if we have absolutely nothing valuable on us. The experience was dreadful. The local authorities and the tram operator should be ashamed for tolerating this situation. in Trip Advisor, turistas de Dublin. Jun 29, 2014

27/09/2014

Largo da Boa Hora: "Largo Público" ou "Átrio de Estacionamento"?





O Largo da Boa Hora: "Largo Público" ou "Átrio de parque de estacionamento privado"? Parece que com a construção deste parque de estacionamento se acabou de vez com o Largo da Boa Hora. Qualquer observador mais atento poderá constatar que este antigo largo no Chiado ficou agora reduzido à subserviente condição de mero "átrio" de entrada e saída de um Parque de Estacionamento PRIVADO! E como se isso não fosse mal suficiente ainda o vemos usado como local para estacionamento selvagem. Iremos pedir explicações e esclarecimentos à CML sobre mais esta descarada secundarização do interesse público face aos interesses privados.

Jornadas Europeias do Património - Palácios de Lisboa

Palácio Riberia-Grande

Palácio Nacional da Ajuda

Quinta das Águias

Palácio do Patriarcado

Palácio Povolide

Palácio Marim-Olhão

Palácio Pina Manique

Palácio da Rosa/Marqueses de Ponte de Lima

Palácio Almada

Palácio Almada-.Carvalhais

Palácio Alvito

Palácio Alva/ palácio do Bichinho-de-Conta


No dia das Jornadas Europeias do Património, aqui ficam fotografias de algumas das mais emblemáticas residências aristocráticas de Lisboa. Do séc. XV ao XVIII, os vários períodos da história de Portugal estão representados. Estas excepcionais casas, fazem parte da memória de Lisboa. Todos elas estão abrangidas por figuras de maior ou menor protecção patrimonial. Este é o actual retrato da situação em que se encontram.

Em dia em que o património é estrela, poderão os vários fundos imobiliários dizer o que pretendem fazer com este inestimável património? Poderá a CML dizer aos cidadãos como quer intervir, se pretende fazer do combate a esta incúria uma das suas prioridades? Poderá a DGPC sair do seu mutismo e dos seus muitos ofícios, tão numerosos como inúteis, e dizer-nos se tudo isto é uma miragem, um pequeno pormenor na vasta riqueza patrimonial de Lisboa, uma preocupação espúria de um grupo de cidadãos ultra-atento?

Agradecem-se as respostas.