29/07/2016

E vão tapar isto? Está tudo maluco?


«Perspectivas aéreas sobre estruturas portuárias do século XVIII e XIX descobertas pela equipa da ERA no Campo das Cebolas, em Lisboa.» in ERA Arqueologia/Facebook

Protesto da Plataforma em Defesa das Árvores pela recusa da AML em aceitar e votar o Regulamento Municipal do Arvoredo de Lisboa


«Exma. Senhora Presidente
Arq. Helena Roseta


A Plataforma em Defesa das Árvores apresenta o seu protesto e repúdio pelo modo como o Regulamento Municipal do Arvoredo – instrumento importantíssimo, senão vital, para a boa gestão e manutenção do arvoredo da cidade - está a ser tratado e gerido pelo órgão a que V.Exa. preside.

Com efeito, para nossa grande surpresa, a Assembleia Municipal de Lisboa, seja em sede de Comissão Permanente seja por acção directa dos senhores presidentes de Junta, tem vindo a constituir-se como o grande obstáculo a que o Regulamento, em boa hora aprovado pela Câmara Municipal de Lisboa, seja posto em prática e as árvores da nossa cidade possam assim, finalmente, ser tratadas com o respeito e boas-práticas internacionais que merecem, o que não acontece até aqui, muito menos desde que as Juntas de Freguesia detêm uma série de competências para as quais, em nossa opinião, não estão preparadas, por uma série de razões, desde logo porque não possuem nem experiência nem quadros técnicos capazes para as assegurarem – vide as operações de poda e abate totalmente inadequadas de que temos vindo a dar conhecimento a V. Exa. e a essa Assembleia desde que nos constituímos como Plataforma.

Não compreendemos como a Assembleia Municipal se prepara para protelar mais uma vez este assunto, remetendo para as calendas a votação final, permitindo-se, assim, a continuação das más-práticas que todos reconhecemos como incompatíveis com uma capital europeia.

Mais, não conseguimos entender:

· As razões que levaram as Juntas de Freguesia a não se pronunciarem durante o período de consulta pública, que já foi há um ano, fazendo-o agora de forma desinformada e sem quaisquer fundamentos de ordem técnica.

​ · A Recomendação de V. Exa. “à Câmara Municipal e à 4ª Comissão Permanente que, na apreciação em sede de especialidade do Regulamento Municipal do Arvoredo, seja introduzida a necessária flexibilidade, por forma a salvaguardar o poder regulamentar das freguesias, sem prejuízo de deverem ser articulados entre Câmara e Juntas de Freguesias os princípios e critérios gerais orientadores de toda a gestão e manutenção do arvoredo municipal;” – A nosso ver, tal permitirá uma total desresponsabilização de tudo e de todos, permitindo-se ainda o cobrir de falhas graves, a promiscuidade de adjudicações, etc., em suma, cada Junta de Freguesia poderá fazer o que bem entender.

· A Recomendação de V. Exa. “que as Normas Técnicas anexas ao Regulamento tenham um carácter sobretudo pedagógico, por se tratar de matéria com um grau de detalhe porventura excessivo para uma norma regulamentar;” – Tal configura uma permissão ao total facilitismo, ausência de regras, etc., e, não de somenos, um imenso desrespeito pelos técnicos camarários que elaboraram essas mesmas normas técnicas.

· A Recomendação de V. Exa. apelando “a todos os deputados e em especial aos Presidentes de Junta de Freguesia para que tenham um contributo decisivo e construtivo na discussão na especialidade deste projecto de Regulamento, nomeadamente através de propostas de alteração que pretendam apresentar e que deverão ser encaminhadas para análise da 4ª Comissão. – Tal significará o adiamento ad aeternum e o aparecer de vazios legais.

Finalmente, não compreendemos o argumento vindo a público que estará subjacente ao imbróglio administrativo ente a AML e a CML, designadamente por os representantes das Juntas de Freguesia no plenário se poderem eximir a cumprir o Código do Procedimento Administrativo – cumprindo o Regulamento da CML – porque como se refere no parecer jurídico da própria CM, “os regulamentos municipais prevalecem sobre os regulamentos das freguesias, salvo se estes configurarem normas especiais” - nº2 do artigo 138º, do CPA.

Se bem sabemos, não existe nenhuma Junta de Freguesia que possua ou se regule por qualquer “regulamento de Freguesia” sobre as árvores, pelo que o Regulamento Municipal de Arvoredo tem de ser aplicado pelas JF sob pena de estas infringirem a lei.

Alertamos ainda V. Exa. para o facto do parecer jurídico da ANAFRE não ter valor jurídico.

Resumindo e concatenando:

É com profunda desilusão que verificamos o modo como a Assembleia Municipal se presta a ser “força do bloqueio” numa matéria sobre a qual tem sido palco das mais variadas manifestações de protesto, alerta e apresentação de propostas construtivas dos cidadãos, desta Plataforma e das mais variadas proveniências, tentando impedir uma inevitabilidade:

O Arvoredo da cidade de Lisboa não sobreviverá muito mais tempo aos desvarios a que tem sido sujeito pelas más-práticas das Juntas de Freguesia, obstinadamente déspotas e reconhecidamente impreparadas para arcarem com uma transferência de competências eventualmente feita de forma atabalhoada e gizada administrativamente ao sabor das demarcações de território segundo a cor política respectiva.»

...

É inaceitável que a AML seja força do bloqueio à entrada em vigor do Regulamento do Arvoredo de Lisboa, só porque há presidentes de JF que se acham no direito de continuar a fazer o que querem com as árvores de Lisboa, que não são suas, note-se.

Av. Gago Coutinho em Lisboa


Chegado por e-mail:

«para gab.presidente, Policia, rita.folgosa, nucleo.acessib.

Ex.mo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. Fernando Medina

Queremos vivamente repudiar a aberrão jurídico-pedonal, que a autarquia elaborou para a Av. Gago Coutinho.

Recordamos, que de acordo com o ponto 1.1 da Carta Municipal de Direitos dos Peões, aprovada pela autarquia, os peões têm "direito à livre circulação com passeios isentos de viaturas estacionadas ou outros objectos que pelas suas características ou dimensões dificultem ou impeçam a passagem de peões".

Converter um passeio em estacionamento, é por conseguinte, uma aberração jurídica e viola de forma gritante a referida carta aprovada pela edilidade, considerando que de facto e não de jure, a zona continua a ser um passeio. É também uma autêntica aberração no campo da mobilidade pedonal, pois muitos dos veículos automóveis não respeitam sequer um espaço mínimo entre as paredes dos edifícios, ficando impossível a passagem de cadeiras de rodas ou carrinhos de bebés, já para não mencionar o total desrespeito que esta solução preconiza para pessoas com mobilidade reduzida ou invisuais.

Logo rogamos, o mais cedo quanto possível, a simples remoção da referida sinalética. Se a autarquia não tem a coragem política necessária para erradicar o estacionamento selvático na referida avenida, preservai simplesmente V. Exa. o status quo da referida situação, arcando politicamente com a consequência jurídica que tal situação selvática acarreta, ou seja, uma ilegalidade gritante e generalizada, à luz da alínea f) do n.º 1 do art.º 49.º do Código da Estrada.

Ex.mo. Sr. Presidente,
os nossos melhores cumprimentos e saudações pedonais, porque peões somo-los todos.

Passeio Livre
passeiolivre.org»

28/07/2016

Turismo


Chegado por e-mail:

«Prezados Senhores,
Não sei se a divulgação deste artigo sobre a problemática do turismo em Barcelona, publicado há dias no El País, é possível por vosso intermédio. Creio que a sua leitura atenta seria bem útil, para que Lisboa evite os mesmos problemas.
Cordialmente,
Pedro de Souza


EL PAÍS
Barcelona, parque temático
La capital catalana lucha por reformular un modelo de éxito convertido hoy en turismo de masas corrosivo con el tejido social, comercial y medioambiental de muchos barrios
DANIEL VERDÚ
Barcelona 16 JUL 2016 - 19:43
GIANLUCA BATTISTA

«A las seis de la tarde, ocho tipos subidos en cuatro ridículos cochecitos amarillos de cincuenta centímetros cúbicos atraviesan la Rambla del Raval. Llevan un casco tipo Hormiga Atómica y una audioguía a todo volumen que reseña los lugares por dónde transitan alocadamente. Cuando el escuadrón pasa por delante de una terraza, un chico se levanta de golpe y a grito pelado les lanza: “¡Tourist, go home! Aquí no os queremos”. Luego vuelve a sentarse.

El grito forma parte de un hartazgo generalizado, especialmente de los vecinos del centro de la ciudad, respecto a un tipo de turismo que acude en masa a Barcelona. Subida de precios de la vivienda, privatización de espacios público como el Park Güell, destrucción del tejido social y comercial del centro, ruido nocturno… Todo eso y más se le achaca últimamente a un sector productivo que genera 20 millones de euros al día, el 12% del PIB de una ciudad (hasta el 20% si contamos impacto indirecto) con 90.000 personas dedicadas a ello, según datos de la Seguridad Social. Una ciudad que antes de los Juegos Olímpicos de 1992 tenía problemas para atraer visitantes, pero que desde comienzos de este siglo ha quedado desbordada. De hecho, la alcaldesa de la ciudad, Ada Colau, ganó las elecciones haciendo especial énfasis en este problema. Pero, ¿se puede realmente regular este sector sin destruirlo?

El Ayuntamiento ha puesto en marcha un plan estratégico para detectar los problemas y tratar de solucionarlos. Mientras, la concesión de licencias hoteleras ha quedado paralizada y los pisos turísticos se han convertido en poco menos que el demonio dentro de un imaginario colectivo que rechaza este fenómeno de masas que cada año atrae 30 millones de visitantes (15 duermen en Barcelona entre hoteles y alojamientos turísticos y otros 15 en los alrededores) a una ciudad más bien pequeña donde solo viven 1,6 millones de vecinos. El centro está lleno de pintadas mandando al garete a los turistas y cada vez más gente se cuestiona quién gana y si merece la pena fiar la economía de una ciudad a este tipo de industria.

En el barrio Gótico ya hay tantas camas para turistas como vecinos

El turismo es el cuarto problema más grave de la ciudad, por detrás del paro, la inseguridad y la limpieza, según la encuesta municipal de servicios. Por eso surgen asociaciones cada vez más numerosas como la Asamblea de Barrios por un Turismo Sostenible. Barcelona no es Venecia, pero en algunos lugares esta empieza a tener los mismos problemas.

El barrio Gótico, dentro del distrito de Ciutat Vella, es el paradigma de este conflicto. Sucio, sin apenas comercio de proximidad y entregado al proceloso mundo del souvenir. Más de la mitad de los edificios (el 52%) albergan pisos turísticos y en las camas de apartamentos y hoteles casi alcanzan ya al número total de vecinos, según revela el estudio del investigador de la Universidad de Lisboa, Agustín Cócola. La proporción entre camas hoteleras y vecinos en Ciutat Vella es de una plaza por cada 4,9 vecinos, pero en el Gótico es incluso superior y casi se puede equiparar: una cama por cada 1,6 vecinos. Mientras crece el fenómeno, la población residente se marcha (un 17,6% en los últimos 10 años, según el padrón) y suben los precios residenciales (un 6% en solo un año) debido a dos factores: la compra de edificios y pisos por parte de inversores extranjeros y la constante disminución del parque de viviendas disponible.

Para Cócola el problema es una bola de nieve que se extiende al tejido social y comercial, siempre en los barrios que reciben mayor presión como Gótico, Barceloneta, Sant Pere, Santa Caterina y La Ribera o la Dreta del Eixample. "Comercio y vida cotidiana también están afectados. La gente se va porque no tienen los servicios que necesitan. Con el turismo masivo, la farmacia pasa a ser una heladería y la carnicería una tienda de souvenirs", señala.

Reme Gómez, presidenta de la asociación de vecinos del barrio, pasea por unas Ramblas atestadas de turistas e invadidas por una feria de tapas en la que no hay ni un solo vecino del barrio. El lugar, histórica arteria de Barcelona, hoy es solo un gran bazar para turistas. Un espacio, como tantos otros, que ya no pisan los barceloneses. “Hemos perdido nuestra capacidad de tener una vida cotidiana de barrio. Han subido los precios en el comercio y en la vivienda. Allá donde se instala el turismo, desaparecen el resto de sectores”, critica.

Hemos perdido la capacidad de llevar una vida cotidiana”, denuncia una vecina

La manera con la que las ciudades pueden medir el impacto sobre el territorio de esta industria es la relación entre número de ciudadanos y pernoctaciones. La teoría dice que las ciudades grandes y pobladas soportan mejor este tipo de fenómenos y la media mundial se sitúa en 6 puntos. , grandes ciudades como Londres están en 3 y Amsterdam (una de las más afectadas) está en 12 (por encima del límite de sus posibilidades). Barcelona se encuentra actualmente en 9 pernoctaciones por cada ciudadano, tres puntos por encima de la media.

El Ayuntamiento, por primera vez en años, está alineado con las quejas vecinales. Agustí Colom, concejal de Turismo enumera esos problemas en una entrevista con este periódico: vivienda turística, gentrificación, desertización del espacio… y dejar de hacer promoción salvaje fuera. “Ahora toca gobernar el turismo, no atraer a más gente. Lo primero que estamos haciendo es luchar contra los pisos turísticos ilegales. Pero también hay un plan de usos para los comercios que limitará sus usos y fomentará el de proximidad”, señala.

Lo mismo sienten los vecinos de la Barceloneta, un antiguo barrio de pescadores con pisos de escasa calidad, que el turismo ha convertido en el más caro por metro cuadrado. El investigador Alan Quaglieri, experto en temas de turismo, conoce bien el problema. “Es un área emblemática de las contradicciones promovidas por el turismo en el apartado de vivienda. Es la competencia desleal entre la demanda turística de espacio y el acceso a un bien básico. Ha provocado que en áreas con un perfil de clases populares se enfrenten a una concentración de una demanda con alto poder adquisitivo. Y eso tiene un impacto brutal sobre los equilibrios socioculturales del barrio?”.

Las confluencias en este asunto crean extraños compañeros de cama como el de estos vecinos y el gremio de hoteleros. Su presidente, Jordi Clos, no cree que Barcelona tenga un problema con el turismo, sino un reto por delante para gestionar el éxito. Pero, en cualquier caso, señala hacia los pisos turísticos como foco principal. “Hay que diferenciar bien: hay una parte del turismo, la mitad, que son gente que vienen a ferias o a negocios y no genera ningún conflicto. Pero después está la parte turística que tiene dos parámetros importantes que han generado conflictividad. Los pisos turísticos ha hecho un crecimiento de la oferta brutal con unos precios asequibles. Viene un segmento de público que antes no venía y han doblado la oferta. La mitad no son legales y generan un conflicto de carácter social dentro de los espacios. Además tenemos el tema de los cruceros. Una parte son de mucho nivel, pero otros están tres horas y media y ocupan el espacio de la ciudad”, señala. En cualquier caso, nadie duda de que la solución tardará en llegar tantos años como los que esperaron a los turistas en esta ciudad.

LOS CRUCEROS: 30.000 PERSONAS EN UN SOLO DÍA

En algunos apartados de este conflicto el desequilibrio aumenta, pero la actuación del Ayuntamiento es limitada. Ni el Consistorio tiene competencias y recursos para controlar el tema de los pisos, ni las tiene para regular otro de los grandes problemas de la ciudad como son los cruceros, para los que se llegó a construir un muelle con capacidad para siete grandes barcos que permite desembarcar a 30.000 personas en un solo día de agosto. Una invasión en toda regla que dura cuatro horas. Y un atentado medioambiental, según todos los estudios. “Las competencias no son nuestras, pero el problema es que el crucerista deja un rendimiento escaso comparado con el impacto que tienen sobre la ciudad. No son el perfil de turista deseado ni el sector a desarrollar. Preferiríamos que vinieran menos y se quedarán más tiempo”, insiste Agustí Colom, concejal de Turismo

27/07/2016

Um caso exemplar de defesa de Lisboa

A "Ginjinha sem Rival", provisoriamente na rua, onde ainda vende os seus belíssimos néctares.

Bem estiveram os lisboetas que lutaram por esta loja centenária, a CML que pressionou o promotor a integrar este "botequim" no seu projecto, os donos que não arredaram pé, o novo proprietário do imóvel que, porventura, soube ver na presença do "Eduardino" uma mais-valia para o seu empreendimento.

Na Rua das Portas de Santo Antão manter-se-á uma das lojas mais emblemáticas da capital. O que é, evidentemente, motivo para aplauso.




26/07/2016

Como Ventura Terra moldou Lisboa: dos palacetes a S. Bento


Sobrinhos-bisnetos comemoram os 150 anos do nascimento do arquiteto com visitas às suas obras. Este é o Palacete Mendonça.
In Diário de Notícias (26.7.2016)
Por Lina Santos

«"Estava fora de portas, mas com a cidade a seus pés". A descrição de Guilherme Pereira é factual. Estamos na loggia, a varanda do segundo piso do Palacete Mendonça, e daqui o Parque Eduardo VII é um tapete verde que se estende até ao rio Tejo. Quem passa na rua Marquês da Fronteira, mesmo ao lado de outro Palacete, o Leitão, nem vê. Oculto pela vegetação está um dos edifícios de maior relevo do arquiteto Miguel Ventura Terra (1866-1919), exemplo quase intocado das obras para privados que projetou ao longo da sua (não muito longa) carreira.

Quando foi inaugurada, a casa de Henrique Mendonça, roceiro em S. Tomé e Príncipe, era um prodígio tecnológico: foi instalado aqui um dos primeiros elevadores que se viram na capital. Passou da família para a seguradora Império e, mais tarde, para a Universidade Nova de Lisboa, que a deixará em setembro. O edifício e os três hectares do jardim foram vendidos à Fundação Aga Khan por 12 milhões de euros.

O lote do Palacete tem um jardim com cerca de três hectares de área | ORLANDO ALMEIDA/ GLOBAL IMAGENS

Guilherme Pereira é uma das cerca de 30 pessoas que no sábado, às 10.00 da manhã, esperava ao portão pela visita guiada da arquiteta Júlia Varela, cujos conhecimentos sobre Ventura Terra vêm do doutoramento sobre arquitetura doméstica que está a preparar e que inclui este prédio. Foi convidada pela associação Fórum Cidadania Lx em parceria com a Associação Ventura Terra, fundada em 2012 por descendentes do arquiteto.

Alda Terra e Luís Leiva, sobrinhos-bisnetos do arquiteto, e outros interessados na obra, dedicam-se a divulgar, preservar e resgatar o espólio documental de Ventura Terra, um dos 13 filhos de João e Vitória Guerra, nascido a 14 de julho em Seixas. É nesta localidade minhota que fica a casa que desenhou para as suas férias. Foi adquirida pela câmara municipal de Caminha em 2002 e entregue em regime de comodato, por 30 anos, à Associação Ventura Terra (AVT).

Ventura Terra com a planta das cortes, numa pintura de Veloso Salgado, artista com quem o arquiteto trabalhou em diversas obras

Luís Leiva é quem na associação mais se tem dedicado à empreitada de recuperação da casa. Já têm projeto de recuperação para o edifício, em franca "degradação", da autoria do arquiteto Carvalho Araújo, de Braga. Explica que se vão candidatar a fundos comunitários, que procuram "benfeitores" para a quantia que estes apoios não cobrem e que esperam ter a obra pronta em 2020.

A vista da loggia, a varanda do segundo piso que deixa ver toda a cidade até ao rio

Um ano de comemorações

Em 2016, ano em que se assinalam 150 anos sobre o nascimento do arquiteto, a associação tomou em mãos a missão de pôr o nome de Miguel Ventura Terra no mapa. Programou conferências, colabora na preparação de um documentário realizado por Fernando Carrilho (a estrear entre abril e junho de 2017) e promove visitas guiadas às suas obras com outras entidades, como aconteceu com o Palacete Mendonça. "Era agora ou nunca", afirma Paulo Faroleiro, responsável pela gestão do campus da Nova SBE (School of Business and Economics), sobre a possibilidade de conhecer por dentro o Palacete Mendonça.

Aqui vai ficar, depois de seis milhões de obras de reabilitação, a primeira sede mundial da comunidade ismaelita, de acordo com o DN. "É uma responsabilidade para este homem cosmopolita que é Aga Khan", afirma Paulo Ferrero, do Fórum Cidadania Lx.

Entremos, pois. Júlia Varela faz as honras do palacete: "Esta é uma obra excecional desta época e do arquiteto Ventura Terra". Projeto de 1900, inaugurado em 1909 e prémio Valmor, como se lê numa placa no exterior. "Elogiam-lhe a loggia, no último piso, como um dos elementos a que a arquitetura portuguesa devia estar atenta, por ser adequada ao clima", conta a cicerone. [...]»

O Convento da Graça esconde tesouros que em breve serão revelados


In Público (25.7.2016)
Por Inês Boaventura

«"Isto é um passeio único dentro de Lisboa, que ninguém conhece", diz o vereador Sá Fernandes, enquanto percorre os espaços do convento que vão ser restaurados para abrirem ao público no início de 2017.

or esta Lisboa fora há tesouros escondidos que só alguns têm o privilégio de poder apreciar. Em Março de 2017, por ocasião da Procissão do Senhor Jesus dos Passos da Graça, alguns deles vão ser revelados: a partir daí vai ser possível percorrer alguns dos espaços no interior do Convento da Graça e descobrir, por exemplo, aquele que o vereador José Sá Fernandes acredita ser “um dos mais bonitos claustros” da cidade.

A ideia (que na última reunião da Câmara de Lisboa recebeu o necessário aval dos vereadores) é criar “um novo percurso público” na Graça, com “valor patrimonial, arquitectónico e cultural”, dentro do antigo convento que está classificado como Monumento Nacional. A entrada será feita pelo Miradouro Sophia de Mello Breyner, por uma porta que hoje em dia está fechada, ao lado da entrada da Igreja de Nossa Senhora da Graça. [...]»

Jardim Botânico Tropical - Protesto à Universidade de Lisboa e proposta de cedência do mesmo à Presidência da República


Exmo. Senhor Reitor
Prof. António Manuel da Cruz Serra


CC. PR, PCML, AML, IICT, AJH e media

Vimos pelo presente apresentar o nosso protesto a V. Exa., enquanto responsável máximo pela tutela do Instituto de Investigação pelo estado de degradação e de abandono em que se apresenta grande parte do Jardim Botânico Tropical, um jardim que é Monumento Nacional (Decreto nº 19/2007, DR nº 149 de 3 de Agosto) e que recebe diariamente, em média, 1.400 visitantes.

Com efeito, desde as obras pontuais de 1994 e 2004, realizadas em regime de mecenato, que se tem vindo a agudizar o estado de conservação de um sem-número de locais, equipamentos e decorações deste ainda fabuloso jardim, de que todos nos queremos orgulhar mas que ano após ano se encontra em pior estado, conforme fotos em anexo, a saber:

1. A vária estatuária do século XVIII (autoria de Bernardino Ludovici, em 1737, e José Mazzvoli Senensis, em 1717) dispersa pelo jardim e em avançado estado de degradação, sem qualquer indicação de contexto ou referenciação artística ou histórica (o conjunto "Caridade Romana", em particular, apresenta dedos partidos e praticamente todas as estátuas do jardim exibem algum tipo de vandalismo, havendo algumas que estão decapitadas ou decepadas - ver foto da estátua do século XVIII junto à estufa).
2. A “estufa grande”, exemplar raro em Portugal, está abandonada, com vários vidros partidos e com partes da importante estrutura em ferro já em falta.
3. O património que data da Exposição do Mundo Português (1940) está abandonado, em degradação (em ruínas, fechado, com vidros partidos e servindo de armazém) e sem qualquer tipo de identificação ou referenciação.
4. Existem, dispersos pelo jardim, vários edifícios que poderiam ser cedidos como sedes de associações ou para usufruto de entidades não-lucrativas da cidade de Lisboa (p. ex a "Casa da Direcção" com uma densa decoração em azulejos de grande qualidade).
5. Os 14 bustos da autoria do escultor Manuel de Oliveira, concebidos em 1939 e 1940 e que representam várias etnias africanas, de Timor e Macau, estão em más condições de preservação e sem qualquer indicação de contexto ou referência histórica ou artística. Outros bustos (como o do Infante Dom Henrique) estão armazenados e fora do alcance do público.
6. O "Jardim Oriental" está degradado, com pontes danificadas, os cursos de água e o lago central sem água.
7. O palácio dos Condes da Calheta está degradado (portas e janelas) e fechado ao público, sem qualquer programa de actividades, impossibilitando a visita do seu rico património azulejar.

Pelo exposto, e considerando que o Jardim Botânico Tropical, anteriormente designado por Jardim Museu Agrícola Tropical e Jardim do Ultramar, está instalado na antiga cerca do Palácio de Belém desde 1912; e que a boa manutenção deste jardim histórico se tem vindo a manifestar impossível de garantir pela Universidade de Lisboa;

Propomos a V. Exa. que a Universidade de Lisboa ceda a tutela do Jardim Botânico Tropical à Presidência da República, podendo esta garantir aquele desiderato de forma sustentada, por via de uma parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, a Direcção-Geral do Património Cultural e a Associação Portuguesa dos Jardins Históricos de modo a que a recuperação e a manutenção do Jardim Botânico Tropical e dos seus edifícios, incluindo o Palácio da Calheta, seja uma realidade a médio prazo.

Com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Rui Martins, Inês Beleza Barreiros, Luís Serpa, Ana Celeste Glória, João Oliveira Leonardo, Miguel de Sepúlveda Velloso, Júlio Amorim, Jorge Pinto, José Maria Amador, Maria do Rosário Reiche, Fernando Jorge, Jorge Santos Silva, Luís Marques da Silva, Beatriz Empis, Maria Ramalho

Fotos: Rui Martins

23/07/2016

POSTAL do Jardim do Torel


Infelizmente temos que afirmar que a Junta de Freguesia de Santo António se tem mostrado indiferente (incompetente?) com os espaços verdes cuja manutenção passou a ser da sua responsabilidade. Do Jardim da Praça da Alegria aos canteiros na Avenida da Liberdade passando por este Jardim do Torel, tudo mostra sinais de abandono, falta de cuidados. Quase parece que houve ordem para não investir na compra de plantas ou qualquer outro tipo de trabalhos de manutenção. No caso do Torel os canteiros estão quase sem plantas, os relvados uma desgraça e o belo lago da entrada sem funcionar... Triste, revoltante, vermos estes espaços verdes tão nobres da nossa cidade assim desprezados.

21/07/2016

Edifício modernista do Bairro do Maria Amália - pedido de intimação de obras à CML


Lisboa, 9 de Junho de 2016


Exmo. Senhor Vereador
Arq. Manuel Salgado


​Cc. PCML, AML, JF Avenidas Novas, Media

​ Desde há já vários anos que o edifício sito gaveto da Rua Sampaio e Pina, nº 30-36, com a Rua Rodrigo da Fonseca, nº 184, se encontra conforme as fotos documentam. ​Ultimamente, a protecção colocada para protecção dos transeuntes ameaça colapsar.

Como é do conhecimento de V. Exa., este belo edifício modernista de 1935 do bairro do Maria Amália – bairro que ainda conserva dos melhores exemplares tardo déco-modernistas de Lisboa - está inscrito na Carta Municipal do Património com o nº 50.66.

Solicitamos a V. Excelência que dê indicações aos serviços da CML para intimarem o proprietário a fazer as necessárias obras de conservação e recuperação do imóvel, uma vez que a sua crescente degradação poderá colocar em risco a sua recuperação a médio prazo, o que a verificar-se seria uma imensa perda para o património do século XX da cidade de Lisboa e daquele bairro em particular.

Solicitamos igualmente que nos indique se deu entrada na CML algum pedido de informação prévia, qual o âmbito e qual o parecer entretanto formulado pelos serviços.

Muito obrigado.

Com os melhores cumprimentos​

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Júlio Amorim, Luís Marques da Silva, Nuno Caiado, António Branco Almeida, Paulo Lopes, Jorge Santos Silva, José Filipe Soares, Maria do Rosário Reiche, António Araújo, Jorge Pinto, Miguel de Sepúlveda Velloso, Fernando Jorge e Miguel Lopes Oliveira

Fotos: Comissão Moradores do Alto do Parque

...

Resposta do Sr. Vereador Manuel Salgado:


19/07/2016

O exemplo de BOLONHA


Praça do Império - Destruição definitiva dos brasões - Apelo ao Presidente da República

Excelentíssimo Senhor
Presidente da República Portuguesa

Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa

Senhor Presidente da República Portuguesa
Excelência

Vimos pelo presente apelar ao Senhor Presidente da República para que intervenha junto da Câmara Municipal de Lisboa no sentido desta se coibir de avançar com a destruição em definitivo dos brasões em mosaico-cultura que ainda subsistem no espaço ajardinado em volta da fonte luminosa da Praça do Império, que representam/representavam as capitais de distrito e as antigas província ultramarinas.

Com efeito, a Câmara Municipal de Lisboa tem agendada para a sua reunião de amanhã, dia 20, uma proposta que visará a destruição em definitivo não só dos canteiros que estão irreconhecíveis há vários anos (os brasões das antigas províncias ultramarinas) como os canteiros em que ainda se vislumbra o desenho original em mosaico, conforme é noticiado hoje pelo Diário de Notícias (http://www.dn.pt/sociedade/interior/brasoes-da-praca-do-imperio-substituidos-por-relva-5292571.html).

A nosso ver, Senhor Presidente, essa destruição não tem por base a inexistência de jardineiros capazes de criar e conservar os arranjos florais em causa, que os há e com conhecimentos técnicos mais do que suficientes para ta​l, muito embora ​a escola de jardineiros da CML esteja desactivada (e que bom seria se a CML reconhecesse a mosaico-cultura como uma mais-valia cultural e identitária no âmbito dos Espaços Verdes), configurando antes uma tentativa, a nosso ver ridícula, de reescrever a História, aproveitando o estado visível de abandono que os canteiros apresentam desde há vários anos a esta parte. Estamos convictos de que se a CML não puder ou não quiser proceder à recuperação e à manutenção dos canteiros em causa, a Junta de Freguesia se encarregará disso mesmo, como aliás já terá declarado há dois anos.

Com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Beatriz Empis, Jorge Santos Silva, Júlio Amorim, Gonçalo Cornélio da Silva, Jorge Miguel Batista, Luís Marques da Silva, Diogo Moura, Miguel de Sepúlveda Velloso, Maria do Rosário Reiche, José Maria Amador, Fátima Castanheira

18/07/2016

Metro de Lisboa: "Atendimento ao Cliente"


















Dezenas de clientes mas nem sombra de funcionarios do Metro de Lisboa para fazer o atendimento; as imagens mostram a estação do Intendente ao fim de semana com muitos turistas a precisarem de ajuda (ajuda que acaba por ser dada pelos seguranças de serviço!). Cada vez mais as estações de metro de Lisboa estão assim, sem qualquer funcionario apesar do aumento de clientes em especial nos fins de semana quando a cidade se enche de turistas. O fiel retrato dos Transportes de Lisboa!

ECOPORCOS: Paço da Rainha



Mais árvores de alinhamento em risco: Rua Sousa Martins




17/07/2016

OS CANTEIROS NA AVENIDA DA LIBERDADE!



































Responsabilidade por estes canteiros: Freguesia de Santo António