31/07/2007

Mais azulejos em Lisboa: registá-los é preciso...




Fotos: «Platero», Click Portugal. O primeiro, de Campo de Ourique e os dois seguintes, da Infante Santo
Registá-los é preciso. Com a falta de conservação que por aí vai, qualquer dia não os há. Ficam só as fotos.

Costa tenta acordos com Bloco e Roseta

In DN

"O PS tenta tudo por tudo para alargar a maioria
António Costa e José Sá Fernandes estavam ontem a negociar um acordo na Câmara Municipal de Lisboa. À hora do fecho desta edição, não era ainda claro se o acordo seria alcançado.

Mesmo que o seja, tal nunca proporcionará ao presidente eleito uma maioria de governação. O PS elegeu seis vereadores, o Bloco um (o próprio Sá Fernandes) e para se fazer maioria são precisos pelo menos nove vereadores (ao todo são 17, presidente incluído).

Sá Fernandes impunha para a negociação um caderno de encargos pesados. Seis condições, entre as quais a proibição de novos empreendimentos na frente ribeirinha e o cancelamento da permuta que permitiu à Bragaparques ficar com metade dos terrenos da Feira Popular (entretanto desactivada), cedendo em troca à câmara municipal os terrenos do Parque Mayer. Também recusa governar se o elenco camarário integrasse, com pelouro, membros da antiga maioria camarária (ou seja, do grupo de três eleitos do PSD e do grupo de três eleitos de Carmona Rodrigues).

Outras condições prendiam-se com a implementação em Lisboa do Plano Verde do arquitecto Ribeiro Telles (pelo qual Sá Fernandes poderia ficar responsável no executivo camarário), com a reestruturação do universo empresarial da autarquia (operação que seria centrada na EPUL) e ainda com uma política de habitação que obrigasse qualquer novo empreendedor a colocar no mercado 20 por cento dos imóveis vendíveis sob preços controlados.

O presidente eleito conversou também com Helena Roseta, estando à espera de um entendimento com o Bloco de Esquerda para fazer avançar essas conversas de forma mais consequente. Aparentemente, Roseta enfrentava problemas com o seu número dois, Manuel João Ramos, que recusava qualquer espécie de entendimento com o PS. (O DN tentou, em vão, contactar Manuel João Ramos).

A confirmar-se uma divisão entre os dois eleitos da lista independente de Roseta, isso faria com que, mesmo a ex-militante do PS alinhando com António Costa, a maioria ficasse a um vereador de ser absoluta. A dificultar o acordo Costa/Roseta estará também o facto de a número três da lista do PS, Ana Sara Brito, ter com a ex-militante do PS uma relação péssima. As duas desentenderam-se na campanha presidencial de Manuel Alegre.

Helena Roseta adiantou ontem ao DN que, "até há semana passada, houve conversas com o presidente" sobre uma eventual coligação, "mas desde aí não sei de mais nada, pelo que a iniciativa agora terá que ser dele".

Quanto a pelouros, não quis dizer que pastas poderá assumir: "Esse assunto pertence a uma conversa entre mim e o presidente." No entanto, referiu a sua experiência à frente da Câmara de Cascais. "Não é necessário haver coligação para haver pelouros. Em Cascais distribui pelouros e governei sem maioria."

Ao longo de toda a campanha, a ex-militante do PS colocou duas condições para colaborar com António Costa na governação da cidade: que o pelouro do urbanismo fosse gerido no executivo camarário de forma colectiva; e o que do plano de revitalização da Baixa-Chiado fosse eliminado o projecto de construir três parques de estacionamento"

Portela inaugura novo terminal


É hoje inaugurado o novo terminal de passageiros do Aeroporto de Lisboa. A obra custou 18 milhões de euros e pretende dar resposta ao aumento do número de passageiros.

O ministro das Obras Públicas, Mário Lino, preside hoje à inauguração do terminal 2, um investimento que vai servir dois milhões de passageiros por ano. O novo terminal de passageiros do aeroporto da Portela, destinado a partidas de voos domésticos com origem em Lisboa e com destino aos aeroportos de Faro, Porto, Bragança, Vila Real, Madeira e Açores, entrará em funcionamento quarta-feira, 01 de Agosto. Ocupando uma área total de 7.700 metros e com capacidade para movimentar 1.500 passageiros por hora, o terminal 2 vai dispor de uma zona de check-in com 22 balcões, seis quiosques electrónicos (CUSS), uma posição para processamento de bagagem fora de formato, seis postos de controlo de segurança, espaço de restauração e instalações técnicas de apoio. O novo terminal terá capacidade para processar cerca de 66 partidas diárias e um total de 5 mil passageiros. in SIC
ONLINE

Um passo necessário para aguentar a estrutura mais uns anos, mas também mais um prego no caixão de um aeroporto acanhado, sem capacidade para receber com qualidade o actual movimento de passageiros e com ares terceiro-mundistas.
Para não falar que, mais uns anos, estaremos a contruir novos terminais em cima da segunda circular, ou a arrasar bairros limítrofes, seja com buldozers seja com o imenso ruído que se faz sentir.
Para não falar no perigo eminente de ter um aeroporto cravado no centro da cidade.

30/07/2007

Comissário da Trienal de Lisboa considera que a capital tem sido o sítio pior para a arquitectura

in Público

"As duas últimas décadas foram um tempo de mediocridade "absolutamente inacreditável" em Portugal, em particular em Lisboa, afirmou à Lusa o comissário-geral da Trienal de Arquitectura de Lisboa, José Mateus: "Os futuros historiadores vão olhar daqui a dez anos para Lisboa e dizer: "No fim do século XX vivia-se um tempo obscuro no campo da arquitectura."
No que respeita à capital, Mateus dá conta de "um fenómeno quase misterioso": "Em Lisboa não sei onde é que aparecem tantos projectos feitos [sem concurso]. O último concurso que me lembro foi no tempo de Jorge Sampaio. Em Cascais, no mandato de António Capucho foram feitos mais de 20 em cinco ou seis anos." "Dá um desgosto para quem como nós, os arquitectos, sabe aquilo que poderia ser a nossa cidade", lamenta o comissário da trienal, que encerra amanhã.
José Mateus explica que o evento pretendeu "pôr as pessoas a pensar em arquitectura" e a questionar o conceito de "vazios urbanos" nas suas cidades, o tema desta primeira edição, que foi visitada por 40 a 50 mil pessoas, um número abaixo do previsto.
"Quando falamos de vazios urbanos, não estamos a falar em ocupação desses vazios, mas a propor que se pense sobre eles, que ganhem novo sentido", sublinhou o arquitecto.
Lisboa tem muitos vazios urbanos e José Mateus cita alguns exemplos, uns mais explícitos do que outros, como os terrenos da Feira Popular ou as margens de habitações do eixo norte-sul ou da Segunda Circular. São um "não lugar". Perante estes cenários de "vazios urbanos", a Trienal de Arquitectura, teve o seu papel de serviço público, como explicou José Mateus, ao apresentar "projectos para problemas facilmente identificáveis em Lisboa e que provam que a cidade pode ser outra coisa".
Ao longo dos últimos dois meses, a trienal fez-se sobretudo de exposições e debates dirigidos não só a arquitectos, mas a todas as pessoas e às que têm o poder de decidir sobre a cidade: "Quisemos mostrar propostas que provam aos administradores de empresas, aos decisores políticos, aos autarcas, que há uma série de problemas na cidade que têm dezenas de hipóteses de solução e que podem transformar a cidade em algo eventualmente também surpreendente."
Apesar de a afluência do público não ter sido esperada (previa-se cerca de 100 mil visitantes), o balanço é positivo: "Um dos aspectos bem sucedidos foi a afirmação do evento em si logo à primeira edição, junto dos jornalistas, dos políticos e da população. Podem não ter visto a trienal, mas sabem que existe."
A próxima Trienal de Lisboa decorrerá em 2010.(...)

29/07/2007

Ideias para Lisboa II......



"Ma vision de Londres est claire : une ville où les cyclistes seront toujours plus nombreux, créant un système de transport plus fluide et durable, profitable à la santé des Londoniens. Je suis certain que le Tour de France incitera la population à s'initier au vélo, que ce soit pour circuler dans Londres ou comme nouveau mode de loisir. "

Palavras de Ken Livingstone acerca da partida de Londres do "Tour 2007"........

Tradições.........



Os maus hábitos são tramados de mudar...........


Já em 1961 tanto os carros como os burros gostavam
muito dos passeios (sombras) de Lisboa......

28/07/2007

Praiasde Lisboa: Algés e Pedrouços!

As praias de Lisboa, há muitos anos atrás, eram estas. Algés e Pedrouços. E era assim que se ia à praia... Com estes calores de hoje devia ser horrível tanta roupinha, malta...




Os cheiros e as imagens da Rua do Arsenal pelos tempos fora

Fotos e citações: Revelar LX

Hoje já menos. Mas na Rua do Arsenal sempre cheirou imenso a bacalhau, por via das casas de comércio ali existentes com bacalhau fresco e seco. Hoje na «Única» Clara Ferreira Alves recorda esse cheiro. E deu-me vontade de inserir este post. Passo todos os dias nesta rua. Por vezes, a pé. E é inevitável: uma das casas comerciais de antanho ainda o vende: bacalhau para todos os gostos e… cheiros. Foi ali que um eléctrico conduzido por uma estagiária, há uns tempos me espatifou a traseira do carro. Culpa minha. «A rua do Arsenal tirou o seu nome do Arsenal de Marinha, edifício cujo risco é de Eugénio dos Santos Carvalho, mandado ali construir em 1759. Neste local existiram duas carreiras de construção de navios, armazéns e oficinas até 1936, data da abertura da avenida da Ribeira das Naus, altura em que as instalações navais passaram para o Alfeite. A rua do Arsenal, tem início na praça do Comércio - o centro do governo político do país -, passando pela praça do Município - local muito procurado durante o século XIX e XX para manifestações políticas -, e termina na praça Duque da Terceira».
Foi aqui que decorreu «o assassínio do Rei Dom Carlos e Príncipe Dom Luís Filipe em Fevereiro de 1907». Era aqui que «os arsenalistas (elementos mais radicais do setembrismo, de inspiração jacobina e adeptos da soberania popular) se manifestavam contra o poder instituído». Em 1918, a Rua do Arsenal «viu o grande cortejo do Armistício».
Por ser próxima da CML e do Terreiro do Paço, fizeram-se por ali manifestações e concentrações de arromba.

os nossos jardins em dia de eleições - 4






Imagens do "Jardim França Borges" na Praça do Príncipe Real. Um dos espaços urbanos mais importantes do Romantismo lisboeta. Ao contrário de outros jardins da capital, este continua bem popular: hoje de manhã estava muito animado com uma boa mistura de lisboetas e turistas de todas as idades. O dinamismo deste jardim aos sábados de manhã deve-se, em parte, ao Mercado de Agricultura Biológica (embora acompanhado do estacionamento abusivo de alguns clientes...). Mas apesar da popularidade, e do valor histórico e patrimonial indiscutível (4 árvores classificadas de "Interesse Público", Reservatório da Patriarcal classificado "Monumento Nacional"), este espaço sofre de problemas bem conhecidos de todos nós, como por exemplo:

- lixo por recolher;
- relvados e plantas mortas (incluíndo duas árvores mortas);
- 6 caldeiras vazias (ou com cepos) no passeio periférico ao jardim;
- caminhos em mau estado (vários buracos perigosos);
- pavimentos com materiais inadequados (à base de alcatrão);
- mobiliário urbano dissonante (novos bancos e colunas de iluminação);
- antigo quiosque "Unicef" (classificado no PDM) abandonado e vandalizado;
- antigo pavilhão de chá adulterado.

Segundo informação da Junta de Freguesia das Mercês, a manutenção deste jardim é da inteira competência da CML. Porque é tão fraca a manutenção? É óbvio que este jardim histórico precisa de um projecto de restauro que lhe devolva a dignidade. Mas de nada valerá um restauro se não fôr acompanhado por um plano de manutenção eficaz...

27/07/2007

PSP detém dez carteiristas nos transportes públicos de Lisboa

In Público On Line

" PSP de Lisboa deteve dez pessoas em flagrante delito numa operação realizada a 23 e 24 de Julho de combate aos roubos no interior dos transportes públicos.

Em comunicado, a PSP informa que deteve oito homens e duas mulheres no percurso das carreiras 15 e 28 do serviço de eléctrico da Carris, numa operação que envolveu 25 agentes da polícia.

Estes "mantiveram sob vigilância discreta os eléctricos, o seu percurso e as paragens, controlando e abordando os indivíduos suspeitos da prática de ilícitos", avança o mesmo documento.

A PSP identificou ainda três homens e quatro mulheres suspeitos da prática de furtos.

Os detidos ficaram sujeitos a termo de identidade e residência, tendo sido um deles presente a julgamento sumário e condenado a pena de multa.

Tendo em conta esta altura do ano (quando os roubos acontecem com maior frequência), a PSP adianta que vai continuar a efectuar operações, em datas específicas, para detectar e deter carteiristas"

26/07/2007

SEGURANÇAS SUBSTITUEM POLÍCIA NOS TRANSPORTES

In Dn

A criminalidade nos transportes públicos (TP) da área da Grande Lisboa parece ter estabilizado, mantendo-se os números de ocorrências registados nos últimos cinco anos, declaram ao DN os principais operadores. Consideram que tem aumentado a tendência para a prática de mais furtos e roubos - devido ao agravamento dos problemas sociais em geral, como o desemprego e o aumento do custo de vida, - e o número de ocorrências só não terá crescido devido ao investimento que têm feito na contratação de empresas de segurança privada.

Na zona de Lisboa, a situação mais crítica continua a verificar-se na linha ferroviária de Sintra, utilizada diariamente por cerca de 210 mil pessoas. No entanto, fonte da CP salienta ao DN que "em 2006 registaram-se menos 25% de ocorrências do que no ano anterior, no que se refere a furtos, roubos e agressões".

Embora não especifique quantos casos se registaram no eixo Sintra-Lisboa, a mesma fonte adianta que, "em média, há três situações destas por dia nas quatro linhas da CP/Lisboa".

"A maioria das estações e dos comboios já tem videovigilância e a CP contratou mais seguranças, o que terá contribuído para travar o aumento das ocorrências", salienta a mesma fonte.

Na linha de Sintra, "os períodos mais críticos são à noite, principalmente à sexta-feira e sábado, quando viajam nos comboios grandes grupos de jovens que vão para bares e discotecas", contou ao DN um agente da PSP que patrulha os comboios. Adiantou que "o número de furtos e assaltos aumenta entre o final e o início de cada mês, pois é quando as pessoas recebem os salários e há mais para roubar".

Por seu turno, Rui Ramos, porta-voz da Comissão de Utentes da Linha de Sintra, denuncia ao DN que "falta polícia ferroviária para um número tão elevado de utentes". Contesta o facto de, "a partir de certa hora, fecharem as bilheteiras e as estações ficarem vazias. As pessoas sentem-se sozinhas e inseguras e deixam de utilizar o comboio".

Em termos de criminalidade nos comboios da CP, verifica-se que no Verão a maioria das ocorrências deixa de se registar na linha de Sintra, atingindo também a linha de Cascais. Precisamente porque os grupos de delinquentes dos bairros degradados do concelho da Amadora passam a utilizar os comboios da linha de Cascais para irem à praia. E, durante a viagem, geram distúrbios e aproveitam a confusão para deitar a mão ao que for possível.

Eixo Norte-Sul mais pacífico

Nos comboios da Fertagus, que ligam Lisboa a Setúbal, "o número de furtos, assaltos e agressões não tem, de forma global, aumentado", garante fonte da empresa.

Segundo dados fornecidos ao DN pela transportadora, entre 2005 e 2006, o número de assaltos com ameaça aumentou de 13 para 18, as agressões a clientes e funcionários passaram de 11 para dez e os actos de vandalismo e distúrbios desceram de 61 para 39. Foram participados dez roubos em cada ano e as situações de apedrejamentos aos comboios reduziram de 75 para 21.

"Os principais problemas ocorrem essencialmente em dois períodos distintos: no final da hora de ponta da tarde (roubos e assaltos com ameaça) e nos primeiros comboios da manhã ao fim-de-semana (vandalismo e distúrbios em grupo)", refere a mesma fonte.

Salienta que "em 2007 houve um incremento de 30% no número de vigilantes, que aumentou para 60 agentes".

Para melhorar as condições de segurança nos TP, responsáveis da Fertagus defendem que "deveria haver uma melhor articulação entre todas as empresas envolvidas, assim como entre estas e as autoridades policiais".

Na sua opinião, "os problemas da segurança estão na maioria dos casos relacionados com questões de âmbito social, aos quais as forças policiais não dão uma resposta cabal". Acrescentam que, "para salvaguarda dos seus clientes, as empresas de transporte são obrigadas a recorrer a seguranças privados, substituindo-se ao Estado". Alertam que, "além do elevado custo que esta actividade representa para as empresas, não corresponde ao mesmo nível de autoridade das forças policiais"

Equipa de Morgado vai para a Câmara de Lisboa

In Dn

"O procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro, entregou a coordenação da investigação de todos os processos pendentes relativos à corrupção na Câmara de Lisboa à equipa da procuradora-geral adjunta, Maria José Morgado. A decisão foi comunicada ontem ao director nacional da PJ, Alípio Ribeiro.

Numa reunião realizada na terça-feira na Procuradoria-Geral da República, Pinto Monteiro propôs à directora do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa que, juntamente com a mesma equipa que concluiu a investigação dos processos do Apito Dourado, assumisse a investigação da Câmara de Lisboa. Com esta iniciativa, Pinto Monteiro manifestou publicamente a sua confiança numa equipa que considera competente.

O despacho de nomeação foi assinado ontem pelo PGR e produz efeitos a partir de 1 de Setembro. O documento refere que Maria José Morgado e a equipa existente, a par dos processos relativos à autarquia lisboeta, "continuarão também a acompanhar os inquéritos e processo relativos ao Apito Dourado, até os mesmos estarem findos".

Pinto Monteiro salienta no despacho que a equipa constituída para dirigir e coordenar a investigação dos inquéritos do "Apito Dourado" desempenhou com "dedicação, competência técnica e respeito pelas normas em vigor as tarefas que lhe foram confiadas", pelo que se justifica "a continuação da sua actividade como grupo homogéneo".

"Por outro lado, a complexidade processual, a especialização exigida, a repercussão social e política e o fio condutor que existe entre os inquéritos pendentes relativos à Câmara Municipal de Lisboa são factores que aconselham um tratamento unitário, com uma direcção concentrada de investigação", lê-se ainda no despacho do PGR.

Quanto à equipa que irá agora investigar todos os inquéritos relacionados com a Câmara Municipal de Lisboa, Pinto Monteiro esclarece que a mesma "poderá sofrer ajustamentos justificados pela natureza da matéria a investigar".

Caso Bragaparques

O caso Bragaparques, que levou à queda do executivo municipal e à convocação de eleições intercalares, é a investigação mais mediática à Câmara de Lisboa que será coordenada pela magistrada Maria José Morgado a partir de Setembro.

Além do caso Bragaparques, a magistrada ficará também com a coordenação do processo relativo aos prémios de gestão da EPUL, alegadamente pagos indevidamente a administradores da empresa, bem como com a sindicância aos serviços do Urbanismo da Câmara, pedida pelo ex-presidente da autarquia Carmona Rodrigues.

Entretanto, Gabriela Seara, ex-vereadora do Urbanismo, agora eleita como independente na lista de Carmona, disse ontem que a nomeação de Morgado poderá contribuir para acelerar o desfecho das investigações. Quando tinha o pelouro do Urbanismo, foi constituída arguida. "É bom para acabar o clima de suspeição, porque não se pode gerir uma câmara num clima desses", sustentou em declarações ao DN."

25/07/2007

PSP identifica mais de 40 infracções no transporte de crianças

IN Rádio Renascença

"A divisão de trânsito da PSP de Lisboa realizou esta manhã uma acção de fiscalização ao transporte colectivo de crianças. Em três horas, foram identificadas mais de 40 infracções.

À entrada para o tabuleiro da Ponte 25 de Abril, os autocarros interromperam a viagem até à praia, para que a PSP verificasse as condições de segurança em que viajavam as crianças.

A maioria das infracções detectadas estava relacionada com irregularidades ao nível dos sistemas de retenção e ao nível das licenças para o transporte colectivo de crianças. As multas cobradas rondam os mil euros.

O regime jurídico do transporte colectivo de crianças e jovens até aos 16 anos obriga à utilização de cinto de segurança. A lei prevê que a cada criança terá de corresponder um lugar sentado e que a lotação do autocarro não pode ser excedida.

Os motoristas têm ainda de ser certificados pela Direcção-Geral dos Transportes Terrestres"

Comentário: Por incrível que pareça há por aí muitas empresas de transportes que dizem claramente que a responsabilidade de assegurar os mecanismos de retenção das crianças não é sua, apesar de terem tido conhecimento atempado da legislação, e de (por se tratar de um negócio, do "seu" negócio) deverem ser os principais promotores da segurança de quem transportam.

Finalmente, vê-se a obra a andar!

Foto: Eduardo Gageiro

Cais das Colunas

Onze anos depois, a luz ao fundo do túnel. Salvo seja. falo da obra de reposição de toda a azona do Cais das Colunas. Um dia destes as colunas do cais voltam ao Cais das Colunas: aparecem lá e poderemos outra vez ver dali o pôr-do-sol... O terraço já se nota. As baias foram retiradas e deixaram ali uma rede que não choca. E que deixa ver o andamento da obra.
Assim, sim. Apoiado, Metro.
Até te perdoamos (eu perdoo) os 11 anos...

Lisboa - Cidade de duas margens







Esta imagem é sugestiva do facto de Lisboa ser uma cidade-região de duas margens e não apenas o núcleo urbano confinado aos limites concelhios.


Há que pensar cada vez mais nesta realidade, pois esse raciocínio é o início da resolução dos problemas da cidade e, em consequência, metropolitanos.




Hotel na Torre Vasco da Gama


Começou no início deste mês a construção do Torre Vasco da Gama Royal Hotel, um empreendimento de 21 andares que será acoplado ao edifício mais alto do País, no Parque das Nações, em Lisboa. "Neste momento está em curso o processo de contenção de terras e a demolição das antigas estruturas", revelou ao DN José Moreno, porta-voz da Comissão de Moradores do Parque das Nações.O projecto do arquitecto Nuno Leónidas foi aprovado em Junho de 2006 e será formado por dois corpos construídos entre o rio Tejo e a Torre Vasco da Gama. O hotel de cinco estrelas deverá estar concluído dentro de dois anos e terá 176 quartos e dez suites. No total, serão 372 camas que o grupo Sana pretende inaugurar em 2009. A previsão inicial da cadeia portuguesa de hotéis passava por abrir a unidade em 2004, mas o facto de o empreendimento não estar inicialmente previsto nos planos de pormenor do Parque das Nações contribuiu para atrasar este processo.No edifício, que no final de 2001 foi anunciado como o primeiro hotel bioclimático do País, pretende-se que sejam postos em prática os princípios da arquitectura ambiental ao nível dos materiais utilizados, iluminação natural ou orientação solar. Na Torre Vasco da Gama, que está fechada ao público desde Outubro de 2004, manter-se-ão os três elevadores panorâmicos que permitem o acesso ao topo do edifício. Esta estrutura, que esteve para ser demolida após a Expo'98, não sofrerá alterações. O DN tentou contactar o grupo Sana Hotéis, mas sem sucesso.in DN ONLINE

24/07/2007

Trazer o carro ou a moto para o centro de Lisboa?

O ideal era ir de transporte público. Isso, sem dúvida. Mas para quem não tem essa opção por enquanto, por milhentos motivos? Se quiser trazer a moto? Para alguns pode até colocar-se a opção: trazer o carro ou a moto? Ok, trago a moto (a 1ª pessoa é apenas uma forma de escrever, uma hipótese teórica: não tenho nem nunca tive, mas amigos meus têm e colocam a questão). Trazem a moto. Mas... e depois? Estacionar onde? Quase não se pensa no assunto. Mas parece que valia a pena que se pensasse: segundo me dizem, as motos produzem muito menor poluição em número de unidades de CO2 emitidas. Para a mesma cilindrada, muito menos. Mas a maioria dos carros tem mais cilindrada do que a maioria das motos.
Vem isto a propósito do incentivo ao uso de moto: traga a sua moto para a cidade, deixe o carro em casa (se o tiver também).
A questão que surge é o estacionamento. Na Baixa, por exemplo, só existem dois pequenos parqueamentos autorizados, segundo me foi dito hoje: um na Rua do Crucifixo, outro na Rua do Sacramento (julgo que é aqui). Cada um destes locais tem apenas quatro lugares de moto. Uma ninharia.
Nos parques subterrâneos, os motociclistas não podem estacionar.
Um problema? Um problemas sério?
Já agora, saiba que uma moto de 1 000 cm3 paga de imposto de circulação mais de 100 €... Ou seja: muito mais do que um carro com a mesma cilindrada. Ao que sei, porque uma lei de há 30 anos declarava a moto um meio de transporte de luxo... Onde isso já vai.

LISBOA É...


...uma munícipe octagenária forçada a andar no meio da rua porque os passeios do seu bairro estão ocupados com viaturas automóveis.

A imagem retrata um problema quotidiano na Rua da Saudade, Freguesia de Santiago. Apesar de estar incluída na "zona de acesso condicionado da colina do Castelo", aqui o estacioamento ilegal reina sobre os direitos elementares dos peões. Mas não só os residentes sofrem. A Rua da Saudade é utilizada anualmente por milhares de turistas. É um dos percursos que liga a zona da Sé-Alfama ao bairro do Castelo. Lisboa, parece, não garante nem a segurança dos seus habitantes nem dos que nos visitam.

(foto enviada por uma munícipe que já fez vários apelos junto da CML e EMEL)

23/07/2007

Moradores do Arco do Cego contra vedação na escola

In DN - Filipe Morais

Requalificação da Escola D. Filipa de Lencastre gera contestação

Os moradores do bairro do Arco do Cego, em Lisboa, estão preocupados com o projecto para requalificar a entrada da Escola Secundária D. Filipa de Lencastre. O presidente da Junta de Freguesia de São João de Deus, Rui Manuel Pessanha da Silva, explicou que "parece que a vedação não passou de uma sugestão e era vista como uma medida provisória".

Ainda assim, os moradores estão preocupados, já que, para garantir a segurança dos alunos, essa vedação iria isolar uma grande área em frente da escola, impossibilitando o usufruto daquele espaço público. Os moradores juntaram-se e estão a recolher assinaturas para um abaixo-assinado, que querem enviar à Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL).

Em causa está um protocolo assinado entre a Câmara de Lisboa e a DREL para fazer um agrupamento vertical de escolas, na D. Filipa de Lencastre, em que a autarquia se comprometia "a vedar o espaço público contíguo à frontaria da escola e a construir a respectiva portaria". Agora, os moradores mostram-se preocupados. "O que se ouve dizer é que vão fechar uma área bastante grande e depois ninguém lá pode passar".

Rui Manuel Pessanha da Silva afirma que tem estado "em contacto com a DREL e até agora, oficial ou oficiosamente, não fui informado. Realmente há uma proposta de alteração, mas as obras só começarão em 2008".

Quanto aos rumores de que a indesejada vedação poderá avançar já no mês de Agosto, o autarca sublinha que "é melhor não fazerem nada nas costas das pessoas, porque senão vai ser pior. E atenção que não é uma ameaça, é apenas uma posição. Da minha parte, não permitirei que nada aconteça sem o meu conhecimento". O autarca adianta que tem estado em contacto com os representantes dos moradores, a quem manifestou já a sua posição. Isabel Castro, residente no bairro, refere mesmo que já se levantou a hipótese de se avançar com uma providência cautelar, caso se tente construir a vedação em Agosto.

Os residentes querem defender o valor histórico, patrimonial e estético de um bairro residencial. Actualmente, decorre no Ippar (Instituto Português de Património Arquitectónico) um processo para classificação da Escola D. Filipa de Lencastre, assim como do conjunto do bairro do Arco do Cego. No abaixo-assinado, os moradores pedem a suspensão do projecto, a fim de que possa haver um período de discussão pública.

22/07/2007

3 sociedades para a frente de rio, garante Júdice


«Much ado about nothing»: muita parra e pouca uva?


.José Miguel Júdice deu uma entrevista a Margarida Marante para o 'Sol' deste sábado. Não avança muito. Fala com muita cautela sobre o rio e a sua participação. Mas ficamos a saber algumas das coisas que pensa:
~
1. Quem vai definir o plano são os «accionistas». Resta saber quem são exactamente e que papel o do Estado.

2. Não explica quem são esses «accionistas». O que não nos pode deixar sossegados.

3. Compara a estrutura à Parque Expo - e isso já não é mesmo de deixar qualquer um descansado.

4. Garante que conhece o plano mas que não pode falar sobre ele.

5. Dá a sua palavra de que «não vai haver especulação imobiliária».

6. A nova estrutura será presidida por ele - e reafirma que o fará à borla. Honra lhe seja. Mas vai ficar rodeado de pessoas cheias de benesses, como se adivinha facilmente.
.
7. A nova estrutura vai compor-se de 3 empresas. Mais um balúrdio em ordenados e regalias para um porradão de «boys» - disso ninguém te livra, Zé Povito.

8. Esta nova estrutura não vai anular nem abafar a APL «até porque continuará a haver actividade portuária» - o que é curto para uma zona portuária. A ideia que fica é a de que a principal actividade na área deixará de ser portuária, a qual passa assim a subsidiária sabe-se lá de quê que por ali vai nascer... Motivos mais do que suficientes para se ficar de olho aberto e orelha fita, como diz o Povo da minha terra.

9. Por outro lado, não adianta muito sobre o conjunto dos projectos concretos.

10. E fico ainda a saber que o convite de Sócrates foi feito num almoço há três meses e que um jornal se referiu a isso a 4 de Maio, portanto antes da sua aparição como mandatário de António Costa. E ainda que o convite vai ser repetido.

Ou seja: tudo suficientemente definido e suficientemente insinuado para sabermos que vai ser assim mesmo, lá mais para diante.

O que tenho de dizer é que raramete vi alguém ter tanto espaço em papel de jornal para dizer tão pouco de concreto. Mas Marante explica que seconhecem desde os idos de 1980 e pouco...

Na mesma edição do 'Sol' fica-se também a saber que a CML vai ter um papel central em tudo isto e que a Parque Expo está interessada nesta «tarefa» da reconversão da zona do Porto de Lisboa - e aí já a coisa pode fiar mais fino, dada a negativíssima experiência acumulada por esta empresa lá para o lado do Oriente de Lisboa e zona contígua de Loures, como se vê...

21/07/2007

Estradas.....para todos !



Muitas vezes as soluções são tão simples como esta na imagem......
uma pequena faixa separada de cada lado da estrada.......
para a circulação e segurança de ciclistas e peões......

20/07/2007

os nossos jardins em dia de eleições - 3




Imagens do "JARDIM" da placa central da Praça de Londres (que de Londrino não tem nada como já se percebeu pelas imagens!).

Um dos espaços verdes criados pela CML na década de 50. Não se percebe como é que um jardim localizado numa zona rica da cidade pode ter chegado ao estado de abandono terceiro-mundista:

- grandes quantidades de lixo (incluíndo mobiliário abandonado);
- relvados e plantas mortas (incluíndo um cipreste);
- bancos de jardim destruídos e com falta de manutenção;
- pavimentos com buracos (incluíndo um com 1 metro de diâmetro);
- dejectos (de origem humana e canina) em vários locais.

Não é pois de admirar que, o que resta deste jardim, só já atraia sem-abrigo, mendigos e toxico-dependentes. Encontrei várias "camas" improvisadas de cartão canelado. Também é popular com alguns proprietários de cães uma vez que podem, sem constrangimento, não recolher os dejectos caninos.

Porque se abandonou a manutenção do Jardim da Praça de Londres?

Dos Plátanos ao Investimento

"Sim, tenho a certeza de estamos no caminho certo! Vai gente à nossa frente."

Atrair investimento para Lisboa?

Como será agora? Tomamos um novo caminho ou continuaremos às voltas?

A cidade tem de saber escolher os investimentos que interessam, e tem de saber como atraí-los. No centro de qualquer estratégia, terá de estar a qualidade de vida urbana.

Quem o diz? O presidente do Urban Land Institute, organização internacional dos promotores imobiliários. Neste texto. Algumas passagens:

“Para atrair capital e ser sustentáveis, as cidades devem esforçar-se por proporcionar qualidade de vida em diversas vertentes [incluindo] um ambiente seguro (em termos de crime e qualidade do ar e da água) (…) um parque habitacional ao alcance de várias classes sociais (…) excelentes espaços públicos que criem um sentimento de comunidade.”

“As dez cidades que mais atraem investimento (…) têm algumas características distintivas [entre as quais a de] investirem em sistemas de transporte público.”

“É claro que os factores que fazem uma cidade um excelente lugar para viver são exactamente os mesmos factores que a tornam um excelente lugar para investir.”

“A qualidade de vida, em conjunto com o dinamismo económico e a localização, vai dominar as decisões de investimento ao longo do século XXI.”

Em relação ao investimento, uma nota importante.

O investimento imobiliário deve ser visto como um meio, nunca um fim em si mesmo. Esse tem sido um dos dramas de Lisboa.

O que é que a cidade tem ganho com a construção de milhares de metros quadrados de habitação e escritórios, postos em venda a preços astronómicos, que apenas servem para fixar capitais?

Não criam empregos qualificados. Não povoam a cidade. Não geram mais investimento, nem dinamizam o tecido económico da cidade. E “cobram” na qualidade de vida dos munícipes.

Lisboa precisa de uma visão que guie de forma sustentável o seu desenvolvimento económico. No centro dessa visão tem de estar a qualidade de vida e a salvaguarda daquilo que Lisboa tem de melhor.

Em vez de nos deixarmos “seduzir” ou “horrorizar” com as simulações em 3D dos grandes projectos urbanísticos, precisamos de perguntar, de forma crua, a cada um deles:

…O que é que acrescentará de positivo à imagem da cidade e à vivência dos seus espaços públicos?

…O que é a cidade perderá com a sua construção, e em que medida é que essas perdas afectarão a qualidade de vida e, assim, a atracção de investimento?

E temos de discutir as respostas, de forma igualmente crua. E nessa discussão, não pode haver cidadãos "todos iguais, mas uns mais iguais que outros"...

Distritos Urbanos


Lisboa tem 12 mil funcionários, três centenas de departamentos e divisões e 53 freguesias, constituindo uma estrutura autárquica praticamente ingovernável.


A câmara tem dez trabalhadores por cada mil habitantes, ao passo que em Madrid e Barcelona, esse ratio é de cerca de metade, e mesmo nos municípios limitrofes, como Oeiras, não chega a oito trabalhadores por mil habitantes, enquanto que no Porto há 6,86 funcionários por cada mil habitantes. O problema é tanto mais complexo quanto esta quantidade espantosa de funcionários de Lisboa não é sinónimo de serviços bem prestados.

Não se pode sequer trazer à discussão a pressão que Lisboa sofre dos municípios limitrofes, que até têm mais população do que lisboa, uma vez que os 2,5 milhões da área metropolitana são inferiores aos 5 milhões de Madrid ou quase 10 milhões de Londres, Paris ou Moscovo, e estas funcionam bastante melhor.
No entanto, mesmo considerando que Lisboa sofre uma maior pressão, dada a inexistência de uma verdadeira rede de transportes, gestão autista de município a município e ausência de descentralição de centros económicos e culturais pela área metropolitana, nada justifica a enormidade da máquina camarária.

A cidade está completamente retalhada por tantas freguesias que são um verdadeiro anacronismo administrativo, uma divisão "completamente obsoleta" de territórios minúsculos e sem poderes para fazer coisa alguma, legado de uma gestão vinda do antigo regime e desenquadrada da gestão que se pretende para as cidades-região como são Lisboa e outras cidades europeias.

A mudança passa pela criação de distritos urbanos, no sentido de ajudar a administração da cidade a sair do autismo e a acompanhar no terreno os novos problemas e dinâmicas da vida urbana, em praticamente todas as áreas de actuação.
Muito prometida nas campanhas eleitorais, esta reorganização nunca se efectuou, até por causa das alterações que geraria nos equilíbrios partidários.
Por exemplo, Paris tem 20 Distritos Urbanos/Freguesias; Madrid - 21; Roma - 20; Barcelona -10; Lyon -10, sendo que a relação entre estas DU/Freg. e o número de habitantes não tem paralelo no resto da Europa.

Com o objectivo de combater a descoordenação, burocracia e falta de clareza dos procedimentos camarários, racionalizando a sua gestão e aproximando-a das pessoas, os Distritos Urbanos, assentes no agrupamento voluntário de freguesias, poderiam ser o centro de transferência de competências de gestão camarária (por exemplo, pequenos licenciamentos, serviços de proximidade, informação ao cidadão, apoio técnico, em que cada um dos vereadores seria o rosto do seu distrito urbano, combinando as competências sectoriais com uma competência territorial.

Como é possível que a Baixa-Chiado, o Castelo, o Eixo-Central, a frente Tejo, a zona ocidental sejam retalhadas por dezenas de freguesias e ainda pela gestão danosa e autista do Porto de Lisboa?

A cidade deveria ser dividida pelas zonas de interesse comum e de gestão integrada. A título de exemplo, zonas históricas, zonas residenciais periféricas, zona ribeirinha, zona financeira, entre outras.

De que serve definir zonas de intervenção – Frente Tejo, Sociedades de Reabilitação, Planos de Pormenor, se os mesmos abrangem várias freguesias e várias entidades e se os próprios bairros consolidados estão divididos, dificultando o sucesso daquelas, esbarrando em interesses partidários?

A divisão da cidade em distritos urbanos dar-lhe-ia a escala necessária para governar Lisboa na perspectiva de centro de uma região urbana de quase 3 milhões de pessoas, onde as várias cidades funcionam em estreita interdependência., permitindo que a gestão de topo da câmara se ocupe das questões municipais num todo, supra municipais, metropolitanas e internacionais.

Hoje em dia, pensar a gestão de Lisboa, considerando-a apenas restrita aos limites concelhios e geri-la com base em freguesias, cuja amplitude populacional vai dos 500 eleitores aos 50 mil, é apenas explicável com base em má-fé ou incapacidade de raciocínio.

CML: António Costa toma posse a 1 de Agosto às 17:00 horas

"CML: António Costa toma posse a 1 de Agosto às 17:00 horas" in Diário Digital/Lusa

Avenida de Madrid pede mais luz

In Jornal de Notícias (20/7/2007)

«Candeeiros da polémica

Os moradores e comerciantes da Avenida de Madrid, uma zona residencial nas traseiras da Avenida de Roma, em Lisboa, não compreendem por que é que os candeeiros colocados em Março ainda não estão a funcionar e reclamam mais iluminação para aquela artéria. Em Março, uma empreitada de substituição dos antigos candeeiros de betão por novos candeeiros de metal foi suspensa pela Câmara de Lisboa, depois de alguns moradores e do movimento Fórum Cidadania terem contestado a troca dos postes, alegando que estavam a desfigurar a arquitectura do bairro.

Ontem, o "Fórum Cidadania" enviou para as redacções um e-mail dando conta de que a empreitada tinha sido retomada e contestando que a decisão fosse tomada numa altura de transição do Executivo. Numa visita ao bairro, o JN constatou que os trabalhos em causa se destinavam a fazer a ligação dos novos candeeiros à rede da EDP, operação que a Comissão Administrativa alegou desconhecer.

Contudo, a maioria das pessoas queixou-se de que os candeeiros antigos são "muito altos" e "dão pouca luz à rua", pelo que mostraram concordar com a mudança. José Manuel Silva, dono de um café na avenida, defende que "o que é preciso é iluminar a rua e não os prédios" e não concorda com as críticas que levaram à suspensão da obra. GP »

A Gina Pereira que me perdoe mas este artigo não foca o essencial:

1. A empreitada estava suspensa e não devia ter recomeçado sem autorização superior, que não houve. Quem ordenou o seu recomeço?

2. Os candeeiros históricos de Lisboa (sejam os de Alvalade, São João de Brito ou São João de Deus, ou sejam os de ferro, nas Avenidas Novas, Rato, etc., sejam os candeeiros propriamente ditos, sejam as consolas) têm vindo a ser substituídos nos últimos anos sem o menor critério técnico, rigor estético ou preocupação de qualidade.

As razões apontadas para as sucessivas empreitadas (que decorrem nos últimos 10 anos) de abate e substituição de candeeiros são altamente discutíveis (é errado dizer-se que os novos candeeiros são mais baratos ou que a sua manutenção é menos custosa!), quando não caricatas (se um automóvel não chocar com um candeeiro, ele não cai!; se o candeeiro ilumina mal a rua, mude-se a luminária!; se a tampa dos fios eléctricos está partida, arranje-se!; se o candeeiro está sujo e em mau estado, contrate-se quem lhe faça a respectiva manutenção!).

3. Os candeeiros históricos de Lisboa têm vindo a ser substituídos sem que ninguém tenha feito nada em contrário, e sempre com o mesmo denominador comum: a empresa Visabeira.

4. Já é tempo dos lisboetas terem respeito pelo seu património. E já é tempo de acabar com trafulhices a vários níveis. Isso só tem sido possível porque a CML não dispõe de um Regulamento do Espaço Público. Tudo começa por um Regulamento.

Enquanto tal não existir continuarems a ver candeeiros da CML a decorar jardins de funcionários da CML.

A CML realizou uma acção de fiscalização e reordenamento de esplanadas na Baixa Pombalina

In www.agenciafinanceira.iol.pt

A fiscalização do Departamento de Gestão do Espaço Público da Câmara Municipal de Lisboa (CML) «tem vindo a detectar ocupações abusivas das áreas de implantação de esplanadas na Rua dos Correeiros que, além de ilegais, condicionam a circulação de veículos de emergência, podendo colocar em risco a segurança de pessoas e bens», refere a CML em comunicado.

Todos os comerciantes foram «avisados sistematicamente e posteriormente notificados» para regularizarem as situações detectadas. Após o prazo concedido para esse efeito, os serviços camarários procederam, esta quinta-feira, «à acção de remoção coerciva dos dispositivos ilegais com imputação dos custos aos respectivos infractores».

Trata-se de uma acção de fiscalização concertada com a Polícia Municipal e departamentos de Higiene Urbana e Serviços Centrais, que contou ao todo com 44 elementos.

Decorrerão, ainda, novas acções de fiscalização na Rua dos Correeiros e zonas envolventes nas próximas semanas.

19/07/2007

Geomonumentos de Lisboa em risco de se perderem para sempre


Nas fotos: Geomonumentos em Lisboa. Dois casos: em cima, o de Rio Seco,
abandonado; em baixo, o da Sampaio Bruno, preservado.

Monumentos com milhões e milhões de anos deviam ser pólos museológicos

O que são os «geomonumentos»? Ninguém melhor para explicar isso do que o Prof. Galopim de Carvalho, que um dia tive a honra de entrevistar para rádio e que me explicitou tudo, como agora fez noutra entrevista onde explica com rigor o que são estas formações geológicas especiais: «Geomonumento, como o nome indica, é um monumento de natureza geológica. E monumento, se formos ver a raiz da palavra, quer dizer aquilo que se lega, aquilo que perpetua uma memória. Uma rocha, em certas circunstâncias, tem esta característica de monumentalidade e, como é de natureza geológica, é juntar a palavra, geomonumento. Uma pedra pode ser um monumento, a questão é ela ter significado. E esse significado que ela tem é o testemunho de uma certa página da história da Terra. Para ler esse testemunho é preciso conhecer as letras, os caracteres dessa escrita. E esses caracteres dessa escrita são os minerais, são os fósseis, são outras particularidades que o geólogo aprende a decifrar».
Diz ainda Galopim de Carvalho: «Em Lisboa há alguns afloramentos rochosos que eu entendi considerar como geomonumento e que propus à Câmara a sua salvaguarda. O que se fez. Em nome do Museu assinei um protocolo com a Câmara Municipal de Lisboa em 1998 para criar esses geomonumentos da cidade. A Câmara assumia a obrigatoriedade de os musealizar, de os preservar, de os valorizar e de os manter. O Museu, ao abrigo desse mesmo protocolo, era a entidade científica com capacidade de fazer tirar deles o proveito pedagógico e cultural que eles encerram. Mas esses geomonumentos, agora, estão ao abandono. E outros caíram no esquecimento ou perderam-se».

Recomendação da Assembleia Municipal

Há uns tempos, a Assembleia Municipal de Lisboa foi surpreendida com uma iniciativa de um pequeno grupo de deputados seus para criação de um «exo-museu» e para salvaguarda de um geomonumento concreto. No caso, o de Rio Seco. Terá 90 a 95 milhões de anos. A iniciativa foi de «Os Verdes» em meados de Abril deste ano. A Assembleia em peso aprovou as duas recomendações para que a Câmara respeitasse este seu compromisso para com a Museu de História Natural – firmado em letra de forma naquele Protocolo de 1998. Tudo para que não aconteça o mesmo que já aconteceu, por exemplo, ao geomonumento que havia na Travessa das Águas Livres, datado de há 30 milhões de anos e que foi… destruído. Ou como se vê «nalguns casos, (que) se estão a degradar, como aconteceu com o roubo do painel do pólo da Av. Gulbenkian». Como tantos. Como por pouco não acontecia há 12 anos com as marcas de dinossauros em Carenque, ao tempo de um governo de Cavaco Silva: a CREL em construção levava tudo à frente, claro, com a insensibilidade digna de uma obra urgente. A opinião pública e publicada (incluindo um programa de rádio que então eu editava) evitou o pior, com apoio do então PR, Mário Soares e de muitas figuras públicas.

Lista oficial dos 11 geomonumentos de Lisboa (Estudo do Museu de História Natural aceite pela CML)

1 - Avenida Infante Santo. Camadas de Calcário com sílex. 90 a 95 milhões de anos. Geomonumento implantado.
2 - Avenida Infante Santo. Afloramento de Calcários, recifal. 90 a 95 milhões de anos. Carece de estudo.
3 - Av. Duarte Pacheco (Sete Moinhos). Calcários do Cretácio. 90 a 95 milhões de anos. Geomonumento implantado.
4 - Av. Gulbenkian. Afloramento de Calcários do Cretácio. 90 a 95 milhões de anos. Geomonumento implantado.
5 - Rua Fialho de Almeida. Manto Basáltico do Cretácio Superior. 71 milhões de anos.
6 - Travessa das Águas Livres. Terraço flurio-marinho do Cenozóico Inferior. 30 milhões de anos. Destruído.
7 - Pedreira da Serafina. Calcários Marinhos do Cretácio Médio. 95 milhões de anos.
8 - Rio Seco. Calcários do Cretácio. 90 a 95 milhões de anos.
9 - Rua Sampaio Bruno. Fundo Marinho de uma plataforma recifal com briozoários. 24 milhões de anos). Geomonumento implantado.
10 - Rua Amílcar Cabral. Estratos sedimentares do miocénico com camadas areno-argilosas e calcárias fossilíferas. Classificação em projecto.
11 - Boa Hora / Aliança Operária. Escuada basáltica do Cretácio Superior.

Liberdade criativa


Manter uma zona histórica bem tratada tem um “preço”, que de muito bom grado pagamos, sendo um deles o da contenção nas intervenções novas, por respeito ao pré-existente. Mas Portugal, que assina cartas e recomendações internacionais para a área do património com a mesma rapidez com que as esquece, tem uma forma sui generis de as interpretar.

A imagem acima reporta-se ao Conde Barão, bem no centro desse longo eixo ainda relativamente intocado que vai de S. Paulo à Madragoa. O edifício branco, destinado a habitação e comércio, aterrou nele há relativamente pouco tempo, sendo apresentado como um exemplo de reabilitação urbana na Trienal de Arquitectura de Lisboa (Pólo II, na Cordoaria Nacional). Com a arrogância característica da produção contemporânea, o edifício em questão “chegou, viu e venceu”, secando o restante em seu redor e abrindo um precedente – mais um. A intervenção, fica a saber-se pela sinopse do projecto na referida exposição, teve como promotor… o próprio município. Graças a intervenções plenas de liberdade criativa, Lisboa, essa, vai vendo crescer o longo de rol de frentes de rua sem nexo e sem chama.

Reflexão sobre os «independentes» de domingo passado

Já começo a ficar farto desta conversa de vários dias sobre a força da cidadania de listas de independentes nas eleições de domingo. Quem fala de «independentes» pode estar bastante nganado nessa visão que considero um tanto ou quanto simplista. Independentes? Vamos por partes.
Primeiro: falemos dos candidatos, de onde vieram e para onde irão. Segundo: falemos dos eleitores, do que lhes foi oferecido e do que viram nos candidatos.
É uma reflexão que faço aqui que gostaria de partilhar consigo e em que apenas quero provar que Carmona e Roseta não atraíram só nem principalmente os votos da cidadania... Pode estar a germinar aí um grandioso e lamentável equívoco para a política dos próximos tempos.

Escândalo: retomada empreitada na Av de Madrid


Moradores da Freguesia de São João de Deus lutaram durante semanas para que o respeito pelos direitos dos cidadãos e pelo património da cidade fossem respeitados. A empreitada de remodelação da iluminação pública na freguesia de São João de Deus começou a 26 de Fevereiro passado sem qualquer consulta, apresentação pública, ou sequer simples aviso. Nem a Junta de Freguesia foi informada, quanto mais os simples moradores.

Mas finalmente a 9 de Março foi nos dada razão e a empreitada foi embargada. Foi prometida a reavaliação do projecto, tendo em consideração os critérios estéticos e não apenas técnicos.

Hoje de manhã - dia 19 de Julho - foi retomada a empreitada de remodelação, nomeadamente junto ao número 34 da Avenida de Madrid (foto).

Quem levantou o embargo a esta obra? A Junta de Freguesia de São João de Deus foi informada de um eventual levantamento do embargo? Ou existe alguma ilegalidade neste recomeço da empreitada? Quais são afinal os critérios a aplicar na remodelação da iluminação pública? Porque somos privados de uma explicação?

Lamentamos que, mais uma vez, os trabalhos tenham sido retomados sem que os moradores
fossem consultados ou informados pelo pelouro do Ambiente Urbano da Câmara Municipal de Lisboa. Parece que o termo "cidadania" não existe ou não tem valor para alguns sectores da Câmara Municipal de Lisboa.

Escândalo: recomeçou a empreitada dos candeeiros! Quem autorizou?

Parece mentira mas é verdade:

Em pleno câmbio de vereações na CML, e em plena estação de banhos, a própria CML, de braço dado com a empresa Visabeira resolveram recomeçar a empreitada de abate e substituição de candeeiros em Alvalade, na Avenida Madrid, que havia sido suspensa, e bem, pela antiga vereação no seguimento de múltiplos protestos de moradores, como estes.

QUEM DEU NOVA LUZ VERDE?

Se tiver sido a Comissão Administrativa em funções, é grave, porque desrespeita uma decisão do anterior executivo sem ter competências para tal.

Se tiver sido a nova vereação por terceiros, é AINDA MAIS GRAVE, porque é sinal que o lóbi da chapa galvanizada se manterá seja com quem for.

Recorde-se que esta empreitada foi suspensa por duas vezes, e por duas vezes retomada, tal a pressão interna dos próprios serviços sobre quem decide, antes que fosse suspensa em definitivo (que afinal não é!)

Esta é uma situação grave que importa desde já denunciar.

ISTO TEM QUE ACABAR!

Contamos mais uma vez com a ajuda dos media, e de todos quantos se interessam por uma cidade limpa de corrupções, em que o seu património não esteja a saque, e, pior, não se faça dos cidadãos apenas meros boletins de voto.

Bem-hajam!

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NOTA: Segundo me acabam de dizer, a empreitada volta a estar suspensa. OBRIGADO!

Esta CML está mal, mas é lá dentro, nos próprios departamentos. O próximo executivo vai ter muito que fazer!!

Corredores verdes/vias rápidas de entrada e atravessamento


Além das discussão em torno dos jardins e espaços de verde urbanos, sejam os inseridos na malha urbana, de pequena dimensão, ou os parques-pulmão, que disciplinam e dominam a envolvente, é indispensável a discussão em torno dos corredores verdes citadinos que não sejam, necessariamente, a arborização controlada e espaçada em avenidas.

Na actualidade, e sobretudo nas grandes cidades, existem cada vez mais avenidas com perfil de vias rápidas como também vias rápidas em sentido estrito, que atravessam e retalham a malha urbana.

Em cidades como Lisboa, em que se investe neste tipo de estruturas, de deficiente e ineficaz efeito na resolução dos problemas de tráfego, o seu impacto na envolvente é arrasador.

O efeito visual, o ruído e a poluição atmosférica tornam estes locais transversais como verdadeiros infernos à vida cívica.

Ao contrário do que se tem verificado em Portugal, onde se colocam barreiras acústicas, a verdadeira solução consistiria na construção de barreiras verdes que, além de contribuírem para a diminuição da poluição, diminuiriam o impacto visual do asfalto.

Não sendo sua função serem locais de estada ou de visita como outros jardins, permitiriam melhorar a qualidade de vida dos bairros residenciais envolventes, com grandes vantagens. Veja-se por exemplo os bairros residenciais das Laranjeiras, Telheiras e Parque dos Príncipes, construídos literalmente colados ao eixo-norte sul.

Estes espaços verdes permitiriam também controlar o estacionamento selvagem junto destas vias rápidas (como acontece junto ao Estádio da Luz e de Alvalade).

Por outro lado, permitiriam atenuar, para quem entra na cidade, a péssima imagem causada por tremendos erros urbanísticos na cidade, como acontece na circular externa, entre a Pontinha, Odivelas e Sacavém, na Segunda Circular, Eixo-Norte Sul, Av. Infante D. Henrique, Via Central de Chelas ou prolongamento da Av. Afonso Costa e Estados Unidos da América.

os nossos jardins em dia de eleições - 2




Imagens do outrora "JARDIM" junto da CASA DOS BICOS (sede do Pelouro da Cultura da CML).
Um dos espaços verdes criados pela CML por altura da remodelação do Campo das Cebolas / Casa dos Bicos (na década de 80; alguém sabe o ano exacto?). Este é o único jardim existente na freguesia da Sé. Quando foi criado, constituiu um considerável melhoramento para os moradores. Mas actualmente toda a zona do Campo das Cebolas está transformada num misto de lixeira, estacionamento e cemitério de carros abandonados. As imagens falam por si.

18/07/2007

E se...

... a frota automóvel da Câmara Municipal, de autocarros e de táxis fosse composta por carros movidos a... ar?
Ouvi falar desta tecnologia (surpreendentemente barata) pela primeira vez numa conferência do Prof. Carlos Pimenta, mas não conheço nenhuma opinião isenta (à parte as reportagens da BBC, etc. disponíveis no site da empresa) sobre isto.
p.s. - como sou jurista o que está escrito no site da empresa parece-me fazer sentido, mas as engenharias não são o meu forte...

Uma boa notícia

CML recebe 14 viaturas amigas do ambiente

A frota da Câmara Municipal de Lisboa dispõe, a partir de hoje, 17 de Julho, de mais 14 viaturas pesadas, movidas a gás natural, para transporte de resíduos sólidos urbanos. A entrega foi feita pela Valorsul à presidente da Comissão Administrativa, Marina Ferreira.

Espaços ainda livres em Lisboa



Na sequências dos últimos posts relativos aos jardins de Lisboa, permitam-me chamar a atenção para uma das zonas mais esquecidas e degradadas da cidade: os bairros da Penha de França, Alto S. João, Madredeus e vale de St. António.

Nestes bairros existem vários espaços, entregues ao mato e ao lixo que, com relativamente pouco investimento, poderiam ser transformados em espaços verdes simples, recorrendo a espécies mediterrânicas que requerem um baixo nível de manutenção.
A concretização desta transformação efectuar-se-ia através da plantação de mata, criando zonas de protecção, com funções de bolsas de oxigénio e de acesso condicionado (como as encostas), como poderiam ser zonas de caminhada e jardins mais fechados ou com características de ponto de encontro e convívio (como praças).

Nestes espaços incluem-se espaços denominados de jardins, como a Praça Paiva Couceiro, mas que, em qualquer cidade europeia, perderiam o título.

Esta áreas serviriam de tampão à expansão urbana que ameaça tomar conta daquela zona da cidade, serviria de apoio às urbanizações já existentes e confluiria, potencialmente, os esforços na reabilitação urbana.


Os referidos espaços são:

1 - Encosta do Bairro das Colónias;
2 - Encosta da Penha de França;
3 - Praça Paiva Couceiro;
4 - Prolongamento da Av. Afonso Costa;
5 - Parada do Alto de S. João e miradouro;
6 - Vale de Santo António;
7 - Encosta da Madredeus;
8 - Encosta e miradouro da Rua D. Domingos Jardo;
9 - Envolvente do Forte de Santa Apolónia.


Hugo Daniel de Oliveira

Chegado por email:


«Os plátanos que restam (inclusive alguns de grande ou médio porte) estão todos a secar (...) na placa do jardim, quer do lado da COSEC, quer a meio, em redor das passadeiras rolantes (copa das árvores). Continuo muito preocupada com o que se vai passar a seguir. Aqui, já não há quase nada a salvar, só a reclamar, mas ... e o Campo Grande e as ruas/espaços de Lisboa em geral?

MACastro»

Infelizmente, pouco mais a fazer neste momento, em que não só não existe pelouro da CML como os que existem estão de férias. Esperemos que o calor não aperte ...

Salvaguarda da Encosta da Penha de França

A propósito dos post mais recentes sobre os jardins na cidade de Lisboa, gostaría de vos dar a conhecer um movimento de moradores da Penha de França que se juntou para defender um interior de um quarteirão, que apresenta grandes potencialidades para a criação de uma zona verde pública, aproveitando a encosta da Penha de França e espaços adjacentes. Nos últimos trinta anos, este espaço tem sido alvo de especulação imobiliária, tendo sido indeferido em Fevereiro de 2006 um projecto que previa a construção de um edifício com 15 andares que iria destruir um dos últimos espaços verdes da freguesia.


O movimento surgiu à cerca de dois anos e desde o seu início contou com o apoio da Junta de Freguesia que nos tem ajudado em todo o processo, principalmente nos contactos desenvolvidos com o anterior executivo da CML. Foram feitas reuniões com os anteriores vereadores do Urbanismo e Espaços Verdes para os sensibilizar acerca da importância destes espaço na nossa freguesia e apresentar propostas concretas para o seu aproveitamento enquanto espaço verde público com capacidade para a integração de áreas de recreio e lazer. Após vários contactos com as entidades responsáveis, conseguiu-se dar visibilidade à causa, mas sem resultados concretos. Aguardamos a entrada do novo executivo, na esperança de poderem ser tomadas medidas que salvaguardem a Encosta da Penha de França, impedindo a sua construção.



Mais recentemente a proposta defendida pelos moradores, foi premiada com o Prémio Jovem Arquitecto Paisagista, destacando-se de um conjunto de 30 propostas. O concurso incidia sobre o tema de Espaços de Produção, Protecção e Recreio, e foi baseado nesse conceito que foi desenvolvida uma proposta que visava a criação de um parque na zona da encosta e espaços adjacentes.
A proposta tinha assim como objectivo a requalificação do interior do quarteirão contíguo à encosta da Penha de França, criando um espaço de protecção e valorização da encosta, concentrando os equipamentos na base da mesma. Seria criada uma área de descompressão da malha urbana, com capacidade para integrar simultaneamente áreas amplas de recreio e lazer com equipamentos e actividades para as várias faixas etárias (parque infantil, bar/esplanada, campo de jogos, hortas comunitárias, zonas de estadia, percursos ao longo da encosta, edifício multiusos, parque de estacionamento subterrâneo, etc.). Este seria o grande espaço arborizado do bairro, com diversas funções e equipamentos que permitiriam valorizar a freguesia, reintegrando a encosta na estrutura e vivência da cidade.


Com este prémio, os autores da proposta bem como os restantes moradores que desde sempre apoiaram a iniciativa, esperam obter outra visibilidade para esta causa, lutando para impedir a construção deste interior de quarteirão, e continuar a alertar para a importância dos espaços abertos na melhoria das condições de vida na Penha de França e principalmente na cidade de Lisboa.
Nuno Almeida e Lília Coelho

A ESTÁTUA DECAPITADA - APELO AOS LISBOETAS


Na Tapada das Necessidades, local de rara beleza na cidade de Lisboa, desapareceu recentemente a cabeça de uma estátua, conforme o documenta as fotografias que ilustram esta notícia.

O valor material que alguém possa atribuir a esta peça de estatuária, desintegrada do seu todo, nada é quando comparado com o valor patrimonial que foi agora subtraido à contemplação de todos aqueles que visitam e amam a Tapada das Necessidades.

Apelamos a quem tenha em seu poder tal património ou saiba do seu paradeiro, o favor de contactar a Junta de Freguesia dos Prazeres, Tel. 213932110.

Queremos também deixar aqui um convite para que venham conhecer a Tapada das Necessidades, situada no Largo das Necessidades (Junto ao Palácio com o mesmo nome), de 2ª. a 6ª. Feira das 9 às 18 H, Sábados, Domingos e Feriados das 10 às 19 H. A entrada è gratuita.

Pelos Amigos da Tapada das Necessidades



João Pinto Soares

Especulação imobiliária temida na zona ribeirinha.Comunidade Portuária contra zona ribeirinha nas "mãos" da Câmara.

In Jornal de Notícias (18/7/2007)
José António Domingues

«A Comunidade Portuária de Lisboa, que reúne vários operadores do porto de Lisboa, alertou ontem para os riscos de especulação imobiliária caso a gestão das zonas ribeirinhas passe para a autarquia lisboeta.

"Estes terrenos são muito valiosos e tememos que se houver mudança de gestão da zona ribeirinha deixemos de ter esta zona e passemos a ter aqui especulação imobiliária", disse o presidente da Comunidade Portuária de Lisboa, João Carvalho, durante uma conferência de imprensa ontem em Lisboa.

Num documento distribuído aos jornalistas, os responsáveis da Comunidade Portuária vão mais longe e consideram que "passar para a gestão camarária as áreas da zona ribeirinha do Tejo, não significa preservar essas zonas, mas receamos antes pelo contrário, abri-los à voragem da especulação imobiliária".

Acrescentam que se esta zona está hoje razoavelmente preservada "foi exactamente porque se impediram excessos aos apetites camarários".

A discussão em torno da futura gestão das zonas ribeirinhas marcou a campanha eleitoral para a câmara de Lisboa, depois de ter sido conhecido o convite feito a José Miguel Júdice, mandatário da candidatura de António Costa (PS), para liderar o projecto governamental de reabilitação da frente Tejo da cidade.

O projecto equivaleria a uma nova Expo'98 na zona ocidental e envolveria como parceiros as câmaras de Lisboa e Oeiras e Administração do Porto de Lisboa (APL), que veria a sua autonomia reduzida. (...)»

Estas declarações do responsável da CPL dão vontade de rir, porque uma coisa foi o historial da APL há 12-15 anos (abertura da frente ribeirinha ao público, desmantelamento de armazéns, etc.), outra, bem diferente, foi a sua actuação nos últimos anos, com projectos de hotéis, edifícios de escritórios, interfaces que não o são, derrube sistemático de árvores, aumento do terminal de contentores, atentados ao sistema de vistas e, imagine-se, até um projecto recente de centro comercial para o Jardim do Tabaco!

Por isso, entre a especulação imobiliária da CML e a do governo, por via da APL, venha o diabo e escolha. Eu já escolhi: CML, porque, ao menos, é passível de ser referendada publicamente.