05/12/2007

PSD absteve-se na votação de proposta que apresentou

In Público (5/12/2007)
Com Lusa

«Assembleia Municipal de Lisboa aprova empréstimo de 400 milhões de euros

Os deputados da Assembleia Municipal de Lisboa aprovaram ao início da noite, por maioria, a contratação de um empréstimo de 400 milhões de euros para o pagamento das dívidas da autarquia, dando aval a um acordo conseguido pouco antes entre PS e PSD.

O empréstimo foi aprovado com os votos favoráveis das bancadas do PS, PCP, BE e PEV e a abstenção dos deputados sociais-democratas, que detêm a maioria naquele órgão, e do CDS-PP, já depois de ter sido ratificado pelo executivo camarário numa reunião extraordinária do que obrigou à suspensão dos trabalhos da assembleia.

A solução de compromisso – que prevê a separação do montante em duas tranches de 360 e 40 milhões de euros – foi avançada por Domingos Pires (PSD), presidente da junta de freguesia de Benfica, durante a reunião da Assembleia Municipal, onde estava a ser discutido o empréstimo de 500 milhões proposto pelo presidente da autarquia, António Costa.

O PSD prometia chumbar a proposta, defendendo um plano alternativo de financiamento que passava por um empréstimo imediato de apenas 143 milhões de euros associado à constituição de um fundo de reestruturação de 375 milhões.

Apesar da orientação de voto dada pela direcção nacional do PSD, os socialistas acreditavam na dissidência de alguns deputados municipais sociais-democratas. Mas a meio da tarde tornou-se claro que isso não iria acontecer, forçando o executivo do PS a aceitar uma solução de compromisso.

Após a intervenção do deputado social-democrata, António Costa questionou se esta seria a posição oficial do PSD, revelando que se assim fosse pediria a suspensão da Assembleia Municipal para convocar de imediato uma reunião do executivo camarário (ali presente) para discutir a proposta, assumindo que aceitaria a solução de compromisso. "Temos condições para chegar hoje a acordo".

Os trabalhos foram interrompidos a pedido do vice-presidente da bancada do PSD, Jorge Penedo, para discussão entre os elementos da bancada, tendo dez minutos depois todos concordado em avançar com a proposta de 400 milhões de euros.

A solução hoje avançada pelo presidente da Junta de Benfica tinha sido avançada pelo líder da bancada social-democrata, Saldanha Serra, mas que nunca foi formalmente proposta nem discutida.»

Tanto barulho para nada, ou como uns fazem bluff e outros arvoram em «chefões», com direito a séquito e capangas, num espectáculo que em nada abona em favor da respectiva família política. Para cúmulo, ainda se abstiveram à sua própria proposta. Mais palavras para quê? Decididamente, Shakespeare não combina com Mário Puzzo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ninguém sai bem da fotografia. Desde do PSD, e as suas propostas fora de tempo. E o PS que acaba por recuar com medo do chumbo na AM. Q

uem ainda perde mais com tudo isto é mesmo a cidade...

postman disse...

Existe um grande equívoco nesta notícia, para não dizer que está demasiada “inclinada”. A proposta que foi apresentada foi a 493/2007. Foi subscrita pelo presidente da Câmara António Costa, em resultado da sua aprovação em sessão de Câmara.

Como se sabe o PSD sempre disse que não votaria favoravelmente o montante de 5000m€ e ( em 25 Setembro e 16 Outubro) só estaria disponível para aceitar a que diz respeito ao valor de 360M€ .

O que aconteceu foi que a proposta aprovada foi precisamente a mesma : 493/2007 – apresentada pelo mesmo subscritor. Só que em reunião extraordinária do executivo camarário – a meu ver de grande dúvida legal – realizada na sala da Presidente da AML, decidiram alterar o valor de 500M€ para 400M€ (aliás esta mesma alteração de um texto de uma proposta votada em executivo também levanta algumas dúvidas legais).
O PSD cumpriu aquilo que sempre disse, inclusive nesta sessão da AML, que deixaria passar.
Deixar passar não é necessariamente votar a favor. Portanto é falso dizer que a proposta era do PSD. A proposta do PSD seria sempre outra que não implicasse mais dívida para quem vier a seguir a estes senhores.