01/06/2015

Retoques finais num dos maiores erros urbanísticos dos últimos tempos




Prédio Ventura Terra na Avenida da República.  Este era viável em toda a linha. Autores deste blogue visitaram-no antes da intervenção desastrosa que o perdeu para sempre. Toda a grandeza de um prédio de rendimento da Lisboa Enre Séculos de forte presença e de um dos maiores nomes dessa época, Ventura Terra, foi adulterada. O edíficio foi completamente intervencionado na típica e aplaudida reabilitação à la Lisboa.

Este e outros executivos camarários não têm sabido parar na sua visão economicista da cidade. As grandes avenidas foram as primeiras vítimas. São hoje vias rápidas sem nenhuma beleza nem carácter. O edificado que restava desta época, criativa, inovadora e de elevados padrões estéticos, tem sucumbido à voragem da aprovação de projectos banais que não fazem mais do que transformar a Lisbao romântica de Entre Séculos, numa amálgama disforme de acrescentos, aumento de cérceas, vidros espelhados, formas quadradas, numa linguagem arquitectónica árida e estéril.

Há pouco houve a semana da reabilitação onde a esmagadora maioria dos exemplos trazidos era em tudo semelhante a este. Há dois dias organizou o Fórum a sua 2ª conferência Lisboa Entre Séculos - a Arquitectura Ameaçada. Este caso traduz na prática essa ameaça. São cada vez menos os grandes prédios de rendimento, os palacetes, as moradias da viragem do século. O património perdido nunca mais volta e a leitura da cidade sai empobrecida todos os dias. Lastimáveis escolhas de executivos fracos e desconhecedores da riqueza patrimonial da cidade que dizem gerir. Talvez seja preciso: menos desta gestão e mais cultura.

11 comentários:

  1. Anónimo7:14 p.m.

    E o Zé não entrou com nenhuma providência cautelar?!

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  2. Anónimo8:12 p.m.

    O que ali estava e o que ali está! Lixo estético!

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  3. Anónimo8:12 p.m.

    O que ali estava e o que ali está! Lixo estético!

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  4. Anónimo11:39 p.m.

    Sem palavras...

    Esta gente não fica com qualquer peso na consciência?!

    Santa ignorância.

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  5. Anónimo11:29 a.m.

    Depois da moda dos edifícios com varandas fechadas surge a moda dos acrescentos. Mais valia demolirem e construírem tudo de raiz, ao menos não ficava a memória do que em tempos já foi um edifício lindo. Se é para ser inestético, que seja todo ele, já que o conjunto não diz com nada!

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  6. Anónimo6:08 p.m.

    Não haverá por aí um jihadista frustrado que ponha uma valente bomba naquele acrescento?!

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  7. Anónimo12:28 a.m.

    Que dizer?... Quando "caiu o pano" nem queria acreditar que era este o cenário!

    Como se não bastasse a demolição de todo o interior... perdido por cem, perdido por mil. Se é para estragar então acrescente-se um "acrescento", sem qualquer preocupação que não seja a de fazer mais fogos para "trazer gente para o centro", e assim revitalizar a cidade.

    É com estes argumentos, com estas boas intenções que se quer justificar o injustificável, as demolições selvagens, as ampliações sem qualquer critério que não seja o da rentabilidade imobiliária.

    É esta a marca que o início do século XXI vai deixar na cidade. Depois de nós virão outros que da análise deste período tirarão as conclusões sobre o que actualmente se passa. Por mim, e ainda que sem o devido afastamento temporal que esta questão necessita, atrevo-me a avançar com a minha leitura estamos numa sociedade com uma profunda crise de valores, em que se perderam as referências e isso reflete-se de forma muito evidente na forma como gerimos a cidade, o apagar memória, o desrespeito por "quem já cá estava antes de nós, que só agora chegamos", a "flexibilidade" das regras às situações...

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  8. Anónimo12:14 p.m.

    Feio até dizer chega. Contra estes não aparecem notícias no jornal nem petições. O problema era a torre compave ao lado do sherato... LoL

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  9. Sim....qualquer demolição integral é bem mais honesta que estas cenografias de mau gosto.

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  10. Anónimo7:02 a.m.

    Lisboa está na moda.

    Na *moda de baixo!


    lol

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  11. Anónimo9:39 a.m.

    Erro é favor. ATENTADO, no mínimo.

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