31/01/2019

Na Rodrigo da Fonseca, há minutos


Foto de Madalena Costa Lima, in Facebook

Praça das Flores - Comunicado do Fórum do Património

«Fórum do Património

Comunicado de imprensa Edifício dissonante na Praça das Flores, Lisboa:

Tribunal nega provimento a recurso da câmara e do promotor

Lisboa, Segunda-feira, 29 de janeiro de 2019»:


29/01/2019

Cervejaria Solmar - Proc. 2267/EDI/2018 - Alerta à CML e DGPC


Exmo. Senhor Vereador Manuel Salgado
C.c. PCML, AML, DGPC, JF e media


No seguimento da apresentação aos serviços que V. Exa. tutela, do pedido de obras de alteração e conservação na antiga cervejaria Solmar, com o processo nº 2267/EDI/2018, o qual, caso seja aprovado sem mais pela CML, implicará alterações nas caixilharias, nos gradeamentos e na sua arcaria exterior, com o encerramento desta com vidro;

Somos a apelar a V. Exa. para a qualidade das caixilharias exteriores da Solmar, que são de origem e que se devem manter em bom estado dada a limitada exposição ao meio ambiente, e para a necessidade de não se permitir a adulteração da arcaria referida, pelo seu encerramento com vidro, o que desvirtuará o fabuloso projecto de arquitectura e decoração, exterior e interior, que fazem da Solmar um espaço único na cidade de Lisboa e por isso um local Em Vias de Classificação de Interesse Público (Anúncio n.º 83/2018, DR, 2.ª série, n.º 106, de 4-06-2018).

Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Júlio Amorim, António Araújo, Paulo Lopes, Pedro Machado, Rui Pedro Martins, Ana Alves de Sousa, Rui Pedro Barbosa, Pedro Cassiano Neves, Virgílio Marques, Helena Espvall, Fernando Silva Grade, Maria do Rosário Reiche, Fátima Castanheira, Miguel de Sepúlveda Velloso

Fotos: Estúdio Horácio Novais (Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian)

Passadeiras da Freguesia de Santo António


É este o estado das passadeiras de peões nas ruas: Rodrigues Sampaio, Barata Salgueiro, Camilo Castelo Branco, Duque d´Ávila,… e muitas mais!

Competência da Junta de Freguesia, é urgente a sua reparação/repintura!

Ana Alves de Sousa

Já nem o Bloco das Águas-Livres merece respeito ...


Pois é, agora estão em vias de começar a construir um mono em cima do Bloco das Águas-Livres, MIP, conforme esta maquete, na Praça do Ginásio Club Português, um prédio de 7 andares, em que o promotor é o Ginásio, e o arquitecto, Rui Miguel Martins dos Santos. Digam lá o que anda a fazer a CML, que passa a vida a elogiar o Bloco, e, pior, a DGPC, que o classificou e agora deixa que construam em cima dele? Isto vai lindo...

28/01/2019

Projecto de alterações no Palácio do Machadinho - Alerta e pedido de correcção à CML


Exmo. Senhor Vereador
Arq. Manuel Salgado


C.c. PCML, AML e media

Tomámos conhecimento do projecto de alterações e ampliação do Palácio do Machadinho, da autoria do atelier Saraiva & Associados, tendo por requerente "Maria Mendes Esteves", na qualidade de novel proprietária daquele palácio histórico de Lisboa, até há pouco tempo propriedade da CML. Independentemente das possíveis considerações acerca do processo de permuta e compra do mesmo, do qual, oportunamente, solicitámos esclarecimentos da CML, e independentemente da bondade do projecto em causa;

Somos desta feita a enviar o nosso alerta a V. Exa. para o facto de o referido projecto contemplar algo que consideramos grave, e que se traduz na reformulação/re-compartimentação de todo o andar nobre do palácio, passando todas as salas deste piso (todas elas decoradas com tectos e azulejaria relevante) a ser quartos, sendo entaipadas as portas entre as salas, ou seja, impossibilitar-se-á doravante a leitura da sequência de salas daquele piso, ou seja, desvirtuar-se-á o palácio enquanto tal, já que se é palácio deve-o em grande parte a essa sequência de salas em corredor continuado.

Apelamos, por isso, a V. Exa. e à CML para intervir junto do proprietário e do arquitecto no sentido de corrigirem a situação.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Ana Celeste Glória, Virgílio Marques, Rui Pedro Martins, Inês Beleza Barreiros, Jorge Pinto, Helena Espvall, Pedro de Souza, Helena Espvall, Fernando Silva Grade, Fátima Castanheira, Miguel de Sepúlveda Velloso

Isto é anti-arquitectura


Todo este projecto (alterações com construções novas no antigo Palácio de Santa Helena, em Alfama) resume-se a betão armado em logradouro, sobre construções que era ilegais e, claro, que tapa a vista para o rito desde pelo menos 2 pontos. Mas este bloco aqui nesta foto de Júlio Soares, in Facebook, é do mais profundo anti-arquitectura que jamais vi. E é lindo, e é em Alfama! Bah, ó Samuel, volta às aulas, pá!!

24/01/2019

Algumas medidas simples para os transportes de Lisboa


In Público Online (24 de Janeiro de 2019)

São medidas simples, algumas relativamente económicas e que podem garantir não só importantes ganhos de eficiência como de conforto.

«Sabemos que o investimento em transportes públicos, por forma a garantir um bom nível de cobertura, frequência e qualidade, pode ser bastante avultado. Podemos questionar-nos se fará sentido continuar a investir na expansão das diversas redes (rodoviária, ferroviária e fluvial), ou seja na sua área de cobertura, sem tratar de resolver primeiro as insuficiências e problemas das redes actuais. Aí pesa sobretudo a questão da frequência que está muito associada a uma maior disponibilidade de recursos humanos e veículos cujo custo também pode ser considerável, porém incontornável para alcançar níveis de serviço satisfatórios. A relação custo-benefício e todas as externalidades positivas, aconselhariam certamente a um maior investimento nesta área mas mesmo sem querer avançar já para esse nível de investimento, existem algumas medidas, simples e relativamente baratas, aplicáveis na cidade de Lisboa - e não só - que podem ser desde logo implementadas com evidentes vantagens. Algumas destas medidas têm maior impacto no sector turístico, outras têm um carácter mais abrangente:

- Os passageiros que chegam ao aeroporto de Lisboa precisam de esperar talvez 30 minutos na recolha de bagagens e depois precisam muitas vezes de formar extensas filas nas máquinas do metro de Lisboa para poder adquirir o seu bilhete. Porque não colocar máquinas de bilhetes do metro junto à recolha de bagagens para que possam desde logo comprar o seu bilhete enquanto esperam pelas bagagens? (a medida pode levantar questões de jurisdição mas podem certamente ser articuladas entre Metropolitano de Lisboa e ANA).

- Recentemente, o modelo de embarque nos táxis na zona de chegadas do aeroporto foi alterado permitindo mais embarques em simultâneo. Uma boa medida que poderá até ser ampliada se o tempo médio de embarque se revelar ainda demasiado elevado na época alta. Também importante seria a colocação junto à zona de embarque, de um mapa da cidade de Lisboa, bem visível, com círculos concêntricos que indiquem o custo médio de deslocação por táxi e com informação clara sobre a taxa de bagagem e de chamada. Uma medida que irá contribuir para uma maior transparência deste serviço.

- A compra de bilhete ao guarda-freios é um dos factores que agrava significativamente o tempo de paragem dos eléctricos. Em pontos-chave do percurso, poderiam ser colocadas máquinas exteriores automáticas de bilhetes (eventualmente mais pequenas que funcionem apenas com moedas e cartões), por exemplo no Martim Moniz, Portas do Sol, Rua da Conceição, Largo Camões e Prazeres. A recolha de dinheiro poder-se-ia fazer ao fim de cada dia para evitar furtos e danos. E note-se que esta medida teria não só um efeito positivo na pontualidade, frequência e capacidade dos eléctricos como iria promover uma maior fluidez de todo o trânsito que é afectado pelas paragens prolongadas deste meio de transporte.

- A existência de um bilhete de três a cinco dias, com algum desconto sobre o valor do bilhete diário, que permite ao visitante da cidade usufruir tranquilamente da sua estadia sem necessidade de recargas constantes ou controlo de saldo. Pode até não ser a melhor estratégia em termos de rentabilidade mas faz todo o sentido da perspectiva do utilizador e do seu nível de satisfação.

- À semelhança do que acontece por exemplo em Praga, capital da República Checa, os autocarros poderiam exibir em ecrã as próximas 4 paragens para que os passageiros se possam preparar antecipadamente e possam viajar mais tranquilos, sinalizando inequivocamente a chegada a cada uma delas. Uma informação que é fundamental para passageiros (não apenas turistas) que não conheçam o percurso. De forma adicional poderia ser exibida a distância remanescente até às paragens para que os passageiros possam ter uma noção do tempo de percurso.

- Seria importantíssimo que as grandes estações de metro, estações de intersecção de linhas, estivessem munidas de instalações sanitárias de capacidade adequada. Se alegarem que o custo é demasiado elevado então que se cobre um valor razoável (0,20 euros) pela sua utilização mas a existência de tais equipamentos justifica-se plenamente em infra-estruturas dessa dimensão.

- Estamos no século XXI. Conseguimos falar com outro ser humano através de dispositivos móveis com som e imagem mas somos incapazes de conceber refúgios de paragens de transportes públicos capazes de proteger eficazmente os utentes da chuva. Estas estruturas de mobiliário urbano que encontramos actualmente em Lisboa foram desenhadas tendo como primeiro critério a visibilidade dos suportes publicitários. Como tal os bancos são colocados do lado oposto onde estão os cartazes. A proteção nascente é mais curta ou inexistente e não existe proteção frontal que poderia perturbar a visibilidade do cartaz. As diferentes componentes são em muitos casos disjuntas e com frestas e a altura e profundidade do tejadilho revelam-se desadequadas para criar uma zona de proteção suficiente quando a chuva cai com ângulos mais acentuados. É certamente possível criar um modelo que seja capaz de proteger eficazmente os utentes da chuva, nomeadamente através de uma semi-proteção frontal (vejam-se por exemplo os casos de Curitiba e de Birmingham). Ou bem que os concessionários de publicidade se comprometem a criar um abrigo confortável ou então a própria Câmara Municipal deveria assumir a responsabilidade da instalação de tais equipamentos, tão importantes para a qualidade de vida de tantos cidadãos. A substituição destas peças de mobiliário urbano teria os seus custos, claro, mas pelo menos que se desenhem modelos capazes e que se proceda paulatinamente à sua substituição com objectivos, por exemplo, trimestrais. Outra medida imperiosa é a drenagem eficaz da zona frontal da paragem ou medidas de acalmia de tráfego como lombas ou passadeiras sobre-elevadas que evitem as rajadas de água que os automobilistas lançam sobre os utentes.

São medidas simples, algumas relativamente económicas e que podem garantir não só importantes ganhos de eficiência como de conforto. Os utentes, que por experiência própria e contínua, sentem na pele os problemas e as limitações dos transportes públicos, têm que ter a sua opinião levada em linha de conta de forma mais assertiva e consequente, para que seja garantida uma melhoria contínua da rede de transportes públicos nas suas várias vertentes.

Pedro Machado

Matemático; membro do Fórum Cidadania Lx; autor do livro "A Lisboa que eu imaginei"»

O autor escreve segundo o novo Acordo Ortográfico

22/01/2019

“Direitos para as pessoas, regras para as multinacionais - Vamos pôr fim ao ISDS!”


Caras amigas e caros amigos,

Como membro da Plataforma TROCA- por um Comércio Internacional Justo, gostaria de vos pedir, como cidadãos activos, que assinem uma petição contra a justiça paralela para as multinacionais, que foi lançada hoje, 22 de Janeiro, por uma ampla rede de ONGs e grupos europeus e também portugueses, no âmbito da campanha “Direitos para as pessoas, regras para as multinacionais - Vamos pôr fim ao ISDS!”. A petição pode ser assinada aqui: https://stopisds.org/pt/

Este desconhecido tema da justiça paralela para as multinacionais tem como consequência sermos afinal nós, cidadãos, que pagamos as indemnizações multimilionárias às empresas, através dos nossos impostos, quando os governos adoptam leis em prol da saúde, da segurança laboral ou alimentar ou ainda de protecção ambiental. Que absurdo colocar a protecção dos interesses de lucro das empresas acima da protecção dos cidadãos! Enquanto isso, por outro lado, não há mecanismos vinculativos multilaterais de responsabilização das empresas multinacionais pelos estados. Esta injustiça contribui para a descrença dos cidadãos na Democracia, levando à abstenção nas eleições ou ao apoio a partidos populistas.

Em Portugal, nenhum investidor estrangeiro tinha recorrido a estes mecanismos de “justiça paralela” até recentemente. Em Novembro de 2016, no contexto da anulação da subconcessão dos transportes públicos de Lisboa e Porto, foi feita uma ameaça por parte do grupo mexicano ADO contra Portugal, mas que acabou por não avançar. Porém, em Setembro de 2018, os accionistas da EDP anunciaram a sua intenção de accionar um processo de arbitragem internacional contra Portugal. Em disputa estão 285 milhões de euros, que o Estado português alegou corresponderem a uma utilização abusiva, por parte da EDP, do actual sistema de Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual.

Hoje, numa acção simbólica junto à loja da EDP, activistas da TROCA distribuíram folhetos e sensibilizaram as pessoas presentes para assinarem a petição. A rede europeia «STOP-ISDS» está empenhada em conseguir milhares de assinaturas logo nos primeiros dias.

Por favor, peçam também aos vossos amigos e conhecidos que assinem a petição contra os privilégios especiais para as multinacionais e em prol de um tratado vinculativo que acabe com a sua impunidade.
Direitos humanos primeiro, Justiça igual para todos!

Agradeço a vossa atenção,

Mischa

Links:

21/01/2019

Entretanto, o Palácio Condes da Ribeira Grande ...


Deixou-se de amarelo ocre ... mas o resto mantém-se. (info via Vizinhos de Alcântara)

Museu da Música em Lisboa - Apelo à Ministra da Cultura


Exma. Senhora Ministra da Cultura
Dra. Graça Fonseca


C.c. PCML, Museu da Música, AML, DGPC, Vereadora da Cultura da CML e Media

No seguimento das notícias vindas a público dando conta da vontade do Governo em avançar em breve com a instalação do Museu Nacional da Música, ou parte dele, no Palácio Nacional de Mafra, serve o presente para solicitarmos a Vossa Excelência, Senhora Ministra, a melhor das ponderações relativamente a este assunto, que cremos ser de suma-importância para o Património Nacional.

O acervo deste museu e a sua história estão intrinsecamente ligados à cidade de Lisboa e ao coleccionismo privado do início do século XX. A sua instalação na estação do Metro de Alto dos Moinhos foi provisória e surgiu para solucionar o problema do acervo estar guardado em condições precárias e sem exposição pública. Esta colecção e o importante espólio documental provêm sobretudo do empenho de três figuras fundamentais: Alfredo Keil, Michel ‘Angelo Lambertini e António Lamas, a que se juntam instrumentos da colecção da Família Real e peças de várias doações. A colecção do Museu engloba instrumentos no período cronológico que vai do século XVII à actualidade, europeus, africanos e orientais.

Parece-nos que Lisboa não deve prescindir do património deste Museu Nacional, com vários instrumentos classificados de Tesouros Nacionais, devendo fazer todos os esforços para encontrar um local condigno e de futuro. Neste sentido sugerimos que possa ser recuperado e revitalizado um dos seus palácios:

* O Palácio das Laranjeiras com o Teatro Tália, ligado à história da música através do mecenas incontornável do panorama artístico do seu tempo, o Conde de Farrobo, com a consequente deslocalização do Ministério do Ensino Superior para outro local.

* O Palácio Foz, no centro de Lisboa, tão ligado à Cultura e actualmente subaproveitadíssimo, com uma localização privilegiada de todos os pontos de vista e que chegou a ser publicamente anunciado pelo então Ministro da Cultura como o local para instalar o Museu, ou parte dele.

* E o Palácio Pombal, na Rua do Século, abandonado e desocupado, que teria a mais-valia evidente da sua proximidade ao Conservatório Nacional;

Quanto à sua importância da educação patrimonial o museu actualmente desenvolve uma vasta actividade atraindo um vasto público que usufrui de concertos, conferências, visitas temáticas, cursos, participação de alunos em audições e trabalhos de investigação, etc.

Pelo exposto, apelamos a Vossa Excelência para ter a máxima das ponderações relativamente a este assunto, solicitando-lhe, ao mesmo tempo, para abrir um período de consulta a um conjunto amplo de especialistas e requisitando o necessário estudo independente acerca da viabilidade e do custo das três alternativas.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Virgílio Marques, Bernardo Ferreira de Carvalho, Rui Pedro Barbosa, Pedro Janarra, Jorge Mangorrinha, Alexandre Marques da Cruz, Rita Nobre de Carvalho, Helena Espvall, Rui Martins, João Oliveira Leonardo, Ana Alves de Sousa, Eurico de Barros, Júlio Amorim, Pedro Cassiano Neves, Henrique Chaves, Rita Gomes Ferrão, Maria do Rosário Reiche, Bruno Palma, Luís Mascarenhas Gaivão, Fernando Silva Grade, Fernando Jorge e Pedro de Souza

Foto: CML

Lisboa antiga está a desaparecer - O fim das colectividades de cultura, recreio e desporto


Vendedores de Jornais Futebol Clube (1921 - 2018)

A Colectividade "Vendedores de Jornais Futebol Clube" (VJFC), fundada a 15 de Fevereiro de 1921, por iniciativa de um grupo de ardinas para dar apoio aos vendedores de jornais, abrigando os ardinas que precisavam de pernoitar na cidade de Lisboa. Quando a profissão deixou de ser tão comum, o n.º 53 da Rua das Trinas, continuou a servir de albergue para os ardinas que ainda existiam, e era também um espaço onde se realizavam diversas actividades relacionadas principalmente com o futebol. Nos últimos anos, apesar da diminuição gradual do número de sócios, era um local onde estes se podiam juntar e conviver, e era conhecido principalmente pelo arraial dos santos populares e pelas festas de aniversário da gente do bairro.

Cessou a sua actividade, que vinha desempenhando em prol da população da Lapa, no início de Agosto de 2018, após 97 anos de existência, por não poder suportar o aumento da renda do espaço exigido pelo senhorio.

Para a história da Colectividade, fica o facto de ter tido como presidente, nos anos 40 do século passado, o Almirante Gago Coutinho, navegador que, em conjunto com Sacadura Cabral, realizou a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, mais precisamente entre Lisboa e o Rio de Janeiro, em 1922,

Para além de geógrafo, cartógrafo, oficial da Marinha Portuguesa e historiador. Dele ainda se preserva alguns objectos pessoais por ele doados à colectividade, como a bengala, o pente, as penas com que escrevia e o diário que manteve enquanto realizava a histórica travessia, bem como o bloco de notas, que se revestem de inestimável valor patrimonial.

Diário que descreve a travessia do Atlântico Sul

É também de realçar as dezenas de taças que o VJFC foi ganhando ao longo dos anos, principalmente em torneios desportivos. Dessa colecção de troféus fazia também parte a Taça Rainha das marchas populares, atribuída ao clube por ter vencido de forma consecutiva as marchas de Santo António entre 1964 e 1966.

Placa comemorativa do primeiro prémio das Marchas Populares de Lisboa em 1935

Foi também a Colectividade VJVC quem organizou a Marcha da Madragoa de 1932 a 1981, que venceu o Concurso das Marchas Populares de Lisboa em 1932, 1935, 1940, 1947, 1950, 1958 e, consecutivamente em 1964, 1965 e 1966 (tendo também obtido o 2.º lugar em 1934, 1967 e 1968).

Na posse da Junta de Freguesia da Estrela estão agora os objectos pessoais do Almirante Gago Coutinho e algumas taças e troféus que segundo a autarquia são “de enorme relevância histórica e cultural para a colectividade, o bairro da Madragoa, as suas gentes e a sua memória, nomeadamente os relacionados com as Marchas de Lisboa”. A autarquia garante que vai assegurar a exposição pública e permanente dos objectos nas instalações da freguesia, e acrescenta que “está já em preparação “a organização da sua exposição permanente aberta ao público, e eventual itinerância sempre que se justifique ou seja solicitada”.

Conclusão

A diminuição do número de associados e a falta de apoio por parte do Governo e das Autarquias têm vindo a criar grandes dificuldades à manutenção das colectividades de cultura e recreio. A recente aprovação da "Nova Lei das Rendas" tem-se mostrado como responsável pelo seu encerramento, por impossibilidade de pagamento dos novos valores das rendas apresentados pelos senhorios.

Será que vamos continuar a assistir ao fim das HISTÓRICAS colectividades de cultura e recreio ?

João Pinto Soares

18/01/2019

Promessas há muitas, mas a Casa da Pesca continua ao abandono


Depois de tentativas de assinaturas de protocolos falhadas em 2007 e 2016, este poderá ser o ano em que a Casa da Pesca ganha uma nova vida. Ministério da Agricultura e câmara de Oeiras garantem que elaboração do documento que efectiva a cedência do espaço se encontra "em fase final de execução". Município quer reabilitar o espaço.

Sebastião Almeida (Texto) e Daniel Rocha (fotos), in Público 18.1.2018

«Na parte norte da Quinta do Marquês de Pombal, em Oeiras, a vegetação cobre o tanque frontal da Casa da Pesca. O conjunto arquitectónico pombalino, datado do século XVIII, integra os vastos terrenos da quinta mas continua ao abandono, apesar de a classificação de monumento nacional obtida em 1940. O Ministério da Agricultura, proprietário do espaço, diz que há um protocolo de cooperação com a câmara de Oeiras, que está “em fase final de elaboração”. Contudo, a autarquia reitera que cabe ao ministério “ultimar os detalhes do referido protocolo” para que as obras de reabilitação avancem.

O receio do grupo de cidadãos que, em 2018, lançou a petição Salvar a Casa da Pesca é que tudo fique na mesma, apesar das garantias dadas pelo Ministério: já em 2016 tinham sido iniciados trabalhos para a criação de um protocolo que definiria “os termos de cooperação e co-gestão” do património, protocolo esse que previa “a reabilitação do conjunto monumental” e para cuja data de definição dos termos ficara "estabelecido o mês de Junho”, lê-se numa troca de correspondência entre o Fórum Cidadania Lx e o gabinete do Ministério da Agricultura, datada de 14 de Junho de 2016.

O Ministério da Agricultura, contudo, nega que “teria sido estabelecido o mês de Junho de 2016 como data limite para a definição de um protocolo para a recuperação da Casa da Pesca”. Para o ministério, essas informações “não correspondem à verdade”. No entanto, o documento a que o PÚBLICO teve acesso, diz o contrário.

Quando questionado sobre quais os motivos para que em 2016 o protocolo não tenha avançado, o Ministério da Agricultura não responde e sublinha apenas que “o protocolo com vista à recuperação do espaço está em fase final de elaboração”.

Mas a história do abandono já vai longa. Em 2012, o PÚBLICO escrevia que o projecto de reabilitação da Casa da Pesca, da Cascata do Taveira e do tanque frontal seria levado a cabo através de um protocolo entre o Ministério da Agricultura e a câmara de Oeiras, que transformaria os terrenos num parque temático agro-pastoril.

O projecto acabou por não sair do papel devido a divergências entre o executivo da câmara de Oeiras e o Ministério da Agricultura, argumentou à época o presidente da câmara, Isaltino Morais. Os termos do acordo passavam pela cedência da quinta ao município, que, em contrapartida, pagaria 15 milhões de euros para a construção de um laboratório de Medicina Veterinária. Na recuperação da quinta teriam ainda de gastar outros 25 milhões de euros.

A câmara de Oeiras chegou a acordo para pagar metade do valor exigido, pedindo em troca a cedência do espaço por 90 anos, mas o ministério não aceitou. No final de contas, a Casa da Pesca continuou ao abandono, até hoje.

A Casa da Pesca, uma propriedade de recreio para o repouso das elites, que dava também apoio às actividades de pesca que ali se desenrolavam no tanque fronteiro, pertenceu a Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, antes de ser adquirida, já no século XX, pelo jornalista e empresário Artur Brandão. O senhorio vendeu posteriormente a quinta, repartindo-a por vários proprietários.

Para o grupo de cidadãos que lança agora a petição, o interesse histórico e artístico do local deveria sobrepor-se a qualquer entrave burocrático. Os autores do documento chamam à atenção para os estuques que retratam cenas marítimas, no interior da Casa da Pesca, “e cuja autoria tem vindo a ser associada a Giovanni Grossi, famoso estucador da época”. Os azulejos presentes na escadaria do jardim e espaços circundantes apresentam-se com fissuras, devido à falta de manutenção.

A última intervenção conhecida remonta a 1961, ano em que terão sido efectuadas obras ao telhado da casa e uma limpeza aos terrenos circundantes, a cargo da então designada Direcção Geral de Monumentos Nacionais.

Numa nota publicada na página da missiva, reitera-se o “processo acelerado de ruína” a que todo o conjunto está sujeito. Perante o “cenário dramático”, lê-se no documento, “é inaceitável que o Ministério da Agricultura continue a protelar as indispensáveis obras e que a Direcção-Geral do Património Cultural continue sem impor o cumprimento das obrigações inerentes à salvaguarda de um bem classificado".

A autarquia, questionada sobre o estado das negociações com o Ministério da Agricultura, expressou a “boa-fé” que tem demonstrado no desenrolar do processo e que “está disponível para receber o importante património arquitectónico, recuperá-lo, mantê-lo e colocá-lo disponível ao público”.

Além da Casa da Pesca, também o Paço Real de Caxias, pertencente ao Ministério da Defesa, e a Quinta da Cartuxa, propriedade do Ministério das finanças, estão ao abandono. A autarquia de Oeiras diz ter “projectos de reabilitação em estudo” para todos os edifícios, desde que o Governo decida “transferir as competências para o município”, sublinha.

No caso específico da casa pombalina, a câmara de Oeiras assegura que têm sido realizadas negociações para a cedência do complexo, “a pedido da autarquia”, sublinha.

O Ministério da Agricultura, em resposta às questões endereçadas pelo PÚBLICO, esclarece que, o grupo de trabalho constituído em 2018 para dar resposta à situação de abandono e de reabilitação do espaço elaborou um protocolo de cooperação com a câmara de Oeiras, que se encontra em “fase final de execução”.

Esse protocolo define “os termos em que, em parceria com a autarquia de Oeiras, se processará o modelo de gestão do património histórico de forma a promover a reabilitação de um importante complexo edificado”.

Em respostas enviadas por email, fonte do Ministério da Agricultura detalha que o novo protocolo irá abranger todo o complexo, “designadamente a Abegoaria (ou Casal da Manteiga), a Casa dos Bichos da Seda, a Casa do Fresco, a Pombal, a Mina, a Cascata do Taveira, a Cascata da Fonte do Ouro, o lago e jardins adjacentes, o aqueduto e a rede pedonal de caminhos pombalinos envolventes”. Resta, contudo, esperar que seja devolvida à Casa da Pesca uma nova vida.

O PÚBLICO questionou a Direcção Geral do Património Cultural sobre quais as diligências que têm sido empreendidas no sentido de avançar com as obras de reabilitação, mas não obteve resposta até à data da publicação do artigo.»

17/01/2019

E já se prepara o ataque à fabulosa Rua Júlio de Andrade, no Torel:


Enquanto isso, a Fundação Macau já tem na CML um projecto para alterações e ampliação (proc. 2212/EDI/2018) do palacete da Rua do Torel, 7, que é da autoria de Sebastião Locati, com projecto de 1891.

O projecto defende duas aberrações: a demolição do anexo (que data do projecto original, apontado na 3ª imagem) cuja presença arquitectónica e urbanística é particularmente relevante na Calçada do Moinho de Vento; e instalação de diversas estruturas fixas na cobertura em terraço do palacete, característica que o distinguia na origem. E vai daí, ainda querem construir um auditório que vai ser enterrado, apenas o acesso é exterior.

Foi no que deu o IGESPAR/DGPC nunca querer classificar a Rua do Torel como um todo muito específico, ficando a sua "protecção" dependente da dita ao Campo Mártires da Pátria que, como já se viu, não serve rigorosamente para NADA.

Foto IHRU/SIPA.

Supremo Tribunal Administrativo dá razão ao movimento de moradores contra a construção do Museu Judaico


O Supremo Tribunal Administrativo recusou o «recurso de revista» da Câmara Municipal de Lisboa e da Associação Turismo de Lisboa, mantendo a suspensão das deliberações para demolição de edifícios no Largo de São Miguel e a futura construção do Museu Judaico. O STA aceitou assim a sentença do Tribunal Central Administrativo Sul, de 14 de Junho.

Fotos via Vítor Cóias

16/01/2019

Em defesa da Instituição de Utilidade Pública - Ateneu Comercial de Lisboa



Assine e divulgue esta petição criada por sócios e antigos sócios do Atheneu: https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT91173&fbclid=IwAR20RpczMLmeLqIOjkEeI_lCSa9DfVzGusWhFuQ_mVgwPxAlGxlbsd65xAM.

É de facto vital que se assegure a salvaguarda do clube Atheneu, e ali, no seu edifício, e não noutro lugar.

15/01/2019

O Palacete Ribeiro da Cunha é Monumento de Interesse Público a partir de hoje


Portaria n.º 80/2019 - Diário da República n.º 10/2019, Série II de 2019-01-15 117821507 Cultura - Gabinete da Secretária de Estado da Cultura
Classifica como monumento de interesse público o Palacete Ribeiro da Cunha, incluindo o jardim, sito na Praça do Príncipe Real, 26, e na Calçada da Patriarcal, 40, Lisboa, freguesia de Santo António, concelho e distrito de Lisboa

(foto: Público)

14/01/2019

Abuso ao Aqueduto, mais um:


Chegado por e-mail:

«Olá bom dia , venho apresentar mais um caso de abuso contra o nosso património classificado.
Este bem à vista de todos nós. Situa-se em frente ao Parlamento em Lisboa, uma grande estrutura de cimento, cola literalmente com os arcos das condutas de água que abasteciam o convento de São Bento, que passava pelo arco de São Bento, hoje em dia na Praça de Espanha.
Ver imagens.
Fica aqui este triste exemplo.. espero que seja denunciada.
Sem outros assunto,
Paulo Moreira»