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03/11/2016

Pergunta de algibeira: é isto que vai ser o futuro Paris-bomba da BP?


(foto retirada do site do atelier RRJ)

23/11/2015

Queremos saber: onde estão os "cidadões"?


In O Corvo (23.11.2015))
Por Fernanda Ribeiro

«Antigo cinema Paris vai ser demolido

Doze anos depois de Santana Lopes ter tentado mandar abaixo o antigo cinema Paris, na Rua Domingos Sequeira, em Campo de Ourique – decisão que, em 2003, foi suspensa pelo então autarca -, a única solução agora encontrada para o edifício passa, novamente, pela sua demolição, uma vez que o imóvel “infelizmente, já não é recuperável”. Está assim também afastada a possibilidade de uma tomada de posse administrativa da sala por parte da Câmara Municipal de Lisboa.

“Temos de constatar o evidente e não nos podemos agarrar àquilo que, infelizmente, já não é possível, nesta altura: a recuperação do cinema Paris. Estamos convictos de que, rapidamente, será encontrada uma solução para a reabilitação urbanística do terreno, mas não do edificado”, afirmou o presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luis Newton, na semana passada, perante a Assembleia Municipal de Lisboa, onde o Movimento do Partido da Terra (MPT) apresentou uma recomendação à câmara apelando à salvaguarda do antigo cinema.

Já em Janeiro de 2015, o Partido Ecologista “Os Verdes” tinha questionado a câmara a este respeito e inquirido a autarquia sobre o estado de conservação do painel do pintor Paulo Guilherme, que decorava a sala de espectáculos. Mas, na altura, não houve respostas.

Em declarações ao Corvo, Luís Newton salienta que, já antes, o vereador responsável pelo Urbanismo, Manuel Salgado, lhe afirmara que qualquer operação de requalificação a realizar na área do antigo cinema Paris não passaria pela manutenção do edifício – há três décadas votado ao abandono e que, actualmente, é uma ruína.

Apesar de considerar válidos alguns dos argumentos invocados pelo MPT, que apelava à salvaguarda do Paris – entre eles o facto de o edifício projectado pelo arquitecto Victor Piloto, em 1931, se incluir na área de protecção da Basílica da Estrela, o que justificaria alguma protecção -, o presidente da Junta de Freguesia da Estrela vê agora com bons olhos a sua demolição, tendo em conta os problemas suscitados pelo abandono a que o imóvel foi sujeito.

“Há seis anos, talvez ainda fosse possível recuperar o antigo Paris, mas agora é tarde. Para nós, junta, o que nos preocupa não é só a insegurança da estrutura, que ao longo do tempo tem vindo a deteriorar-se muito, mas também o problema grave da insalubridade de toda aquela zona, que está infestada de ratos, baratas e todo o tipo de bichos, estando transformada num potencial de pragas”, salienta Luis Newton.

Para o presidente da junta da Estrela, qualquer projecto que venha a desenvolver-se na área do antigo cinema terá de abranger não só o edifício como os terrenos onde ele está implantado. Até porque o imóvel é “vizinho” de uma bomba de gasolina e de uma creche.

Na origem do impasse verificado em torno do edifício, que deixou de funcionar como cinema em meados dos anos 80, está um litígio entre os proprietários do imóvel – a Sociedade Geral de Cinemas – e a Câmara Municipal de Lisboa, conflito que se arrastou ao longo de vários anos, mas que estará agora sanado.

Um dos sócios da Sociedade Geral de Cinemas, António Martins de Freitas, era simultaneamente funcionário do Departamento de Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa e sócio de uma empresa de construção, Novas Construções, o que suscitou um conflito de interesses que, no mandato de António Costa, em 2008, chegou a determinar uma pena de 90 dias de suspensão ao seu funcionário.

Mas a correr em tribunal permanecia ainda o pedido de indemnização solicitado à autarquia pela Sociedade Geral de Cinemas, no valor de 4 milhões de euros, por não lhe ter sido permitido, em 2003, avançar com a demolição pretendida.

“O vereador Manuel Salgado disse-me que essa questão está resolvida, permitindo que, em breve, possa avançar ali um projecto de requalificação, que não passará, no entanto, pela manutenção do edifício”, sublinhou o autarca.

A concretizar-se a demolição, desaparecerá assim da cidade a obra projectada pelo arquitecto Victor Piloto onde foram rodadas algumas cenas do filme “Lisbon Story”, de Wim Wenders.»

29/01/2015

Câmara de Lisboa pode tomar posse administrativa do antigo cinema Paris


In O Corvo (9.1.2015)
Por Fernanda Ribeiro

« Há 20 anos, o cinema Paris, já então fechado e decadente, foi cenário de algumas cenas do filme “Lisbon Story”, de Wim Wenders. Desde então, a sua história é bem mais amarga e perigosa. O edifício corre o risco de ruir e ameaça a saúde pública, diz o presidente da Junta de Freguesia da Estrela. Os proprietários não fazem obras e a Câmara pode tomar posse administrativa da ruína.

O antigo cinema Paris, cujo estado de degradação é evidente e onde há anos está pendurada uma faixa negra onde se lê “A vergonha não passou por aqui”, poderá deixar de ser a ruína que se vê logo à entrada da Rua Domingos Sequeira, perto da Basílica da Estrela.

A Câmara Municipal de Lisboa ameaça tomar posse administrativa do imóvel, cujos proprietários foram intimados pela autarquia, em Setembro do ano passado, a fazer obras de conservação e reabilitação.

O prazo para o arranque das obras, dado pela câmara à sociedade que é detentora do edifício, foi já ultrapassado e não se vislumbram sinais de obras na zona. A intimação dava 45 dias úteis aos donos do Paris – a empresa NCI, Novas Construções Imobiliárias – para iniciarem as obras a realizar ao longo de sete meses, como se afirma no edital afixado no tapume de alumínio que rodeia o arruinado edifício.

“Caso não dêem execução no prazo estipulado, a Câmara Municipal poderá tomar posse administrativa do imóvel para executar as obras coercivamente”, afirma-se no edital, um documento com data de 12 de Setembro de 2014 e ele próprio já algo desbotado.

A sociedade proprietária do edifício poderá ainda sofrer outra penalização, por falta de cumprimento da determinação camarária: “Enquanto, por motivos alheios à câmara, não forem iniciadas as obras de conservação, a taxa de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) será majorada em 30 por cento”, diz o documento.

A decisão tomada pelo pelouro do urbanismo da Câmara, a cargo do vereador Manuel Salgado, surgiu na sequência de uma vistoria feita em Maio de 2013, que dava já conta de um “mau estado de conservação” – algo que não surpreende, tendo em conta o abandono a que foi votado o antigo cinema, fechado há perto de 30 anos.

A situação do edifício do Cinema Paris preocupa em particular os moradores da zona e também o presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luís Newton (PSD), que teme a derrocada do imóvel.

“O edifício corre o risco de abater, se nada for feito. O que é um perigo, até porque tem ao lado uma bomba de gasolina e, logo a seguir, um infantário. Além disso, há presentemente outro problema. Aquilo é um foco de insalubridade e uma ameaça à saúde pública”, disse ao Corvo o presidente da Junta de Freguesia da Estrela ...»

...

Olha, olha, então tb pode tomar posse administrativa do Odéon, certo? que este é um caco. Mas, seja como for, força, Luís Newton! Apupos a Vasco Morgado :-(

09/06/2010

Câmara de Lisboa entrega mais competências às juntas

In Público (9/6/2010)
Por José António Cerejo

«Para exercerem as suas novas responsabilidades, as 53 freguesias da cidade vão receber este ano mais quatro milhões de euros do orçamento camarário

Aumento de verbas

A manutenção da sinalização horizontal e vertical das ruas, bem como a gestão dos serviços Motocão (limpeza de dejectos caninos) e o Lx Porta-a-Porta são algumas das novas atribuições cuja transferência para as juntas de freguesia foi anteontem aprovada pelo executivo municipal.

A delegação de competências foi aprovada por unanimidade, na generalidade, tendo o PCP optado pela abstenção na cláusula que respeita ao Lx Porta-a-Porta - um serviço gratuito de transportes que funciona nos bairros históricos e se destina sobretudo a idosos. De acordo com o vereador Ruben de Carvalho, a abstenção deveu-se ao entendimento de que a manutenção dos veículos devia continuar a cargo do município.

A vereadora Graça Fonseca explicou que os protocolos que agora vão ser assinados, entre a câmara e as juntas de freguesia que entendam subscrevê-los, contempla as novas atribuições e mantém todas as que tinham sido delegadas pelo anterior executivo nas áreas da manutenção de pavimentos, calçadas e jardins, pequenas reparações nas escolas e limpeza urbana, entre outras.

Os protocolos a celebrar, salientou a autarca, resultam de uma intensa negociação com as juntas de freguesia, que decorreu no fim do ano passado, e integra-se no processo de descentralização administrativa que o executivo pretende levar a cabo, dotando as freguesias de "meios e competências para um exercício mais eficaz de funções urbanas de proximidade". A acompanhar as novas competências a câmara deverá transferir para as freguesias um total de 13 milhões de euros, o que corresponde a um acréscimo de quatro milhões em relação ao ano passado.

As transferências serão trimestrais, sendo essa a periodicidade dos relatórios de execução que as juntas passam a ter de apresentar. "Não obstante as dificuldades da gestão orçamental pós-chumbo do orçamento pela assembleia municipal alargámos as competências e as verbas transferidas", disse Graça Fonseca.

Na reunião do executivo foi também aprovada a proposta de demissão do arquitecto Jorge Contreiras, o único dos oito técnicos dos serviços de Urbanismo que foi afastado da autarquia na sequência dos processos que lhes foram levantados após a sindicância realizada em 2007. Os outros já tinham sido punidos com penas de suspensão até cinco meses, tendo um deles visto o processo arquivado.

Nos termos da proposta aprovada, Jorge Contreiras - que já tinha sido exonerado, a seu pedido, em 2007, no decurso da sindicância - foi responsável pela "elaboração de informações e propostas técnicas orientadas para a aprovação dos projectos de arquitectura" elaborados por empresas de que era proprietário, "nas quais omitiu ou falseou dados de facto", incumprindo, reiteradamente os seus deveres de funcionário. Contreiras tem pendente em tribunal um processo em que é acusado de corrupção, além da prática de outros crimes, pelo Ministério Público.»

...

Aumento de competências às Juntas à parte (até prova em contrário, não creio que dê em mais do que do mesmo), este senhor é o responsável pelo imbróglio criado com o antigo Cinema Paris, ou não é?

08/07/2008

Câmara remove entulho e lixo do CINEMA PARIS

in Diário de Notícias, 7-7-2008 por Kátia Catulo
Em 2002, os técnicos camarários alertaram para perigo de derrocada
Ainda não há projecto para o edifício que está devoluto há 20 anos

Mais de cinco anos após o alerta de perigo de derrocada, homens e máquinas entraram no final da semana passada no Cinema Paris, em Lisboa, para proceder aos trabalhos de sustentação dos tectos e remover o lixo e entulho que se acumularam dentro do edifício ocupado por sem-abrigo e toxicodependentes. A tarefa, a cargo da câmara municipal, estará concluída ainda esta semana, mas as obras não significam um novo rumo para o edifício de Campo de Ourique. "A autarquia atendeu ao nosso pedido e decidiu proceder à limpeza do espaço", explica Nuno Ferro, presidente da Junta de Freguesia da Lapa, esclarecendo, porém, não existir ainda um projecto para o edifício que há duas décadas se encontra devoluto."A câmara não tem dinheiro para recuperar aquele espaço e a única alternativa passa por desenvolver um projecto que inclua toda a área envolvente e que seja financiado por privados", diz o autarca social-democrata, defendendo que para isso é preciso "vontade política" e colaboração dos particulares.

Há quase seis anos que uma vistoria dos técnicos camarários concluiu ser urgente demolir o imóvel devido ao risco de aluimento de tectos e desagregação da fachada. Em 2003, durante o mandato de Pedro Santana Lopes, a autarquia chegou até a intimar o proprietário a realizar a demolição. Os trabalhos avançaram, mas 24 horas mais tarde foram interrompidos pela Câmara de Lisboa, que pediu ao Governo a declaração de utilidade pública da expropriação e autorização de posse administrativa do edifício com o objectivo de reconstruir o Cinema Paris.

A proposta foi aprovada em Assembleia Municipal em Maio de 2004 e, a partir dessa data, surgiram várias especulações sobre o futuro do edifício, desde uma possível transformação do imóvel em hotel, passando por um espaço vocacionado para o teatro. A protecção civil ainda realizou algumas recomendações para proteger a população e bens, tendo pedido para vedar uma parte da fachada e deslocar uma paragem de autocarro que se encontrava em frente ao edifício.

FOTO: Cinema Paris em 1960 por Arnaldo Madureira. Fonte: Arquivo Municipal Fotográfico

15/05/2008

Câmara de Lisboa aprova torre polémica na Expo e autoriza demolições no Saldanha

In Público (15/5/2008)

«Reestruturação da EPUL será conhecida até ao fim do mês. Plano de acalmia de tráfego, política de habitação e reabilitação do Paris não foram a votos na reunião


Dois projectos urbanísticos polémicos receberam ontem luz verde por parte da Câmara Municipal de Lisboa. Sem a oposição do PSD e vereadores Lisboa com Carmona, o executivo liderado pelo PS aprovou um projecto de loteamento no Saldanha e a construção de uma torre de 23 andares no Parque das Nações da autoria do arquitecto espanhol Ricardo Bofill.
O nascimento de obra nova em dois lotes na esquina da Avenida de Casal Ribeiro com a Praça do Duque de Saldanha esteve no cerne das críticas da oposição. Embora não tenha sido aprovado qualquer projecto de arquitectura (o previsto para o local, da autoria do arquitecto português Vasco Massapina, não é para manter, assegurou o vereador Sá Fernandes, do BE), os vereadores do PCP e dos Cidadãos por Lisboa (CPL) de Helena Roseta consideram que a Câmara está a abrir um grave precedente para o futuro daquela zona da cidade.
"Já se estragou tudo o que havia para estragar naquele eixo da cidade", criticou Helena Roseta, para quem a câmara deveria deixar "a reabilitação passar à frente da obra nova". Já para a vereadora do PCP, Rita Magrinho, urge que a autarquia aprove planos para o Campo Grande, Av. da República, Fontes Pereira de Melo e Saldanha, sob pena de que haja novas "perversões" da legislação urbanística. "Não deixa de ser sintomático que a proposta tenha tido apenas votos a favor do PS. Até mesmo o vereador Sá Fernandes [que governa a câmara com o PS] se absteve".
O mesmo BE e os CPL também se opuseram à torre projectada para a zona da rotunda da Alameda dos Oceanos, no Parque das Nações, aprovada com os votos favoráveis do PS, PSD e Lisboa com Carmona e a abstenção dos comunistas. Considerando que o edifício terá um "impacto visual muito forte", Helena Roseta defendeu que nenhum projecto daquela envergadura deveria ser avalizado sem ser submetido a discussão pública.
Entretanto, a Câmara chumbou a proposta do PCP para a nomeação do novo conselho de administração da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL). Segundo Sá Fernandes, o executivo apresentará "até ao fim do mês" a proposta de reestruturação da EPUL e das Sociedades de Reabilitação Urbana para no início de Junho designar a nova administração da empresa de urbanização. Antes da renovação e da mudança de estatutos, explicou o vereador, os actuais responsáveis de EPUL terão de levar à câmara as contas de 2006 e 2007.
Numa reunião de oito horas, foram contudo afastadas cinco das principais propostas. Os planos de Helena Roseta relativos à acalmia de tráfego, política de habitação, reabilitação do cinema Paris e classificação da Torrefacção Lusitana, bem como a florestação do Casal Ventoso advogada pelo PSD não foram a votos. A primeira foi adiada a pedido dos vereadores de Carmona, que não a estudaram. A habitação ficou de parte porque será discutida com a vereadora daquele pelouro. Já a requalificação do Paris e a classificação da Torrefacção serão analisadas pelos serviços. O vereador do Urbanismo prometeu visitar o cinema e aferiro seu significado patrimonial para depois decidir como agir face ao seu proprietário (privado).
Torre do Parque das Nações terá "impacto visual muito forte" e deveria ser avaliada pelos cidadãos, diz Helena Roseta »


Nota 1:

Se o Paris tinha interesse público para a CML e AML em 2004, sendo acordada expropriação que, contudo não foi deferida em Conselho de Ministros, é lógico que continue a tê-lo. Certo?

Nota 2:

A Torrefacção Lusitana é um dos raríssimos edifícios genuinamente de arquitectura industrial que restam no malha histórica da cidade, que, como se sabe despreza o seu património industrial. Está inserido numa zona de classificação - o Bairro Alto - cuja protecção é mera retórica pomposa, como se sabe, também. Por isso, a sua classificação como Imóvel de Interesse Municipal urge e será remédio de facto a alterações/ampliações/demolições que lhe venham a cair em cima.

13/05/2008

O Paris vai amanhã a sessão de CML

E o que está em causa é:

1. Vedá-lo totalmente aos delinquentes.

2. Clarificar a situação que lhe valeu aparecer na sindicância feita à CML, ou seja, porque não foi validada pelo CM a expropriação aprovada em CML em 2004?.

3. Mantendo-se o pressuposto de intersse público, lançar mão de um projecto de reabilitação do imóvel, recorrendo, se necessário, à sua posse administrativa.

11/04/2008

Ainda o Paris:

Chegado por email:

«Ao Fórum Cidadania Lisboa



Tendo tomado conhecimento com o vosso texto sobre o Paris Cinema da Rua Domingos Sequeira nº30, com o qual na generalidade concordo, quero apenas esclarecer o que não é muito claro no início do vosso texto.

Sendo neto do fundador do cinema, Victor Alves da Cunha Rosa, que o mandou edificar em 1930 como “cinema de estreia”, para substituir o antigo Cinema Paris situado no fim da Rua Ferreira Borges, já perto das Amoreiras, friso que já há muitos anos que ele não pertence à Sociedade Geral de Cinemas, ao contrário do que é dito no princípio do texto. Os últimos anos da sua propriedade pela Sociedade Geral de Cinemas foi muito complexa, pois tendo-o alugado à Lusomundo, como o v. texto menciona, esta empresa deixou-o ao abandono, a degradar-se, sem qualquer exibição de filmes durante anos, tendo a Sociedade que recorrer aos tribunais para voltar à sua “plena posse” e assim preparar a sua venda, o que foi concretizado. Variados anos após a sua venda a um privado que o manteve sempre fechado e em contínua degradação, foi o cinema posteriormente adquirido pela Câmara.

Era muito interessante o seu projecto inicial da autoria do Arquitecto Victor Manuel Piloto, com apoio no seu arranjo interior do Pintor Jorge de Sousa, de onde se salientavam as 4 peças escultóricas (baixos relevos) do Escultor Simões de Almeida (sobrinho) situadas no “foyer” do balcão. Pena que nos anos 50 tenha sido algo desvirtuado, em parte devido a obrigações regulamentares, tendo no entanto sido na sua sequência feita a encomenda da pintura mural na grande “sala de fumo”, igualmente do balcão, ao Pintor Paulo-Guilherme (d’Eça Leal). Creio que esta pintura ainda existirá.

É minha convicção que, a manter-se esse equipamento com espaço cultural da cidade, deverá ser restaurada conforme o projecto inicial a fachada principal e a sua área imediatamente anexa da entrada (piso térreo) e do “foyer” (piso superior), devendo a(s) sala(s) de espectáculos e restantes espaços ser alvo de um projecto integralmente novo, contemporâneo, convenientemente articulado com o projecto de Victor Piloto.



José Cunha Rosa Silva Carvalho
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Antigo Cinema Paris, de portas escancaradas e em perigo

Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa,


Vimos ao contacto de V.Exa. para o alertar sobre o estado deplorável e perigoso em que se encontra o antigo Cinema Paris, à Estrela, que, não bastando ter sido abandonado anos a fio pelos seus sucessivos proprietários, ter sido ameçado de demolição e com promessa (incumprida) de compra pela CML de Santana Lopes (mais informação em http://cidadanialx.tripod.com/cinparis.html); e não bastando ter caído nas malhas da sindicância de que foi/está a ser alvo a CML; está hoje de portas escancaradas, com os painéis metálicos que a CML lá colocou, partidos, e, hoje mesmo refúgio de sem abrigo.

Uma lástima. Um perigo. Alguém faz alguma coisa, S.F.F.?

Na expectativa de uma resposta e de ajuda de V.Exa., subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Fernando Jorge, Virgílio Marques e Júlio Amorim