12/05/2008
Vendedores ambulantes contra "concorrência desleal" de gelados
«Presidente da autarquia lisboeta diz que não concorda com novos quiosques, mas que nada pode fazer para evitar a sua presença
Aproxima-se um Verão quente para a venda de gelados em Lisboa: os vendedores ambulantes acusam quiosques da marca Nestlé de lhes fazerem concorrência desleal, com a "bênção" de uma empresa municipal.
A sua principal queixa é que os quiosques, autorizados pela empresa municipal em troca de patrocínios das Festas de Lisboa, estão demasiado perto dos seus locais de venda, pelos quais pagam licença à autarquia. "Concorrência desleal de uma multinacional", acusa Silvina Rodrigues, que desde 1982 vende gelados frente à estação Sul-Sueste, no Terreiro do Paço, enquanto a poucos metros se instala o quiosque da Nestlé, mesmo ao pé da porta da estação. A vendedora assegura que o conflito é entre vendedores e não marcas, apesar de a maioria dos ambulantes vender outra marca.
A Associação de Vendedores Ambulantes de Lisboa levou o protesto à última reunião pública da câmara, tendo-lhe sido respondido pelo seu presidente, António Costa, que os quiosques são "inaceitáveis", mas que a autarquia pouco pode fazer. "Não concordo com os quiosques ali ou em lado nenhum", acrescentou o vice-presidente, Marcos Perestrello, em declarações à Lusa, frisando, no entanto, que os protocolos com a Nestlé estão assinados até 2009 e os quiosques autorizados, sem maneira de voltar atrás.
Silvina Rodrigues acusa os vendedores dos quiosques de "provocações" aos vendedores ambulantes. Já a Nestlé Portugal afirma que a sua única responsabilidade é a colocação e montagem dos quiosques. Garantindo desconhecer qualquer conflito, esclarece que não escolhe os locais onde os 15 quiosques foram colocados.
A empresa municipal das actividades culturais, a EGEAC, afirma que tem procurado resolver o problema, mas não deixa de dizer que os ambulantes também têm mudado de localização, numa busca das melhores posições para obter clientes. Lusa»
11/05/2008
Hotel na Boa Hora/Baixa-Chiado


8 da manhã, uuuuuuuuuuuuiiiiiiiiiiiiiii, 9 da manhã, uuuuuuuuuuuuiiiiiiiiiiiiiii, sempre Xannax, bem bom
Lembram-se das "Doce"? a cantiga está actual, desde que se esteja na rua do século.
Um intervalo na 6ª fª devido a uma providencial inundação deu-nos descanso, mas no sábado e domingo veio a compensação: a barulheira, os carros mal estacionados, tudo.
Mas em cada noite há um pormenor novo, mesmo que deslocado para a manhã seguinte. Hoje, domingo, o bar xannax funcionava às 08:00h ,1 hora antes do que permite a sua licença camarária (já de si, licença absurda que permite a abertura das 09:00 às 04:00h). Alertada a PSP nada aconteceu e às 09:00h acintosamente a música fica ainda mais alta.
Contactada de novo pelas 10:45h, a PSP referiu não ter agido por falta de meios. Conversa gasta, noutras circunstâncias seria de gargalhada, porque o meio que realmente falta é a organização e pró-actividade e não carros ou pessoas. Ressalva-se a simpatia de quem atendeu na PSP, muito contrastante com a rudeza habitual. Mas isso já é pouco consolo.
Escrevo pelas 11h mas ainda não há sossego nesta casa, o tipo que trabalha por turnos e que mora mais perto do xannax deve estar em belo estado!
Vocês: durmam bem
nc
10/05/2008
Chega para lá
Algo barbaramente semelhante em Lagos.
09/05/2008
Lisboa/urbanismo - Processos pendentes aumentam

Recital pela recuperação do Salão Nobre do Conservatório/apareça e divulgue, S.F.F
No âmbito da petição "ALGUÉM ACUDA AO SALÃO NOBRE DO CONSERVATÓRIO, POR FAVOR!" e numa iniciativa conjunta do Fórum Cidadania Lx e da Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa, realizar-se-á no próximo dia 14 de Maio, pelas 18,30h, no SALÃO NOBRE DO CONSERVATÓRIO NACIONAL de LISBOA, sito na Rua dos Caetanos, 23 a 29 (ao Bairro Alto) – Lisboa, um recital com a colaboração, entre outros, de:ANTÓNIO ROSADO (ex-aluno da Escola de Música do CN), que tocará de Debussy:
- La cathédrale engloutie , prelúdio
- Pour les arpèges composés , estudo
- Pour les cincq doigts, d'aprés Monsieur Czerny , estudo
JORGE MOYANO (ex-aluno da Escola de Música do CN), que tocará de George Gershwin
- Raphsody in Blue (versão para piano)
GLÓRIA DE MATOS (ex-profª da Escola de Teatro do CN)
MARIA DE JESUS BARROSO (ex-aluna da Escola de Teatro do CN)
NB- Este recital é, essencialmente, dedicado aos destinatários da petição - Presidente da República, Presidente da AR, 1º-Ministro, Ministros da Educação e Cultura, Presidente da CML, Deputados e Vereadores - e Comunicação Geral.
Gostaríamos de contar com a sua presença!
Helena Roseta sugere requisição pública de imóveis devolutos
«A vereadora da Câmara Municipal de Lisboa Helena Roseta sugeriu hoje, num debate em Coimbra, que o futuro Plano Estratégico da Habitação, incorpore a figura da requisição pública de imóveis devolutos.
Ao participar na apresentação do Plano para autarcas, numa sessão presidida pelo secretário de Estado João Ferrão, Helena Roseta reportou-se a uma experiência em curso em Inglaterra para minimizar as carências de habitação e diminuir o elevado número de imóveis devolutos em Portugal.
A autarca referiu que em Inglaterra se prevê a requisição de imóveis devolutos para fins habitacionais, por cinco anos, após várias notificações aos proprietários para promoverem a sua ocupação.
Na sua perspectiva, não se trata de expropriações, mas de requisição temporária, e o Plano Estratégico da Habitação que o Governo pretende aprovar até ao final do corrente ano poderia adoptar essa figura e definir as contrapartidas para os proprietários. (...)»
PSD exige conhecer obras para Alcântara
«O grupo municipal do PSD entregou ontem um requerimento à presidente da Assembleia Municipal de Lisboa (AML), Paula Teixeira da Cruz, pedindo-lhe que solicite ao Ministério das Obras Públicas "informações esclarecedoras, completas e profundas" sobre o projecto apresentado recentemente pelo Governo para a zona de Alcântara. Este requerimento surge depois de o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), António Costa, ausente da cerimónia, ter dito publicamente que desconhecia a versão final dos planos do Governo e de se saber que a CML não está integrada neste processo, situação que o PSD considera "extremamente gravosa para os interesses de Lisboa".
No documento enviado a Paula Teixeira da Cruz, o líder da bancada do PSD, Saldanha Serra, pede que sejam enviadas à AML cópia de todos os estudos e outras peças processuais (planos, plantas, projectos, cronogramas, etc.) que fundamentam o projecto do Governo, para que a AML possa "assumir a defesa dos superiores interesses de Lisboa".
O PSD considera que uma intervenção como a que foi anunciada para Alcântara - com "acentuado impacto e consequências para Lisboa", designadamente ao nível da mobilidade, do tecido urbano, da qualidade do espaço público e da mobilidade - "não pode passar-se às escondidas da cidade". E critica o Governo e a maioria PS/BE que governa a CML por gerirem a cidade "à revelia dos lisboetas", citando também os casos da zona ribeirinha e da solução escolhida para a nova travessia do Tejo. "Em nenhum destes processos há diálogo com a cidade", diz o PSD, exigindo que "todas as medidas relacionadas com Lisboa sejam atempadamente discutidas com as autarquias locais". Para Alcântara está em causa um investimento de mais de 400 milhões de euros que inclui várias intervenções no porto e nas ligações ferroviárias. GP »
Vereadora da Cultura "terá cedido a pressões" dos editores, acusa PSD
Ana Henriques
«A responsável pelo pelouro da Cultura na Câmara de Lisboa, Rosalia Vargas, "terá cedido a pressões" de uma das facções de editores em confronto na organização da Feira do Livro, acusa a vereadora do PSD Margarida Saavedra.
A autarca assaca à vereadora da maioria socialista responsabilidades no reacender do conflito entre União de Editores Portugueses (UEP) e Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL). Embora a realização da feira não esteja posta em causa, continua em dúvida a participação nela do grupo Leya, da UEP, que exige poder utilizar pavilhões diferentes dos habituais stands. Saavedra diz que, já depois de o director municipal da Cultura, o social-democrata Rui Pereira, ter conseguido acalmar os ânimos, autorizando stands diferenciados à Leya, Rosalia "terá cedido a pressões de outros" editores para "excluir" este grupo editorial. "Ou então estamos perante um caso inexplicável de loucura" dos responsáveis camarários, observa a vereadora do PSD.
"A câmara vê com agrado que os pavilhões se diversifiquem", diz por seu turno o presidente da autarquia, António Costa. "Mas não lhe compete a organização do evento", que está a cargo da APEL. Esta associação voltou ontem a negar à Leya a possibilidade de usar pavilhões diferentes do habitual, tendo-lhe dado até hoje ao meio-dia para formalizar a sua inscrição na feira em pavilhões tradicionais. Os responsáveis da Leya alegam que já se haviam inscrito.
Margarida Saavedra diz que Rosalia Vargas tomou partido pela APEL ao ceder-lhe o Parque Eduardo VII para a realização do evento, recinto que também era disputado pela UEP. Como a autarquia justificou a decisão por a APEL ter apresentado o pedido de cedência do espaço em primeiro lugar, a UEP já se adiantou e pediu à câmara para lhe entregar o recinto não só para a feira de 2009 - coisa que a sua rival também já fez - como para a de 2010. »
Ramón de Soto na Cordoaria Nacional
«A Câmara Municipal de Lisboa, através de uma parceria com o Institut Valenciá d' Art Modern (IVAM), tem patente até 14 de Junho na Galeria do Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, uma exposição do artista plástico espanhol Ramón de Soto, com título genérico "Reflexões sobre Eros e Thanatos".
Ramón de Soto é um dos mais destacados artistas plásticos contemporâneos de Espanha. Nascido em Valência em 1942, estudou escultura na Escola Superior de Belas-Artes de San Carlos em Valência e na Escola de Belas-Artes San Fernando em Madrid, tendo integrado alguns dos mais importantes movimentos artísticos da cena artística espanhola dos anos 60 e 70 (como o grupo Antes del Arte). (...)»
Câmara de Lisboa critica tráfego automóvel na nova ponte e exige ferrovia subterrânea
Catarina Prelhaz
«"De boas intenções está o Inferno cheio e mais cheios do que o Inferno estão os moradores pela quantidade de promessas que não são cumpridas." Os cerca de 170 inquilinos assentem com a tirada do "senhorio". Vivem em casas plantadas à beira do "lixo", "podres" e sem portas, torneiras ou sequer trincos que funcionem. "Dizem-nos que mais vale viver assim do que na rua." Têm casas de banho "de metro quadrado", armários corroídos, elevadores destruídos, depósitos de água de 80 mil litros que estrebucham há décadas sem manutenção. As "poucas e localizadas" obras que o senhorio mandou fazer sem fiscalizar deixaram também cicatrizes: há "montes de entulho", cabos eléctricos "ao pendurão", paredes pejadas de escaras e ruas sem iluminação.
Mais: uma nova ponte sobre o Tejo, munida de automóveis e locomotivas, vai aterrar sobre as suas casas, alfinetando pilares pelas duas freguesias. Motivos suficientes, dizem os moradores de nove bairros tutelados pela Câmara de Lisboa, para se queixarem ao "senhorio", o presidente da autarquia, António Costa (PS), em mais uma reunião descentralizada do executivo, na noite de quarta-feira dedicada aos fregueses de Marvila e do Beato.
A autarquia, admitiu o vereador Manuel Salgado, acha "discutível" que a ponte Chelas-Barreiro tenha uma componente rodoviária e tem "dúvidas" quanto aos benefícios para a cidade do aumento do tráfego automóvel, mas reconhece a "mais-valia" daquela ligação para uma zona que quer ver revitalizada. Por esse motivo, está a pressionar o Governo para que a ponte seja mais baixa junto à margem Norte, de modo a permitir enterrar a ferrovia, minimizando o impacto sobre as populações.
António Costa faz as contas do projecto apresentado pelo Governo: por exigência do Porto de Lisboa, a ponte tem de chegar à margem "muito alta", a 47 metros, de forma a não impedir a navegação até ao terminal de granéis da Matinha, e a partir daí o seu declive precisa de ser "extremamente brando" por causa da ferrovia, com "faixas de rodagem e pilares que irão estender-se por mais de um quilómetro". Ora, diz o presidente da autarquia, para evitar o impacto "brutal" da nova travessia, a ideia é que o terminal da Matinha mude de sítio (o diálogo com o Governo ainda não cozinhou uma "solução final") e a ponte "toque o solo mais cedo, nos terrenos da Manutenção Militar, para que possa entrar em subterrâneo para ligar à linha ferroviária de Cintura".
"Promessas possíveis"
Bairros das Amendoeiras, Armador, Condado, Lóios, Prodac, Quinta do Ourives, Quinta do Chalé e Salgadas: um a um, os moradores alertaram os vereadores para a epidemia de "barracas interiores" que fustiga Marvila e Beato, mas saíram apenas com as "promessas possíveis" do executivo.
Os quatro primeiros bairros serão recuperados em 2009, caso não falhem as negociações para a obtenção de um empréstimo junto do Banco Europeu de Investimento. O projecto de recuperação dos prédios, equipamentos colectivos e espaço público que a câmara está a ultimar (o protocolo previamente assinado naufragou por ser "demasiado vago", explicou António Costa) será submetido a discussão pública em Setembro.
O processo de loteamento do bairro da Prodac Norte já foi enviado para discussão pública a 30 de Abril: falta-lhe apenas a aprovação camarária. Quanto à zona Sul, o plano, embora "mais atrasado", está a ser analisado pela autarquia, que espera também os projectos de alteração de 300 fogos de Xabregas, vendidos há dez anos sem estarem concluídos e licenciados, para que possa regularizá-los. Já nas Salgadas, o construtor tem até segunda-feira para iniciar as obras de reabilitação em falta. Padecendo do mesmo problema, a Quinta do Chalé saiu só com a promessa de que irão ser encontradas "respostas com rapidez". Sem solução ficou a Quinta do Ourives, que apenas sofrerá "alterações" pontuais até ao fim do ano por falta de verbas.
Depois de uma mão-cheia de promessas, ficou uma mão-cheia de críticas. "Chelas? Sim, daqui a uns anos certamente nos orgulharemos do nome. Porque aí quando nos perguntarem onde vivemos responderemos Xelas, Bru-xelas", atirou no final uma das moradoras.»
Boas notícias. Aparentemente. Como diria o outro ... a luta continua.
Autarquia vai tentar reeducar hábitos de 1800 funcionários
Ana Henriques
«Reduzir consumos, na água e na electricidade, viajar à boleia ou trabalhar mais perto de casa fazem parte da nova estratégia de Lisboa
A entrada da Câmara de Lisboa na batalha pela poupança de energia vai começar dentro da própria autarquia. E se os 1800 funcionários que trabalham no edifício municipal do Campo Grande partilhassem boleias entre casa e o emprego? E se não almoçassem todos à mesma hora, de modo a reduzir as exigências térmicas do restaurante do edifício?
Os responsáveis do município assinaram ontem um protocolo com várias entidades que visa desenvolver em Lisboa projectos-piloto inovadores na área da eficiência energética e da poupança de recursos. A Cisco Systems, multinacional pioneira nas novas tecnologias, é o parceiro de luxo deste projecto, que também está a ser desenvolvido em várias outras cidades do mundo (ver caixa). Um "desastre" em termos de poupança de energia, nas palavras do especialista Delgado Domingos, o edifício municipal do Campo Grande vai ser o palco principal da experiência, que passa também por alterações na frota municipal - quer nos veículos pesados, quer nos ligeiros -, na iluminação pública e nos semáforos que regulam o trânsito da cidade.
Responsável pela agência municipal de energia e ambiente que vai coordenar todo o trabalho (E-Nova), Delgado Domingos explicou que o consumo de água per capita na cidade de Lisboa é 70 por cento superior à média do país e 34 por cento superior à média europeia. E que a utilização de água reciclada (proveniente das estações de tratamento de águas residuais) nas regas de espaços verdes, por exemplo, ainda quase não existe. Para dar o exemplo, a câmara poderá instalar redutores de fluxo nos autoclismos e torneiras do edifício do Campo Grande. "Os autoclismos são dos sítios em que mais água se gasta", observa o especialista, garantindo que a medida não se destina a reduzir os níveis de higiene.
Delgado Domingos admite que se trata de levar a cabo uma mudança de mentalidades que as pessoas se podem recusar simplesmente a fazer. "Mas vão ter a oportunidade de participar numa experiência única, e vão poder dar sugestões de poupança energética", realça. Antes que algo mude ainda vai ser preciso estudar o comportamento do prédio do Campo Grande ao nível de parâmetros como a temperatura ou a humidade do ar. através de um modelo matemático. Depois disso será altura de agir. Para reduzir ao máximo a utilização do ar condicionado pode ser necessário abrir janelas que estavam fechadas ou derrubar paredes. Mas também usar as previsões meteorológicas para programar antecipadamente o sistema de ventilação.
Pôr Lisboa em Sintra
E se de repente surgisse em Sintra um pólo da Câmara de Lisboa? É mais uma vez o presidente da E-Nova quem põe a hipótese, aparentemente absurda, em cima da mesa. "Imaginemos que 500 dos 1800 funcionários moram ali. Em vez de se deslocarem pode ser criado em Sintra uma sala que reproduza fielmente o seu local de trabalho". É aqui que entra em cena a Cisco Systems, que pode desenvolver um sistema de videoconferência entre o pólo e os serviços centrais - com uma videowall capaz de enganar os mais distraídos. No caso da partilha de boleias entre casa e o emprego, o truque pode passar por um sistema tipo Messenger especialmente concebido para este fim.
A nível global, a meta da estratégia energético-ambiental para Lisboa é atingir uma poupança da ordem dos 6,4 por cento em 2013 - dos quais 3.8 por cento passam pela redução de energia nos transportes, 1,7 no sector residencial e 0,9 nos serviços. O presidente da EDP, que também é parceira do projecto, mostrou-se confiante nos seus resultados. "Vamos ficar na linha da frente a nível mundial", declarou António Mexia.
6,4%
é esta a meta, até 2013, para a poupança ambicionada pela estratégia ambiental da Câmara de Lisboa
6,4%
é esta a meta, até 2013, para a poupança ambicionada pela estratégia ambiental da Câmara de Lisboa»
Uma 'casa da Ásia' em Lisboa
MARIA JOÃO PINTO
«Cavaco Silva enaltece perseverança da Fundação Oriente
A Fundação Oriente fechou ontem um capítulo na sua trajectória de 20 anos, ao cumprir aquele que foi, nas palavras do seu presidente, Carlos Monjardino, "um desígnio desde a primeira hora": a constituição, em Lisboa, de um museu dedicado aos laços que unem Portugal à Ásia.
Foi perante mais de 700 convidados dos meios cultural, político, diplomático, financeiro e empresarial que esse capítulo se encerrou, para dar agora lugar a uma nova página: oficialmente inaugurado, em cerimónia presidida por Cavaco Silva, ao lado do presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, e do primeiro-ministro, José Sócrates, o Museu do Oriente entra agora na rota dos equipamentos culturais da cidade.
Enaltecendo a "perseverança" com que a Fundação Oriente foi construindo a sua colecção ao longo destas duas décadas, o Presidente da República salientaria também o trabalho de requalificação de património que a instituição acabou por abraçar, ao escolher o "belíssimo edifício, eximiamente recuperado", dos antigos Armazéns Frigoríficos do Porto de Lisboa para acolher essa mesma colecção.
Edifício que, referiu Cavaco Silva, "renasce com uma nova função e uma nova dignidade", para revelar "um notável conjunto de peças de arte que testemunham aquela que foi a primeira experiência de globalização, orgulhosamente levada a cabo pelos Portugueses", e contribuir para o "estreitamento das relações culturais entre o Ocidente e o Oriente", por via da programação do museu.
Esse ponto seria igualmente sublinhado por Carlos Monjardino, ao referir que "o desenvolvimento das relações económicas tem de assentar também, tal como no passado, na arte, na ciência e na cultura". E, nessa medida, disse, "não poderíamos encontrar melhor lugar que este" para instalar um museu desta natureza: junto ao Tejo, onde tudo começou.
O Museu do Oriente abre hoje as suas portas ao público com uma programação festiva que se prolongará pelo fim-de-semana. Sob o título "Festa do Oriente - Venha conhecer o outro lado do mundo", integrará música, danças tradicionais, cinema de animação, visitas orientadas e um conjunto de ateliers e workshops para públicos de todas as idades - Origami, Ikebana, Tai Chi, tradução de nomes para chinês, adivinhação e consulta zodiacal serão alguns deles. Com excepção de Trimurti, peça composta por Mário Laginha para a abertura do museu, todas as actividades têm entrada livre.»
08/05/2008
Demasiadas casas
Painéis de azulejos a saque no Pavilhão Carlos Lopes
Bruno Simões Castanheira
«Encerramento, em 2003, do pavilhão Carlos Lopes ocorreu devido à necessidade de obras que até hoje ainda não foram realizadas
Um valioso conjunto de azulejos desapareceu, recentemente, do centenário pavilhão Carlos Lopes, situado no Parque Eduardo VII, em Lisboa. O equipamento perdeu uma das raras obras de azulejaria que o artista plástico Jorge Colaço concebeu no início do século XX, situada numa das frentes do edifício. Este é apenas mais um dos roubos de azulejos no pavilhão, que têm estado a saque nos últimos anos.
Fonte da Câmara Municipal de Lisboa garantiu que ainda foram recuperados alguns elementos do painel, tendo a Autarquia optado por reforçar a segurança do equipamento com a colocação de chapas e tapumes. A Polícia Judiciária está a investigar o crime e a GNR reforçou as rondas na área. (...)»
O ridículo mata, e o que se passa no antigo Pavilhão dos Desportos chega a ser caricato. Faz parte do reduzidíssimo lote de equipamentos municipais que, ao abrigo das contrapartidas do casino, serão reabilitados ... havendo até já verba, cativa, à espera de projecto, só que a CML não atou nem desatou durante os últimos anos. Será que está toda a gente à espera que os azulejos desapareçam, ou que o edifício caia?
É uma vergonha!
Mais incentivos fiscais ao arrendamento
MANUEL ESTEVES
«Em Lisboa não se compra casa com menos de 852 euros
A opção pelo arrendamento, em detrimento da aquisição de casa própria, deverá ser mais incentivada em termos fiscais, quer do ponto de vista do senhorio, quer do inquilino. Esta é uma das propostas que consta de um documento encomendado pelo Governo a um grupo de técnicos que deverá ser discutida hoje com a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP). (...)»
O Governo anuncia conclusões de La Palisse. Há quantos anos é essa uma evidente necessidade das populações e das cidades? No entanto, ano após ano a conversa é a mesma e a desproporção da relação novas construídas vs. casas velhas reabilitadas continua a pender descaradamente para as primeiras ...
Por outro lado, seria interessante que o Estado e as câmaras municipais começassem a dar o exemplo de uma vez por todas, reabilitando os prédios que têm devolutos e colocando-os no mercado de arrendamento. Mas não, nada disso acontece.
Sendo assim, é apenas uma peça de antecipada campanha eleitoral.
Reacendem-se desentendimentos entre editores a duas semanas da Feira do Livro
Ana Henriques
«Outra Feira do Livro na Mouraria
Os desentendimentos entre os editores que participam na Feira do Livro de Lisboa reacenderam-se ontem, a escassas duas semanas da data marcada para o começo do evento.
O presidente da União de Editores Portugueses (UEP) chama mentirosos aos dirigentes da sua rival, a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), que por seu turno devolvem a acusação. Em causa está uma vez mais a participação na feira do grupo Leya, de Pais do Amaral, sócio da UEP.
Ontem ao final do dia, e já depois de o presidente da UEP ter declarado que tinha autorização da APEL, que organiza o evento, para a Leya participar na feira com pavilhões diferentes dos tradicionais stands, a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros emitiu um comunicado declarando que o grupo editorial de Pais do Amaral não se inscreveu sequer no evento.
A Leya, que inclui editoras como a D. Quixote e a Caminho, representa os maiores escritores portugueses vivos, à excepção de Agustina Bessa Luís. Lobo Antunes e Saramago fazem parte do seu catálogo. Depois de prorrogado, o prazo de inscrições na feira terminou há uma semana. Segundo a APEL, mesmo sem a Leya estarão no evento 190 stands, "todos eles de modelo tradicional". Acontece que Leya e UEP dizem que a APEL mente quando afirma que o grupo de Pais do Amaral não se inscreveu. "Obviamente que estamos inscritos e a APEL confirmou-no-lo", afirma o porta-voz da Leya, José Menezes, pouco depois de a associação ter emitido o comunicado em que afirma precisamente o contrário. "É mentira, a Leya não se inscreveu. Prova disso é o facto de um responsável seu nos ter telefonado cinco minutos depois de termos emitido o comunicado pedindo o especial favor de reabrirmos as inscrições", declara por seu turno a direcção da APEL.
Câmara aceita stands
Seja como for, a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros mostra-se disposta a reanalisar a questão. A seu favor, a Leya tem um ofício assinado anteontem pelo director municipal de cultura da Câmara de Lisboa, Rui Pereira, dizendo que os novos pavilhões que o grupo quer levar à feira "não colidem com o espírito" do evento, pelo que são autorizados pela autarquia. A câmara é a dona do local onde a feira se realiza, emprestando-o à APEL para este fim. Contactado pelo PÚBLICO, o responsável camarário recusou-se a prestar declarações sobre a polémica. "São pavilhões inspirados no formato normal da feira, com altura semelhante. O maior não tem dimensões superiores a dois dos tradicionais", explica o porta-voz da Leya. O presidente da UEP, Carlos Veiga Ferreira, dá mais alguns esclarecimentos: "São pavilhões abertos, nos quais as pessoas vão poder entrar, com caixas registadoras à entrada e à saída. Como numa livraria." Carlos Veiga Ferreira diz que ainda ignora se outros editores sócios da UEP vão também "aproveitar já este ano a hipótese de usarem pavilhões diferenciados". Mas a APEL, que tem defendido ser demasiado tarde para mudanças na imagem da feira, não confirma ter, de facto, autorizado stands alternativos.
No meio disto tudo, arquitectos da APEL, da Leya e técnicos da autarquia estiveram ontem de manhã no Parque Eduardo VII, onde os pavilhões tradicionais já estão a ser montados, para tentar encontrar o melhor sítio para instalar os stands de Pais do Amaral. José Menezes diz que esta é a prova de que a APEL aceitou, de facto, a sua participação. Depois de ter ameaçado não ir à Feira do Livro de Lisboa, se não fosse autorizada a usar pavilhões diferenciados, a Leya decidiu que não estaria presente na sua congénere do Porto, por o volume de negócios não o justificar.
Mas se a APEL autorizou, de facto, o novo modelo de stands na terça-feira, por que razão voltou ontem atrás? "Um grupo de editores da APEL terá feito pressão nesse sentido", diz o presidente da UEP, sem entrar em mais pormenores.
Realiza-se no popular bairro lisboeta da Mouraria, nos dias 23, 24 e 25 de Maio, a Feira do Livro Anarquista. Debates, wokshops, performances e jantares vegan (ultra-vegetarianos) fazem parte do programa das festas desta feita alternativa. O evento tem lugar no Grupo Desportivo da Mouraria, na Travessa da Nazaré. Os seu organizadores querem que esta feira do livro possa contribuir para o "fortalecimento de laços entre pessoas que partilham uma visão antiautoritária do mundo".»
Todos os anos é a mesma santa coisa. Parece-me que o essencial seria fazer da Feira do Livro uma verdadeira feira do livro.
07/05/2008
A pensar nos mais pequenos

Poluição Atmosférica e Saúde Pública
Já se falou neste blog sobre o impacto da poluição atmosférica na saúde pública.Concretamente em relação aos efeitos da poluição atmosférica na saúde e desenvolvimento das crianças, o que é que a Organização Mundial de Saúde (OMS) dá por provado?
Traduzi e adaptei (meus sublinhados) o resumo de um relatório da HEN – Health Evidence Network, uma rede da OMS.
O objectivo não é alarmar. Trata-se apenas de saber com o que contamos, e de poder pesar em toda a sua amplitude os custos do tráfego automóvel.
«O problema
O actual nível de poluição atmosférica na Europa afecta adversamente a saúde das crianças. Nas últimas décadas, estudos conduzidos em todo o mundo têm vindo a aumentar significativamente o conhecimento e a compreensão destes efeitos. (…)
A análise das provas acumuladas considera os efeitos da poluição atmosférica numa série de áreas, nomeadamente na saúde e desenvolvimento das crianças durante o período pré-natal, no desenvolvimento do sistema respiratório e da função pulmonar (…) e na incidência de cancro na infância, sintetizando, também, o actual conhecimento sobre as ligações entre a poluição atmosférica e os efeitos ao nível do desenvolvimento neurológico e do comportamento. (…)
O que está descoberto e assente
Vários períodos de vulnerabilidade caracterizam as crianças.
Os períodos intra-uterino, perinatal e primeira infância, durante os quais os pulmões se estão a desenvolver e a maturar, são tempos de grande vulnerabilidade, em que os pulmões podem ser danificados pelos poluentes atmosféricos.
A exposição a esses poluentes durante estes períodos reduz a capacidade funcional máxima atingível na idade adulta e pode levar, nessa idade, a uma maior susceptibilidade a infecções e aos efeitos de poluentes como o fumo do tabaco e outros que sejam característicos da ocupação profissional.
Crianças com doenças pulmonares crónicas, particularmente a asma e a fibrose cística, são especialmente vulneráveis. Essas crianças correm maior risco do que as crianças saudáveis de sofrer os efeitos adversos da poluição atmosférica.
Também as crianças sujeitas a maiores exposições em espaços interiores – por exemplo, ao fumo do tabaco ou de equipamentos de cozinha ou aquecimento com manutenção defeituosa – correm maior risco de ser afectadas pelos poluentes nos espaços exteriores.
Efeitos para os quais existem provas suficientes para inferir causalidade
Existem agora provas fundamentais sobre os efeitos adversos da poluição atmosférica na gravidez e na saúde infantil. As provas demonstram que a poluição atmosférica, em concentrações típicas de muitas cidades europeias, aumenta o risco de morte por causas respiratórias no período pós-neonatal.
As provas também demonstram uma relação entre exposição a poluentes atmosféricos e efeitos no desenvolvimento da função pulmonar. Estão associados à exposição à poluição atmosférica défices reversíveis na função pulmonar, taxas de crescimento pulmonar cronicamente reduzidas e níveis reduzidos de função pulmonar.
As provas demonstram relações mais claras com as partículas e os gases relacionados com o tráfego automóvel do que com outros poluentes.
Com base no conhecimento actual, os poluentes atmosféricos parecem interagir com outros factores ambientais, como os alergénicos, os vírus e a dieta, que influenciam o impacto global dos poluentes atmosféricos na saúde das crianças.
O relatório conclui que existe uma relação causal entre a exposição aos poluentes atmosféricos e o agravamento da asma. As provas são também suficientes para assumir uma relação causal entre a exposição a partículas e um acréscimo da prevalência e incidência de tosse e bronquite.
Em particular, contaminantes ambientais como certos metais pesados e poluentes orgânicos persistentes mostram significativos efeitos adversos no desenvolvimento do sistema nervoso e do comportamento nas crianças. Também existem suficientes provas de uma relação causal entre a exposição ao chumbo e défices neurocomportamentais nas crianças, em termos de limitação cognitiva.
Efeitos para os quais os resultados sugerem causalidade
Estudos sobre o peso à nascença, partos prematuros e atraso no desenvolvimento intra-uterino também sugerem uma ligação à poluição atmosférica, mas estes estudos ainda não são suficientes para tirar conclusões firmes sobre a causalidade das associações observadas.
Embora se tenham encontrado poucas provas de uma ligação causal entre a prevalência e incidência de asma e a poluição atmosférica em geral, estudos recentes sugerem que os poluentes podem acentuar a sensibilidade alérgica naqueles geralmente em risco, conferindo plausibilidade ao papel dos efeitos potencialmente danosos dos poluentes atmosféricos na causa de doenças pulmonares pediátricas, incluindo a asma. Os mecanismos sugeridos para esses efeitos precisam de ser mais estudados.
Um conjunto significativo de provas suporta o entendimento de que muita da morbilidade e mortalidade relacionada com a poluição atmosférica nas crianças ocorre através das interacções com infecções respiratórias bastante comuns entre as crianças.
As provas também sugerem uma relação causal entre a exposição à poluição atmosférica ambiente e uma maior incidência de sintomas respiratórios superiores e inferiores – sendo que muitos deles também são indicativos de infecções.
Existem também provas que sugerem uma ligação causal entre efeitos adversos ao nível da saúde e a exposição a mercúrio e dioxinas (entre outros) nos níveis actuais de exposição.
Uma exposição mais reduzida à poluição atmosférica parece melhorar a saúde das crianças. Para já, contudo, houve relativamente poucos estudos a analisar os efeitos de uma poluição atmosférica reduzida. Não obstante, estudos existentes demonstram que uma menor exposição a poluentes atmosféricos pode levar a uma redução nas admissões hospitalares devidas a queixas respiratórias, uma prevalência mais baixa de bronquite e infecções respiratórias, e a uma melhoria nas taxas de crescimento da função pulmonar.
Efeitos para os quais as provas são insuficientes
As provas epidemiológicas acumuladas são insuficientes para inferir uma ligação causal entre o cancro na infância e os níveis de poluição atmosférica tipicamente encontrados na Europa. Contudo, o número de estudos disponíveis é limitado, e os seus resultados são apenas parcialmente consistentes.
Considerações ao nível das políticas
É recomendada uma redução da exposição das crianças aos poluentes atmosféricos, especialmente aos que são emitidos pelos tubos de escape dos veículos a motor. Uma redução nessas emissões beneficiaria substancialmente a saúde respiratória das crianças.
É necessária mais pesquisa no campo da qualidade do ar para clarificar o efeito de poluentes atmosféricos específicos na saúde das crianças, bem como na interacção entre estes poluentes e outros insultos ambientais.»
06/05/2008
«Santana seria o meu candidato a Lisboa», diz Marcelo ao Diário Económico
Sobre o lamiré de MRS, das duas ... três: trata-se de resquícios circenses lisboetas do Professor (mergulho no Tejo, na jaula com o leão, etc.); é porque acha que com o túnel do Marquês chega mais facilmente à UL; ou (mais certo) trata-se de um presente envenenado. MRS no seu melhor.
A (im)postura da actual distrital também não ajuda.
Triste sina.
05/05/2008
Lisboa, 05 Mai (Lusa) - A Refer "vai fazer uma estação ferroviária na Quinta do Jacinto" para servir os utentes de Alcântara da linha da margem sul, apurou a Lusa junto da empresa.
A Quinta do Jacinto situa-se no início da encosta da Avenida de Ceuta e confina com a ferrovia usada pela Fertagus na travessia do Tejo, existindo já no local "uma estação sem paragem só utilizada em casos de emergência".
Segundo fonte da Refer, "falta acabar as infraestruturas existentes, em `stand by` desde que em 1995 se iniciou o projecto da ligação ferroviária pela ponte 25 de Abril".
A mesma fonte especificou que "tudo está dependente do ordenamento do local" e que a futura estação "vai agora avançar com o novo Plano de Urbanização de Alcântara", e no futuro "servirá todos os operadores ferroviários", seja Fertagus, CP ou outros.
A reconversão da primeira paragem ferroviária para quem vem da margem sul, servirá a zona de Alcântara, poupando "aos utentes e à população" local a deslocação à estação de Campolide a mais de um quilómetro".
O novo Plano de Urbanização de Alcântara foi alargado às encostas da Avenida de Ceuta, por proposta do vereador da CDU, Ruben de Carvalho, numa área que vai desde a linha férrea de Cascais, passando pelos terrenos da antiga fábrica Sidul, abarcando depois a Quinta do Jacinto (à direita para quem sobe de Alcântara para a Ponte 25 de Abril), Páteo do Cabrinha até à ETAR, incluindo a encosta do Casal Ventoso.
O Plano só deverá estar pronto "na melhor das hipóteses dentro de dois ou três anos", disse uma fonte próxima do vereador da CDU.
O Plano está "a ser elaborado e vai ter em conta o nó rodo-ferroviário e as implicações da Ribeira de Alcântara que, desagua no rio Tejo por baixo da linha férrea de Cascais, num túnel com mais de 20 metros de diâmetro", acrescentou a mesma fonte.
AV.
In RTP.PT
Travessia do Tejo - Decisões e Governos
in Oje-Jornal Económico
«Porquê gastar 3 mil milhões para atravessar o Tejo, se custa 300 com novas tecnologias ?
As grandes capitais como Paris e Londres têm transporte integrado com minibus a biogás nos suburbios até ao metro no centro, com o mesmo cartão. Têm grandes parques junto às estações de comboio e metro; portagens se o automóvel entra na cidade.
Muitos engenheiros afirmam que a Ponte Vasco da Gama tem capacidade até 2030 ou mais. Falta um túnel para comboios ! É a mais simples e barata solução. Não altera a vista nem o habitat das aves. O de Estocolmo, para o metro, e o do Canal da Mancha, para comboio de passageiros e veiculos, mostrou ser o melhor. Hoje é pré-construido à beira-rio em módulos estanques, rebocados, localizados a GPS e afundados numa semi-vala pré-dragada no rio, similar aos de Boston e Baltimore.
Um terramoto danificaria a ponte planeada, como em S.Francisco; um tunel modulado usa um tipo de airbag que fecha o módulo afectado sem danificar o resto do tunel.
As formas estão prontas, a tecnologia usada. Se querem quatro vias, faz-se dois tuneis. Enquanto a ponte limita a uma dúzia os possiveis concorrentes e permite todo o tipo de lobi, o tunel, após o projecto, pode abrir-se para oitenta concorrentes, todos locais. Usa 100% de materiais fabricados cá, por empresas de cá, com empregados de cá.
A quem interessa gastar 3 mil milhões em vez de 300 ? Quem vai pagar 30 dos 40 mil milhões em obras faraónicas ? Em portagens, tarifas e impostos, um mlhão de contribuintes terão de pagar, cada um, mais 5 mil euros por ano em 6 anos para satisfazer o lobi de uma duzia de empreiteiras ? Inovar é usar um tunel para atravessar o Tejo.»
04/05/2008
TRAVESSA DE GUILHERME COSSOUL -- Quando passarão as pessoas a serem responsabilizadas pelos erros que fazem?

Freguesia(s) - Encarnação
Início do Arruamento em: Rua das Flores
Fim do Arruamento em: Rua das Chagas
Data de Deliberação Camarária: 31/05/1926
Data de Edital: 20/08/1926
Designações Anteriores: Travessa do Sequeiro das Chagas
Historial: A Travessa de Guilherme Cossoul, na Freguesia da Encarnação, foi atríbuida por deliberação camarária de 31/05/1926 e respectivo Edital de 14/06/1926, na artéria até aí denominada Travessa do Sequeiro das Chagas.
O edital de atribuição foi rectificado por outro de 20/08/1926 que esclareceu que o nome de Guilherme Cossoul foi dado à Travessa do Sequeira das Chagas que começa na Rua das Flores e finda na Rua das Chagas.
Com a legenda «1º Bombeiro Voluntário/1828-1880» esta artéria homenageia o lisboeta António Guilherme Cossoul (Lisboa/22.04.1828 - 26.11.1880/Lisboa) por ter sido o fundador da Associação dos Bombeiros Voluntários.
Todavia, na sua reunião de 21-11-1944, a Comissão Consultiva Municipal de Toponímia foi de parecer que antes se designasse como Travessa Maestro Guilherme Cossoul, dada a vida profissional de compositor e instrumentista do homenageado, tendo exercido na real câmara e na orquestra de S. Carlos, para além de ter composto 37 obras musicais das quais se destacam as óperas cómicas «A Cisterna do Diabo» (1850), «O Arrieiro» (1852) e «O Visionário do Alentejo».
Direcção Municipal dos Serviços Centrais
Departamento de Serviços Gerais
Divisão de Alvarás, Escrivania e Toponímia
Campo Grande, 25 - 1º B 1749-099 Lisboa Tel: 217 989 502 Fax: 217 989 675
Guilherme Cossoul nasceu, de facto, em 1828 e morreu aos 52 anos em 1880. Para além de ter sido um dos fundadores dos Bombeiros Voluntários, foi um notável violoncelista, professor e director do Conservatório Nacional, músico na Orquestra do Real Teatro de São Carlos, maestro, compositor e empresário do mesmo teatro.
Quis a Câmara distingui-lo, apenas, pelas suas acções filantrópicas (as nossas autarquias sempre foram muito pouco dadas a coisas de cultura, o que é pena).
Mas é inadmissível a falta de cuidado com que é dada informação aos cidadãos. Quem são os responsáveis pela informação errada na placa da travessa com o seu nome (1868-1889 em vez de 1828-1880)? Haverá, certamente, vários. E esses deveriam pagar, serem responsabilizados. Porquê termos que ser todos a pagar os erros do desleixo e incompetência de alguns?
Há que exigir o reparo imediato destes erros. Uma má informação é pior que falta de informação.
Portagens para entrar em Estocolmo
Nova política já reduziu 20 por cento do trânsito
Os pórticos passam despercebidos, mas quem chega a Estocolmo apostado em conhecer uma das mais recentes inovações ambientais suecas identifica facilmente os postes metálicos com câmaras, antenas e detectores. Desde o Verão passado que, para entrar ou sair da capital sueca durante o dia, os automobilistas têm de pagar portagem - que se chama imposto de congestão -, uma medida destinada a reduzir o tráfego e a melhorar a qualidade do ar na maior metrópole da Escandinávia, com quase dois milhões de habitantes. Foram instalados 18 pontos de controlo nos principais acessos ao centro de Estocolmo, sendo os veículos identificados através do reconhecimento óptico da matrícula. O valor da portagem varia ao longo do dia (as horas de ponta são mais penalizadas) e cada entrada e saída é taxada, até a um montante máximo diário de 60 coroas (6,4 euros). Durante a noite, ao fim-de-semana, feriados e em Julho não é paga qualquer portagem e os "veículos ecológicos" e transportes públicos estão isentos.As portagens devem ser pagas num período de 14 dias, e 75 por cento dos utilizadores frequentes optam pelo débito directo. O sistema, semelhante ao de Londres e de cidades norueguesas, foi referendado em 2006, em simultâneo com as eleições legislativas, após um período de teste de sete meses. Para surpresa de muitos, o "sim" venceu no município de Estocolmo e o novo Governo liberal - que antes se batera contra as portagens - avançou com a medida, ainda que tenha canalizado as receitas para a construção de novas estradas. Nove meses depois, há menos 10 a 20 por cento de trânsito (conforme a hora), e a tendência é para aumentar.
Num país onde lucro rima com ambiente, há uma pequena cidade em construção que quer reduzir para metade a pegada ecológica habitual na Suécia, o rei usa agora um carro alimentado a energia alternativa e a reciclagem é um hábito tão natural como beber água. Na Suécia tudo isto é tão natural que os suecos têm dificuldade em compreender a insensibilidade ambiental de outros países.Os suecos têm uma forte ligação à terra - em Estocolmo, as pessoas competem pelo aluguer de um pequena horta no centro da cidade - e a educação ambiental começa nos primeiros anos da infância. Pergunta-se a 10 suecos porque é que se preocupam com as questões ambientais e todos dizem que menos poluição significa mais qualidade de vida. Óbvio. Exemplo disso é Hammarby Sjöstad, uma nova área residencial de Estocolmo nascida num antigo ponto negro da capital, onde até ao início dos anos 90 se erguiam oficinas e estaleiros, num processo em semelhante ao sofrido pelo Parque Expo, em Lisboa. De início, a reconversão da área foi pensada para albergar os Jogos Olímpicos de 2004, mas a candidatura sueca foi ultrapassada por Atenas e os edifícios de habitação substituíram os estádios projectados para o local.Erguida nas margens do lago Hammarby Sjö, a nova cidade foi pensada de raiz para dar conforto aos habitantes e, em simultâneo, estabelecer novos padrões ambientais urbanos. A arquitectura moderna sueca é visível em todos os edifícios, de grandes janelas e varandas, construídos de forma a poupar o máximo de energia. No exterior, multiplicam-se enormes espaços verdes, os canais de água e as zonas pedonais. As ciclovias e transportes públicos frequentes convidam a deixar os carros na garagem. A ideia parece ter funcionado, já que num normal dia de semana a única congestão visível nas ruas é a de coloridos carrinhos de bebé.Quando toda a construção tiver terminado, Hammarby terá mais de 25 mil habitantes, e os promotores desta "cidade do futuro" dizem que este modelo ambiental tem como resultado metade da pegada ecológica em comparação com zonas residenciais construídas em Estocolmo no anos 1990. Quando se mudam, os novos habitantes assumem o compromisso de reduzir em quase metade o consumo de água, mas a diminuição do stress ambiental não depende só da vontade individual. A água dos esgotos é tratada e a matéria orgânica resultante serve para produzir biogás (usado depois nas cozinhas de alguns apartamentos ou na produção de energia), enquanto a água restante acaba por ser usada no sistema de aquecimento das casas. Vários edifícios estão equipados com painéis solares que produzem metade da energia necessária para a água quente usada pelos residentes. A recolha do lixo é feita graças a um sistema automatizado subterrâneo que, com recurso a vácuo, transporta os detritos de pequenos pontos de recolha à superfície para centrais de tratamento. E há um pormenor muito sueco neste sistema: os pontos de recolha do lixo, seja papel, lixo orgânico ou combustível, estão sempre em locais bem visíveis nos jardins, em frente aos apartamentos, para que todos vejam se a separação é bem feita e nenhum lixo é deixado fora do sítio. A reciclagem é, aliás, um ponto de honra na Suécia, país que ocupa o terceiro lugar do Índice de Desempenho Ambiental, ultrapassado apenas pela Suíça e a Noruega (Portugal é 18º). Só a título de exemplo, em 2007, os nove milhões de suecos reciclaram 630 toneladas de papel, mais do dobro do que os portugueses, e 183 mil toneladas de metal (cinco vezes mais).
O fim do petróleo
Sem os recursos petrolíferos da Noruega, há três anos a Suécia assumiu a prioridade de diminuir a sua dependência dos combustíveis fósseis. A medida é económica mas também ambiental, já que o país se comprometeu a reduzir, até 2050, as emissões de gases com efeito de estufa para metade dos níveis actuais. Este é um objectivo muito mais ambicioso do que os 20 por cento de redução até 2020 propostos pela Comissão Europeia e Estocolmo não hesita em usar a sua principal arma - os impostos - para penalizar os sectores mais poluentes e premiar as boas práticas. E se a Suécia se mostra orgulhosa de muitas conquistas, uma das medidas mais elogiadas é a generalização do district heating, o aquecimento de residências e imóveis públicos através de uma rede pública. Este sistema de canalizações de água quente abrange mais de metade dos imóveis do país e aumenta em 50 por cento a eficiência energética quando comparado com o aquecimento individual das casas. Por outro lado, as centrais que alimentam o sistema de aquecimento quase já não recorrem ao petróleo, substituído nos últimos anos pela biomassa (resultante da queima de lixo orgânico e sobrantes de várias origens) e, em alguns pontos do país, estas mesmas centrais permitem já a produção de electricidade. Os progressos são mais difíceis no sector dos transportes, num país que alberga dois importantes construtores automóveis (Volvo e Saab) e que é conhecido pelo seu apego aos veículos de grande cilindrada. Para contrariar a tendência, em Abril de 2007 o governo passou a abater 10 mil coroas (1070 euros) no preço dos "carros ecológicos" - híbridos, eléctricos, movidos a energias alternativas como o etanol e o biogás e ainda os que, apesar de utilizarem combustíveis tradicionais, emitem reduzidas quantidades de partículas e CO2.Cidades como Estocolmo ou Malmö adoptaram incentivos adicionais, como a isenção de taxas de estacionamento ou de portagens (ver caixa), ao mesmo tempo que impõem aos concessionários de transportes e serviços o uso de "veículos limpos". Táxis com dísticos verdes ou autocarros movidos a biogás circulam agora nas ruas de Estocolmo, lado a lado com os carros e jipes suecos de alta cilindrada. Segundo dados do município de Estocolmo, um em cada cinco carros matriculados em 2007 na cidade integravam esta categoria (número idêntico ao resto do país), sendo que dois terços eram movidos a E85 (mistura de 85 por cento de etanol e 15 por cento de gasolina). Em Portugal, só os veículos híbridos têm expressão no mercado, e representaram, no mesmo ano, apenas 0,7 por cento do total de carros vendidos em Portugal. O próprio rei Carlos XVI Gustavo, conhecido amante de automóveis, tem um "pequeno" Volvo C30 azul metalizado, equipado com motor flexifuel, que usa nas deslocações entre o Palácio Real e a sua residência nos arredores de Estocolmo. Numa entrevista, esta semana, a jornalistas portugueses, defendeu o recurso ao etanol como solução transitória, ainda que este combustível (fabricado essencialmente a partir de cana-de-açúcar, milho ou beterraba) seja apontado como um dos responsáveis pela escalada de preços na alimentação. O monarca atribui o fenómeno à seca que afectou muitos países produtores e à má distribuição de recursos: "Há terra suficiente para cultivar alimentos e biocombustíveis."A pressão ambiental é tanta, contou um jornalista sueco, que até o novo primeiro-ministro sueco, o liberal Fredrik Reinfeldt, durante anos criticado pelo seu desinteresse ecológico, se viu obrigado a inverter o caminho e hoje não faz um discurso em que não use a palavra "ambiente".
03/05/2008
Campus da Justiça a Oriente

O ministro da Justiça anunciou que o novo campus da justiça de Lisboa começa a funcionar no próximo ano. No conselho de ministros de 30 de Abril foi aprovada a criação desse campus que vai juntar num só bloco de edifícios, 25 serviços que estão actualmente dispersos pela cidade.
Com esta medida, o Governo conta poupar muito dinheiro já que, hoje em dia, paga perto de sete milhões de euros por ano no arrendamento de dezasseis edifícios.Tribunais, direcções gerais, ao todo, 25 serviços que estão espalhados pela cidade vão ficar concentrados entre a Alameda dos Oceanos e a Avenida D. João II, no Parque das Nações, junto à Gare do Oriente, a partir do próximo ano.
Planos do Governo mudam Lisboa sem dar cavaco à CML
Se o Governo conseguisse concretizar tudo o que está na calha, Lisboa ficaria irreconhecível em pouco tempo. Património do Estado para vender, é mato. Novas instalações de equipamentos - sobretudo lá para os lados do Oriente (Marvila e Olivais) - e caminhos abertos para a criação de resorts, hotéis de luxo, condomínios fechados... vulgo: especulação imobiliária... é o pão nosso de cada dia.
Por que é que duvido?
Simples: não há dinheiro para tanto nas mãos de particulares e o que existe não é para dar boleias a Sócrates, tanto mais que se avizinham outros tempos e a crise não abranda. Embora os bancos arrotem euros: por um lado os lucros elevadíssimos e por outro os baixíssimos impostos.
Quais são então as mudanças principais?
- Vendas ou concessões
- 2 ministérios no Terreiro do Paço
- 5 hospitais
- vários quartéis
- 5 imóveis da Justiça
- IPO
2. Transferências
- IPO para a Bela Vista
- Cidade Judiciária para A Expo
- Hospital de Todos-os-Santos para a Expo, aliás para a Bela Vista também...
... Uma verdadeira revolução feita pelo Governo. A parcela dessa revolução que poderá ser concretizada ou mesmo só prometida antes das legislativas beneficia o PS. E, por arrastamento em carrocel, como logo a seguir serão as autárquicas, isso beneficia António Costa.
De caminho arrecadam-se umas verbas valentes, se o mercado responder.
É uma espécie de dois em um.
Mas «não há bela sem senão»: tudo isto está a ser planeado, divulgado, comprometido à margem da CML e mesmo (há quem o afirme) contra a CML.
O Senso e a Cidade l Nas asas do desejo

Conduzida não por um príncipe catalão mas de Portugal voltei a abraçar a cidade de Barcelona e esvoaçando de mota pelas ruas da cidade confirmo por estas linhas uma morada longe da agressividade madrilena. Uma cidade que serenamente convicta de si própria, se enaltece como agradável a quem a habita ou procura.
Esquecida da arrogância guardada em memória lancei-me a um sorriso rasgado no primeiro dia de visita, aquando encontro ocasional com um tão desejado cartaz do filme Asas do Desejo de Wim Wenders. Com surpresa acabaria por me ser oferecido, apenas por ser uma lisboeta curiosa que prometeu ao futuro viajante da cidade branca, informação antecipada.
Sem tocar de perto os planos de Ildefonso Cerdà é inquestionável a sua visão notável de um lugar que nos envolve. Seja pelas esquinas truncadas, pelas geniais bicing's pedaladas pelos moradores desta atraente morada, seja pelas bow windows sem arrastamento de estores, seja pela inundação de árvores pelas ruas, ou pela energia vibrante que esta cidade transporta é louvável o seu posicionamento turístico aos olhos do mundo.
E tudo porque quem faz, faz bem feito e quem renova não estraga. Bem planeada e urbanisticamente quase perfeita, (sente-se falta de jardins no centro da cidade), Barcelona é sem dúvida uma cidade equilibrada onde a coerência urbana não nos faz gastar o stock doméstico de Alka Selser.
02/05/2008
O Senso e a Cidade l Obrigada com canela

aqui página 9 ou
A 29 de Outubro de 2007 divulguei por estas linhas o lançamento do site do Fabrico Próprio, um projecto dedicado à Pastelaria Portuguesa e à sua relação com o design. Mais uma vez e para continuação do bem dos nossos pecados, dia 12 de Abril foi lançado o tão desejado livro “Fabrico Próprio – O Design da Pastelaria Semi- Industrial portuguesa”. Da autoria dos designers portugueses Rita João, Pedro Ferreira e Frederico Duarte, os bolos portugueses foram inventariados como objectos de design de pleno direito.
O livro de 292 páginas é bilingue (português e inglês) e regista a nível fotográfico e enciclopédico um total de 92 bolos e variantes dos mesmos, com respectiva identificação, ingredientes, características especiais e dados históricos. A acrescentar a esta enciclopédia de bolas de Berlim, pastéis de nata, parras, mil folhas, bolos de arroz, travesseiros, queques e a famosas pirâmides que inspiraram o início deste projecto, o livro é polvilhado por 23 visões de profissionais portugueses e estrangeiros.
Financiado pela Direcção Geral das Artes do Ministério da Cultura, com o Turismo de Portugal como patrocinador institucional, a ARESP e o CFPSA como parceiros estratégicos, o livro tem a Delta Cafés como patrocinador privado.
Sendo o primeiro inventário alguma vez realizado sobre a nossa pastelaria, única no mundo e sempre tão cúmplice dos hábitos portugueses, a iniciativa tem um valor precioso para a nossa cultura.
Inspirada ou não pelos poemas de Cesariny, e porque o feito enaltece com certeza a marca Portugal, resta-me apenas partilhar com muita canela o meu Obrigada.
O Senso e a Cidade l Na magia dos detalhes

aqui página 6 ou
Da minha experiência de vida em terras da Batávia guardo como exemplo exímio o respeito ao património holandês. Com expedições nocturnas ao mais romântico dos programas, lembro com gosto as noites passadas a subir os alpendres das casas dos edílicos canais, onde confirmava a preservação não apenas dos lindíssimos edifícios, mas também dos seus interiores.
Com rigor e como manda a influência calvinista recordo-me quando o senhorio da minha casa teve de repetir o restauro de uma janela que dava para as traseiras do Museumplein, por não ter respeitado a traça original. Talvez por isso Amesterdão faça as delícias a quem procura e encontra uma cidade única na Europa.
Preocupando-me com a minha rainha branca é urgente a consciencialização de uma Lisboa preservada também nos seus interiores. Na busca incessante de uma nova morada tenho-me deparado com alarvidades para as quais não encontro justa explicação.
Moradores em bairros históricos que pela ordem de uma enorme falta de sensibilidade arrancam estuques da parede para encaixar sofás, escondem tectos trabalhados para colocar os tenebrosos focos em pladur e substituem lavatórios de cozinha de mármore antigo por outros de inox. Tudo em prol da palavra modernidade e falta de criatividade ecléctica. A juntar a isto, a capital fere-se ainda com o soalho flutuante e a destruição das marquises em ferro antigo.
Uma cidade enquanto vive evolui, mas que o ecletismo da sua história se faça com bom senso, condição indispensável para se manter única e especial. É que a exclusividade de uma Lisboa mais marcante estará sempre na magia dos detalhes.
O Senso e a Cidade l uma lenta reverência

As árvores têm um papel fundamental nas cidades. Além de melhorarem sem dúvida a qualidade do ar, diminuírem a erosão dos solos, reduzirem o perigo de cheias e contribuírem para melhorar o ambiente social, encorajam as actividades ao ar livre.
Responsáveis por absorver o dióxido de carbono e transformarem-no em oxigénio, diminuem as emissões de CO2 que contribuem para o aquecimento global. Responsáveis por filtrar os poluentes ambientais, as baixas temperaturas associadas à sombra das árvores podem reduzir a percentagem de hidrocarbonetos que evaporam do combustível dos automóveis.
Como se isso não bastasse, as árvores atenuam os ruídos e embelezam a cidade. No começo da Primavera faço-lhes homenagem. Infelizmente são muitas as destruições das escassas zonas verdes de Lisboa e sem conta as diversas caldeiras sem árvores, ou cepos, muitos deles ocos e a servirem diariamente de caixotes do lixo.
No entretanto e porque o sonho também existe, por estas linhas alcanço as imagens breves, onde costumo esvoaçar sobre as calçadas. Nesses dias, os passeios são inundados pela beleza dos Jacarandás.
O Senso e a Cidade l SOS Azulejo

Sejam eles hispano-mouriscos, encomendas da Flandres, de repetição, de obras encomendadas na Holanda, do Ciclo dos Mestres, da Grande Produção Joanina, do Rococó do Neoclássico, das fachadas de azulejo do Século XIX, de Rafael Bordalo Pinheiro, Querubim Lapa ou Jorge Barradas, de grandes campanhas do Metropolitano de Lisboa ou de outras grandes obras públicas, o azulejo faz parte da história da nossa identidade enquanto cidade.
Reabertura polémica na Estrela
O descontentamento de Nuno Ferro prende-se, entre outras razões, pelo facto de ter enviado uma carta ao vereador Sá Fernandes, para que fossem corrigidos alguns "defeitos" nas obras do parque e de a missiva ter caído em saco roto. "O número de brinquedos é diminuto em relação ao espaço e não percebo como é que se colocou areão novamente, em vez de piso sintético", queixou-se.
Questionado pelo JN, Sá Fernandes justificou que o número de brinquedos não é superior porque há normas de segurança que obrigam a distanciar os aparelhos. Referiu ainda que o piso sintético tem o inconveniente de "aquecer" em demasia. "O areão tem é que ser limpo mensalmente, desinfectado, o que não acontecia antes", argumentou.
O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, aproveitou a inauguração do parque (as obras custaram 90750 euros) para anunciar outros melhoramentos no jardim centenário.
A falta de iluminação pública, que persiste há mais de três anos, vai ser solucionada até final de Maio. A EDP começa hoje a fazer obras.
Cais das Colunas: até quando?
Pssst !!!
01/05/2008
Zona Oriental: Património industrial ameaçado pela degradação e futuro incerto
Esta é a sugestão de José Lopes Cordeiro, especialista em património industrial, que lembra que em Lisboa, apenas a zona oriental tem resistido às investidas imobiliárias que reduziram a zero os vestígios da industrialização noutras partes da cidade, como Alcântara.
'Não podemos ter a pretensão de preservar tudo. O que é necessário é haver critérios e medidas específicas para salvaguardar este património quando se justificar. É preciso fazer um levantamento e uma avaliação de tudo o que tem valor histórico ou patrimonial', disse o responsável da Associação Portuguesa de Património Industrial (APPI) à Agência Lusa.
Se, nalguns casos, a recuperação será a opção mais acertada, passando eventualmente pela adequação das estruturas a novos usos, noutros, a demolição é inevitável.
Importa, no entanto, 'fazer a sua conservação através do registo, com dados sobre a sua função, importância histórica, fotografias, entrevistas com os protagonistas e outras pessoas que viveram naquele ambiente'.
José Lopes Cordeiro reconhece, contudo, que 'não há muita sensibilidade nem tradição nesta matéria' e deixa um alerta: 'O que está em causa não é só o desaparecimento físico deste património industrial, é o desaparecimento dessa memória sem sequer se fazer uma intervenção pelo registo. É preciso definir uma estratégia e uma política patrimonial que contemple estas situações para que fiquem para a posteridade'.
Na zona oriental, convivem edifícios industriais de vários estilos e épocas, alguns mais conhecidos e valorizados, outros negligenciados e praticamente esquecidos.
Construções emblemáticas como os gasómetros da Matinha ou a Abel Pereira da Fonseca, cuja decoração com cachos de uvas relembra o seu papel como armazém de vinhos, há muito perderam a sua função original, mantendo-se apenas como elementos da paisagem citadina.
Outras, como a estação elevatória a vapor dos Barbadinhos transfiguraram-se num museu de sucesso, já premiado internacionalmente.
Outras ainda, como a fábrica da Nacional ou a estação de Santa Apolónia continuam a cumprir, orgulhosamente, os fins com que foram criadas.
Entre as que mantém a sua utilização e as que foram recuperadas e aproveitadas para novos fins, sobram as construções que se degradam lentamente, abandonadas à incúria e ao desleixo.
É o caso, por exemplo, dos grandes conjuntos de edifícios industriais e das habitações operárias que correspondem à primeira fase de industrialização do país, mas que dificilmente retratam hoje a vitalidade desses tempos.
O investigador lembra que as cidades mais marcadas pela industrialização tem vindo a perder o património desta época a um ritmo acelerado.
No Porto, por exemplo, desapareceu quase tudo, afirmou.
E, no entanto, José Lopes Cordeiro acredita que este tipo de estruturas poderiam ser facilmente reutilizadas.
'São edifícios muito versáteis que oferecem inúmeras possibilidades de utilização. Os lofts, por exemplo, estão muito na moda e podiam ser mais incentivados'.
Oferecem também uma oportunidade de criar novos espaços culturais como aconteceu com a estação dos Barbadinhos, actualmente um núcleo do Museu da Água.
'A estação dos Barbadinhos - um edifício magnífico - esteve para ser demolida. Hoje em dia, toda a gente reconhece o seu interesse patrimonial', salientou.
Entre as construções que se destacam, o responsável da APPI aponta ainda os gasómetros da Matinha, quatro estruturas circulares, únicas no país, e 'que valia a pena conservar pois revelam a importância que o gás teve na cidade de Lisboa'.
Noutros países europeus, sublinhou o especialista, os gasómetros foram recuperados e ganharam novas funções, transformando-se em pólos de atracção turística de arquitectura arrojada.
O historiador lamenta que se tenha perdido a oportunidade criada pela Expo'98, altura em que chegaram a ser editados roteiros que contavam a história da cidade através da indústria e em que os focos da atenção estiveram direccionados para este património.
'Perdeu-se a oportunidade de fazer uma intervenção aprofundada. Os armazéns Abel Pereira da Fonseca tiveram uma utilização efémera que poderia ser retomada. Não faz sentido estarem sem utilização', considerou.
O especialista acredita que uma nova cultura patrimonial pode inclusivamente ter um impacto positivo a nível de custos.
'Provavelmente não precisamos de prosseguir este ritmo de construção. Demolir, destruir e construir de novo fica mais caro. É mais vantajoso recuperar e reutilizar espaços já existentes. Mantêm-se edifícios com história, mantém-se o espírito do local e respeita-se o enquadramento urbanístico'.
As cidades, avisou, correm o risco de descaracterização: 'Se se destruir tudo, ficam sem vestígios materiais que ilustrem como decorreu o processo de industrialização em Portugal. Ficam amputadas de memórias marcantes do século XIX e XX'.
Para José Lopes Cordeiro, a zona oriental ainda vai a tempo de contar esta história".
Lusa, 01/05






