08/06/2011

O que se passa de novo ... na antiga "Pompadour"?


A antiga Perfumaria “Pompadour”, Rua Garret 28-30, projecto original de Raúl Lino e referida na lista dos bens da Carta Municipal do Património, detentora de um delicioso projecto de Interiores (“Seize”-cosmopolita- em gezamt-kunstwerk ) já tinha sido depois do seu lamentável encerramento, alvo de alterações ...
Assim em 2005, o seu mobiliário original já tinha desaparecido ... Mas, na altura, conseguiu-se ainda em diálogo construtivo da Unidade de Projecto - Baixa Chiado com o novo proprietário, salvar a “screen-fachada” do fundo da loja, elemento mais importante e determinante da sua Arquitectura de Interiores, juntamente com os candeeiros ...
O resultado depois da recuperação, embora para os saudosos da “patine”desaparecida um pouco “luzidio” depois do restauro a folha de ouro, tinha sem dúvida garantido a salvaguarda do elemento mais importante dos seus interiores ...
Ora, temos de novo um cartaz com um pedido para ALTERAÇȎES ...
Com uma fachada completamente tapada ... e com a série de escandalosas destruições de interiores que tem marcado o mandato do Arq. Manuel Salgado nos Serviços do Urbanismo ... fiquei muito apreensivo e preocupado ... De qualquer maneira fica aqui o registo ... e a pergunta ... o que se passa ?
António Sérgio Rosa de Carvalho.





Lisboa: Capital Europeia da Demolição?


Os nossos políticos afirmam, bem, que importa travar a construção nova e investir na recuperação do edificado, mas a realidade grita o contrário. Todos os anos se assiste à perda de património arquitectónico e nenhum outro tem sido mais sacrificado que o de finais do século XIX e início do séc. XX. Onde, como e porquê, é o que tentaremos dissecar e continuaremos a combater.

Vem isto a propósito do pedido de demolição de uma das últimas moradias Arte Nova de Lisboa, a da R. Camilo Castelo Branco, 25, caso paradigmático de como a Câmara Municipal de Lisboa (CML) continua a entreter pedidos desta natureza envolvendo património de inegável valor.

Colocada à venda, as imobiliárias estrangeiras anunciavam: “De acordo com o proprietário, em Lisboa ainda é possível demolir estes edifícios antigos e construir um novo mais alto”. Coincidência, entrou na CML um projecto para a sua demolição e substituição por prédio alto, “alinhando cérceas”. Como tudo indica que a CML o aprovará, as imobiliárias acertaram!

Pelos vistos, para a CML tanto faz que o pedido de demolição seja para uma construção banal ou para uma moradia de 1908, e tecidas as considerações da praxe (sobre acessos, estacionamento…), a aprovação é mero pró-forma. Que interessa o seu valor patrimonial e histórico, o seu contributo para a identidade de Lisboa?

Não se diga que é por falta de estudos, pois já em 1991 esta notável moradia constava do estudo Arquitectura do Princípio do Século em Lisboa (1900-1925), feito para a CML pelos especialistas José Manuel Fernandes, M.ª de Lurdes Janeiro, Ana Tostões e Fernanda Moniz da Câmara. Contudo, nunca constaria do Inventário Municipal. Porquê? De que vale um estudo se depois não se vertem as suas recomendações para os instrumentos de planeamento? Será isto normal numa capital europeia?

Nos anos de 1990 tentou-se, em vão, classificar o património de finais de XIX-XX como um todo. Ganhou o lobby dos que defendiam que esse património não tinha relevância. Daí para cá nada mudou. Nas estatísticas da década seguinte, mais de 25 imóveis, identificados como a preservar, foram demolidos. Prédios de autores desconhecidos e projectos de grandes autores: Arq. José Luís Monteiro (R. Almeida e Sousa/R. 4 Infantaria), Arq. Raul Lino (R. Saraiva de Carvalho/R. Almeida e Sousa, 2), Nicola Bigaglia (R. Rosa Araújo, 49) e até do Arq. Ventura Terra, este com obra demolida nos 100 anos da República (Av. República, 46).

Nada mudou em 2010, sobretudo na área das Avenidas da República e de 5 de Outubro, com realce para o palacete da Av. Duque Loulé ,35, imóvel em bom estado, sobrevivente das Avenidas Novas, que apesar dos protestos da sociedade civil viu a CML aprovar o seu abate. Em seu lugar já se ergueu corrente e vulgar prédio de habitação.
Uma das causas para este “extermínio” é o facto de os processos serem mal instruídos. Demasiadas vezes os técnicos que analisam os pedidos de demolição não conhecem os edifícios nem os seus interiores, ignoram inventários, estudos e publicações.

A CML despreza os pareceres do Núcleo Residente da Estrutura Consultiva do PDM. Por que razão se pedem pareceres se não há genuíno interesse em os respeitar? E esses pareceres não deviam ser vinculativos?

Também a pressão para se mostrar obra parece levar a CML a aceitar soluções sem substância teórica, vide a crescente popularidade do “fachadismo”. A cidade mente a si própria.

E uma perversão evidente: face a uma população que não pára de diminuir, a CML depende cada vez mais de taxas, licenças e contribuições. A relação directa entre as decisões urbanísticas e a vertente económica convencional está a delapidar o património arquitectónico da cidade. Lisboa está desorientada. As declarações dos autarcas são correctíssimas, fazendo eco da vanguarda da Europa – “menos construção nova”, menos “transporte particular” – mas são desmentidas pela evidência do ruído e do pó das demolições.

Há ilustres profissionais que alertam para o facto de a maioria dos arquitectos e engenheiros portugueses nada saberem sobre construções antigas: recuperar um edifício passa por compreendê-lo e detectar “doenças” que abrangem quase todas as especialidades, e isso exige clientes e arquitectos culturalmente equipados, e uma CML interessada.

Em 2011, atenção ao emblemático palacete da Pç. Duque Saldanha, 28 (1916) e aos edifícios notáveis do Campo Grande, 180, Av. Elias Garcia, 69 (1917), R. Rodrigo da Fonseca, 45 (1909), R. Rosa Araújo (1910), R. Castilho, 15 (1888), R. Tomás Ribeiro, 42 (1916), Av. Almirante Reis, 67 (1919), R. Antero de Quental, 1 (1919). É indispensável preservar estes edifícios do início do séc. XX de modo a humanizar a paisagem urbana e evitar que se estimulem projectos que amputam a cidade, as demolições desestruturam e rompem com pontos de referência de modos de viver para as gerações actuais e futuras.

E que não se julgue que é idealismo nosso. Voltando à “nossa” moradia Arte Nova, ela tem um imenso potencial económico, assim o saibam aproveitar (porque não uma sede de prestígio de empresa ou um elegante restaurante?). Que o futuro incerto desta moradia sirva para reflexão sobre a necessidade de mudar paradigmas, começando por apostar forte na salvaguarda do património do séc. XIX-XX.
Pelo Fórum Cidadania Lx: Fernando Jorge, Paulo Ferrero, Carlos Sousa, Pedro Formozinho Sanchez, António Eloy, Alexandre Marques da Cruz, Nuno Caiado, Jorge Santos Silva, Júlio Amorim, Nuno Franco, Sofia Vilarigues, João Leonardo, Miguel A. Carvalho, Ana Alves de Sousa, Appio Sottomayor, Pedro Janarra, Jorge Lima, António Araújo e Maria João Pinto.
( in Publico )

07/06/2011

Janelas de Lisboa: Largo do Menino Deus

Em imóvel classificado (pré-terramoto) e propriedade municipal. O Largo do Menino Deus, e arruamentos adjacentes, está uma vergonha, uma miséria de abandono e desleixo. Em breve voltaremos a este local.

Ajuda pode ganhar novo campo de râguebi e circuito manutenção





A Câmara de Lisboa analisa quarta-feira a constituição do direito de superfície a favor da Federação Portuguesa de Râguebi sobre um terreno no bairro do Caramão da Ajuda onde serão construídos um campo de râguebi e um circuito de manutenção.
De acordo com a proposta em discussão na próxima reunião do executivo, a Federação Portuguesa de Râguebi terá depois de acordar com a Associação XV - Amigos do Râguebi de Belém a construção e exploração dos equipamentos desportivos e lúdicos.
A construção e manutenção dos equipamentos deverá ser custeada pela associação. A parcela de terreno tem 18.378 metros quadrados e fica na Avenida dos Bombeiros Voluntários, na freguesia da Ajuda, integrada no Parque Florestal do Monsanto.
A associação deverá ficar igualmente responsável pela manutenção dos espaços verdes de toda a zona envolvente. O circuito de manutenção será de utilização pública e gratuita.

Destak/Lusa


Dentro do Parque florestal de Monsanto existem já, pelo menos, 2 campos de Rugby, mais o do Belenenses, já fora, e nas redondezas pelo menos o da cidade universitária e Estádio Nacional. Paralelamente ao que se passa no futebol cada clube quer ter o seu , não importando se em cidades como Milão , Paris ou Roma os grandes clubes partilham os estádios. Aqui não, todos os querem no seu quintal.


Monsanto ali contínua, com terrenos disponíveis para tudo lá colocar, um banco de terrenos à disposição de quem manda. O que hoje é público amanhã passa a privado, o que hoje é protegido rapidamente se desprotege. Tudo vai da força do Lobby e todos os pretextos são válidos. Quem ontem era contra, hoje, no poder, é a favor, basta mudar a perspectiva e o lugar. Talvez um dia este parque se transforme num aglomerado de campos de Rugby onde cada cidadão praticante tenha o seu. Não será difícil pois os praticantes não são assim tantos. Ah, mas vão ter a amabilidade de deixar o povo frequentar um circuito de manutenção e cuidar dos espaços verdes em volta. Que era o que a CML devia ter feito nos últimos tempos, mas depois isso não dava aquele tão desejado ar de degradação não era?






PS. ao contrário do que insinua o titulo a Ajuda não vai ganhar mais um campo de Rugby, vai é perder mais um bom bocado de Monsanto que continua a diminuir.

António Costa poderá apresentar candidatura à liderança do PS

António Costa, presidente da Câmara de Lisboa, deverá apresentar a sua disponibilidade para se candidatar à liderança do PS, hoje à noite, na reunião da comissão nacional do partido. Que decorrerá na sede do Rato, em Lisboa.

A candidatura de António Costa foi confirmada ao PÚBLICO por três dirigentes do PS e está a ser apoiada pelo núcleo dirigente socialistas. Nos últimos dois dias António Costa foi fortemente pressionado por várias pessoas da direcção do partido para que aceitasse avançar.

O PÚBLICO está a tentar contactar António Costa, sem êxito. À Lusa, António Costa declarou: “A decisão que tinha de tomar já está tomada mas, se não se importam, comunicarei primeiro à Comissão Nacional do PS logo à noite qual é a minha decisão.”

In Público

A cidade vista por quem não consegue morar nela

Como é a Lisboa dos sem-abrigo? Para o senhor Luís, é a cidade dos eléctricos "amarelinhos" e das ovelhas que parecem perdidas numa rua do centro da capital. Para o senhor Justino, é a cidade banhada pelo rio Tejo, ao fim da tarde. Bruno Gaspar, um artista plástico e ilustrador de Leiria, deu máquinas fotográficas descartáveis a 15 sem-abrigo da capital e pediu-lhes que gastassem os rolos até ao fim. Cada disparo será por uma boa causa: as fotografias vão estar em exposição e as melhores vão ser leiloadas. A verba arrecadada reverte a favor do Centro de Apoio aos Sem Abrigo (CASA).
A ideia surgiu no final do ano passado. "Comecei a envolver-me com a CASA e percebi as dificuldades que enfrentam. Achei que tinha o dever de ajudar, enquanto cidadão", justifica. Os voluntários da CASA distribuem diariamente cerca de 350 refeições, à noite, nas ruas de Lisboa. "Há um ano e meio, distribuíamos 180", diz o presidente do centro, Jorge Correia.

As carrinhas da associação são procuradas por pessoas sem tecto e não só. "Vêm muitos desempregados, que usam o subsídio para pagar o quarto e o que sobra não chega para comer", diz Inês Pardal, uma das voluntárias. Nos últimos meses, aumentou o número de estrangeiros, sobretudo do Leste. Com cada vez mais pessoas a pedir apoio, agora é a CASA que precisa de ajuda. É necessário aumentar o espaço da cozinha e adquirir mais equipamentos. O dinheiro conseguido com a venda das fotografias servirá para apoiar esse investimento.
Jorge Correia espera que o projecto consiga "inspirar" quem mora nas ruas e mostrar que, mesmo naquela condição, podem ser úteis e ajudar quem os ajuda.

Fotografar outras capitais
As máquinas fotográficas descartáveis têm sido oferecidas por desconhecidos, deixadas na Livraria Arquivo, em Leiria, ou enviadas pelo correio. "Gostava que empresas como a Kodak ou outras do ramo quisessem apadrinhar o projecto", admite Bruno Gaspar.

O artista plástico, que dirige uma empresa de publicidade em Leiria, vai agora levar o projecto além-fronteiras. Através de amigos e pessoas conhecidas, já seguiram máquinas descartáveis para Madrid (Espanha), Londres (Inglaterra), Paris (França), Berlim (Alemanha), Amesterdão (Holanda) e Bruxelas (Bélgica). Os próximos destinos são Nova Iorque (EUA) e Toronto (Canadá).

Depois do Verão, Bruno Gaspar pretende organizar uma exposição com as fotografias de todas as cidades. "Quero que eles [os sem-abrigo] possam visitar a exposição livremente", diz, acrescentando que pondera também projectar as fotografias em alguns locais onde os sem-abrigo de Lisboa dormem.

Mas o projecto de Bruno Gaspar não se fica por aqui. A partir da próxima semana, vai trocar a cama confortável por um pedaço de cartão, algumas mantas e um espírito aberto. "Vou pôr-me à prova". O objectivo é retratar a experiência em vídeo, desenho e texto, para depois publicar.
Segundo os dados mais recentes da Câmara de Lisboa, de 2007, as equipas de rua identificaram 1187 sem-abrigo. Mais de metade dormia em centros de acolhimento e quase um terço em espaços abertos. Os números são antigos mas são os que constam do Plano Cidade para a Pessoa sem Abrigo de Lisboa, aprovado em Maio de 2009.
Público
4-6-11

06/06/2011

CABOS & CABOS: Calçada do Marquês de Abrantes

Parque Florestal de Monsanto:Mais uma dentada na "mata modelo".

Vai a votação 4ª feira.
De dentada em dentada até à dentada final.
Este terreno foi retirado ao parque há alguns anos para umas construções e deixo à imaginação de cada um o como e o porquê disso ter acontecido.A presente gerência da CML, em vez de o preservar, enquanto parte efectiva e integrante do Parque Florestal de Monsanto,pois está bem no seu interior, não permitindo novas construções dentro do Parque, prefere dar-lhe outro uso, porque é um espaço "livre e desocupado", como quase todo o Parque florestal de Monsanto,aliás, onde possam existir árvores,essas inúteis, ou clareiras que não servem para nada..

"Já o vereador Sá Fernandes sublinha que "as grandes dentadas foram há muito tempo" e garante que "o risco" de novas amputações "não existe"."
"Público" de 15-2-11.


se  a isto juntar-mos as propostas de alteração ao PDM, junto a o hospital de  S. Francisco Xavier(foto acima) , as obras da REN, em execução, e o previsto para o Panorâmico de Monsanto vamos num lindo caminho.

Mas vão continuar a dizer sempre que "em Monsanto não se mexe, que"Monsanto é sagrado" e agora até lhe chamam a "Mata modelo".
O que pensará o Arqº Ribeiro Teles,apoiante desta maioria, disto tudo?

Acervo histórico/clínico MBombarda/NÃO cumprimento de Resolução AR/comunicado

Exmos Senhores


Na sequência do nosso comunicado acerca da aprovação e publicação da Resolução da Assembleia da República, recomendando ao Governo para que o acervo patrimonial e documental do extinto Hospital Miguel Bombarda seja preservado e valorizado, incluindo o Balneário D. Maria II, o Pavilhão de Segurança e a sua envolvente, além de especificar que os vários elementos artísticos, documentais, clínico e mobiliário devem permanecer no local, integrados no Museu (ver n/comunicado em http://cidadanialx.blogspot.com/2011/05/ar-aprova-recomendacao-sobre-hospital.html), somos a comunicar que neste preciso momento se verifica o NÃO CUMPRIMENTO desta Resolução.

Também o Apelo de grandes personalidades como Paula Rego, António Damásio, Raquel Henriques da Silva, Simonetta Luz Afonso, etc, solicitava às Ministras da Cultura e da Saúde o alargamento do Museu de Sítio do Hospital, para o edifício do antigo Convento, integrando no seu acervo o valioso Arquivo Histórico.

Com efeito, neste preciso momento, não se sabe se por ordens da Administração do Hospital Miguel Bombarda ou da empresa Estamo, proprietária, por via da Parpública, do Hospital Miguel Bombarda, está a ser transferido para o Hospital Júlio de Matos todo o acervo histórico e clínico do Mibuel Bombarda (sem haver sequer a prova de que o mesmo tenha sido totalmente inventariado), o que contraria claramente a Recomendação aprovada pela Assembleia da República.

Damos conhecimento deste facto à Assembleia da República, ao Ministério da Cultura, ao Arquivo da Torre do Tombo, e à Câmara Municipal de Lisboa.

Melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Júlio Amorim e Carlos Moura

Outra história positiva ... nos tempos que correm cada vez mais rara ... e portanto de assinalar ...

Nos tempos que correm ... nos quais é possivel destruir sistemáticamente edifícios inteiros na Avenida da República e alterar os seus resíduos de forma irreversivel, cinicamente, manipulando abertamente e descaradamente argumentos da Carta de Veneza à volta do conceito "pastiche"... temos que nos consolar com o Restauro na integra ( sem relativismos redutores e reinterpretativos) desta magnifica peça de "ourivesaria" urbana ... Já a insistência daqueles que teimam em interpretar os magnificos paineis de “lettering” como "ardósia" para vandalismos e gatafunhos, fazem-nos de novo, caír na realidade ...
António Sérgio Rosa de Carvalho




Cá fica a recordação


Rua Tomás da Anunciação, nº 22

Reestruturação da Câmara de Lisboa pára serviço de urbanismo




Serviços da Câmara estão a ser reformulados. No urbanismo, os funcionários ainda não sabem para onde vão, não despacham processos e chefias não têm competências.
A reestruturação dos serviços da Câmara de Lisboa - que já levou à tomada de posse dos novos directores municipais e à redução do número de cargos de chefia - não está a ser implementada conforme o previsto. Ainda não foi divulgada a lista com as novas funções e, até lá, os funcionários não podem despachar nem assinar processos. Estas limitações tiveram, para já, um efeito prático: a paragem dos serviços de Urbanismo, apurou o Negócios junto de trabalhadores dessa divisão camarária.

06 Junho 2011
Bruno Simões ( in Jornal de Negócios )

05/06/2011

DEMOLIR os pioneiros de CAMPO DE OURIQUE

Rua Ferreira Borges. Esperando pela demolição do que sobrou de anos de abandono?

Uma Pequena mas significativa, e no plano do simbólico ... Grande Victória


O verdadeiro Poder …. Reside em Vós .... Cidadãos ... se forem representados por uma verdadeira Cidadania ... Independente dos Partidos Políticos e Poderes Económicos ...
Civitas ... Civilitas ...
António Sérgio Rosa de Carvalho
P.S. Foto ... cortesia de Lisboa S.O.S

04/06/2011

DEMOLIR os pioneiros de CAMPO DE OURIQUE

Este já era... em breve não vai restar um único imóvel dos primórdios de Campo de Ourique para contar a história deste bairro. O desprezo que Lisboa tem à Arquitectura dos finais do séc. XIX / início do séc. XX é verdadeiramente patológico. Mas a verdade é que a CML nunca deixou de aprovar demolições como estas. Ano após ano, seja qual for o partido ou coligação no poder. Mas é importante falar destas demolições cegas da Arquitectura lisboeta. Porquê? Porque há outras maneiras de fazer cidade. Mais sustentáveis e em que a identidade patrimonial única de uma cidade é percebida como uma mais valia e nunca como empecilho ou "atraso". Mas para isso é necessário estar equipado com alguma cultura arquitectónica e urbanística.

Fotos: Rua Tomás da Anunciação, 22. Demolido. Notar que a fachada estava revestida de azulejos num padrão produzido pela Fábrica Viúva Lamego.

A CERVEJA "SUPER-DESRESPEITO"... no Porto!

Reacção recebida do Porto, a propósito do nosso protesto pela maneira desrespeitosa como uma marca de cerveja tem invadido os Bairros Históricos de Lisboa com dispositivos de publicidade:

«Esta mensagem, para além de servir de aplauso ao vosso trabalho por uma Lisboa melhor, serve também para vos informar que o vosso protesto pelo excesso de publicidade também ocorre no Porto, classificado pela UNESCO. Observem bem as imagens que vos envio. Não vos dá vontade de gritar?! Eu fico revoltada só de olhar! Que anti-climax que é ir até ao Jardim do Palácio de Cristal e ter esta poluição visual toda graças à Super Bock, etc... Em vez de sermos só nós e o belo Douro e a cidade somos obrigados a olhar para mega cartazes de publicidade! Como é possível que a Câmara de Vila Nova de Gaia licencie esta publicidade toda nas margens do Douro?! Não estamos assim a retirar dignidade ao rio, ao conjunto ribeirinho Porto/Gaia? Como justificar este caos visual? Só para arrecadar dinheiro? É correcta esta exploração descarada da zona ribeirinha histórica do Douro? Não devemos questionar estas práticas de publicidade das grandes marcas?» MJS

03/06/2011

Drugstore "Sol a Sol"....


Talvez o primeiro CC de Lisboa. Alguém que tenha fotografias dos seus interiores.?

Janelas de Lisboa: Campo de Santa Clara

As lojas mais antigas da Baixa lisboeta

In Diário de Notícias (3/6/2011)
Por Inês Banha

«Martinho da Arcada
Praça do Comércio, n.º 3 > Tel. 218 866 213

Foi no ano de 1782 que, no Terreiro do Paço, surgiu o café que rapidamente se tornou uma preferência para diversas classes sociais. Ao longo de mais de dois séculos, o Martinho da Arcada foi eleito como ponto de encontro de governantes, políticos, militares, artistas e literados. Destes, destaca-se Fernando Pessoa. Este espaço continua a ser procurado para tertúlias e convívios, mantendo a tradição secular.

Conserveira de Lisboa
Rua dos Bacalhoeiros, n.º 34 > Tel. 218 864 009

Tricana, Minore Prata do Mar, marcas próprias da conserveira, cobrem as prateleiras de madeira da loja da Rua dos Bacalhoeiros. Fundada em 1930, a Conserveira de Lisboa é um estabelecimento familiar, fiel à qualidade e à tradição. Enquanto se perdem entre as dezenas de variedades disponíveis, os clientes podem ainda ver o processo de embalagem manual das conservas, nos característicos rótulos coloridos.

Charcutaria Nova Açoreana
Rua da Prata n.º 116-118

A charcutaria que já ocupava o n.º 116-118 da Rua da Prata há mais de 120 anos fechou as portas no dia 14 de Maio. Depois de mais de um século a enriquecer o comércio da Baixa lisboeta, com os seus produtos típicos e muito apreciados, tornando-se um elemento indispensável para os seus clientes habituais, a Nova Açoreana vai dar lugar a um hotel. Muitas idosas da Baixa contavam com as entregas ao domicílio da Nova Açoreana.

Drogaria e Perfumaria S. Pereira Leão, Lda.
Rua da Prata, n.º 223 > Tel. 213 423 320

É uma das duas drogarias que ainda mantém as portas abertas na Rua da Prata. Fundada por espanhóis em 1890, a antiga Drogaria Alvarez, que em 1964 mudou de proprietários e de nome, mantém a traça original e ainda vende perfumes avulso. Mas não se ficam por aqui os cheiros; há sabonetes de várias marcas e todos os produtos típicos de drogaria.

Luvaria Ulisses
Rua do Carmo, n.º 87-A > Tel. 213 420 285

Apesar das suas dimensões reduzidas, a Luvaria Ulisses não passa despercebida na Rua do Carmo. Foi fundada em 1925 por Joaquim Rodrigues Simões, numa época em que as luvas eram um artigo com muita procura. A concorrência desapareceu e a luvaria é agora um dos poucos estabelecimentos do ramo. E se muitos entram ali por curiosidade, há quem não resista e acabe por levar um dos pares de luvas que polvilham os expositores.

Joalharia do Carmo
Rua do Carmo, n.º 87-6 > Tel. 213 423 050

O empresário António Champalimaud foi um dos muitos clientes ilustres da joalharia. Situada na Rua do Carmo desde 1924, a loja da família de Alfredo Alberto Sampaio sentiu o incêndio do Chiado de 1988 muito perto. Resiste, grandiosa. Apesar de continuar a ser uma joalharia de referência na alta sociedade, sofre com a falta de investimento dos seus clientes e com a concorrência dos centros comerciais.

Confeitaria Nacional
Praça da Figueira, n.º 18 > Tel. 213 424 470

A confeitaria que introduziu em Portugal o apreciado bolo-rei nasceu em 1829, pela mão de Baltazar Castanheira, na Praça da Figueira. Antiga fornecedora da Casa Real, a Confeitaria Nacional é procurada e recomendada internacionalmente, pela qualidade dos seus produtos, de produção própria. Mais do que as suas salas de chá e de refeições muito procuradas, são as montras recheadas que abrem o apetite de quem passa.

Café Nicola
Praça D. Pedro IV, n.º 24-25 > Tel: 213 460 579

Inicialmente chamado "Botequim do Nicola", um dos primeiros cafés de Lisboa, inaugurado no século XVII em plena Praça do Rossio, foi o estabelecimento eleito por grandes personalidades da época, como Bocage. Apesar de ter acabado por encerrar em 1928, é recuperado por Joaquim Albuquerque, com o nome Café Nicola, e reconquista a preferência da elite. O seu interior moderno e requintado é apreciado por muitos turistas.

Ginjinha
Largo de São Domingos, n.º 8

A qualquer hora do dia, a Ginjinha dá vida ao Largo de São Domingos, ao Rossio, com o entra e sai constante dos seus clientes, que se fazem notar antes de conseguirmos avistar o pequeno estabelecimento. É fruto da ideia de Francisco Espinheira, que, em 1840, se aventurou na mistura de aguardentes, ginjas e outros ingredientes, da qual resultou a marca registada Ginja Espinheira. A tradição continua.

Chapelarias Azevedo Rua, Lda.
Praça D. Pedro IV, n.º 69, 72-73 > Tel. 213 427 511

Fundadas em 1886 por Manuel Aquinó Azevedo Rua, as Chapelarias Azevedo Rua, Lda. saltam à vista pelas suas montras e pelo seu interior tradicional. Situam-se na Praça D. Pedro IV (Rossio), antigamente conhecida também como a Praça dos Chapeleiros. Foi aqui que o Marquês de Pombal concentrou todas as lojas do ramo da chapelaria. Os outros fecharam, resiste a Azevedo Rua, com boinas, calepinas e chapéus para todos os gostos.

Restaurante Leão D'Ouro
Rua 1.º de Dezembro, n.º 103-107 > Tel. 213 428 185

Conhecido por ter sido o espaço onde se formou o Grupo do Leão, um grupo de naturalistas, ao qual pertenciam personalidades como os pintores António Ramalho e Columbano Bordalo Pinheiro, o restaurante foi fundado em 1845. A sua fachada da altura do Projecto da Restauração, de 1640, e o seu interior com características ainda fiéis aos seus primórdios e o seu ambiente continuam a cativar quem passa.

Pastelaria Suíça
Praça D. Pedro IV, n.º 99 > Tel. 213 214 090

A Pastelaria Suíça foi fundada em 1922 por Isidro Lopes e Raul de Moura. Na altura da II Guerra Mundial, esta pastelaria foi a eleita por muitos dos refugiados provenientes da Europa Central, tornando-se o seu local de encontro e lazer. Por isso nasceu a esplanada, para aumentar a capacidade. Frequentada por ilustres, como o general Humberto Delgado, ainda nos dias de hoje continua a ser a eleita de muitos.

Património. Está a nascer uma nova Baixa, onde novos e velhos estabelecimentos comerciais têm possibilidade de sobreviver. Quem o diz é o presidente da Associação de Dinamização da Baixa Pombalina (ADBP), Manuel Lopes, lembrando, no entanto, que é preciso que as lojas do comércio dito tradicional se adaptem aos novos tempos para que não se perca uma parte importante do património da capital. Isto num altura em que, apesar da substituição do tecido comercial em curso na Baixa, o número de estabelecimentos tem, segundo dados a autarquia, vindo a baixar - em 2009 eram 884, depois de em 2000 terem chegado a ser 1032.

No lugar de algumas que fecham, abrem outras. São sobretudo lojas de chineses ou paquistaneses, mas também de jovens empresários com novas ideias. E todos eles são bem-vindos. "A juventude traz dinâmica à Baixa, e é possível uma interligação entre o presente e o passado", diz Manuel Lopes. Inês Banha»

Se não fosse por causa da República a Câmara de Lisboa teria um rating melhor

In Público (3/6/2011)
Ana Rita Faria

«Agência de notação Fitch elogia a gestão financeira da capital, mas mantém ratings de Lisboa e Porto


Base tributária forte, endividamento moderado e boa gestão financeira. Estes três ingredientes fizeram com que a Câmara de Lisboa conseguisse manter o seu rating junto da Fitch, que considera mesmo que a nota que avalia o risco de dívida da autarquia deveria ser superior à atribuída ao país.

Num comunicado ontem divulgado, a agência de rating (que avalia os riscos associados à dívida dos Estados, autarquias ou empresas e a sua capacidade de honrar os compromissos financeiros) manteve inalterado o rating atribuído a Lisboa, que está, actualmente, no nível BBB-, ou seja, a um nível de ser considerado junk (lixo), sem estatuto de investimento. Esta é a nota atribuída também às outras autarquias portuguesas com rating: Porto, Cascais e Sintra.

País também arrasta Porto

Todas elas viram a sua notação descer após as sucessivas revisões do rating da República, nos últimos meses. É que, segundo os critérios de avaliação das agências, uma cidade (bem como uma empresa pública) não pode ter um rating superior ao do país.

No caso de Lisboa, a Fitch reconhece que a sua dívida tem um risco menor do que a do país, mas o facto de "o Governo central arrecadar taxas locais que transfere para as autarquias" - como é o caso do o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e o Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) condiciona necessariamente o rating das cidades portuguesas. É também por causa da República que a Fitch tem de manter o outlook (perspectiva) da dívida de Lisboa como negativo, o que indica que a agência poderá vir a reduzir o rating da capital nos próximos tempos.

Ainda assim, a Fitch considera positivo o facto de Lisboa planear uma reestruturação de serviços e reduzir o número de funcionários. »

Urgência para a Ribeira das Naus, esplanadas só em 2013

In Público (3/6/2011)
Por Carlos Filipe


«A requalificação da Ribeira das Naus, em Lisboa, começa na próxima semana, depois de ontem ter sido formalizado, pela Sociedade Frente Tejo, concessão do piso térreo da ala nascente do Terreiro do Paço à Associação de Turismo de Lisboa.

A câmara, a quem foi cedido o imóvel, vai adiantar 2,5 milhões de euros para a empreitada, uma antecipação de receitas para a Frente Tejo pagar as obras na Ribeira das Naus. O início urgente dos trabalhos, para que não se percam fundos comunitários, levou a sociedade presidida por Biencard Cruz a antecipar parte do processo de concursos de planeamento e estudos para os trabalhos na Ribeira das Naus. Da mesma forma já prepara a reabilitação do arco da Rua Augusta.

A cedência do espaço e o protocolo da câmara com a Associação de Turismo de Lisboa (ATL) foram actos contínuos, no espaço do torreão ocupado pelo Ministério das Finanças. A ATL irá gerir e concessionar uma área de 7000 metros quadrados, por 50 anos, ressarcindo a autarquia pelo adiantamento à Frente Tejo. O montante global é de 6,9 milhões de euros (ou 600 prestações de 11.500 euros).

Três restaurantes, lojas, uma livraria e um centro de interpretação da Baixa e esplanadas no exterior - como as que já existem na ala poente -, irão ali ser geridas ou subconcessionadas pela ATL.

Nos documentos ontem assinados, diz-se que há a possibilidade de se construir um posto de acostagem para levar os turistas pelo rio até ao Terreiro do Paço. A abertura das esplanadas demorará dois anos, prazo estimado pelo director-geral daquela associação, Vítor Costa. O líder da autarquia, António Costa, reafirmou que quer o Terreiro do Paço como terreiro do povo.»

Flexibilização de despejos abre portas à reabilitação dos centros históricos

In Jornal Negócios (3/6/2011)
Por Filomena Lança


«O memorando da troika, assinado pelo Governo e apoiado pelo PSD e CDS, prevê "a possibilidade de pôr termo ao contrato de arrendamento devido a obras de renovação significativas".

Basta que um inquilino se recuse a sair, mesmo com garantia de realojamento, para que uma obra de fundo numa casa fique inviabilizada. Pode até estar concluído todo o projecto de reabilitação e a generalidade dos moradores ter dado o seu consentimento, mas se um não aceitar, tudo fica inviabilizado. Restará então avançar com uma acção de despejo, invocando a necessidade de realização de obras de fundo, que poderá arrastar-se nos tribunais, de tal forma que mais vale procurar outro local para investir.

Este tipo de casos, explica a advogada Ana Ferreira da Costa, "são bastante comuns", sobretudo nos grandes centros urbanos, como Lisboa e Porto, onde "os incentivos para os senhorios realizarem obras são reduzidos e os bairros históricos assistem a uma degradação crescente".

A flexibilização dos despejos poderá ser uma das soluções para o problema, admite Pedro Sáragga Leal, advogado especialista em imobiliário. O memorando assinado com a troika e apoiado pelos três maiores partidos prevê que passe a ser concedida aos senhorios "a possibilidade de pôr termo ao contrato de arrendamento devido a obras de renovação significativas (afectando a estrutura e a estabilidade do edifício), com um pré-aviso máximo de seis meses".

"Isto são apenas linhas programáticas, mas depreende-se daqui que será dado ao senhorio o direito de fazer cessar o contrato de arrendamento através de uma comunicação ao inquilino, não estando claro se será ou não necessária uma intervenção judicial", explica Sáragga Leal. Em causa estarão "situações de profundo restauro", em que se "mantêm os pilares e se remodela profundamente tudo o resto", algo que não pode ser feito com pessoas na casa Isso significa negociar com todos uma saída, o que implicará, pelo menos, uma indemnização, já que acabar com isso "seria uma evolução demasiado brusca da Lei" sustenta o especialista Por outro lado, pode dar-se o caso de o inquilino preferir o realojamento e o memorando prevê também uma simplificação das regras a este nível. Só refere, porém, o "realojamento temporário", ficando sem se saber se isso implicará acabar com as regras que obrigam ao realojamento permanente e que agora estão em vigor.

O acordo com a troika prevê ainda várias outras medidas com vista a incentivar a reabilitação das cidades, a começar por uma simplificação de procedimentos para a realização de obras, licenças de utilização ou requisitos de segurança, entre outras formalidades. "Serão normas claramente úteis, que, a avançar, facilitarão em muito a reabilitação urbana, conclui Sáragga Leal.

Partilhas de heranças fora dos tribunais

Meios extrajudiciais reforçados para resolver problemas de prédios com muitos herdeiros Dos cerca de 4.800 prédios devolutos contabilizados pela Câmara de Lisboa em 2007 - o novo levantamento deverá ficar concluído ainda este ano - um número significativo corresponde a casos de heranças em que nunca foram feitas partilhas porque os herdeiros não se entendem entre si ou, simplesmente, não querem saber.

Para resolver o problema - que se estende a todo o País -, uma das medidas constantes no acordo assinado com a troika prevê o reforço dos meios extrajudiciais para acções de partilha de imóveis herdados, à semelhança do que já agora acontece no Portal das Heranças, mas apenas quando os herdeiros estão de acordo.

Por vezes, explica a advogada Ana Ferreira da Costa, "são muitos herdeiros, que de repente passaram a ser senhorios, mas que desconhecem por completo o imóvel e aos quais só interessa o valor da renda". A essas pessoas, pouco faz se o prédio precisa ou não de obras. "Há até quem, por estranho que pareça, não tenha o menor interesse na herança".

Estes casos são os mais dramáticos, pois os prédios lá vão ficando, "a cair aos poucos". Porque, afinal, "não havendo acordo nas partilhas, há litígios em tribunal que se vão arrastando. E, se não há acordo para as partilhas, muito menos o há para a realização de obras", remata a advogada Além da dinamização do Balcão das Heranças, que funciona nas conservatórias do registo civil as novas medidas poderão passar pela atribuição de novas competências, por exemplo, aos notários.

Há 4.700 processos de despejo pendentes na Justiça

O número de processos de despejo pendentes nos tribunais tem-se mantido constante nos últimos anos, confirmando a incapacidade da Justiça para diminuir a diferença entre os processos novos e os findos. Este ano, não deverá haver grande desvio à regra. Até Abril, segundo as contas da Câmara dos Solicitadores, contavam-se já 1.355 pendências, com Lisboa a destacar-se, como de resto é a norma Agilizar os processos de despejo é outra das medidas do acordo assinado com a troika, prevendo-se que estes processos, que demoram, em regra, 18 meses - masque, nalguns casos, podem durar anos - passem a ser resolvidos em três meses. A solução, diz a troika e dizem PS e PSD nos seus programas de governo, passará pelo recurso a meios extrajudiciais, tirando os despejos dos tribunais e reduzindo ao máximo a necessidade de intervenção de um magistrado.

As demais alterações legais previstas na área do arrendamento também deverão inverter algumas tendências actuais, sobretudo no caso das rendas antigas. E que, se nos contratos novos o despejo já é lento, nos antigos a dificuldade é maior, somando-se à lentidão da justiça apertados requisitos legais.

Uma das possibilidades de despejar alguém que paga religiosamente a renda é o proprietário alegar falta da casa para habitação própria Foi o que fez João Reis, dono de um apartamento numa zona central de Lisboa arrendado desde 1978 e com uma renda de 23 euros.

Depois de uma longa disputa judicial e der ficado provado que o inquilino tinha rendimentos da sua reforma e que o proprietário era obrigado a viver numa casa emprestada, o tribunal acabou pornegar o despejo, porque não basta alegar a falta de casa, é preciso provar uma "situação de necessidade de habitação efectiva, real, iminente e digna de protecção".

Os agentes de execução, que realizam os despejos, defendem uma alteração à lei que simplifique o processo e lhe dê alguma urgência. Por exemplo, hoje em dia é frequente ter de se esperar mais de um ano para que um juiz autorize a intervenção de força publica para entrar no imóvel. »

Apolo 70



In Público (29/5/2011)
Via Lisboa S.O.S.
...

Era o belíssimo e bem programado cinema forrado a napa branca, onde as poltronas encostadas à parede eram o poiso ideal; era a loja de brinquedos sucursal da fabulosa e hoje também extinta Pelicano (Av. Roma); eram a novidade chamada hamburguer, num restaurante circular, também ele decorado com poltronas; eram os gelados, era o bowling, era a casa dos animais. Hoje resta a Livraria.

Com 192 lugares. Novo parque de estacionamento inaugurado na Baixa de Lisboa

In Público (2/6/2011)
Por Marisa Soares

«O silo de estacionamento do antigo mercado do Chão do Loureiro, no Largo do Caldas, na Baixa de Lisboa, foi inaugurado hoje de manhã e deve abrir ao público na próxima semana


O parque tem 192 lugares distribuídos por seis pisos, com 32 lugares dedicados a veículos eléctricos, que podem ser carregados enquanto estão estacionados. O silo é pontuado por diversas clarabóias, que permitem a entrada de luz natural, e as paredes foram decoradas com graffiti de cinco artistas.

O edifício foi requalificado e tem agora dois elevadores panorâmicos que permitem ir desde o Largo do Caldas até à Costa do Castelo. O acesso aos elevadores será gratuito só para os residentes naquela zona, com cartão de acesso aos bairros históricos. Turistas e lisboetas residentes noutras zonas da cidade terão de pagar um euro para subir. A descida é gratuita.

O restaurante e cafetaria no terraço, que vai servir comida tradicional portuguesa e africana, tem uma esplanada com vista para a cidade e para o Tejo. A concessão do restaurante foi atribuída ao grupo Visabeira.

O restaurante, que vai funcionar das 10h às 24h, e o supermercado (no piso térreo) só deverão abrir ao público no final de Junho. O vereador da Mobilidade, Fernando Nunes da Silva, sublinhou na cerimónia de inauguração que o objectivo não era ter “um espaço para depositar veículos”, mas sim “um espaço de proximidade, com serviços úteis às pessoas”.

A requalificação do edifício, a cargo da Empresa Municipal de Mobilidade de Lisboa (Emel), custou 3,6 milhões de euros, mais um milhão de euros do que inicialmente previsto. Questionado sobre o aumento do preço final da obra, o presidente da Emel, António Júlio de Almeida, referiu que a diferença se deve à introdução dos dois elevadores e à colocação dos postos de carregamento de veículos eléctricos, não previstos inicialmente, e a outras exigências, como a manutenção da fachada.

O edifício está inserido no projecto de ligação pedonal entre o Chiado e o Castelo de São Jorge, que conta ainda com um outro elevador, que vai ligar a Rua dos Fanqueiros à Rua da Madalena. O processo de expropriação destes prédios particulares está ainda em curso mas, segundo o presidente da autarquia, António Costa, o concurso para o projecto vai ser lançado até ao final de Junho.»

...

À margem do problema central - acesso ou não ao castelo - e Visabeira e Pingo Doce à parte, aqui ficam duas imagens sobre o real problema que pessoalmente me repugna, pela miopia de alguns, ou seja, o miradouro público do cimo das escadinhas (independentemente de ser ocupado pela esplanada do Bar das Imagens) ficou mutilado em cerca de 50% do seu campo de visão, por uma estrutura com elevador que não tinha que estar ali. Mas, se já nem os directamente afectados, que queriam colocar a CML em tribunal, se mexem ...


02/06/2011

Mobilidade e Baixa

É hábito criticar as iniciativas (ou a falta delas) da Câmara Municipal de Lisboa. Para variar, abriu hoje na Baixa um parque de estacionamento que merece a todos os títulos o elogio e os aplausos para a CML e para a EMEL.
Recomendo vivamente uma visita, mesmo a pé, ao Chão do Loureiro. Vale a pena...

FESTAS da CIDADE ou FESTAS da CERVEJA? Más práticas de publicidade









Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa,
Dr. António Costa
Exmo. Sr. Vereador do Espaço Público
Dr. José Sá Fernandes


Vimos pelo presente apresentar o nosso protesto pelas más práticas de publicidade de alguns dos patrocinadores das Festas de Lisboa de 2011.

Embora conscientes da importância dos patrocinadores na manutenção de um programa cultural neste evento, lamentamos que tanto a EGEAC como a CML não tenham ainda criado novas regras que disciplinem a publicidade, de uma vez por todas.

Todos temos um papel a desempenhar; os munícipes, porque os bairros históricos onde vivem e trabalham são o palco principal das Festas, e a EGEAC enquanto organizadora do evento. Mas é à CML que compete regulamentar a publicidade no espaço público. É pois com grande preocupação que mais uma vez constatamos a existência de publicidade agressiva e excessiva no âmbito das Festas de Lisboa.

A EGEAC, enquanto empresa municipal responsável pelas Festas de Lisboa, deve encontrar contrapartidas de publicidade com menor impacto na cidade histórica.

Este ano vemos novamente experiências muito negativas em arruamentos históricos que foram invadidos por dispositivos de publicidade agressivos, como por exemplo:

- Quiosques de uma marca de cerveja instalados em zonas classificadas como Monumento Nacional (ex: Terreiro do Paço) e bairros históricos (Castelo);

- Quiosques de uma marca de gelados (na forma do próprio logótipo da marca) instalados em zonas classificadas como Monumento Nacional (ex: Terreiro do Paço);

- Autocolantes publicitários de uma marca de cerveja, explorando ícones da identidade cultural de Lisboa e com o logótipo oficial das Festas de Lisboa, aplicados indiscriminadamente nas fachadas de edifícios nos bairros históricos classificados (Alfama, Castelo, Bairro da Bica, Bairro Alto, Madragoa, Graça, Baixa, etc);

Gostariamos também de saber se a EGEAC / CML obtiveram, antecipadamente, os obrigatórios pareceres do organismo do Estado a quem compete a salvaguarda dos bens culturais imóveis, o IGESPAR, para a colocação de publicidade em zonas classificadas da cidade.

Enviamos em anexo algumas imagens para ilustrar aquilo que consideramos ser a degeneração das Festas de Lisboa em "Festas da Cerveja".

Aproveitamos esta oportunidade para contribuir com algumas sugestões de melhoramentos com vista a:

- Resolver o problema do monopólio das marcas de cerveja convidando, por exemplo, marcas de vinho;

- Resolver o problema dos intrusivos quiosques de plástico das marcas de cerveja, gelados e refrigerantes convidando designers para criarem um modelo de "Quiosque Festas de Lisboa" a que todas as marcas se teriam de sujeitar, seguindo a prática de outras cidades da UE;

- Exigir responsabilidade social aos patrocinadores, sensibilizando-os para os problemas ambientais associados à produção dos dispositivos de publicidade (em plástico, descartáveis e cujos desperdícios não são recolhidos pelas marcas que os lançaram no espaço público, de que são um mau exemplo os milhares de autocolantes aplicados nas fachadas dos bairros históricos onde ficam de ano para ano).

Em colaboração com a CML, esperamos que a EGEAC sensibilize os vários parceiros envolvidos na necessidade de qualificar as Festas de Lisboa.

Se houver vontade genuína, a EGEAC e o Pelouro do Espaço Público, conseguem resolver o problema da poluição visual e ambiental que, infelizmente, ainda marcam as Festas de Lisboa deste ano.

Com os melhores cumprimentos,



Paulo Ferrero, Fernando Jorge, Bernardo Ferreira de Carvalho, Luís Marques da Silva e Júlio Amorim


CC: AML, IGESPAR, DRCLVT, Media, Unicer, Super Bock, Unilever, Olá




Que bela cidade....

foto roubada no Bic Laranja

01/06/2011

Remoção das portas de madeira na entrada da Pastelaria Versailles

Exmos. Senhores
Director do IGESPAR,
Director Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo

C.c. Pastelaria Versailles


No seguimento de notícias vindas a público dando conta da remoção das portas de madeira existentes na entrada da Pastelaria Versailles, a qual funciona, lembramos, em edifício classificado, sendo as mesmas substituídas por vidros, somos a solicitar a V.Exas. que nos esclareçam quanto à legalidade da referida remoção e, caso tenha sido uma alteração ilegal, quais as diligências a efectuar pelos V/serviços no sentido de ser reposta a legalidade.

Na expectativa, subscrevemo-nos com elevada estima e consideração.


Paulo Ferrero, Fernando Jorge e Júlio Amorim

Anexo: Foto actual (Lisboa S.O.S.)

Esplanadas no T. Paço, chacun "s'arrange"?




Enquanto do lado nascente o promotor (alguém sabe quem é e ao que vem?) monta um estaminé à maneira, com as proporções e as estruturas que bem entende... Imagino que seja o mesmo promotor a explorar futuramente todo o espaço do antigo refeitório do Ministério das Finanças.



Do lado poente há 3 esplanadas de dimensões à vontade do freguês, não se entendendo o porquê de tal coisa, sobretudo depois de nos dizerem que as esplanadas na Baixa iriam ser isto e aqueloutro... talvez a Baixa da CML seja diferente da da Frente Tejo. Porque não respeitam o enfiamento do prédio da esquina do TPaço com a Rua do Ouro, alinhando as três esplanadas pela de dimensão média, por exemplo?




Fotos: VB

Profissionais do D. Estefânia manifestam-se hoje contra "desmembramento" do hospital

In I Online (1/6/2011)
por Agência Lusa

«Profissionais do hospital materno-infantil D. Estefânia, Lisboa, manifestam-se hoje, em silêncio, nas instalações hospitalares contra o que dizem ser o "desmembramento" da unidade pediátrica e da sua maternidade, segundo os organizadores da iniciativa.

Aproveitando o Dia Mundial da Criança, profissionais do D. Estefânia e cidadãos pretendem "manifestar-se em silêncio contra mais um passo da ministra da Saúde" no sentido do "desmembramento" do hospital, sobretudo com o encerramento da maternidade previsto para o dia 06 de junho, a seguir às eleições.

Em declarações escritas à agência Lusa, a Plataforma Cívica em Defesa do Património do Hospital D. Estefânia explica que profissionais da unidade sairão, pelas 13:00, para os pátios da instituição, para "denunciar a hipocrisia dos discursos oficiais a favor da criança".

Os organizadores apelam a todos os cidadãos que queiram manifestar a sua solidariedade por "esta causa" para que compareçam nos passeios envolventes ao Hospital, onde será lançado um abaixo-assinado a enviar à nova Assembleia da República e novo Governo em defesa do património da unidade.

"O Ministério da Saúde, mesmo em gestão, continua a destruir o Hospital D. Estefânia e a preparar a diluição e desmembramento dos cuidados materno-infantis especializados aí prestados para os integrar num hospital de adultos -- futuro Hospital de Todos os Santos, em Chelas", refere a plataforma.

O grupo de cidadãos lembra que o bloco de partos do hospital encerrará "no dia imediato aos portugueses votarem", considerando que a escolha da data é intencional e "alheia a qualquer racionalidade".

A plataforma de defesa do Hospital Dona encara com grande preocupação o encerramento da maternidade daquela unidade, alertando que pode comprometer o tratamento e recuperação de muitos recém-nascidos.

"Uma situação conjuntural serviu para suportar uma decisão que afeta gravemente a rede de cuidados perinatais diferenciados e os cuidados cirúrgicos neonatais, podendo limitar, à nascença, o potencial de tratamento e recuperação de muitos recém-nascidos gravemente doentes", refere.»

Marquês de Pombal vestido com kimono


Fotografia © Jorge Amaral/Global Imagens
In Jornal de Notícias (1/6/2011)


«A estátua do Marquês de Pombal, em Lisboa, foi vestida, durante a noite desta quarta-feira, com um Kimono oficial de judo e enverga um cinto com as cores da solidariedade social.

O judo é uma modalidade que estará, esta quarta-feira, em destaque na baixa lisboeta com a realização da maior aula do mundo, integrada no lançamento mundial da iniciativa Mandela Day 2011 e promovida pelo movimento cívico Achieve, Collect & Give Back, que juntará cerca de sete mil jovens no Terreiro do Paço.

Liderada pelo judoca Nuno Delgado, a aula vai decorrer entre as 10 horas e as 14 horas, promovendo os princípios daquele movimento, que é representado por um cinto de judo arco-íris que simboliza esperança, união dos contrários, união dos povos e integração social, conceito defendido por Nelson Mandela, antigo presidente da África do Sul.

Os Falcões Negros, equipa de para-quedistas militar do Exército, vão associar-se ao evento, saltando pela primeira vez para o Terreiro do Paço, vestidos de kimono.

O Mandela Day 2011/Maior Aula de Judo do Mundo é uma iniciativa de solidariedade promovida pelo judoca Nuno Delgado, co-organizada pela Câmara Municipal de Lisboa e com o apoio oficial da Fundação Nelson Mandela, e que será inscrita no Livro dos Recordes do Guinness.

Os participantes vão ter transporte gratuito na Grande Lisboa, desde que utilizem os serviços da Carris, CP, Fertagus, Metro ou grupo Transtejo.»

Avenida da Liberdade/Ideias para reforçar a sua reabilitação de facto

Exmo. Senhor Presidente da Câmara,
Dr. António Costa


No seguimento da abertura de 5 quiosques na Avenida da Liberdade, iniciativa que nos merece o maior aplauso - contudo ainda incompleta pela presença do restaurante junto ao edifício Palladium -, vimos pelo presente reforçar algumas ideias que nos parecem fundamentais para que aquela avenida recupere o estatuto de que já usufruiu. Assim, e aproveitando o trabalho em curso de arranjo das zonas verdes;

1. Se prossiga com uma empreitada geral” de limpeza e arranjo da Avenida, garantindo que à abertura dos quiosques não corresponda, como se tem verificado até agora, a abertura de esplanada ad-hoc, toldos ao vento, lixo nos passeios, buracos e lombas na calçada, caldeiras sem árvores, candeeiros apagados e, sobretudo, ruído a mais - ainda que sejam poucos os residentes da Avenida -; mas que também contemple a limpeza e aprumo dos lagos e a diversa estatuária existente.

2. Se sensibilize a população para que ela se desloque em transporte público, passeando a pé pela Avenida da Liberdade e evitando trazer o automóvel quer para a própria avenida quer para a sua envolvente. Nesse sentido será indispensável que o Metropolitano mantenha abertas durante a noite, bem como aos Domingos e feriados, todas as saídas das estações Marquês de Pombal, Avenida e Restauradores.

3. Se desenvolva e incremente uma estratégia de dinamização, pensada a longo prazo, das diversas salas de espectáculo existentes e da captação de públicos para o eixo Avenida da Liberdade / Praça da Alegria / Portas de Santo Antão, seja para as salas que estão a funcionar (São Jorge, Tivoli, Politeama, etc.) seja para aquelas que há que resgatar com urgência (Capitólio, Odéon, Maxime, Hot Clube, Olímpia, etc.).

4. Se complemente esta estratégia com a criação de percursos de divulgação cultural, devidamente interligados a uma operação de reabilitação urbana, integrando o património cultural, edificado ou não, mais significativo da Avenida da Liberdade e da zona envolvente, por exemplo, igrejas (Sagrado Coração de Jesus, São José dos Carpinteiros, São José, São Luís dos Franceses), edifícios e sociedades recreativas (Palácio Conceição e Silva, Palácio Almada, Palácio Lambertini, Atheneu, Sociedade de Geografia, Casa do Alentejo, Associação Comercial de Lisboa), elevadores (Lavra e Glória), casas de personalidades (Alfredo Keil, Wenceslau de Moraes, Bordalo Pinheiro, etc.), estabelecimentos de restauração (ginjinha, cafés remodelados e com esplanadas de qualidade nos passeios laterais), comércio de carácter e tradição, etc.

5. Se articulem os pontos anteriores com a indispensável restrição de facto ao trânsito a partir do Marquês de Pombal, reservando as faixas laterais actuais para o estacionamento de moradores, cargas e descargas, e acesso às garagens dos hotéis e de outros edifícios; bem como procedendo à diminuição das faixas centrais actualmente existentes, garantindo a continuidade das placas centrais através da eliminação dos parques de estacionamento que as interrompem e da colocação de passadeiras semaforizadas sempre que for imperioso interromper o passeio, e eliminando as barreiras ao tráfego pedonal alinhado todas as peças de mobiliário urbano (mupis, sinais de trânsito, bocas de incêndio, papeleiras, etc.).

6. Por último, a CML deve tornar claro se tem como prioridade inverter a tendência de “tercearização” da Avenida da Liberdade, e fomentar a habitação como forma de contrariar a despovoamento (*) daquela artéria nobre da cidade, e quais as medidas de facto nesse sentido.



Com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Fernando Jorge, Bernardo Ferreira de Carvalho, João Oliveira Leonardo, Luís Rêgo, Virgílio Marques, Artur Lourenço e Ana Alves de Sousa




(*) Texto editado