10/10/2014

Clarabóias, salvem-se as que se puder


Clarabóia na Rua da Esperança

Clarabóia na Avenida D. carlos I


Clarabóia no Largo Vitorino Damásio com cata-vento. Este prédio tem duas clarabóias desta categoria.


As clarabóias marcam, de forma ímpar, o perfil da cidade. O trabalho de ferro é uma mais valia para o tecido urbano de Lisboa. Consoante a importãncia do prédio, assim, poderiam ser mais ou menos trabalhadas. contribuíam para o arejamento dos prédios e eram uma excelente entrada de luz.  Inúmeras têm vindo a ser sacrificadas na onda de reabilitações selvagens de Lisbos. Substituídas por capacetes de zinco, por estruturas em PVC ou, então desaparecem sem deixar qualquer rasto.

Um pequeno passeio pela Lapa é elucidativo do estado a que Lisboa chegou

Alguém pode explicar isto? Esta suma originalidade dos nossos arquitectos. estamos em pleno centro histórico da capital. Rua Garcia de Orta.

Lisboa é hoje uma cidade aviltada. As reabilitações são, na esamgadora maioria dos casos, uma chaga urbana.

Venham as portas de PVC verde e com a caixa do correio em dourado. Tudo se faz para que a imagem de Lisboa piore todos os dias. Entre o formol e a destruição de ruas inteiras, haverá com toda a certeza um meio termo. Encontrá-lo será mais difícil do que conceder autorizações a eito. A CML opta pela lei do menor esforço. É assim na noite e é assim na defesa do património.

E alguém pode explicar mais este mimo? Arquitectura de qualidade, com acabamentos de luxo num belo condomínio fechado. Fechados estarão os olhos de quem aprova trivialidades como esta. Rua Garcia de Orta.

Lisboa é hoje uma cidade de altos muros e de baixíssimos vôos. A ambição actual da CML é turistificar tudo, despovoar o centro histórico, fazer passar a ideia que se trata de uma cidade cosmopolita muito Golden Visa, muito Gentrified, muito Alive.

Enquanto pululam as maravilhosas soluções arquitectónicas cá no burgo, as casas apalaçadas como esta, caem aos bocados. janelas abertas para que o interior se vá mais depressa. Esta tem uma bela escadaria com azulejos, um logradouro e uma série notável de salas. Rua das Trinas ao lado da sede da junta de Freguesia da Estrela.

Caem umas e caem outras. Fachada de azulejos num prédio em ruínas na Rua da Lapa.

Quando já nada restar, lá virá a solução de zinco. teremos mais um cabeçudo onde havia uma tipologia de prédio urbano de rendimento infinitamente mais interessante. Em Lisboa, é fácil passar de uma cidade excepcional para uma cidade trivial e desinteressante. Rua da Lapa

09/10/2014

Lisboa, Capital do Azulejo: R. das Janelas Verdes 15




Chineses, franceses e russos ficaram com as jóias vendidas pela Câmara de Lisboa

Leilão imobiliário rendeu quase 21,6 milhões. 90% do valor arrecadado pelo município vem de investidores estrangeiros. Além dos que compraram apareceram também iranianos, indo-paquistaneses e austríacos. As compras dos portugueses ficaram-se por uma décima parte do total.

Por José António Cerejo, Público de 9 Outubro 2014

A segunda hasta pública promovida este mês pela Câmara de Lisboa para alienar parte do seu património imobiliário trouxe algum ânimo ao executivo de António Costa: Foram vendidos dez dos 14 imóveis leiloados e o valor total das adjudicações quase igualou o montante que teriam rendido todos eles, caso fossem alienados apenas pelas bases de licitação.
O valor base dos 14 somava 21,7 milhões de euros, enquanto que os negócios efectuados, ainda com carácter provisório, ascenderam a 21.599.000 euros, apenas 100 mil euros abaixo daquele montante. Este resultado ficou a dever-se ao facto de os dez prédios transaccionados terem sido vendidos, em média, por mais 16,5% do que o preço pelo qual foram à praça.
Numa sala repleta, com cerca de 100 representantes dos autores das 23 propostas apresentadas e por alguns curiosos, viveram-se momentos de intensa competição, com os despiques mais duros a serem protagonizados por investidores estrangeiros. 
Entre os presentes contava-se uma dúzia de cidadãos de origem asiática, a maior parte deles ligados a empresas chinesas e acompanhados por consultores e advogados portugueses. Outros eram de origem indo-paquistanesa, mas estabelecidos em Portugal há muito tempo. Pelo meio havia também candidatos com origem em Angola, na Russia, em França, na Áustria e até no Irão.
Feitas as contas, mais de 19,5 milhões dos 21,6 milhões que o município vai arrecadar (90%) têm origem em empresas detidas por estrangeiros. 
Os chineses, através da Pigmentparty, uma pequena imobiliária sediada numa garagem que adquiriram em Agosto, foram os que mais desembolsaram com a  compra de um único prédio — o nº  61 da Rua do Ouro, onde funcionou a sede do Banco Santander, que tinha uma base de licitação de sete milhões. Depois de um renhido duelo com o Fundo de Pensões do Banco de Portugal, que também perdeu a corrida a três outros imóveis (o Palácio Marquês de Tancos, o Palácio Monte Real e o edifício dos bombeiros do Rossio), a Pigmentparty acabou por arrematar o edifício por 7,3 milhões. 
Outras empresas com a mesma proveniência licitaram outros imóveis, mas sem sucesso.
Já os franceses do grupo Repotel, uma holding que tem uma administradora de origem portuguesa e possui várias residências medicalizadas para idosos na região de Paris, conseguiram ficar, através da 2 I Inter Investissements, com os palácios Marquês de Tancos e Monte Real, pagando um total que ronda 8,5 milhões. 
Os dois edifícios situam-se perto um do outro, na zona do Caldas. O primeiro, classificado como imóvel de interesse público, serve ainda de sede à empresa municipal EGEAC, e foi vendido por 5,5 milhões (base de licitação de cinco milhões). O segundo acolheu até recentemente um lar de idosos da Misericórdia, custando aos franceses três milhões (base de 1,8 milhões). O programa da hasta pública não contém quaisquer restrições aos usos que ambos venham a ter.
A luta mais acesa travou-se, porém, em torno das instalações dos bombeiros municipais do Rossio, situadas atrás do Teatro D. Maria II. Farshad Motavasel, um empresário de Teerão, ao cabo de dezenas de licitações, resolveu desistir da corrida, quando o preço já ia perto do dobro do valor base de 1,6 milhões. 
O prédio, que também admite todos os usos, ficou para os russos da Planeta do Aplauso, por 2.962.000 euros. O interesse desta empresa poderá estar ligado ao facto de já ser proprietária do edifício da Ginginha Sem Rival, na vizinha Rua das Portas de Santo Antão, para o qual tem aprovada a construção de um hotel, com a obrigação de manter a loja da gingiginha.
Dois dos outros edifícios, um por 511 mil euros e outro por 397 mil euros, foram adquiridos por empresas ligadas a empresários de origem indo-paquistanesa e angolana.
Para os concorrentes portugueses ficou um pequeno prédio da Rua Maria Pia (49.600 euros),  um outro em Marvila (220.000), um terceiro na Ria da Bica Duarte Belo (324.000) — adquirido por uma sociedade que tem sócios das famílias Pinto Basto e Espírito Santo — e um último na Rua do Loreto (1,3 milhões). Três destes quatro edifícios tiveram apenas um candidato à sua aquisição.
Na semana passada, a Câmara de Lisboa tinha promovido uma primeira hasta pública destinada à venda, pelo valor base de 28,7 milhões de euros, de cinco lotes de terreno para construção, mas não conseguiu vender nenhum deles. 
A sessão desta quarta-feira, em que ficaram por vender quatro edifícios com o valor base total de cinco milhões de euros, devolve algum ânimo ao executivo camarário, embora os resultados estejam muito longe dos 60 milhões de euros que o município projectava arrecadar nas cinco hastas agendadas para este mês.
A próxima decorrerá na sexta-feira, dia 10. O seu  objecto consiste apenas no arrendamento de 15 espaços comerciais do município, cuja receita mensal total não ultrapassará os dois mil euros. No dia 16 realizar-se-á uma outra para venda de 24 prédios no âmbito do programa “Reabilite Agora Pague Depois”, com uma base de licitação global de 2,9 milhões. A última venda programada deverá realizar-se no dia 23 e incide sobre 10 fracções do edifício Confepele, na Rua do Ouro, com uma base de licitação total de 2,7 milhões de euros.
Com as hastas públicas que está a realizar e com outras operações de venda de património a autarquia pretende financiar 18% do orçamento camarário de 2014, num total de 131 milhões de euros. Até meados de Julho estas operações tinham rendido apenas 12,9 milhões de euros. Com a sessão desta quarta-feira esse montante subiu para 34,5 milhões.
EPUL tenta vender casas, lojas e ateliers no Martim Moniz
No dia 24 de Outubro é a vez de a Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL), que se encontra em processo de extinção, tentar vender em hasta pública um conjunto de apartamentos, lojas e ateliers no empreendimento do Martim Moniz.
A intenção da empresa municipal é alienar, por atacado, 26 apartamentos com tipologias de T1 a T3, por um valor mínimo de 5,516 milhões de euros. Caso esse lote não seja arrematado, a EPUL realizará uma segunda hasta pública, no mesmo dia, na qual os interessados poderão adquirir aqueles apartamentos individualmente, por valores entre 118.800 euros e 407.900 euros.

À venda, noutras duas hastas públicas marcadas igualmente para 24 de Outubro, estão também nove lojas e dois ateliers (com bases de licitação entre 118.800 euros e 878.800 euros) e oito apartamentos na cobertura dos edifícios, “alguns em duplex”. A construção do empreendimento da EPUL no Martim Moniz começou em 2001 e desde então sofreu numerosos contratempos, o mais recente dos quais foi a falência do empreiteiro.

Vandalismo


Chegado por e-mail:

«Mural com valor artístico, no Martim Moniz, vandalizado. Até quando se vai permitir a conspurcação da nossa cidade?
Cumprimentos
Rogerio Marques»

O Terreiro do Paço está pronto, dizem.


Chegado por e-mail:

«Um terço do Cais das Colunas está enterrado debaixo de pedra, e só existem metade das namoradeiras e candeeiros e essa metade está desfeita.
Depois de terminada a Ribeira das Naus não se vêem movimentos para restaurar a situação.
Junto à estação fluvial podemos tirar um fotografia e dizer que estamos num país de terceiro mundo, que qualquer pessoa acredita. Não há entidades responsáveis pelo Património Nacional? Não há quem tenha vergonha que isto se passa no ponto mais central do turismo lisboeta?
Daniel»

07/10/2014


EPUL vai leiloar últimos apartamentos e lojas do Martim Moniz


In O Corvo (7.10.2014)
Por Samuel Alemão

«Deverá ser o derradeiro acto de uma epopeia iniciada em 2001. A Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL) vai realizar, a 24 de Outubro, as hastas públicas de 34 apartamentos, nove lojas e dois ateliers que ficaram por vender do empreendimento por si promovido no Martim Moniz. A empresa, que se encontra em processo de liquidação – a concluir até ao final do ano -, espera alcançar uma receita de pelo menos 13,2 milhões de euros, caso todos os lotes colocados a leilão sejam arrematados.

As Residências Martim Moniz, que têm 130 apartamentos divididos por cinco blocos de cinco apartamentos, deveriam ter sido entregues em 2003 aos selecionados através do programa EPUL Jovem. Mas o processo foi-se arrastando, devido a um conjunto de problemas, que incluiu a falência do empreiteiro, várias alterações de projecto, escavações arqueológicas e as próprias dificuldades financeiras da EPUL – que acabou por ver a sua dissolução aprovada pela Assembleia Municipal, no ano passado, sob forte contestação de trabalhadores e parte da oposição, quando tinha um passivo de 85 milhões de euros.

No âmbito da extinção, a empresa tem vindo a alienar tudo o que pode para tentar aliviar o fardo financeiro, o mais depressa possível. Tanto que a primeira das quatro hastas públicas (10h) a realizar no dia 24 de Outubro, na sede da empresa, na Alameda das Linha de Torres, é composta de um único lote englobando 26 apartamentos – os quais poderão ser leiloados individualmente, numa hasta pública a ter lugar na parte da tarde (15h), caso ninguém licite o valor de saída de 5.516.000 €. Os apartamentos têm tipologias T1, T2 e T3, com áreas entre os 54 e os 161 metros quadrados. Dispõem de estacionamento em cave e arrecadação. O mais barato tem um valor de saída de 118,8 mil € e o mais caro de 407,9 mil €.

A esses 26 apartamentos somam-se ainda oito, situados nas coberturas dos edifícios e, por isso, promovidos pela EPUL como detendo “uma esplêndida vista para a encosta do Castelo de São Jorge”. São T2 e T3, alguns deles dúplex, que dispõem de dois e três lugares de estacionamento em cave e ainda arrecadação. O mais barato tem uma base de licitação de 218,5 mil € e o mais caro de 489,3 mil €.»

...

ALELUIA! Dúvida: a EPUL não era para extinguir?

AML exige ser ouvida sobre mudanças na Emel para assumir gestão da Carris e do metro


In Público Online (7.10.2014) INÊS BOAVENTURA

«A Câmara de Lisboa queria alterar os estatutos da empresa sem ouvir a assembleia municipal, possibilidade que os deputados rejeitam.

A Assembleia Municipal de Lisboa exige ser ouvida sobre a alteração dos estatutos da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (Emel) que prevê a inclusão da “prestação de serviços de interesse geral no âmbito do transporte público urbano de passageiros” no seu objecto social. O deputado Nunes da Silva diz que é preciso evitar que a eventual assunção da gestão da Carris e do Metropolitano seja feita de forma “menos transparente e sem o devido controlo político”.

Em causa está uma proposta, do vereador Manuel Salgado, que visa “apreciar” uma alteração dos estatutos da empresa e “mandatar o representante do município de Lisboa na assembleia geral da empresa [que é o próprio Manuel Salgado] para aprovar essa alteração”. O objectivo dessa modificação, segundo se diz na proposta datada de Julho de 2014, é “harmonizar os estatutos com a diversidade das intervenções a cargo da Emel”, bem como consagrar a participação da empresa “em projectos de internacionalização”. [...]»

Junta de Campolide, em Lisboa, alerta para vandalização do Aqueduto das Águas Livres


In Público Online (6.10.2014)

«A Junta de Freguesia de Campolide, em Lisboa, denunciou nesta terça-feira a constante vandalização do Aqueduto das Águas Livres, no início do troço sobre o Vale de Alcântara, onde têm surgido muitos graffiti, segundo o presidente.

Esta situação acontece no Bairro da Calçada dos Mestres, que assim se denomina porque foi onde os mestres pedreiros começaram a fazer o troço sobre o Vale de Alcântara (que une Campolide a Monsanto), explicou André Couto. [...]»

06/10/2014

República de Fachada: demolição da Calçada do Monte 70

Mais um imóvel do séc. XIX com os interiores integralmente demolidos; também foi demolida a interessante fachada de tardoz virada para um jardim. Só ficou mesmo a fachada principal, e até essa já sofreu a abertura de uma grande vão para porta de garagem. É esta a cidade que este executivo da CML nos vai legar? Apenas fachadas de "apartamentos de luxo" para estrangeiros, hoteis e hostels?

04/10/2014

Hospital Miguel Bombarda vai ter obras e o edifício principal vai ser classificado


In Público Online (3.10.2014)
Por Inês Boaventura

«O apelo da Assembleia Municipal de Lisboa à realização de obras urgentes no Hospital Miguel Bombarda, nomeadamente para sanar o risco de colapso da estrutura do Balneário D. Maria II, parece ter surtido efeito: a Estamo vai, “no curto prazo”, introduzir “melhoramentos” na cobertura deste imóvel, para que a sua degradação "não se agrave". Além disso, a Direcção-Geral do Património Cultural fez saber que decidiu classificar o edifício principal do hospital.

Essa decisão foi, segundo o PÚBLICO apurou, assumida pelo Director-Geral do Património Cultural, Nuno Vassallo e Silva. Ao contrário do que se solicitava num pedido subscrito em Março de 2013 pelas sociedades portuguesas de Psiquiatria, de Neurologia, de Arte Terapia e de Arte Outsider, pela Congregação de S. Vicente de Paulo e por historiadores de arte, a classificação agora determinada não abrange o edifício das chamadas "enfermarias em poste telefónico", o "telheiro para passeio dos doentes" ou o poço e tanque da Quinta de Rilhafoles, limitando-se ao edifício principal do Miguel Bombarda.

A informação de que o hospital vai ser alvo de obras consta de um ofício, enviado há alguns dias à presidente da assembleia municipal pela chefe de gabinete da ministra do Estado e das Finanças. Nele, Cristina Sofia Dias adianta que “está em curso ou já foi adoptado um conjunto de diligências” naquele hospital, que fechou as portas no verão de 2011 e é propriedade da Estamo, a imobiliária de capitais públicos.

Segundo a chefe de gabinete de Maria Luís Albuquerque, no edifício principal do hospital “encontra-se em curso o processo de consulta para adjudicação dos trabalhos de análise, levantamento de anomalias e reparação da cobertura, com ênfase nas zonas de maior valor histórico e patrimonial, nomeadamente sobre a capela, salão nobre e gabinete de Miguel Bombarda”. Esses trabalhos, diz-se, “permitirão identificar a origem das infiltrações que, aparentemente, são a causa próxima da deterioração dos espaços interiores”. [...]»

...

E, ainda:

In Expresso Online (3.10.2104)
Por Paulo Paixão e António Pedro Ferreira (foto)

«Edifício principal do Miguel Bombarda já é património classificado

A Direção-Geral do Património Cultural já tornou o edifício principal do Hospital Miguel Bombarda, em Lisboa, património classificado, atribuindo-lhe o estatuto de Imóvel de Interesse Público (IIP). A decisão foi comunicada na quinta-feira à Associação Portuguesa de Arte Outsider (APAO), uma das entidades que subscreveu o pedido de classificação daquela unidade, desde há anos devoluta.

O edifício principal do hospital, onde se situa o gabinete de Miguel Bombarda - e no qual o psiquiatra morreu na noite de 3 de outubro de 1910, na antevéspera da instauração da República, assassinado por um seu paciente -, junta-se agora ao Pavilhão de Segurança e ao balneário de D. Maria II, que já detinham o estatuto de IIP.

A classificação do património - solicitada igualmente por entidades como a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, Sociedade Portuguesa de Neurologia, Sociedade Portuguesa de Arte Terapia, Província Portuguesa da Congregação da Missão de S. Vicente de Paulo e personalidades como os historiadores de arte Raquel Henriques da Silva e Vítor Serrão - fica aquém do pretendido, pois visava um conjunto mais vasto de edifícios e estruturas existentes no perímetro do hospital. [...]»

...

A «abertura do procedimento de ampliação da classificação do Balneário D. Maria II e do Pavilhão de Segurança (8.ª Enfermaria) do Hospital Miguel Bombarda, de forma a abranger o Edifício Principal (antiga Casa da Congregação da Missão de São Vicente de Paulo), na Rua Dr. Almeida Amaral, na Rua Cruz da Carreira e na Rua Gomes Freire, Lisboa, freguesia de Arroios, concelho e distrito de Lisboa», foi publicada hoje, em https://dre.pt/web/guest/home/-/dre/57968620/details/maximized?p_auth=cxXjoEx0&serie=II&parte_filter=31&dreId=57968610.

TEXTO EDITADO

03/10/2014

Sugestão - alteração do Wippytex


Chegado por e-mail:

«Bom dia,

Não tendo tido qualquer resposta por parte da Junta da Freguesia da Estrela, venho por este meio solicitar a vossa ajuda na seguinte questão:

O Wippytex (contentor para recolha de roupa e calçado) colocado na Praça de São João Bosco esquina com a Rua Coronel Ribeiro Viana, conforme fotos anexas, encontra-se numa esquina, sem qualquer enquadramento urbano, reduzindo a visibilidade dos veículos que pretendem virar à direita, colocando em perigo os peões que pretendem atravessar (zona de afluência de alunos para o Colégio dos Salesianos de Lisboa) e reduzindo a exposição do sinal de trânsito que indica “aproximação de escola”.

Em alternativa, sugiro a sua recolocação junto ao Cemitério dos Prazeres, zona de grande movimento e de passagem de pessoas, ficando fora do passeio (à semelhança do que acontece com o que está colocado junto à Basílica da Estrela) e sem colocar em causa a segurança de peões e viaturas. Espaço alternativo também com foto anexa.

Grata pela vossa atenção,

Ângela Louro»


Estamo vende Convento de Santa Joana por 11,2 milhões


In Público (3.10.2014)
Por Inês Boaventura

«O antigo Convento de Santa Joana, em Lisboa, onde funcionou a PSP, foi vendido pela Estamo por 11,2 milhões de euros, montante quase 2,5 milhões de euros acima do valor de referência definido pela imobiliária de capitais públicos.

Segundo a Estamo, a venda deste imóvel na Rua de Santa Marta foi adjudicada à AM48 Unipessoal Lda conjuntamente com a Hoti Hotéis SGPS, SA e a Lúcio de Azevedo & Filhos, SA, através de um contrato-promessa celebrado no dia 24 de Setembro. Este contrato, acrescenta a imobiliária em esclarecimentos prestados ao PÚBLICO, “foi assinado com a sociedade Residence Convento de St.ª Joana, SA, sociedade anónima constituída pelos proponentes, que já pagaram o sinal de 15% previsto”.

Para o antigo convento existe um Pedido de Informação prévia aprovado pela Câmara de Lisboa, que prevê a instalação de um hotel. Habitação, comércio e serviços são os restantes usos previstos, além de um parque de estacionamento “em dois pisos enterrados”, com uma cobertura “ajardinada”.

A Estamo afirma que a fachada principal do antigo convento, virada para a Rua de Santa Marta, “será recuperada e mantida, admitindo-se a reestruturação dos espaços interiores e o aproveitamento do vão do telhado, salvaguardando, no entanto, os elementos considerados de interesse patrimonial”. Em informação disponível na sua página na Internet, a imobiliária acrescenta que “a fachada interior será redesenhada e acrescida de dois volumes devidamente enquadrados”. »

...

O problema não está na venda nem no hotel mas como por cá a "convivência" velho-novo é sempre de fugir, o problema, dizia eu, vai ser aquele corpo para a Rua Camilo Castelo Branco, que é, simplesmente, atroz (fotos).

Républica de fachada: demolição na R. do Salitre 122


02/10/2014

Hasta pública do terreno dos bombeiros, junto ao Hospital da Luz, realiza-se esta quarta-feira

Por José António Cerejo, Público de 2 Outubro 2014

A Câmara de Lisboa vai tentar vender em hasta pública, a realizar esta quarta-feira, vários lotes de terreno para construção, entre os quais aquele em que está a funcionar, ao lado do Hospital da Luz, o mais moderno quartel dos bombeiros municipais. O lote em questão tem a área de 9.738 m2, tem um estudo urbanístico aprovado que permite construir 29.164 m2 de superfície de pavimento depois de demolido o quartel e vai à praça por 15.580.000 euros.
O principal interessado na compra era até há pouco a Espírito Santo - Unidades de Saúde SA, proprietário do hospital contíguo ao terreno. O facto de estar pendente pelo menos uma Oferta Pública de Aquisição da holding Espírito Santo Saúde pode criar constrangimentos legais que a levem a não apresentar qualquer proposta. O PÚBLICO perguntou há duas semanas se essa questão estava resolvida e se a empresa ia comparecer na hasta pública, mas a ESSU respondeu apenas que o assunto “está em análise”.
O lançamento desta hasta pública foi aprovado no final de Julho pela assembleia municipal depois de ali ser aprovada a revisão do plano de pormenor que vem permitir a construção de equipamentos, bem como de habitação e serviços no local.
A aprovação do plano foi, porém, precedida de uma intensa polémica relacionada com o facto de ele permitir a demolição do quartel e de a maior parte dos documentos que o compõem referirem expressamente aquele lote como sendo destinado à “ampliação do Hospital da Luz”.

Esse destino marcado retirava todo o sentido à realização da hasta pública e contrariava outros disposições do plano que autorizavam no local a construção de habitação e edifícios para outros usos. Feitas as correcções exigidas pela presidente da assembleia municipal, Helena Roseta, a versão final do plano, que viabiliza também a construção de mais um piso no hospital e outras obras de ampliação, foi aprovada e entrou em vigor no dia oito de Setembro.

Espírito Santo quer comprar terreno do Hospital da Luz

Por José António Cerejo, Público de 2 Outubro 2014

A ESUS apresentou em Março, à Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL), uma proposta de aquisição do direito de propriedade plena dos terrenos onde foi construído o Hospital da Luz. A proposta, no valor de 369.120 euros, já foi analisada pela Comissão Liquidatária daquela empresa municipal, mas ainda não foi tomada uma decisão definitiva.
Em todo o caso, a comissão faz depender a concretização do negócio da sua aprovação pela câmara. O gabinete de imprensa do município, porém, transmitiu ao PÚBLICO que “a decisão cabe à EPUL”. Os terrenos em que o hospital foi erguido há uma década pertencem à EPUL, mas o direito de superfície sobre os mesmos, que permitiu a instalação do estabelecimento hospitalar, foi cedido à ESUS em Novembro de 2000.
Esse direito vigora por 99 anos, prorrogáveis automaticamente por períodos de 50, tendo a ESUS pago por ele 18.455.522 euros. O interesse da empresa em adquirir a propriedade plena, prende-se com a possibilidade de comprar o lote dos bombeiros na hasta pública que se realiza nesta quarta-feira.
Só no caso de deter a propriedade plena das duas parcelas é que poderá, no futuro, ampliar o edifício actual do hospital para o lote dos bombeiros.

António Costa aprovou projectos do Hospital da Luz antes de novo plano estar em vigor


As controversas alterações aprovadas em Julho ao plano de pormenor da zona do hospital, a pedido do Grupo Espírito Santo, viabilizaram obras já autorizadas. Nesta quarta-feira realiza-se a hasta pública do terreno dos bombeiros municipais que poderá ser adquirido para ampliar o hospital.

Por José António Cerejo, Público de 2 Outubro 2014 | Foto de Nuno Ferreira Santos

O novo parque, quase pronto, só passou a estar previsto no plano que vigora desde o mês passado

António Costa aprovou em 2013 dois projectos de obras do Hospital da Luz, quase um ano antes de entrarem em vigor as alterações ao plano de pormenor que viabiliza parte delas.
Essas alterações foram feitas a pedido da empresa do Grupo Espírito Santo (GES) proprietária daquele hospital, a Espírito Santo - Unidades de Saúde (ESUS), que as solicitou por escrito em 2009, quando a câmara já estava a preparar uma revisão do plano que não as contemplava.
A execução das obras previstas num dos projectos, que incluem uma pequena ampliação do hospital, ficou parcialmente condicionada à publicação no Diário da República das alterações ao Plano de Pormenor do Eixo Urbano Luz-Benfica (PPEULB), que ocorreu no dia 8 do mês passado.
O outro projecto, que preconiza a construção de um novo parque de estacionamento subterrâneo de apoio ao hospital, foi aprovado em Novembro, sem qualquer condição desse tipo. As obras começaram em Fevereiro, estando agora quase concluídas.
Questionada pelo PÚBLICO acerca dos motivos que a levaram a condicionar parte das obras interiores do hospital à entrada em vigor do novo plano, sem fazer o mesmo em relação à construção do parque, a câmara respondeu que isso se deveu ao facto de as primeiras, ao contrário da segunda, dependerem da alteração do plano.
Perante novas perguntas sobre o entendimento de que a possibilidade de construir o parque num lote criado para o efeito, o nº 41, resulta das alterações ao plano agora publicadas  — as quais justificaram também o lançamento da hasta pública através da qual a ESUS adquiriu o direito de ali construir o parque —, a câmara respondeu assim: “A localização de um parque de estacionamento sob a via pública, não alterando o seu traçado e considerando que a sua área de construção não é contabilizada para efeito dos índices do plano, não constitui numa alteração do plano de pormenor. Nestes termos procedeu-se à aprovação do projecto de arquitectura do parque de estacionamento.”
Ou seja, segundo a autarquia, o parque foi aprovado, e em grande parte construído, antes da entrada em vigor do novo plano, porque a sua construção já era possível à luz do plano anterior.
Confrontado com esta tese, o anterior Director-geral do Ordenamento do Território, Paulo Correia, não hesitou em a contrariar frontalmente. “Autorizar uma obra com essas características sem o plano de pormenor estar alterado constitui uma violação do plano que estava em vigor.”
Na opinião deste professor de Urbanismo do Instituto Superior Técnico, o parque só poderia ser licenciado se o plano em vigor definisse o local da sua implantação no subsolo, os acessos e a área de construção, coisa que não sucedia. Por isso mesmo, acrescentou, é que ele foi incluído na revisão do plano.
Leitura semelhante faz o ex-presidente da Comissão de Coordenação Regional de Lisboa e Vale do Tejo, Fonseca Ferreira, que foi um dos “pais” do Plano Director Municipal de Lisboa de 1994. Com base nos dados que lhe foram fornecidos pelo PÚBLICO, a sua primeira reacção foi esta: “Então se o parque não tinha de estar no plano por que é que o foram lá meter na revisão?” A questão “é muito clara”, sublinhou. “A construção do parque sob a via pública só seria possível se o regulamento do plano o dissesse.”
Do lado da câmara, a explicação para o novo plano ter integrado esta infra-estrutura é a seguinte: “No âmbito da revisão do plano, estando já constituído o direito de superfície e aprovado o projecto do parque de estacionamento, entendeu-se incluir esta realidade”.
Só que o direito de superfície que originou “esta realidade” foi constituído precisamente com o fundamento de que os documentos preparatórios da revisão do plano já a contemplavam.
A hasta pública e a revisão do plano
No início do ano passado, tendo em conta que estes documentos já preconizavam a construção de um parque de estacionamento atrás do Hospital da Luz, por baixo da Av. dos Condes de Carnide, a câmara aprovou o lançamento de uma hasta pública destinada a torná-lo possível. O objecto do leilão consistia na venda do direito de ali construir e explorar, durante “99 anos improrrogáveis”, um parque com as características exactas daquele que os estudos para a alteração do PPEULB para ali previam: 596 lugares, quatro pisos subterrâneos e 15.480 m2 de área total de construção.
Embora a obra não estivesse prevista no plano então em vigor, a decisão foi tomada com base no facto de ela vir a ser consagrado na revisão em curso. A hasta pública, divulgada nos termos da lei, realizou-se em Março de 2013, sendo entregue apenas uma proposta subscrita pela ESUS. O valor oferecido ao município foi de 1.760.001 euros, um euro acima da base de licitação fixada.
Antes de entregar a proposta, que foi aceite, a ESUS pediu e obteve da câmara a garantia escrita, também ela divulgada publicamente, de que, em caso de aquisição, poderia construir “ligações viárias e pedonais de nível entre este parque e o parque actualmente existente no Hospital da Luz”. A condição posta pela autarquia foi a de que o novo parque teria de constituir uma “unidade funcional autónoma”, que “em qualquer altura” pudesse ser desligada do parque que já existia mesmo ao lado.
Feita a escritura de cedência do direito de superfície a 11 de Julho do mesmo ano, 2013, a ESUS submeteu, seis dias depois, dois projectos à câmara: Um, de “alteração interior e ampliação” do hospital, contemplava “a necessidade de adequar a circulação e os acessos pedonais entre os pisos de estacionamento e os pisos” da unidade de saúde, em função da construção do parque; o outro tinha a ver apenas com este último empreendimento.
O primeiro foi aprovado logo a 30 de Agosto por António Costa, com base num parecer de Jorge Catarino, director municipal de Gestão Urbanística, que propõe a separação das duas componentes do projecto — ligação entre o parque novo e o antigo, por um lado, e, por outro, obras interiores que implicam um acréscimo de 361 m2 na área construída do hospital, que “não se enquadra” no plano então em vigor.
O director municipal propunha essa separação “caso se verifique que os prazos de entrada em vigor das alterações ao PPEULB  não se ajustam aos prazos pretendidos para o presente processo”. Catarino não diz quais são os “prazos pretendidos”, nem quem os pretende, mas avança com a proposta de aprovação do projecto nos termos depois subscritos por António Costa: a primeira componente da obra é aprovada de imediato, enquanto que a segunda fica condicionada à entrada em vigor do novo plano.
Logo no início da apreciação técnica do projecto, a Divisão de Projectos Estruturantes pedira já ao sector do planeamento que informasse sobre as alterações propostas para aquele local no âmbito da revisão do plano, “face à urgência da análise do processo”.
O segundo projecto, o do parque, teve um percurso mais complexo. Foi alvo de numerosas objecções nas informações dos serviços, mas foi aprovado por António Costa a 14 de Novembro, sem qualquer condição relacionada com a entrada em vigor do novo plano. As propostas de alteração do mesmo, no sentido de o parque passar a ser incluído nele, serviram no entanto de justificação para o lançamento da hasta pública.
O despacho de aprovação do presidente da câmara refere o facto de ter sido levantado “um conjunto de questões” pelos técnicos que apreciaram o projecto. A essas questões, escreve António Costa, foi todavia “dada integral resposta pelos dirigentes da Direcção Municipal em causa” [que rebateram as objecções suscitadas] e por um dos seus assessores jurídicos. “Assim”, conclui, “aprovo o projecto apresentado pela Espírito Santo - Unidades de Saúde e de Apoio à Terceira Idade SA”, nos termos propostos pelo director municipal.
A única ressalva colocada por Jorge Catarino, e aprovada por Costa, foi a de que “a emissão do alvará de construção ficará condicionada à adequação dos limites do direito de superfície” constantes da escritura efectuada aos limites que o projecto impõe e que implicam a cedência de uma área superior, devendo ser pago pela ESUS o respectivo acréscimo.
Passados três meses, em Fevereiro deste ano, a câmara deferiu um pedido de autorização para a realização de “obras antecipadas de escavação e contenção periférica” apresentado pela ESUS. Foi graças a essa autorização que as obras foram iniciadas e é graças a ela, segundo a câmara informou o PÚBLICO na passada quarta-feira, por escrito, que a estrutura do novo parque está neste momento concluída.
Para justificar o facto de todo miolo da obra ter sido feito com uma licença que previa apenas a escavação e a contenção periférica, sem ter sido emitido o alvará de construção, a câmara diz agora que “no âmbito do projecto autorizado está prevista a execução de partes da estrutura dos pisos por forma a conferir o necessário travamento estrutural das paredes periféricas”. Este procedimento, acrescenta, “é comum em praticamente todos os processo de licenciamento com execução de caves”.
Quanto à realização da escritura de acerto da área cedida, que condiciona a emissão do alvará definitivo, a autarquia responde que ela “será celebrada após a entrega dos desenhos definitivos”, que são feitos após a conclusão da obra.
Projectos do Risco
Os projectos de ambas as intervenções aprovadas no ano passado são da responsabilidade do atelier Risco, propriedade da família de Manuel Salgado. Este arquitecto, que foi o autor do projecto do Hospital da Luz em 2001, desempenha as funções de vereador do Urbanismo na Câmara de Lisboa desde 2007 e assumiu, nessa altura, o compromisso público de que aquele atelier não submeteria qualquer projecto à apreciação da autarquia enquanto ele ali exercesse funções.
Em resposta ao PÚBLICO, Salgado, que é primo direito do antigo patrão do BES, Ricardo Salgado, negou contudo haver qualquer contradição entre este compromisso e o facto de os dois projectos terem origem no Risco. Isto porque, afirmou, “o projecto do estacionamento, tal como o da alteração do hospital, constituem ampliações ao projecto inicial e não um novo projecto”.
Quatro anos antes de submeter à câmara estes dois projectos, a ESUS já lhe apresentara, em 2009, um pedido de informação prévia sobre a viabilidade de construir mais um piso no hospital, com um total de 4.591 m2. Contrariamente aos dois projectos do ano passado, o estudo prévio de 2009 não é da autoria do Risco.
A avaliação dos técnicos camarários foi então taxativa: o acrescento de um piso contrariava o disposto no PPEULB, pelo que foi proposto o indeferimento do pedido. Reagindo a essa intenção, no exercício do seu direito de audiência prévia, a ESUS dirigiu uma exposição ao presidente da câmara, afirmando que, ao apresentar o pedido de ampliação, “estava plenamente consciente que, no presente contexto de regulamentação urbanística, o projecto só poderia ser aprovado com determinados pressupostos de verificação futura”.
Isto é, a empresa reconhecia a desconformidade da ampliação com as regras do plano, mas defendia a sua aprovação, condicionada à futura alteração daquelas regras. E na mesma exposição pediu que se desse “início ao procedimento de revisão do PPEUL (...) de modo a acautelar a superfície de pavimento necessária à aprovação do projecto preconizado [aumento de um piso]”.
Apesar disso, Costa indeferiu o pedido de informação prévia, em Dezembro de 2009, depois de Manuel Salgado se ter considerado impedido de se pronunciar sobre ele. Todavia, o autarca determinou, conforme proposto por Jorge Catarino, o encaminhamento da exposição da ESUS para o Departamento de Planeamento.
O pedido da empresa para que a revisão do plano fosse iniciada tem data de 17 de Outubro de 2009. O processo, porém, já estava a ser preparado há muito tempo. Para 25 de Novembro desse ano esteve, aliás, agendada a aprovação dos respectivos termos de referência — que são o enunciado dos objectivos visados pelo município com a revisão.
Nesse documento e na proposta, que acabou por não ser levada à reunião de câmara, referem-se com algum detalhe as mudanças a introduzir no plano. Mas não há lá qualquer alusão ao Hospital da Luz, nem ao novo parque de estacionamento que este já então pretendia construir.
Quatro meses depois, no fim de Março de 2010, a câmara aprova uma nova versão da proposta e dos termos de referência. No entanto, a ampliação do hospital e a criação do novo parque continuam a não figurar nesses documentos.
É então que tem início o procedimento formal da alteração do plano, que incluiu, já em Junho, a abertura de um período de três semanas, previsto na lei, “para formulação de sugestões por qualquer interessado”.
Conforme requerido pela ESUS em 2009, as suas pretensões de construir mais um piso — bem como as de erguer um novo parque de estacionamento subterrâneo num lote municipal e ainda a de ampliar o hospital para o espaço contíguo do quartel dos bombeiros municipais — acabam por ser integralmente transpostas para os documentos preparatórios da revisão do PPEULB.
A nova versão do plano acabou por só ser aprovada pela assembleia municipal no fim de Julho deste ano, no meio de uma enorme controvérsia. Por imposição da sua presidente, Helena Roseta, a câmara viu-se obrigada a suprimir do plano, antes da sua aprovação, as numerosas disposições que reservavam o terreno do quartel dos bombeiros para uma ampliação do Hospital da Luz.
Além de viabilizar as obras já aprovadas, o novo plano passou a contemplar expressamente a ampliação do hospital com mais um piso até 5000 m2, tal como a ESUS pedira em 2009.
O PÚBLICO perguntou à câmara se esta sucessão de factos, juntamente com outros ligados à própria construção do hospital, entre 2005 e 2007, significa que o planeamento daquela área da cidade tem sido feito pela câmara em função do grupo económico proprietário do hospital. “A CML não vai emitir posição perante as apreciações/opiniões descritas”, foi a resposta transmitida pelo gabinete de imprensa da autarquia.


Sujeira em S. Bento começa ligo de manhã


Chegado por e-mail:

«Boa noite:

Vivo em S. Bento perto da Assembleia, e esta manhã, descendo a rua, um vizinho saiu de casa e depositou este lixo junto ao painel de anúncios da Junta de Freguesia da Lapa, e lá foi a caminho dos seus afazeres diários. Logo às 11.00h da manhã! Na cara dos restantes transeuntes, embora pareça todo mundo estar indiferente por causa do hábito. Aí ficou todo o dia, onde se vão acumulando mais lixos, os paineis das juntas tornaram-se pontos de lixo diário. O da freguesia das Mercês, do outro lado da rua junto ao mercado, idem. As pessoas contornam, os animais (ratos, cães) abrem-nos e frequentemente espalham.

Muito critico eu também a CML, mas, permitam-me dizer porra!, com esta população talvez se eu estivesse na câmara provavelmente me fartaria e desistiria também… Porque vejo isto frequentemente. Policiamento feroz seguramente daria muito má imagem de repressão.

Também dizem que a CML proibiu os contentores que tinham que ficar na rua a ocupar os passeios estreitos que pertenciam aos prédios com entradas pequenas sem sitio para os recolher durante o dia, mas não conheço a lei.

Mas parece que é pior a emenda do que o soneto.

Entretanto, pouco depois às 12.00h, à porta do Hospital Lusíadas, uma zona toda nova com um ar muito civilizado, encontram-se estas papeleiras a deitar por fora.

Em Portugal parece que não temos discriminação nenhuma, sujeira igual em zonas tanto "pobres" como "ricas".

Alexandre Silva»

PUBLI-Cidade: Cais do Sodré, Império da Cerveja




















Duas telas de publicidade (Cerveja, claro!) instaladas na frente dos vãos de sacada do 1º andar deste predio pombalino (Rua Bernardino Costa), em imóvel integrado num conjunto classificado como «Monumento de Interesse Público». Em toda a zona do Cais do Sodré a Santos há cada vez mais casos como este de publicidade ilegal, caótica e abusiva o que prova que a CML não está a fiscalizar suficientemente o espaço público. 

É preciso a reposição da carreira 790!

A carreira 758 tem cada vez mais um serviço insuficiente e de má qualidade. Desde que foi suprimida a carreira 790, a 758 ficou sobrecarregada e está frequentemente incapaz de servir devidamente os clientes.

Muitas vezes chega ás paragens da R. Misericordia já cheio; e no sentido inverso, chega à R. D. João V também cheio e as paragens com longas filas de clienets (foto)

Gostariamos de saber se após a supressão do 790 foi feito algum estudo do impacto nos serviços e nos clientes. 

Era importante estudar a reposição da carreira 790 de forma a que o sector Cais do Sodré/R. Alecrim/R. Misericordia/R.D.Pedro V não esteja reduzido a uma única carreira como é o caso hoje em dia, uma situação que se manifesta claramente prejudicial aos cidadãos.

01/10/2014

O Mestre (há que ter cuidado ao que se prepara na Casa da Sorte da Rua Garrett, entretanto fechada)


Por Luís Maio, in Up Magazine-Tap>:

«Querubim Lapa – O Pintor Ceramista

Tem obra disseminada por Lisboa inteira, mas poucos lisboetas estão familiarizados com o seu nome esquisito. Querubim Lapa tem 88 anos de idade e uma vastíssima herança cerâmica, sendo certamente o autor com mais intervenções em espaços públicos na capital portuguesa. Longe de arrumar as botas, está agora a preparar a primeira grande retrospetiva da sua carreira pictórica. [...]»

A propósito da n/reclamação recente para a necessidade de Regulamentar...


... A celebrada classificação de Interesse Municipal do Bairro Azulo, de modo a que se corrijam e evitem determinadas situações que põem em causa a estética do bairro e a própria classificação; situações por demais ameaçadoras à estética e homogeneidade do Bairro das Colónias/Novas Nações, fica a boa notícia que, FINALMENTE, há um documento escrito sobre a necessidade da CML proceder do mesmo modo com este último, ou seja, de a CML precisar de abrir o processo de classificação do antigo Bairro das Colónias (hoje oficialmente Bairro das Novas Nações), dando assim seguimento aos anseios dos moradores, de todos quantos se importam com esta "coisa" do Património e, claro, à Recomendação (MPT) aprovada na sessão de 16 de Setembro da Assembleia Municipal de Lisboa:

Passeios de Lisboa: R. Forno do Tijolo



Cinema São Jorge vira "show room" de loja barata de decoração?


Exmo. Sr. Presidente da EGEAC
Dr. Miguel Honrado


Vimos por este meio solicitar que nos esclareça sobre o destino dado pela EGEAC ao mobiliário original desenhado pelo Arq.Fernando Silva para o Cinema São Jorge (incluindo os móveis-cinzeiro) e por que razão se está a ocupar os foyers com este tipo de móveis e "decorações", que as fotos documentam e que, a nosso ver, descaracteriza desnecessariamente um interior classificado de Interesse Público, como o em apreço.

A EGEAC prestaria um óptimo serviço à cidade se em vez deste tipo de permissão fizesse um investimento no restauro dos cadeirões e sofás originais do Cinema São Jorge e que ainda lá se encontravam nos primeiros anos da gestão municipal/EGEAC.

Com os melhores cumprimentos

Fernando Jorge, Bernardo Ferreira de Carvalho e Júlio Amorim


Cc. PCML, Vereadora da Cultura, DGPC, AML e Media

...

Resposta do Cinema São Jorge (3.10.2014):

«Ex.mos Senhores
Fernando Jorge, Bernardo Ferreira de Carvalho e Júlio Amorim
Forum Cidadania LX


Caros munícipes,

Em relação à última mensagem, que fizeram o favor de nos enviar e que mereceu a nossa melhor atenção, e em nome da EGEAC, E. M., entidade gestora deste equipamento cultural, incumbe-me a senhor diretora do Cinema São Jorge, Dr.a Marina Sousa Uva, de prestar os seguintes esclarecimentos:

1. O mobiliário original que o tempo e o uso não erodiram – projetado e concebido, como referido, pelo atelier do Arquiteto Fernando Silva, em 1950 – e do qual constam, sofás, mesas, cadeiras, cinzeiros, papeleiras, etc., encontra-se todo em utilização e sempre que possível (note-se que o uso de cinzeiros foi descontinuado uma vez que a lei não permite o fumo em locais fechados);

2. O mesmo mobiliário tem sido objeto de restauro, permanente, seguindo as recomendações da Carta de Veneza (de 1962 e posteriores adendas) para a conservação, restauro e reconstrução do património (arquitetónico e ou outro), bem como as indicações e normas definidas pela Lei de Bases do Património Cultural (de setembro 2001), com força de lei, quer até por outras convenções ratificadas pelo Estado Português, com este propósito e no âmbito da Comunidade Europeia;

3. Por outro lado - e desde que a a EGEAC, E. M. assumiu a gestão cultural deste equipamento, dotando–o de infraestruturas técnicas e de produção que lhe permitem acolher dos mais variados tipos de espetáculos/eventos - o Cinema São Jorge passou a ser a casa-mãe da maior parte dos festivais de cinema que decorrem na capital (cerca de dezoito, por ano), bem como tem sido escolha de eleição por parte de um grande número de produtores da cidade; entidades várias que, pontualmente, solicitam poder efetuar a decoração pontual dos lugares de convergência de públicos – como foyers – tendo em conta as temáticas dos espetáculos/eventos a apresentar;

4. Assim sendo, importa referir que as fotos, que fizeram o favor de nos enviar, documentam, apenas, a decoração pontual da entrada e foyer do piso 0, durante o decorrer do festival QUEER 2014, evento que comemorou este ano a sua maioridade, ao apresentar a sua 18.ª edição;

5. Informamos, igualmente, que, por um lado, devido ao volume de programação apresentado semanal e mensalmente – que leva a que o Cinema São Jorge, tenha sido visitado nos últimos seis anos por mais de um milhão de espetadores (o que provocou o efetivo desgaste de materiais e equipamentos, e obriga a uma manutenção cuidada e regular); a manutenção e restauro das referidas peças de mobiliário encontram-se sujeitas a prestações de serviços por empresas especializadas - para tal mandatadas através de contrato de manutenção anual – sendo que, por vezes, devido a picos de trabalho não é possível obter uma resposta imediata, quando algum equipamento/peça assim o exige;

6. No entanto, enquanto equipamento municipal, o Cinema São Jorge, que ora comemora 65 anos de existência, pretende continuar a dar passos no sentido de uma maior contribuição para o acesso à Cultura de todos os cidadãos, permitindo uma melhor fruição das nossas salas e lugares de convergência por parte de todos aqueles que nos visitam, sendo que é da maior importância ouvir as opiniões e considerar as sugestões dos nossos espetadores.

Assim sendo, aguardamos, com particular entusiasmo e interesse, uma vossa nova visita, e, desde já, nos colocamos à inteira disposição para efetuarmos o devido acompanhamento, ou para quaisquer outros esclarecimentos, sublinhando, desde já, o nosso maior interesse em auscultar as vossas, ou quaisquer outras, opiniões opiniões/sugestões sobre o funcionamento dos nossos equipamentos, que se encontram à disposição dos espectadores e munícipes.

Cumprimenta, agradecido,

Francisco Barbosa»