14/02/2015

Substituição do piso do Jardim do Príncipe Real tarda em avançar


In Público (14.2.2015)
Por Marisa Soares

«Depois de ter dito que a intervenção avançaria em Outubro passado, a câmara faz agora uma previsão menos concreta: será em 2015. [...]»

Requalificação do Cais do Sodré e do Campo das Cebolas avança em 2015


In Público (13.2.2015)
Por Inês Boaventura

«O vice-presidente da Câmara de Lisboa diz que a Associação Turismo de Lisboa ainda terá de avaliar se estes investimentos vão ser financiados com verbas da Taxa Municipal Turística.[...]»

13/02/2015

Boa notícia para Lisboa, novo jardim na encosta da Graça


Pelo que se pode ver até agora, ainda antes da abertura, este jardim é uma grande mais-valia para Lisboa. Dos caminhos, ao arvoredo mantido, das árvores de fruto a lembrar antigas cercas de conventos, à pérgula e à instalação de um quisoque, tudo aponta para uma obra bem-pensada e bem conseguida. Este jardim é, sem sombra de dúvidas, uma das melhores coisas que a CML nos últimos tempos fez por Lisboa e pelos lisboetas. Parabéns.

Os desgraçados Passos da Graça




Quatro imagens elucidativas de uma certa imagem de Lisboa. Os passos de uma das grandes procissões da capital,  (a do Senhor dos Passos da Graça) encontram-se neste estado há anos e anos.

Lá dentro, espera-se, há, ainda,  azulejos barrocos muitos já furtados como se pode ver em imagens publicadas no blogue S.O.S. Lisboa. Alguém, da CML à DGPC,  pode explicar como se deixa chegar o património a este estado?

12/02/2015

AINDA O CHALET DA CALÇADA DO LIVRAMENTO, 19

Prédio com três pavimentos, revestido de azulejos, e o respectivo jardim. ( presentemente demolido).

Para além da riqueza patrimonial presente no todo do chalet em apreço: muro com a caravela em baixo-relevo e portões, jardim e azulejos cujo paradeiro desconhecemos, acresce ainda e não de somenos importância as muralhas do Baluarte do Livramento, construção militar edificada no Séc. XVII e cujo futuro não sabemos se estará acautelado pese embora o seu valor patrimonial. Após a Restauração da Independência, em 1640, D. João IV mandou construir uma linha de defesa que tinha origem na foz da ribeira de Alcântara e terminava na Cruz de Pedra. Na zona de Alcântara chegaram a ser construídos dois baluartes – o do Sacramento junto ao rio, e o do Livramento mais a norte. Na zona da Cruz de Pedra, foram construídos outros dois; um dos quais o Baluarte de Santa Apolónia. Trata-se de uma estrutura defensiva do séc. XVII, representativa da arquitetura militar portuguesa, de forma pentagonal, da qual apenas subsistem a muralha da face direita e as bases de duas guaritas. É Património Nacional, classificado como Imóvel de Interesse Público ao abrigo do Decreto-Lei n.º 2 de 96 do Diário da República 56, de 6 de Março.

Sobre o Baluarte do Livramento, transcrevemos parte de um artigo de Augusto Vieira da Silva publicado em DISPERSOS Volume III (1960) - Biblioteca de Estudos Olisiponenses.

“ O baluarte, com dois andares ou terraplenos, assenta sobre um banco calcário que forma um alto despenhadeiro em parte da frente ocidental; as suas muralhas de cantaria e com grande altura, ainda estão visíveis e relativamente bem conservadas. No ângulo saliente das muralhas da frente pode ainda hoje observar-se uma guarita de cunhal (1).

A serventia para os dois terraplenos do baluarte era pela Calçada do Livramento (porta n.º 17) (2), rua em curva, que provàvelmente foi construída para este fim especial, no seguimento da que vinha da ponte de Alcântara, e que terminava, como hoje, no extremo ocidental do Largo das Necessidades.

Posteriormente a 1834 todo este terreno foi alienado, e o terrapleno inferior acha-se coberto de construções abarracadas e pátios; no andar superior do baluarte, que bem se distingue ainda, vê-se um prédio com três pavimentos, revestido de azulejos, e o respectivo jardim (3).”

Pinto Soares

11/02/2015

Futuro do Pavilhão Carlos Lopes volta à estaca zero e junta responsabiliza câmara


In O Corvo (11.2.2015)
Por Fernanda Ribeiro

«Lamentável. Assim qualifica o presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas, o social democrata Daniel Gonçalves, a atitude da Câmara Municipal de Lisboa (CML), por permitir que o Pavilhão Carlos Lopes, abandonado há mais de 10 anos e a degradar-se, continue sem solução à vista. [...] Esta situação é “lamentável”, considera agora o presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas, em cujo território se localiza o pavilhão – inicialmente construído no Rio de Janeiro, Brasil, para a Grande Exposição de 1922, só mais tarde foi erguido junto ao Parque Eduardo VII, onde funcionou como Pavilhão dos Desportos, antes de, na década de 80, se transformar no Pavilhão Carlos Lopes.

“Fico chocado, mas acima de tudo triste, por ver o desprezo que a CML tem tido no caso do Pavilhão Carlos Lopes. É lamentável que a CML tenha deixado degradar um edifício com tremendo valor cultural, patrimonial e afetivo para os Lisboetas” disse ao Corvo Daniel Gonçalves. O autarca não apresenta qualquer ideia para a reabilitação daquele património, algo que, disse, “é da competência exclusiva da câmara”. “Relativamente ao que deverá ser feito julgo que compete ao Dr. António Costa encontrar uma solução para financiar a recuperação deste emblemático Pavilhão de Lisboa, recorrendo, eventualmente, a parcerias que permitam resolver com urgência esta questão”, diz.[...]»

...

Ok, mas a Junta podia ser pró-activa neste particular. Que tal tentarem liderar o processo e fazer deste pavilhão uma causa da Junta até final do mandato? Que tal "protocolizarem" com a CML? Que tal começarem a sondar potenciais investidores/parceiros na zona? (estou-me a lembrar de vários que aceitariam de bom grado...). A obra não precisa de ser só de uma vez, pode ser por tranches. Que tal?

Assédio na Baixa


Chegado por e-mail:

«Passei pela rua augusta e mais uma vez pude comprovar uma das maiores chagas e nódoas da cidade. Dezenas de indivíduos, bem identificados, ao longo da rua e nas transversais assediam quem passa para vender estupefacientes, máquinas fotográficas ou telemóveis dentro de sacos.
O assédio é tal que perseguem-nos e chegam-nos a agarrar.
E tudo isto, junto ao Ministério da Administração Interna e com polícias a passar.
Todos os dias, as mesmas pessoas, assediam lisboetas e turistas de uma forma completamente incomodativa e intimidativa.
Mesmo que o que estejam a vender não seja, efetivamente, estupefacientes mas apenas algo para enganar alguns, isso basta para que as autoridades nada façam?
A Câmara de Lisboa e a Associação de Turismo de Lisboa aceita que a principal rua comercial de Lisboa (se juntarmos também o Bairro Alto, onde existe o mesmo problema) sejam conhecidas por zonas perigosas e sem segurança porque somos assediados, à luz do dia, por traficantes de droga? E acham que basta dizerem que nada se pode fazer?
Basta percorrer o instagram e procurar fotografias com o #lisboa para perceber a imensidão de comentários de turistas incomodados com o que ali se passa.
A bem do turismo e da ordem pública e também dos lilsboetas - quem passa ali todos os dias não tem que ser incomodado diáriamente - as autoridades têm de agir!
Daniel»

10/02/2015

Monsanto, de cedência em cedência até ao último pinheiro manso?


In Público Online (10.2.2015)
Por José António Cerejo

«Câmara acaba com básquete em Monsanto e entrega espaço a privados

Concessão de edifícios deverá permitir a criação de mais de meia centena de quartos para exploração turística. Abertura de bar fecha zona desportiva. Concessionário explora o Mercado de Campo de Ourique.

O executivo municipal de Lisboa aprovou em meados de Novembro a concessão de vários espaços e edifícios do Parque Florestal de Monsanto para instalação de equipamentos hoteleiros e de restauração.

A criação de um deles, no Moinho do Penedo, um dos locais com melhores vistas da cidade, implicará a inutilização de três campos de basquetebol que são diariamente procurados por numerosos praticantes. No seu lugar surgirá uma tenda de lona para eventos e o espaço poderá ser vedado pelo concessionário.

[...] Nos termos do caderno de encargos do concurso lançado no Verão passado, o concessionário terá o direito de explorar “uma unidade hoteleira de pequena/média dimensão” e “de cariz bucólico” com um total de 46 quartos e nove bungalows no perímetro da Quinta da Pimenteira, onde existe há muitos anos um viveiro de plantas da autarquia, muito perto do viaduto Duarte Pacheco. Este é o principal espaço cuja concessão foi aprovada, mas a MCO II ficará também com o Moinho do Penedo e zona anexas, incluindo os campos de básquete ali instalados há uma dezena de anos, e ainda com a chamada “Casa do Presidente” e duas antigas casas actualmente abandonadas.[...]»

António Costa avaliza terminal de contentores no Barreiro


In Público Online (10.2.2015)

«Presidente da câmara de Lisboa assina nesta terça-feira protocolo com câmara do Barreiro e APL, entidades que lutam pela localização do novo terminal portuário nos terrenos da Baía do Tejo A Câmara Municipal de Lisboa vai assinar nesta terça-feira um protocolo com a Câmara Municipal do Barreiro e a Administração do Porto de Lisboa (APL), num gesto que compromete António Costa com a localização do novo terminal de contentores do porto de Lisboa no Barreiro[...]»

...

Acho bem.

09/02/2015

A bosta em Lisboa

Lisboa está cada vez mais na moda e são cada vez mais os turistas que nos visitam e tecem os maiores elogios à nossa cidade. E também na mais variada imprensa internacional, são feitos os maiores elogios e recomendações para visitar Lisboa.

Mas há um ponto que divide claramente as opiniões: a limpeza da cidade em particular os cocós espalhados pelos passeios.

Se é bem verdade que não somos uma Suíça, onde as regras e obrigações para quem quer ter um animal de companhia, são bastante mais rigorosas do que as nossas e onde todos cumprem, também não deixa de ser verdade que há países onde o problema da limpeza das cidades é bem pior do que o da nossa Lisboa. E não falo apenas de países do dito 3º mundo. Para falarmos apenas da Europa, já vi cidades bem mais sujas que Lisboa.

Mas também é verdade que a problemática dos cocós dos cãezinhos é uma praga, que em nada abona em favor da nossa cidade e que por onde já andei não vi, como em Lisboa.






Se bem que um pouco exagerada em alguns aspectos, esta crónica de Lucy Pepper, que pode ser lida na integra aqui, faz um retrato real do que se passa em Lisboa (e também em muitos outros locais do país), e retrata situações que todos nós já presenciámos ou até infelizmente já pisámos.

Felizmente é habitual vermos cada vez mais pessoas a apanhar e colocar no lixo o cocó do seu cão. Mas a verdade é que existe a sensação de que este é um problema que, se não está a aumentar, está pelo menos na mesma, por mais campanhas que sejam feitas. E se no centro da cidade e nas zonas mais turísticas, este problema não é tão visível (provavelmente porque menos habitadas), quando vamos para zonas predominantemente residenciais, como Campolide, Campo de Ourique, Benfica, entre muitas outras, então a praga espreita a cada esquina e ninguém está a salvo de ser a próxima vítima.

Por um lado é realmente importante reforçar a sensibilização, logo nos primeiros anos de escola, por outro é importante identificar os prevaricadores e, porque não, revelando a sua identificação publicamente ou apelando à denuncia por parte de vizinhos dos donos de cães que não apanhem os respectivos cocós, e aumentar substancialmente as penalizações.

Se até aqui esta era uma responsabilidade exclusiva da Câmara, que nunca conseguiu ser eficaz na resolução do problema, agora que a limpeza urbana compete na maior parte da cidade às Juntas de Freguesia que, estando mais próximas dos moradores, têm a obrigação de melhor identificar os donos dos animais e por consequência agir com maior eficácia no combate a esta praga, contribuindo dessa forma para uma cidade mais limpa.

Achtung....espaços verdes !!




Quando é que as árvores de Lisboa irão merecer intervenções exclusivas de profissionais qualificados (diplomados) ?

Caixas e mais caixas

Crise na Europa afeta tradição das calçadas de pedras portuguesas


In Reportagem da TV Globo:

http://globotv.globo.com/rede-globo/bom-dia-brasil/v/crise-na-europa-afeta-tradicao-das-calcadas-de-pedras-portuguesas/2821465/

«Lisboa é uma cidade para se caminhar olhando para o chão para apreciar toda a beleza das calçadas de pedras portuguesas. Mas a tradição está ameaçada porque estão desaparecendo os famosos calceteiros portugueses.»

Cottinelli Telmo: um arquitecto de sonhos desinquietos


In O CORVO (9.2.2015)
Texto: Rui Lagartinho

«Uma exposição no Padrão dos Descobrimentos, em Belém, permite descobrir a obra do arquitecto que o imaginou. Um pretexto para os lisboetas regressarem a um monumento que visitam pouco. Está patente até 6 de Abril.

Cottinelli Telmo (1897-1948) é uma figura incontornável da cultura portuguesa da primeira metade do século XX. Um nome que nos é familiar. Sabemos alguma coisa da sua obra, de arquitecto, de cineasta, mas, quando abrimos o diafragma da lente e vimos o plano geral da sua obra, as surpresas são imensas.

É o que permite a exposição patente no Padrão dos Descobrimentos, “Os arquitectos são poetas também”. Uma frase que Cottinelli adoptou como lema, ele que acreditava na arquitectura como o estuário onde desaguariam todas as disciplinas artísticas: da pintura, à música, da literatura ao cinema, da fotografia à dança. Ele próprio passou a vida a dar exemplos dessa prática artística comprometida e interligada. [...]»

«The George. A realeza chegou ao Chiado»



In O Observador (8.2.2015)
Por Hugo Tavares da Silva

« O nome homenageia o futuro rei de Inglaterra e não só. À escolha tem 35 cervejas e o famoso Sunday Roast. [...]»

...

Publicidade gratuita, porque é uma bela notícia, a da substituição do armazém miserável da Fernandes ali na Rua do Crucifixo. Céus, antes cerveja com estilo.

Sobre a n/recente visita à Estação do Rossio, aqui fica este belo artigo do Público:



In Público
Por ALEXANDRA PRADO COELHO (Texto) e JOÃO CATARINO (Ilustração)

«Estação do Rossio, Lisboa : Antes chegava-se a Paris, hoje chega-se a Sintra

No final do século XIX a Estação Central era o terminus do famoso Sud-Express, que ligava Lisboa à capital com que todos sonhavam: Paris.

Olhamos para um edifício milhares de vezes, distraidamente, e não pensamos como, um século antes, os nossos bisavós olhavam para ele de uma forma totalmente diferente. Não há como olhar hoje para a Estação do Rossio, na Baixa de Lisboa, e pensar que está ali a nossa ligação ao mundo. Porque, de facto, não está. Daqui parte-se para Sintra.

Mas no final do século XIX era desta Estação Central — o nome continua lá, desenhado sobre a porta principal — que, a partir de 1891, partia o célebre Sud-Express, que levava os passageiros até à Gare de Orsay (nos anos 30 podia-se mesmo ir de Paris até ao Estoril).

“Tornou-se moda ir a Paris. A gente ‘chic’ e até os pelintras ajanotados emigravam uma vez cada ano”, conta um texto assinado por Rocha Martins e publicado na Gazeta dos Caminhos-de-Ferro já nos anos 30, recordando como décadas antes tinha sido uma excitação para os lisboetas ganhar, num local tão central como o Rossio, “aquela estação magnífica e seus comboios luxuosos e velozes”.

Estamos, portanto, em Lisboa 2015. São dez da manhã e um grupo grande de pessoas reúne-se junto ao Teatro Nacional D. Maria II para, a convite do Fórum Cidadania Lisboa, e com visita guiada, a pretexto do Ano Europeu do Património Industrial e Técnico, conhecer melhor a Estação Central. Jorge Custódio, especialista em arqueologia industrial, convida-nos a olhar para a estação, do outro lado da rua, e também para o Hotel Avenida Palace, ao lado, e recorda como os dois são, na realidade, um conjunto — e, apesar dos estilos diferentes, da autoria do mesmo arquitecto, José Luís Monteiro.

Se a fachada da estação parece vir de um século muito mais longínquo, o seu interior é totalmente século XIX e um exemplo da arquitectura do ferro em voga nesse tempo

A estação foi inaugurada em 1890. A construção foi rápida, em apenas quatro anos o largo conhecido como Camões, que ali existia, desapareceu. Anteriormente, segundo o relato de Rocha Martins, havia no local “o prédio do duque de Cadaval a um lado, para trás o pátio da caçada do Duque, a cerca da Misericórdia, o pátio do Penalva, e, junto do palácio ducal, uma casa de D. Francisco de Assis de Almeida com oito janelas de frente como a do outro grande fidalgo”. E por detrás, “onde ia romper-se o túnel” eram os Recreios Withoyne, local muito popular na cidade, com os seus espectáculos de circo.

Mas Lisboa tinha pressa em modernizar-se e tudo isto desapareceu para dar lugar à estação, com a sua fachada de estilo neomanuelino, em cima o medalhão com a efígie do rei D. Luís I, e em baixo, ao centro, uma estátua na qual muitos tentaram ver D. Sebastião, mas que, tudo indica, representa apenas a figura de um jovem pajem. Se observarmos as grandes janelas centrais, adivinhamos no interior uma sala imponente (desta vez não houve autorização para a visitar) — era a Sala do Rei, onde o monarca esperava a chegada do comboio, ou onde recebia as individualidades que viajavam até Lisboa.

Para quem estiver atento, apesar das muitas modificações que sofreram, os edifícios continuam a tentar contar-nos a sua história. Jorge Custódio convida-nos a atravessar a avenida e a olhar a fachada lateral do Hotel Avenida Palace, inaugurado quatro anos depois da estação, e que servia de apoio aos viajantes trazidos pelos comboios. Era aí a porta principal do hotel, virada para a avenida. Hoje, entre as colunas, instalou-se um “Espaço Emprego”, e já ninguém entra para o hotel por aqui. Olhando para a fachada, vemos duas estátuas, que Jorge Custódio identifica como Vulcano e, possivelmente, Atena, a data de 1892, um misterioso relógio sem ponteiros, dois imponentes leões alados, e um brasão com um conjunto de letras entrelaçadas: Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.

Entramos para o hall do Avenida Palace — que inicialmente se chamou Hotel Terminus — pela porta do lado oposto, virada para a lateral da estação, e no interior, por entre os reposteiros vermelhos e as decorações douradas, e sob o impressionante tecto de vitral, reencontramos várias vezes os mesmos leões alados e letras entrelaçadas, prova dessa relação próxima que no século XIX havia entre o hotel e a estação (a célebre porta que ligava os dois, e que se diz ter sido utilizada por espiões instalados no hotel durante a II Guerra Mundial, está actualmente fechada).

E se a fachada da estação parece vir de um século muito mais longínquo, o seu interior é totalmente século XIX e um exemplo da arquitectura do ferro em voga nesse tempo — e, sublinha Jorge Custódio, ainda muito próxima do que era originalmente. Ao fundo surge o túnel que muito impressionou os lisboetas quando foi construído. São 2613 metros, o mesmo comprimento da Ponte 25 de Abril.

E não há melhor forma de terminar este texto do que citando novamente Rocha Martins na Gazeta dos Caminhos-de-Ferro: “Bem merece um novo artigo este túnel que talvez um dia não seja utilizado. Quando a Companhia dos Caminhos de Ferro construir a sua nova estação, que nos dizem ser em Entrecampos, o túnel das nossas travessias não passará de uma recordação. E quantos, ao evocarem-no, não verão os deslumbramentos de Paris, aonde chegaram tendo aquela treva por início de viagem à cidade da luz!”»

06/02/2015

Lisboa, Capital do Azulejo





















https://www.facebook.com/rosapomar/posts/10153167189162519:0?fref=nf

Chegado por e-mail:

«Depois de alguns meses em que a limpeza e as pinturas no Bairro Alto pareciam acabar, em três tempos, com o vandalismo (não confundir isto com street art), parece que voltámos ao mesmo. As juntas de freguesia não estão, definitivamente, a dar conta do recado.
Daniel
Foto: Luís Miguel Ferreira»

05/02/2015

Obras obrigam barbearia histórica a mudar de casa durante um ano


in Diário de Notícias (5.2.2015)
Por Inês Banha e Fotografia © Leonardo Negrão / Global Imagens

«Prédio no Chiado onde Barbearia Campos está instalada desde 1886 vai ser reabilitado para habitação ou turismo. Traça do espaço será mantida e voltará a acolher o estabelecimento

É num misto de orgulho e surpresa que José Sá Chaves mostra a cópia de um artigo numa revista chinesa sobre a barbearia que o avô fundou no Chiado, no coração de Lisboa, em 1886. A língua é incompreensível, mas as fotografias não enganam: trata-se mesmo do estabelecimento que fecha amanhã portas para que o prédio em que está inserido seja reabilitado. O regresso a um espaço recuperado está marcado para fevereiro do próximo ano. Até lá, e a partir de março, a Barbearia Campos vai funcionar a cerca de 200 metros da localização atual.

"Conseguimos vê-la daqui", diz, apontando na direção da Rua do Loreto e sem abandonar o número 4 do Largo do Chiado, José Sá Chaves, de 77 anos. São 16.00 e três das cinco cadeiras antigas de barbeiro da Barbearia Campos estão ocupadas. O único som mecânico que se ouve sai do rádio que toca ao fundo. A música é acompanhada pelo ruído ritmado das tesouras em riste e, ocasionalmente, pelo da água que corre das torneiras que são simultaneamente chuveiro instaladas nos lavatórios de pedra. As peças serão recuperadas, tal como o restante mobiliário do espaço com quase 130 anos de história. Já o chão, explica o representante da família do fundador, será replicado. Os espelhos e as cadeiras vão ser transferidos para as instalações temporárias, regressando depois à localização original, ainda que em menor número.

"Vamos ficar com espaço mais pequeno. Só vamos ficar com espaço para três", explica o responsável, que, em novembro de 2011, temia que o futuro da Barbearia Campos estivesse ameaçado pela degradação e eventual demolição do prédio em que está instalada. Um receio que, por agora, o tempo parece ter revelado ser infundado. [...]»

...

Ui, chão replicado, menos espelhos (espero que o grande, do lado esquerdo, que pertenceu ao último bordel fin de siécle de Lx, seja mantido) e menos cadeiras. E o espaço ao fundo? será o quê? Ui.

Câmara garante que projecto para o Mercado do Rato "não está fechado"


In I online (4.2.2015)

«“Necessitamos de um parque de estacionamento naquele local [Rato], mas o projecto não está fechado, está a ser estudado pela EMEL”

O plano do Mercado do Rato ainda está a ser estudado, disse hoje o vereador do Urbanismo da Câmara de Lisboa, Manuel Salgado, afirmando que o projecto de converter o espaço num parque de estacionamento “não está fechado”.

“Necessitamos de um parque de estacionamento naquele local [Rato], mas o projecto não está fechado, está a ser estudado pela EMEL”, afirmou hoje o vereador, durante uma reunião de câmara descentralizada, dedicada às freguesias de Santo António, Misericórdia e Santa Maria Maior.

O vereador adiantou que “o posto de limpeza urbana ali existente fica no mesmo local” e que “o edifício antigo é para reabilitar e irá ser sede da Junta de Freguesia de Santo António”.

O espaço, situado na Rua Alexandre Herculano, perpendicular à Avenida da Liberdade, deverá ser transformado num parque de estacionamento, construído e explorado pela Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL), segundo a proposta aprovada em dezembro em reunião camarária.

Manuel Salgado referiu que dos seis dos comerciantes do Mercado do Rato, “dois pretendem manter-se” no mesmo local, “os outros estão interessados em receber indemnização”.

“A localização das duas unidades de restauração existentes no mercado está em aberto”, disse, acrescentando que, “em princípio, o tipo de programa que existe no Mercado de Campo de Ourique e no Mercado da Ribeira não existirá no Rato”, no entanto “não está fechada essa hipótese”.

“Estamos a estudar”, admitiu.[...]»

...

Ah, óptimo, o edifício antigo é para reabilitar, ufa.

04/02/2015

Muito menos a sul e sudoeste (Av. Dq. Loulé, R. C.Castelo Branco, Rua Mousinho da Silveira e Rua Barata Salgueiro):


Nem a norte e nordeste (Av., República, 73, e Av. Barbosa du Bocage, 19):


Enquanto isso, ainda, "a oeste nada de novo" (Rua Tomás Ribeiro e Av. Elias Garcia):


Construção de praça na Rua da Palma - pedido de esclarecimentos


Exmo. Senhor Presidente
Dr. António Costa
Exmo. Senhor Vereador
Arq. Manuel Salgado


Na sequência da anunciada demolição de uma série de edifícios existentes na Rua da Palma, para subsequente substituição dos mesmos por uma malha urbana de traço moderno - a nosso ver em tudo alheia ao traçado e às características da Mouraria- por forma a garantir-se a construção de uma praça de acesso à mesquita, que será relocalizada (estará também prevista a integração na nova mesquita do centro de culto da Calçada Agostinho de Carvalho?);

E no seguimento da nossa conferência intitulada “Palácios Históricos de Lisboa – Memória, Ruína ou Futuro”, onde o principal justificativo para o estado físico dos mesmos foi a cíclica restrição orçamental, e em resultado ainda da constatação de facto da maioria do património edificado pertencente à CML estar em muito mau estado,

Somos a solicitar a V. Exas. que nos esclareçam sobre:

* A origem dos 3 milhões de euros anunciados como financiamento, via orçamento municipal, previsto para a empreitada de demolição e de construção nova?
* O porquê da empreitada não se fazer antes por via da demolição dos aberrantes centros comerciais existentes no Martim Moniz ou, quiçá, de construção no próprio Martim Moniz, se assim fosse entendido no quadro de um concurso de ideias/concurso público?
* O porquê do montante indicado não ser antes aplicado na continuação e na conclusão do excelente trabalho de reabilitação desenvolvido pela CML na Mouraria, que incluísse a própria relocalização da mesquita?

Com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Luís Marques da Silva, Jorge Pinto, Rui Martins, Miguel Lopes Oliveira, Bruno Rocha Ferreira, Inês Andrade, Júlio Amorim, Rita Matias, Virgílio Marques, Miguel Atanásio Carvalho, Jorge Santos Silva, Beatriz Empis e Filipe Lopes

C.c. AML, JF e media

Fotos: Blog O Corvo

Vem aí a remake do edif. Carrigues:


Enquanto isso, a Arcádia já saiu e o estaminé do lado deve estar prestes a sair. Brevemente, só restará a fachada, com eventual preservação do hall de entrada e dos tectos do 1º andar. E, claro, haverá todo um corpo novo no logadouro :-(

Este é o estado atual do miradouro de Santa Catarina, vulgo Adamastor:

Chegado por e-mail:

«Um dos locais mais visitados por turistas e lisboetas naquela área é um terreiro sujo, sem relva ou plantas, sendo que a área coberta em pedra é um vazadouro e depósito constante de garrafas de cerveja.
A pedra, o chão e a calçada estão sujas e marcadas com as bebidas alcoólicas e os cigarros deitados no chão e a terra do anterior relvado espalha-se pelos arredores. Esta situação é constante e não é exclusiva dos fins de semana.
Finalmente, o policiamento é inexistente e a insegurança tem sido crescente, com a constante e crescente concentração de individuos que assediam os locais e os turistas. Não faltará muito para ser uma "no-go-zone".
Bem vindos ao terceiro mundo.
daniel»

Uma oportunidade, quiçá, para se corrigir o tiro e deitar-se para o lixo os projectos de ampliação em má hora aprovados pela CML?


In blog.imobiliario (3.2.2015)

«JLL e CBRE anunciam venda de quatro edifícios na Avenida da Liberdade

A JLL e a CBRE foram as consultoras imobiliárias responsáveis pela venda de quatro edifícios contíguos propriedade do Novo Banco, situados na Avenida da Liberdade e na Rua Rosa Araújo, a um investidor institucional estrangeiro.

O conjunto de quatro imóveis, que perfazem meio quarteirão, localizam-se na Avenida da Liberdade 203, Rua Rosa Araújo 23, Rua Rosa Araújo 25-31 e Rua Rosa Araújo 33-35. Três dos edifícios datam do século XIX, sendo o quarto imóvel dos anos oitenta.

Os imóveis ocupam grande parte do remanescente do quarteirão, e têm um projeto licenciado que prevê um total de 10.300 m2, destinados a escritórios, com espaços de retail nos pisos térreos. [...]»

02/02/2015

Passeios de Lisboa: Largo da Boa Hora


imagens recebidas por email de um cidadão identificado

Finalmente temos uma informação sobre o Palácio Almada-Carvalhais, MN

Agradece-se ao Fundo Imobilário Sete Colinas este aviso. Já agora será que terão a bondade de nos informar se pretendem reabilitar todas as janelas do andar nobre, escancaradas  há anos, se pretendem repor os azulejos setecentistas furtados e destruídos, se terão a preocupação de recuperar o pátio renascentista, que resistiu ao terramoto e que é hoje uma lixeira, se irão intervir na torre de cantaria monumental que está rachada e em perigo de derrocada? Ou o aviso de encerramento é um outro passo no longo caminho de abandono que o proprietário promoveu, ignorando a legislação em vigor sobre o património classificado? A resposta a estas perguntas, dar-nos-ia outro tipo de segurança.

Dar uma 2ª oportunidade à Torrefacção Lusitana (Bairro Alto) em Ano Europeu do Património Industrial e Técnico


Exmo. Senhor Presidente da CML
Dr. António Costa,
Exmo. Senhor Vereador do Urbanismo
Arq. Manuel Salgado


C.C. DGPC, AML, JF

Em "Ano Europeu do Património Industrial e Técnico", iniciativa do Conselho da Europa (http://www.industrialheritage2015.eu/), somos a solicitar a atenção de V. Exas. para o edifício da antiga Torrefacção Lusitana, sito na Rua Nova do Loureiro, de que anexamos imagens e sobre o qual foi aprovado pela CML (por delegação de competências) um projecto de ampliação em 2008, conforme plantas também em anexo.

Independentemente das considerações patrimoniais, urbanísticas, estéticas e afectivas então tecidas por nós acerca deste projecto, sem que tenhamos tido sucesso junto da CML e do IGESPAR (ex. as medidas preventivas decorrentes da classificação do Bairro Alto como IIP e a protecção ao Chafariz da Rua do Século, o legado industrial, etc.), e chegados a 2015, decorridos 7 (sete) anos sobre essa aprovação, solicitamos a V. Exas. esclarecimento sobre se a referida aprovação não terá já caducado, tal como os direitos adquiridos então pelo promotor, que, recorde-se, colocou à venda os apartamentos do futuro edifício, antes até da construção avançar.

Nesse sentido, solicitamos igualmente V. Exas., que nos esclareçam sobre se a CML já intimou o proprietário a fazer as necessárias obras de manutenção do edifício em causa , e se será possível à CML encetar negociações com o mesmo de modo a que seja encontrada outra solução para a antiga Torrefacção Lusitana, que não passe pela ampliação do edifício existente nem por construção nova a tardoz (quiçá pela compensação ao promotor de créditos de construção para outro local da cidade), permitindo à cidade dignificar a herança industrial em causa, corrigindo erros de um passado não muito longínquo [ex. demolição da Fábrica de Chocolates Favorita (Sapadores), alteração irreversível e ilegal da antiga engomadoria Ramiro Leão (Pena) e demolição de uma série de armazéns e antigas unidades industriais no eixo Boavista-Alcântara], recolocando o município em sintonia com os objectivos da iniciativa do Conselho da Europa e no trilho das boas-práticas internacionais no que se refere à arqueologia industrial.

Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Pedro Henrique Aparício, Maria do Rosário Reiche, Júlio Amorim, Luís Marques da Silva, Rui Martins, Virgílio Marques, Alexandre Marques da Cruz, Beatriz Empis, Irene Santos, João Oliveira Leonardo, Miguel de Sepúlveda Velloso, Vítor Vieira, Nuno Caiado e Alexandre Pereira da Silva

A poda bem feita junto ao Jardim das Francesinhas: