17/11/2015

E em relação às árvores, Lisboa a perder


Três imagens de três jardins diferentes em Bruxelas. Áceres, Plátanos, castanheiros-da-Índia, bordos, tílias, carvalhos, árvores de grande porte em toda a sua dimensão e presença. Jardins de bairro, cuidados e protegidos. A árvore não é vista como um risco, um perigo, uma fonte de alergias, um factor de ensombramento. E são podadas e tratadas. Não são, contudo, "intervencionadas", abatidas e destruídas na mesma frequência e com a mesma desfaçatez com que o são em Lisboa.


 De uma série de quatro tílias monumentais, resta metade de uma. A desculpa foi o vendaval de outubro último que se abateu sobre a cidade e que fez com que uma pernada grande de uma das tílias caísse. Foi este incidente o passaporte para a o abate da maior de todas, de outras duas e de metade da copa desta que estará, muito provavelmente, comprometida. Chamam a isto, os senhores da Junta de Santo António uma intervenção para prevenir o risco, chama-se a isto a gravidade da ignorância, do repentino e da mais elementar falta de bom-senso. Lisboa, jardim das Amoreiras.






Três imagens de três diferentes jardins de Bruxelas. Todos jardins de bairro. Os habitantes de Bruxelas têm direito a ter jardins aprazíveis, com flores, limpos e ordenados. Por que razão os lisboetas não podem usufruir do mesmo modo dos seus jardins?




Três jardins em Lisboa. três jardins diferentes. Todos jardins de bairro. nada aprazíveis, hostis às famílias, autênticos desertos de verde, de flores, de ordenamento . São o espelho da maior das negligências e do grotesco das acções de grande parte das Juntas de Freguesia de Lisboa.



Dois exemplos de boas práticas em jardins de Bruxelas. A de cima: canteiro preparado para o inverno, retiraram-se as flores que não suportariam o frio e a neve, revolveu-se a terra para a tratar de infestantes e pragas, reforçando-a e enriquecendo-a. A de baixo, caldeira com a dimensão para uma árvore de grande porte, um plátano, a que se segue um reticulado que permite o aumento da superfície de absorção do terreno.





Lisboa, três exemplos de más práticas com o beneplácito da Junta de Freguesia da Estrela e conivência da CML. A de cima lago seco do jardim da Burra, a do meio, um dos maiores exemplares de bela-sombra em Lisboa, mutilado no jardim de Santos, a terceira, lago com a fonte destruída no mesmo jardim e água salobra com evidentes riscos para a saúde pública.

Esta pequena comparação demonstra claramente a deriva destrutiva dos órgãos administrativos de Lisboa, Juntas de Freguesia que nas suas recentes e lustrosas competência se entretêm a a podar e a abater as árvores com base em pareceres discutíveis e na ausência completa de análise de alternativas. CML que desinvestiu nos últimos meses em relação ao tratamento  e manutenção de inúmeros espaços verdes, sobretudo na zona central-histórica. Por todo o lado as flores deixaram de existir, o coberto sub-arbóreo tem sido destruído e as árvores abatidas ou podadas de forma selvagem.

E todos os pretextos são válidos, alergias, temporais, falta de luz, como se noutras cidades não houvesse temporais, pessoas com alergias, ruas mais ensombradas. Há é outra cultura que exige das autoridades uma atitude mais ecológica e não o seu contrário.

Avenida Guerra Junqueiro, Valmor, da Liberdade. Rio de Janeiro. Jardins Constantino, de Santos, das Amoreiras, do Torel, do Príncipe Real, Calçada da Ajuda, e muitas outras zonas da cidade. Lisboa tem vindo a perder as suas grandes árvores e os seus jardins mais emblemáticos. 

16/11/2015

15/11/2015

Reabilitação? Tr. Teixeira junior / R. Rodrigues Faria


Mais um triste "exemplo" dos critérios de reabilitação em voga em Lisboa. Apesar de termos um arquitecto como Vereador do Urbanismo e da Reabilitação Urbana, é este tipo de "reabilitação" que estamos a aplicar diariamente ao património construído da cidade: demolir para fazer construção nova, ignorando toda a memória construtiva e tecnológica do existente. O máximo que podemos esperar ou pedir: a mesma volumetria e "imagem" do que existia! Estamos a erguer uma farsa, um pastiche patético com 0% de valor patrimonial. Isto não é reabilitação de uma cidade histórica. Isto é mentir e apagar a memória colectiva de Lisboa.

Proposta de Colaboração - Parque de Actividades, por um recreio activo e saudável em Lisboa


Chegado por e-mail:

«Exma.(o) Senhora (or),

Vimos por este meio dar a conhecer o nosso projecto “Um Novo Conceito de Parque Infantil - Parque de Actividades”, e convidar a divulgar o mesmo, junto da sua comunidade, e a fazer parte da nossa campanha de sensibilização por umrecreio infanto-juvenil mais atractivo e saudável em Lisboa.

Vimos também enviar uma proposta de colaboração na implementação do Projecto Piloto - Parque de Actividades (ver no final do email).

UM NOVO CONCEITO DE PARQUE INFANTIL é o resultado prático de um trabalho que, entre outros objectivos, visa proporcionar meios, condições e recursos às autarquias, aos agentes educativos e a outras entidades para que a população, em geral, mas sobretudo, as crianças, os adolescentes e as suas Famílias pratiquem actividades lúdicas promotoras de actividade física e tenham acesso a um serviço de saúde de proximidade promotor de hábitos de vida saudável.

Este projecto visa sensibilizar e mobilizar a população portuguesa para hábitos de vida saudável através de:

• Experiências positivas de jogo activo, incluindo o jogo familiar, intercomunitário e intergeracional, com equipamentos e actividades sofisticadas e variadas, promotoras de diversão, actividade física e criatividade livre, com monitorização e vigilância profissional.
• Respostas às necessidades e desejos de cada local e comunidade através de processos de participação pública que promovam uma cidade activa, inclusiva e democrática.
• Serviço profissional de saúde de proximidade para uma maior e melhor promoção da actividade física e alimentação saudáveis.

Este nosso contacto visa também saber do interesse e disponibilidade para colaborar no desenvolvimento e implementação do Projecto Piloto, o qual servirá de exemplo para muitos outros Parques de Actividades em Portugal. Neste sentido, sugerimos o seguinte:

• Ser parceiro
• Apoiar e colaborar nas iniciativas de investigação durante o desenvolvimento do projecto em termos a acordar na V/ comunidade (ex.: responder e divulgar inquéritos)
• Disponibilizar meios/suportes ou outros para promoção e comunicação do projecto;
• Outros a acordar, como por exemplo, visitas ao Parque de Actividades (Dia da Criança, Dia Mundial do Ambiente, etc.), realização de demonstrações no V/ próprio espaço para sensibilização da comunidade para hábitos de vida saudável, ou sessões de divulgação do que é e o que se pretende com o projecto.

Gostaríamos, no imediato de solicitar o V/ apoio na divulgação da primeira fase do projecto, ou seja, a campanha de divulgação em curso e que terá no VOTO, no âmbito do Orçamento Participativo de Lisboa, um elemento importante na mobilização para este projecto.

Por isso agradecemos desde já o V/ Voto, um acto simples e gratuito: bastará enviar um SMS gratuito para o número 4310 com o texto “188” até 15 de Novembro

Esta iniciativa poderá ser consultada com mais detalhe na apresentação em anexo e na nossa página de Facebook onde convidamos desde já a visitar o vídeo da última publicação.

Muito gratos pela atenção que V/ Ex.ª possa dispensar ao exposto e solicitado, reiteramos a nossa total disponibilidade para os esclarecimentos que entender convenientes, através deste email ou dos contactos abaixo indicados.

Com os melhores cumprimentos.

Atentamente,

Daniel Lobo»

12/11/2015

Está feio, partido e porco. É MN? Que interessa isso? Tape-se! Bah!


In O Corvo (12.11.2105)
Por Samuel Alemão

«Chafariz que é Monumento Nacional demolido para se fazer estacionamento

Sem salvação possível. O Chafariz da Cova da Moura, localizado junto à Avenida Infante Santo e pertencente ao sistema de ramais do Aqueduto das Águas Livres, será demolido, apesar de estar classificado como uma parte integrante daquele Monumento Nacional. O mau estado de conservação do elemento patrimonial edificado no final do século XVIII é considerado irreversível pelas entidades responsáveis, que assim libertam o local para a construção de um parque de estacionamento junto à avenida, bem como de um elevador de acesso ao topo do geomonumento formado por um afloramento de calcário e sílex e de um espaço verde de ligação à Calçada das Necessidades. As obras, de resto, decorrem há meses.

A confirmação da acção de desmantelamento do chafariz localizado na freguesia da Estrela, que há muito padece de falta de conservação, foi dada por Manuel Salgado, vereador do Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa (CML), durante a última sessão da Assembleia Municipal de Lisboa, ocorrida na terça-feira (10 de Novembro). “Está em ruína e não tem qualquer possibilidade de ser recuperado”, diz o autarca, que afirmou estar a citar a informação que lhe fora dada pela Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo (DRCLVT). “O que se pode fazer é o registo de todos os elementos agora existentes, para preservação de memória futura, e desmontagem do que resta do chafariz”, afirmou o vereador. [...]»

11/11/2015

Incredulidade e protesto pelas demolições pré-anunciadas para o Pavihão Carlos Lopes


Exmo. Senhor Presidente
Dr. Fernando Medina


C.C. AML, DGPC, Vereador Urbanismo, ATL

Serve o presente para manifestarmos a nossa estupefacção pelo facto de o pedido de licenciamento de obras de reabilitação do Pavilhão Carlos Lopes e respectiva área envolvente (Proc. nº 1243/EDI/2015) ter por base obras de demolição que não foram mencionadas aquando do anúncio público sobre a constituição de direito de superfície da CML para a Associação de Turismo de Lisboa (ATL), em Junho passado, cujos responsáveis foram então peremptórios em afirmar que as futuras demolições no pavilhão apenas passariam pela “substituição do telhado em amianto” e pelo “recinto de jogos a fim de criar um espaço amplo para eventos e afins“.

Desde modo, apresentamos o nosso protesto pela CML estar prestes a aprovar, contrariando os pareceres técnicos dos próprios serviços (vide Informação Nº 41859/INF/ECR-CMP/GESTURBE/2015, de 15 de Setembro de 2015):

· A demolição do interior da ala norte (salão com galeria, colunas, painéis de azulejos – demolições a nosso ver inúteis e não “vitais para o projecto”, como os projectistas reclamam);
· A demolição do interior dos torreões do lado nascente (escadaria, elementos em ferro, estuques, etc. - demolições a nosso ver inúteis e não “vitais para o projecto”, como os projectistas reclamam);
· A abertura de vãos nos alçados norte e sul (demolições a nosso ver inúteis e não “vitais para o projecto”, como os projectistas reclamam, e que irão desfear irremediavelmente os respectivos alçados);
· O envidraçamento das galerias em colunata da fachada principal (será a forma mais fácil de prevenir novos roubos de azulejos mas é básica e desfeia o local);
· A abertura de terraços na cobertura para colocação de equipamentos técnicos (ar-condicionado), que irão desvirtuar as coberturas do pavilhão e resultar num impacto visual negativo visto este ser visível a partir de toda a envolvente de 360º (há outras formas menos intrusivas de resolver estas instalações técnicas nomeadamente enterrando-as ou integrando-as na geometria original das coberturas);
· O abate de várias árvores na envolvente do pavilhão, o que não deixa de ser caricato, dada a área desafogada em que o pavilhão se encontra e que possibilita toda e qualquer movimentação de máquinas e pessoas.

Resumindo, cremos que a nova função/uso a dar ao Pavilhão Carlos Lopes deve fazer um esforço para se adaptar ao edifício existente e nunca o contrário como se verifica em demasiados aspectos deste projecto.

Solicitamos a melhor atenção a este protesto, Senhor Presidente.

Com os melhores cumprimentos​

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Alexandre Marques da Cruz, Maria do Rosário Reiche, Miguel Atanásio Carvalho, Virgílio Marques, Fernando Jorge, Jorge Santos Silva, Júlio Amorim, Paulo Lopes, Rita Filipe Silva, Bruno Rocha Ferreira, Luís Marques da Silva, Miguel de Sepúlveda Velloso, Rosa Casimiro, João Oliveira Leonardo, Carlos Miguel Jorge, Jorge Pinto, Pedro Henrique Aparício, Fátima Castanheira e Beatriz Empis

Lisboa, Cidade Pichada


Chegado por e-mail:

«Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

Este poderia ser o título da foto que lhe remeto em anexo. Mas é também o título de todas as fotos que são tiradas em Lisboa e que são divulgadas por todos os que nos visitam, ou nos guias da cidade, ou nas brochuras de investimento, ou simplesmente ao olhas de todos os que passam.

O exemplo não é exclusivo. Muito próximo, o Elevador de Santo António da Glória encontra-se sistematicamente vandalizado (tão sistematicamente que até já os postais são vendidos com o elevador pichado!). Mas é um bom exemplo do que de mau se passa nesta matéria em Lisboa. Surpreende como alguém terá tido o tempo e trabalho para pichar onde pichou!

Mas a questão é mais abrangente do que uma vista estragada. Repercute-se na qualidade de vida dos moradores, na imagem e experiência que o turista leva de Lisboa, mas também no valor das propriedades e no ambiente de negócios e comércio próximo. Em suma, afecta a qualidade e valor da cidade!

Sr. Presidente, ninguém gosta de mostrar um cidade pichada! Nenhum negócio tem interesse em mostrar aos seus clientes uma cidade que não se cuida! E a questão das pichagens é apenas mais um exemplo do que o seu executivo, e os anteriores pensam sobre o assunto e do empenho que têm na cidade.

Se nas zonas mais nobres é o que se vê, não queremos imaginar o que se passa nas 'traseiras' da cidade...

Mais do que palavras Sr. Presidente, pede-se que se digne a tratar deste assunto do forma decidida!

Sem mais,

Rui Dias, Arq.

Munícipe pagante de imposto e empresário local, também pagante de impostos.»

09/11/2015

Um Problema de Saúde Pública

















Só os mais distraídos é que podem ficar admirados com esta notícia do Jornal Público (30-10-2015). É deixar a publicidade às bebidas alcoólicas à solta como vemos diariamente, com todo o tipo de patrocínios que até envolvem municípios e o Estado - basta ver o casamento de conveniência entre uma marca de cerveja e a empresa municipal EGEAC para financiar as Festas de Lisboa e que em poucos anos a desvirtuaram numa "Festa de Consumo de Cerveja". Nas próximas décadas o Ministério da Saúde irá gastar milhões com cidadãos que vão sofrer de doenças com origem no consumo excessivo e irresponsável de alcool. E vamos ser todos nós a pagar essa pesada conta através de mais impostos.

PUBLI-Cidade: Rua da Palmeira




Licenciamento Zero?

08/11/2015

«Porta sim, porta não, a Baixa está entregue aos turistas‏»

A Câmara de Lisboa não disponibiliza dados sobre a dimensão da oferta hoteleira na Baixa mas basta um passeio pelo local e uma pesquisa online para encontrar mais de 60 hotéis e alojamentos locais. É preciso repensar esta “Disneylândia de hotéis”, diz uma deputada municipal do PSD
[...]
O PÚBLICO quis saber exactamente quantos hotéis e AL existem na Baixa Pombalina e a quantas camas correspondem, quantos projectos turísticos e destinados a habitação foram aprovados nos últimos tempos. Mas nem a Câmara de Lisboa nem a Associação de Turismo de Lisboa revelam dados. Um mês depois de receber as perguntas, a autarquia respondeu apenas que “está em elaboração um levantamento exaustivo no âmbito do estudo sobre o impacte do turismo na cidade, cujas conclusões serão divulgadas oportunamente”.
Margarida Saavedra, deputada do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa (AML), tentou saber o mesmo. Nesta terça-feira vai repetir as perguntas pela terceira vez, na reunião deste organismo. "Estou muito preocupada. Demorámos muitos anos a repovoar a Baixa. O turismo é óptimo para a cidade mas não pode alterar as condições das pessoas que vivem lá." A deputada considera que o "licenciamento selvático" de unidades hoteleiras está a transformar a Baixa Pombalina numa "Disneylândia de hotéis", onde os poucos moradores - idosos que sempre viveram ali e casais jovens com filhos que estão a apostar no centro da cidade - estão a ser "escorraçados".
Lisboa é outra Barcelona?
Em Julho, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, afirmou que o tal estudo estaria pronto até ao final do ano. Embora tenha reconhecido que existe “um problema por concentração excessiva” de alojamentos turísticos em áreas da cidade como a Baixa-Chiado e os bairros históricos, Salgado ressalvou que a capital, com cerca de 9 milhões de dormidas por ano, ainda não está ao nível da espanhola Barcelona, onde a pressão turística levou a presidente da câmara a suspender durante um ano a concessão de licenças para a construção de hotéis.

João Seixas, professor de geografia na Universidade Nova de Lisboa, não concorda: “Os números não podem ser vistos apenas em termos de volume.” O investigador, doutorado em Geografia Urbana pela Universidade Autónoma de Barcelona, lembra que os 18 milhões de dormidas registados na capital da Catalunha têm impacto num município com 1,5 milhões de pessoas, enquanto que os 9 milhões de Lisboa vão quase todos para a Baixa, Belém, Alfama, Castelo, além de Cascais e Sintra, onde no total vivem cerca de 500 mil pessoas. “Conclusão: a pressão em Lisboa é maior do que em Barcelona, sobretudo em determinadas zonas”, afirma, sublinhando que “é preciso dizer isto mas sem alarmismos”. Até porque esta a “pressão profunda” corresponde um “impacto económico profundo”.
artigo completo aqui:

04/11/2015

Praça de Espanha...o fim do "abarracamento".



Pareceu-me que algo estava diferente, pensei que não era real...e afinal ao fim de décadas ali estava a Praça de Espanha livre das descaracterizadas barracas que lhe tiravam dignidade.
Demolição rápida com levantamento de entulho logo de seguida.
Finalmente! Agradecemos esta medida...e expectantes estamos quanto ao destino destes m2.
Que surpresa vai surgir neste espaço...?
Segundo Fernando Medina:"Aquilo que se pretende agora é reconverter o espaço, através da criação de uma praça pública de qualidade perfeitamente integrada na malha urbana, com vocação relevante para a fixação de actividades de lazer, estruturada por percursos pedonais de continuidade com a envolvente e bem servida por transportes colectivos”.
Seja lá o que isto signifique e quase um milhão de euros em indemnizações aos comerciantes...aguardamos.

02/11/2015

Tuk-Tuk inferno no Castelo


Foi há 1 ano: Interior demolido no Largo Camões







Câmara de Lisboa contradiz-se sobre contaminação de solos de Monsanto


In Público 82.11.2015)
Por José António Cerejo

«Câmara de Lisboa contradiz-se sobre contaminação de solos de Monsanto

Até agora sempre disse que a descontaminação do antigo clube de tiro estava em estudo. Na semana passada Sá Fernandes disse ao PÚBLICO que obrigou o clube a fazê-la em 2011.A Câmara de Lisboa diz que obrigou o Clube Português de Tiro a Chumbo a retirar o metal pesado acumulado durante 52 anos nos mais de 13 hectares vedados que ocupava no Parque Florestal de Monsanto. Mas não sabe precisar a quantidade de poluente removido, nem que área foi limpa, nem quanto custou a operação, nem quando foi feita. O gabinete do vereador Sá Fernandes afirma apenas que o clube “foi obrigado pela câmara a retirar o chumbo existente” e que “a remoção teve início em 2011”, no período final da concessão, “tendo sido retiradas várias centenas de quilos”. Esta afirmação não é confirmada por nenhum documento, nem pelos vereadores da oposição, nem pela observação do terreno.

A concessão do espaço — situado junto ao Centro Interpretativo de Monsanto — terminou em Outubro do ano passado, quando o executivo municipal aprovou, por unanimidade, a denúncia dos contrato celebrado com o clube em 1962. Motivo: falta de pagamento, ao longo de mais de um ano, da taxa mensal de ocupação de 2013 euros.

A contaminação do solo com chumbo foi uma das razões que levaram numerosas associações ambientalistas a baterem-se durante uma década pela cessação da actividade do clube naquele local. Um estudo efectuado há 17 anos conclui, já então, que a quantidade de chumbo ali acumulado chegava a ser 110 vezes superior ao máximo a partir do qual as leis de países com a Holanda impunham a sua descontaminação.

Dias depois da denúncia do contrato com o clube de tiro, os deputados municipais do partido Os Verdes questionaram a câmara, por escrito, sobre a futura limpeza do terreno, procurando saber quem é que assumiria os respectivos custos e pedindo ao executivo que “informe periodicamente a Assembleia Municipal de Lisboa sobre o processo de descontaminação”.

Passados quase três meses, a 27 de Janeiro deste ano, o vereador Sá Fernandes, responsável pela área dos espaços verdes, respondeu ao requerimento escrevendo apenas que “a solução para o Campo de Tiro ainda se encontra em estudo”.

Agora, três semanas depois de o PÚBLICO lhe ter dirigido perguntas detalhadas sobre o mesmo assunto, o autarca, através do seu assessor de imprensa, veio dizer que “a remoção do chumbo foi efectuada ainda pelo anterior concessionário” e que “está em estudo a necessidade de uma nova intervenção”. Nas imediações dos vários campos de tiro do complexo, no entanto, basta afastar as folhas dos sobreiros e remexer a terra escura para encontrar grandes quantidades de fragmentos dos pratos de plástico contra os quais os atiradores disparavam, de cartuchos e de bagos de chumbo.

Contactado pelo PÚBLICO, o vereador da CDU Carlos Moura — que enquanto dirigente da Quercus esteve durante muitos anos envolvido na luta pelo encerramento do clube de tiro — garantiu que o executivo municipal nunca foi informado por Sá Fernandes de qualquer espécie de descontaminação feita pelo antigo concessionário por imposição camarária. “Perguntámos várias vezes o que é que seria feito ao chumbo, não só ao que está no solo, mas também áquele que foi absorvido pela terra, e nunca tivemos resposta.” O autarca acrescentou que se falou na hipótese de o clube se responsabilizar pela descontaminação, mas “isso seria apenas no caso de o município lhe encontrar uma localização alternativa”, coisa que não aconteceu.

Também o vereador do CDS/PP, João Gonçalves Pereira, afirmou não ter ideia de ter sido fornecida ao executivo qualquer informação sobre a alegada recolha do chumbo.

Independentemente do problema dos solos, Sá Fernandes afirmou há um ano, quando foi aprovada a denúncia do contrato, que “uma parte substancial” daqueles 13 hectares “será devolvida à mata” e que será lançado um concurso público para exploração do restaurante ali existente. No terreno, porém, nada foi ainda feito, permanecendo abandonados e degradados, tal como se encontravam quando a câmara tomou posse deles, os edifícios de apoio e as estruturas anexas aos campos de tiro. Bem como as dezenas de pombais em tempos utilizados para manter as aves utilizadas na prática do tiro aos pombos e a própria mata.

O restaurante há muito instalado no amplo e bem conservado edifício onde também funcionava a sede e o bar do clube permanece em funcionamento, mas apenas a título precário e até que a câmara lance o anunciado concurso para a exploração do espaço. O PÚBLICO perguntou ao assessor de Sá Fernandes que destino é que vai ser dado a esse edifício e a resposta foi a de que “está em estudo”. Quanto ao futuro dos 13 hectares do antigo clube, a resposta foi quase a mesma: “Está em estudo, no entanto pretende-se que uma parte substancial seja integrada no Parque Florestal de Monsanto.” [...]»

Convite "Workshop" Adaptações Climáticas Lisboa - 03.11.2015, 14:30h