23/08/2016

Afinal o Desterro continua abandonado e estropiado...


Foi em 2014 que se prometeu que na Primavera de 2016, o antigo Hospital do Desterro reabriria como centro de várias coisas, desde alojamento a medicinas alternativas, artes e tutti quanti. Pois estamos no final do Verão de 2016 e nem obras há quanto mais artes e ofícios e pensionato. Parou tudo, se é que alguma vez começou, a não ser a clássica remoção de caixilharias de madeira e as habituais tropelias sob a forma de escavações e descobertas que sempre compõem belos powerpoints. Ali, está tudo assim, como dantes ou pior, mais valia as infecto-contagiosas, como fotografou Gonçalo Gouveia, aquando da sua visita no âmbito da Open House:

N.B. Mais fotos AQUI.

Viva! Um Museu Arte Nova e Art Déco em Lisboa!


Na Rua 1º de Maio, vai nascer o Museu Berardo de Arte Nova e Art Déco... no edifício do mirante, mesmo por baixo da ponte. Boa notícia. Muita curiosidade em ver o que sai dali... (dica e foto da Inês Beleza Barreiros)

22/08/2016

DEMOLIDO: gaveto da Rua Andrade Corvo / Rua Sousa Martins



Concluída a demolição do palacete no gaveto da Rua Andrade Corvo 22 / Rua Sousa Martins 18. Mais um palacete da Lisboa Entre Séculos (LES) demolido - integralmente. Estava em bom estado de conservação e podia ser reabilitado. Os restantes dois edifícios, que ladeavam este palacete, continuam em trabalhos de demolições mas desconhecemos se serão também integralmente demolidos ou se ficam as fachadas como é prática corrente em Lisboa.

Bike sharing


Chegado por e-mail: «Boa tarde

No último dia da Volta a Portugal em Bicicleta 2016, o presidente da CM Lisboa, Fernando Medina, disse que, a partir de 2017, Lisboa ia passar a ter um rede de bike sharing. Uma óptima decisão que apenas peca por tardia, visto que isso já existe em várias capitais europeias.

Numa altura em que o ciclismo está em alta no nosso país, com os regressos à estrada de FC Porto e Sporting, e do Benfica no próximo ano, eu acho que a CML, juntamente com os dois "eternos rivais" de Lisboa e a Federação Portuguesa de Ciclismo, deviam fazer uma campanha que estimulasse as pessoas a usarem a bicicleta para se deslocarem em Lisboa. Já temos uma boa rede de ciclovias, sempre em expansão.

Com os meus melhores cumprimentos

Álvaro Pereira»

Olha o "corredor verde" do Vereador Sá Fernandes:


Foto de Ana Alves de Sousa

Praça de São Paulo - fonte pombalina vandalizada e a servir de vidrão para garrafas de cerveja


16/08/2016

Apanhar o 28 às 10 da manhã



Ana Alves de Sousa

Santa Casa de Lisboa converte palácio em ponto de encontro entre gerações


In Público (15.8.2016)
Por INÊS BOAVENTURA

«Na Quinta Alegre, na Charneca do Lumiar, vão nascer um lar de idosos e uma unidade residencial para jovens. As obras já começaram, com a reabilitação do Palácio do Marquês do Alegrete, dos seus azulejos e pinturas murais.

Construído no século XVIII por iniciativa do 2.º Conde de Vilar Maior e 1.º Marquês de Alegrete, o até aqui degradado e inacessível Palácio do Marquês do Alegrete, na freguesia lisboeta de Santa Clara, está a ser reabilitado e em breve passará a estar aberto à comunidade. A iniciativa é da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), que está a desenvolver no local um projecto que inclui a criação de uma residência para idosos e de uma unidade residencial para jovens.

“Este mega projecto tem por base a intergeracionalidade”, sublinha a directora do Departamento de Gestão Imobiliária e Património da SCML, durante uma visita do PÚBLICO ao local. Helena Lucas explica que estão em causa três obras diferentes, que serão executadas de forma faseada. Quando estiverem terminadas, jovens e idosos passarão a partilhar o mesmo espaço, parte do qual estará também acessível a todos os que o queiram visitar. A primeira dessas obras está já em curso e passa, como resume a dirigente da instituição, pela “reabilitação exterior e interior, na íntegra” do Palácio do Marquês do Alegrete. Está em causa um investimento de “cerca de um milhão de euros”, que contempla também a recuperação do “jardim romântico” que se desenvolve nas traseiras do palácio e do qual se avista o Aeroporto Humberto Delgado.

[...] Tanto o palácio como o jardim, que foi já limpo de todo o mato que o cobria, vão passar a estar abertos ao público, assumindo-se como algo que a SCML designa como “unidade social”. A ideia, como explica Helena Lucas, é que no interior do edifício surja um restaurante e uma cafetaria/casa de chá, bem como um conjunto de salas que permitam a realização de actividades diversas e de eventos culturais.

Já aprovada pela Câmara de Lisboa foi a segunda das obras a desenvolver na Quinta Alegre, cujo arranque se estima que possa ocorrer no início de 2017. Trata-se da construção da chamada “unidade assistida”, que terá 75 camas e se destina a acolher funcionários aposentados da SCML. Para tal vai ser construído um novo edifício, estando igualmente previsto o aproveitamento de parte dos “pavilhões agrícolas” anexos ao palácio, que actualmente se encontram praticamente em ruínas. [...]»

...

Assim sim, a SCML a fazer jus ao seu estatuto. Vamos lá ver como sai a construção nova "aproveitando parte dos pavilhões agrícolas"...

14/08/2016

Plataforma em Defesa das Árvores


Nota/esclarecimento à notícia do Sol de ontem sob o título "Jardins de Lisboa todos arranjados até Fevereiro”:


...

E a notícia hilariante:

12/08/2016

Os carris do E-24 no Cais do Sodré! Vamos em frente!


(fotos: DO)

A nossa proposta para que o jardim do Campo dos Mártires da Pátria seja uma placa una, sem corredor automóvel a segmentá-lo vai adiante! Obrigado à CML!!


"Remete-mos" nota explicativa sobre a destruição do teatrino Camões. Afinal ficou mto. mais seguro :-)


«Exmos. Senhores,

Em resposta ao vosso e-mail, informamos o seguinte:

1. O projeto de reabilitação do Teatro foi aprovado pela Direção-Geral do Património e pelos Serviços Municipais competentes.

2. A empreitada foi adjudicada por concurso público à empresa TEIXEIRA, PINTO & SOARES, LDA., estabelecendo o Programa de Procedimento, como uma das condições de habilitação, a apresentação de “Comprovativos da execução, como empreiteiro responsável, de três obras de reabilitação de edifícios para equipamentos, devendo pelo menos uma delas ter valor igual ou superior a 1.700.000€ (um milhão e setecentos mil euros), nos últimos cinco anos, acompanhados de declaração abonatória dos respetivos donos de obra.”

3. Quanto à necessidade de uma reabilitação mais profunda do Teatro, remete-mos para o esclarecimento prestado pelo Arq. Manuel Graça Dias, coordenador e coautor do projeto com o Arq. Egas José Vieira, que se transcreve:

“(…) será, assevero-lhe, em tudo semelhante ao original, só que muito mais seguro. Mais seguro enquanto estrutura de suporte do público e dos trabalhadores do Teatro, mais seguro face ao risco de incêndio, mais seguro quanto a caminhos de evacuação, mais seguro em termos de impermeabilizações. Um dos objectivos, precisamente, é que a sala de espectáculos possa voltar a abrir ao público, já que se encontra encerrada, desde 2006, por falta de condições de segurança, após vistoria da Inspecção-Geral das Actividades Culturais (IGAC). O interior do edifício não tem estado a ser "demolido", mas desmontado; o estado de podridão das várias estruturas de madeira mais escondidas (barrotes de suporte dos pavimentos, asnas da cobertura) era muito superior àquele que os ensaios sumários, quando da execução do Projecto, faziam prever. Mesmo as peças de madeira que não foram ainda desmontadas, por parecerem em melhor estado de conservação, irão ser sujeitas a testes ("resistografias"), no sentido de aferir a viabilidade da sua permanência no todo restaurado. Percebo que, para quem não esteja familiarizado com o universo da construção, possa parecer muito drástico ou violento ver repentinamente o interior descarnado... Mas posso garantir-lhe que tanto o Dono da Obra, como o Construtor, como os Autores do Projecto sabem o que estão a fazer e equacionam sempre as várias opções possíveis, quer em termos de custos quer em termos de segurança e robustez do objecto acabado quer, final e principalmente, em termos da não descaracterização do ambiente que chegou até nós, alegre e naïf, vindo dos idos de 1880.”

Face ao exposto, solicitamos e agradecemos que este esclarecimento seja divulgado de modo idêntico ao do vosso “protesto”.

Com os melhores cumprimentos,

Teresa do Passo
Presidente Conselho de Administração»

AS OBRAS DO CAMPO DAS CEBOLAS


TOTAL FALTA DE RESPEITO E CUIDADO PARA COM AS ESPÉCIES VEGETAIS PRESENTES. TOTAL FALTA DE CONSIDERAÇÃO PARA COM A MEMÓRIA DA CIDADE.

E ASSIM, LISBOA CONTINUA IGUAL A SI PRÓPRIA, COM O ATRASO CIVILIZACIONAL QUE É INCAPAZ DE ULTRAPASSAR.


João Pinto Soares

Resolução da Assembleia da República n.º188/2016 sobre o Atheneu:


«Recomenda ao Governo a salvaguarda do Ateneu Comercial Lisboa de forma a prosseguir os fins para que foi destinado (https://dre.pt/application/file/75115415)», via Maria Teresa Goulão). Foto: Maria Saraiva.

07/08/2016

Demolido: Rua Andrade Corvo 18 a 22



Antes e Depois. Demolido o palacete do gaveto da Rua Andrade Corvo 18 a 22. A partir do momento em que um edifício como este é demolido sem qualquer problema, como se nada fosse, é tudo possível nesta cidade. 


Obrigatório acompanhar obras em Palácios - Palácio da Anunciada







Obras no Palácio da Anunciada para adaptação a hotel.


O projecto saiu do papel. Finalmente. Veremos se não haverá alterações em obra que conduzam a mais demolições. As que foram feitas, aparentemente, não incidiram em nenhum dos grandes valores patrimoniais do palácio.

Chama-se, contudo, a atenção para o jardim. A maior parte dos jardins em residências aristocráticas lisboetas, eram autênticos jardins botânicos, com elevado número de espécies exóticas. Neste caso já foram abatidas as pimenteiras, salvo o dragoeiro e destruído o gradeamento. Seria bom que os projectos não partissem do princípio que os jardins são a parte pobre de uma casa. E sobretudo estes que, para se adaptarem à cota existente, poderão ser considerados verdadeiros jardins suspensos, dando à cidade mais uma nota de inesperado e exotismo.

Não é desejável repetir o que aconteceu com o palácio do Bichinho-de-conta na rua do Século. Logradouro destruído e ocupado por mais construção.

Pede-se aos serviços da DGPC e da CML para acompanhar de forma regular as obras em curso. Só assim se garantirá que não haverá desagradáveis surpresas que se justificam como "alterações em obra".

Mais duas provas da (in) competência das Juntas de Freguesia em matéria de espaços verdes

Aspecto do jardim Botto Machado. Campos pelados, não porque sejam prados de sequeiro, mas porque a Junta de Freguesia não tem competência para a sua manutenção, nem vontade.

Aspecto do velho choupo junto ao miradouro de Santa Luzia, Alfama, Podou-se o tronco principal, mutilando a árvore para sempre

Aqui está, em toda a sua bestialidade, o belo trabalho feito

Sabe-se que, em grande medida, são as Juntas de Freguesia quem manda na cidade. Ávidas de protagonismo, exigem(aceitam competências para as quais, manifestamente não estão preparadas.

A gestão do arvoredo é um caso emblemático desse zelo apostólico que tomou conta de tantos presidentes de Juntas. Em toda a cidade assistimos a acções de abate, de rolagens, de podas assassinas, de puro abandono e de fomento da incúria.

Algumas Juntas de Freguesia têm sido as grandes responsáveis pelo estado calamitoso em que se encontram vários jardins e zonas verdes da capital. A título de exemplo: Torel, Miradouro de S. Pedro de Alcântara, de Santa Catarina, da Praça da Alegria, do Príncipe Real, de Santos, 9 de Abril, da Graça, toda a Avenida da Liberdade, das Amoreiras, do Campo das Cebolas, Cesario Verde, Guerra Junqueiro, Rio de Janeiro, e mais um enorme etc.

Há, felizmente, exemplos de boas práticas,  Jardim da Parada é um deles.

O discurso é sempre o mesmo, falta de meios,. Mas nunca mencionam a falta de conhecimento e a incapacidade para assumir essas competências. Devolvam a gestão dos espaços verdes. Foi um erro essa transferência. Reconhecer um erro, é, infelizmente, uma qualidade que anda longe dos senhores autarcas. Por definição, um político não erra.


Entretanto o tempo urge para as árvores e espaços verdes da cidade.

(Para evitar uma onda de comentários deslocados, ressalvo o notável papel que as Juntas de Freguesia têm tido no domínio das denominadas "questões sociais", prestando apoio a famílias, colectividades, escolas, centros de dia, associações)

03/08/2016

Os jardins e a falta de senso


Actual aspecto do pequeno jardim fronteiro ao Largo Rodrigues de Freitas. É a confluência de quatro bairros históricos, Mouraria, Graça, Alfama e Castelo. Está neste estado há anos.  É um dos muitos que está na alçada das Juntas de Freguesia desde a transferência de Competências feita no âmbito de uma boa ideia - a reforma administrativa da cidade de Lisboa.

Numa altura em que se deveria ter aprovado o Regulamento Municipal para o Arvoredo em sede de Assembleia Municipal de Lisboa, os senhores presidentes optaram por nada votar e nada decidir, remetendo tudo para uma apreciação numa das muitas Comissões.

Perdeu-se a oportunidade de dar à cidade um instrumento essencial para que a arbitrariedade que tem pautado a actuação das juntas neste domínio cessasse.

Mas não foi isso que os senhores presidentes de Juntas, na sua esmagadora maioria, decidiram. Nas suas recentes e lustrosas competências, acharam que submeter a sua freguesia a qualquer coisa que os ultrapasse, neste caso a cidade e os seus espaços verdes, seria um atentado de lesa-majestade e que sairiam diminuídos de tamanha agressão à sua função de autarcas.  Tudo argumentos dignos de um folhetim que não tem lógica e revela uma atitude irresponsável.

Dizem, também, que é preciso sanar um jogo interpretativo das normas. Só que nesta guerra de comadres, criou-se um enorme e perigoso vazio jurídico. prejudicial para o arvoredo e para os espaços verdes no seu conjunto.

A AML prestou-se, mais uma vez, a esse exercício onde cabem todos os egos e nenhuma visão de cidade.

Há uma diferença entre descentralizar e não regulamentar. Lamentavelmente optou-se pela segunda.