15/02/2007

Um campo de tiro a chumbo em pleno Monsanto



Eu sei que a questão é polémica. Mas não é para isso que existe o debate, o diálogo, os direitos de os cidadãos se organizarem e manifestarem as suas razões?


Monsanto.


A mata verde. O Ambiente. Os equilíbrios ecológicos...

E depois, ali no meio, aquele campo de tiro.

Claro, tiro desportivo. Mas tiro.

Os associados do Clube não aceitam facilmente e fazem lóbi. E que lóbi, estão a imaginar?


Mas os cidadãos vão ficar-se? Os lisboetas, os habitantes dos arredores, os ecologistas?

A Quercus, já se mexe. A Plataforma por Monsanto também.

Os Serviços da CML já deram parecer negativo às propostas de emenda da parte do Clube.

O Pelouro do Ambiente, ao que se sabe, já deu um prazo para a desactivação do campo: três meses.


Lamento, mas o chumbo e o tiro não se coadunam com Monsanto, a mata.


Só há uma saída: a saída para outra parte, onde os impactos sejam menos agressivos para a zona envolvente. E, vá lá: os jeeps facilmente chegam a outro ponto qualquer do País.
A foto é do JN

Joalharia histórica da Cartier no Museu Gulbenkian

In Diário de Notícias (15/2/2007)
Maria João Pinto

«Pensada em 1973 com o intuito de documentar o legado da casa-mãe e de cumprir uma carreira de itinerância pelo mundo, a colecção de joalharia histórica da Cartier está em Lisboa para traçar O Percurso de um Estilo. Percurso balizado pelos anos de 1899 e 1949, numa selecção de mais de 230 peças adaptadas àquela que será a sua casa até 29 de Abril: a Galeria de Exposições Temporárias do Museu Gulbenkian.

Nesse conjunto, uma peça sobressai, por justamente estabelecer a ponte entre a colecção residente e a colecção que, a partir de hoje, poderá ser apreciada pelo público: o pendente 'Coluna Grega', executado em 1913 e posteriormente adquirido por Calouste Gulbenkian, de que a Cartier conservava o desenho preparatório e a base de moldagem em gesso, mas cuja peça final conhecia apenas através de fotografia.

Capa de catálogo, cabe-lhe também ser peça de abertura da exposição - após um primeiro núcleo documental versando os passos iniciais da casa joalheira e a sua ligação a Portugal, como uma das fornecedoras da Casa Real -, sinalizando, assim, um reencontro e uma redescoberta. Como lembrou Pierre Rainero, director de Património da Cartier, em visita de imprensa ontem realizada, "foi com particular emoção que (re)encontrámos esta peça na Fundação Gulbenkian".

Comissariada por Nuno Vassallo e Silva e por Maria Fernanda Passos Leite, Cartier 1899-1949. O Percurso de um Estilo faz desfilar jóias, mas também objectos decorativos e relojoaria, com especial realce para os "relógios misteriosos" cujos ponteiros, por ilusão de óptica, parecem operar sem ponto de fixação, recriando "o mistério do Tempo".

Nesta passagem por Lisboa, houve também a preocupação de encontrar pontos de contacto com motivos recorrentes na colecção residente. Neste caso, por via da escolha de joalharia inspirada nas artes egípcia, persa ou chinesa, em estreita ligação com a exposição permanente do museu. Paris, Tóquio, Nova Iorque, Londres, Chicago, Xangai, Berlim e Milão foram, desde 1989, algumas das escalas da Colecção Cartier. A próxima cumprir-se-á em Moscovo, no Museu do Kremlin


Mais uma excelente exposição em perspectiva, mais um exemplo do que a Gulbenkian pode fazer como verdadeiro ministério da cultura que sempre foi ... foi pena a extinção da companhia de bailado; irreversível?

Protesto à porta da Misericórdia. Concentração terminou com a entrega de uma moção ao director dos recurcos humanos

In Jornal de Notícias (15/2/2007)
Telma Roque e João Girão

«Várias dezenas de trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), afectos aos sindicatos da Função Pública do Sul e Açores e do Norte, estiveram ontem concentradas à porta da instituição, no Largo Trindade Coelho. Objectivo exigir férias em igualdade dos funcionários em contrato individual com os de vínculo público, melhores condições laborais e o reinício das negociações do Acordo de Empresa

Oposição acusa Carmona de atitude "eleitoralista".Carmona Rodrigues é acusado pela Oposição de estar a "tentar fugir para a frente"

In Jornal de Notícias (15/2/2007)
Ana Fonseca

«Mais "críticos, implacáveis e exigentes" os vereadores da Oposição consideraram ontem, depois da reunião do Executivo municipal lisboeta, que o presidente da Câmara está a "fugir para a frente", apresentando propostas "irrealistas e eleitoralistas". Dão como exemplo a proposta subscrita por Carmona Rodrigues, que apontava para a venda de 4000 fogos municipais devolutos a metade do preço de mercado, e de uma outra - que o edil promete apresentar em Março - que visa atribuir seguros de saúde a cada criança que nasça na capital.

O documento para venda ou arrendamento de casas devolutas, também subscrito pelo vice-presidente Fontão de Carvalho, acabou por ser aprovado por maioria, mas "limpo" de todos os pontos deliberativos. Foi apenas aprovada a criação de um grupo de trabalho que, num período de três meses, apresente uma proposta relativa ao património habitacional disperso orientada para a venda ou arrendamento

50 agentes da EMEL vão multar

In Jornal de Notícias (15/2/2007)

«A EMEL conta, a partir de segunda-feira, com 50 novos agentes que vão multar os carros mal estacionados junto a zonas com parquímetros, anunciou ontem a Câmara de Lisboa. "Os novos agentes são credenciados pela Direcção-Geral de Viação e vão começar a autuar as viaturas estacionadas em segunda fila ou em cima dos passeios nas áreas circundantes às zonas de estacionamento" de duração limitada, onde funcionam os parquímetros a EMEL, disse, à Lusa, fonte do gabinete da vereadora da Mobilidade, Marina Ferreira.

A medida faz parte das alterações dos estatutos da EMEL, aprovadas a 24 de Outubro pela Assembleia Municipal de Lisboa, que reforçam os poderes dos fiscais da empresa. A empresa de estacionamento tem um corpo de fiscais equiparado a agentes da autoridade, mas que apenas tinham autoridade para autuar nas zonas tarifadas da EMEL

Câmara retoma obras em S. Pedro de Alcântara. Jardim é um dos mais emblemáticos da cidade, oferecendo vista parorâmica aos turistas

In Jornal de Notícias (15/2/2007)
Telma Roque e Bruno Simões Castanheira

«As obras de requalificação do miradouro e jardim de S. Pedro de Alcântara, em Lisboa, suspensas desde o final do ano passado por falta de pagamento ao empreiteiro, vão ser retomadas "muito em breve", por forma a que os trabalhos terminem antes do Verão. Por concluir e depois de vários contratempos - a reabilitação deveria ter sido concluída em Novembro passado - , estão intervenções ao nível dos pavimentos, rede de rega e plantações no patamar inferior, com recurso a sebes de buxo anão e herbáceas.

O primeiro passo para desbloquear o impasse criado pelas dificuldades financeiras da autarquia foi dado ontem, na reunião do Executivo, com a aprovação, com o voto de qualidade do presidente, de uma proposta de alteração orçamental que inclui uma verba para assegurar a intervenção no jardim.
»

F-I-N-A-L-M-E-N-T-E!

3200 fogos municipais estão em risco de ruína

In Diário de Notícias (15/2/2007)
Susana Leitão

«A câmara aprovou ontem a constituição de um grupo de trabalho que tem três meses para elaborar um estudo sobre o património habitacional municipal. Em causa estão cerca de 4000 fogos que o executivo quer pôr no mercado a preços convidativos para jovens. Só que, segundo o vereador do Bloco de Esquerda, 80% destas habitações estão em muito mau estado e algumas mesmo em risco de ruína iminente.

Dos cerca de 4000 fogos municipais que Carmona Rodrigues pretende colocar à venda 50% abaixo do preço do mercado (ou 25% em caso de arrendamento), 3200 estão degradados e "há 70 casas em risco de ruína", disse ontem José Sá Fernandes, após a reunião de câmara. O vereador do BE garante a fiabilidade dos números, até porque lhe "foram cedidos pela direcção municipal de habitação".

A proposta, subscrita pelo presidente da autarquia lisboeta e pelo vice-presidente, Fontão de Carvalho, foi aprovada (com a abstenção do PCP) mas só depois de ser totalmente alterada. "O que ficou estabelecido foi que será constituído um grupo de trabalho que, num período de 90 dias, apresente uma proposta para ser novamente apresentada à autarquia, relativa ao património habitacional disperso" da câmara, explicou Dias Baptista, vereador do PS. Para Maria José Nogueira Pinto (CDS/ /PP) "são 4000 buracos mas que podem tornar-se numa excelente oportunidade"
(...)»

14/02/2007

EM DEMOLIÇÃO: moradia de Cassiano Branco


O património modernista português continua a ser destruído apesar de nunca se ter falado tanto de arquitectura em Portugal.

A obra do arquitecto Cassiano Branco (1897-1970) encontra-se muito ameaçada por intervenções urbanísticas que não salvaguardam os valores do património modernista.

Hoje, dia 15 de Fevereiro de 2007, ao passar na Avenida António José de Almeida reparei que uma das moradias modernistas (o número 14), projectada por Cassiano Branco em 1930, está a ser DEMOLIDA. Um facto que muito entristece - e revolta - qualquer cidadão consciente do valor do património arquitectónico moderno. Por uns meros metros, este imóvel não ficou dentro da Zona de Protecção do Instituto Nacional de Estatística (Em Vias de Classificação desde 2006-5-25).

Este lamentável caso prova que é urgente classificar aquele conjunto de moradias modernistas - único no país - onde existem imóveis tão significativos como a moradia do engenheiro Bellard da Fonseca (o número 20) projectada em 1930 pelo arquitecto Luís Cristino da Silva.

Que futuro para os mais notáveis prédios de rendimento projectados por Cassiano Branco em Lisboa? Avenida Defensores de Chaves, 27; Avenida Alvares Cabral, 46; Rua Nova de São Mamede, 7; Rua Padre António Vieira, 6. Nenhum deles se encontra ainda classificado...
FOTO: Arnaldo Madureira, 1967 (Arquivo Fotográfico da CML)


Faz agora 20 anos que o então presidente da CML, Nuno Abecasis, cedeu uma parte importante do Parque Eduardo VII a um clube de ténis privado, dando assim uma machadada fatal no maior parque do centro de Lisboa, já pouco apelativo por causa da alameda central, construída por causa da indecisão sobre o prolongamento da Avenida da Liberdade. A desertificação do parque deu origem a um mito recorrente, o da pouca apetência dos lisboetas por parques e jardins, que é facilmente desmentido pelo sucesso do parque da Gulbenkian, ali ao lado.

Em 1996, a concessão, que pelo acordo de 1998 deveria terminar em 2008, foi prolongada até 2026, pela câmara de coligação entre PS e PCP. Hoje, segundo o Público, a CML deverá ter aprovado o prolongamento da concessão por mais 50 anos! O argumento é o de que a empresa concessionária precisa de fazer obras de vulto, para as quais só poderá obter crédito se a concessão for prolongada por meio século.

A proposta deverá ainda ser aprovada pela Assembleia Municipal. Sugiro que a AM tome uma de duas atitudes: 1) revogar a concessão à empresa Clube VII, com base no testamento de José Maria Eugénio de Almeida, que no século XIX ofereceu à CML os terrenos onde está o parque na condição de que este fosse de usufruto público, e, já agora, remodele o parque, nomeadamente acabando com a alameda central, talvez repondo o projecto inicial de Miguel Ventura Terra; 2) já que as disposições testamentárias foram infringidas e o parque quase não é usado, que se vá até ao fim e se venda o parque a privados. Pelo menos deixamos de ter um parque que só fica bem nas fotografias aéreas e deixamos de nos preocupar com o assunto. E com isso talvez a CML recupere uma parte significativa dos 200 milhões de contos de passivo -- e não os tostõezitos que receberá com esta concessão. Por meia puta, mais vale puta a sério.

Pedro Ornelas

Para que serve uma classificação?


Não são caso raro, como sabemos, de edificado votado ao mais profundo desprezo. Mas são dos poucos casos em que uma classificação atendeu a valores de conjunto – fundamentais em património e, mais ainda, quando se fala de património urbano. Porém, e à parte breve menção em Diário da República, de muito pouco lhes tem valido essa “garantia” de protecção legal.

Declarado como Imóvel de Interesse Público em Dezembro de 1974 - a que se juntaria o estabelecimento, em 1996, de Zona Especial de Protecção -, o conjunto de três imóveis com os números 44 a 48 da Rua de Santa Marta está, há anos, no estado que a imagem documenta em parte.

Inteiramente devoluto um deles, os dois seguintes só não o estão ainda porque há comércio no piso térreo. Datado da transição dos séculos XVIII para XIX, embora com alterações posteriores, o conjunto prima, entre outros aspectos, pelo ritmo de composição das fachadas e pelo interesse de elementos decorativos como as belíssimas balaustradas cerâmicas que rematam a fachada de dois deles. Ou rematavam, dado que, no n.º 48, praticamente nada resta dela.

Onde estão ­– e onde estiveram ao longo destes anos ­- os proprietários destes imóveis? E onde estão – e onde estiveram - os serviços que, do Estado à autarquia, têm na salvaguarda do património a sua razão de ser e o dever de agir? A clássica janela deixada aberta num edifício que se esvaziou de vida não deixa lugar a grandes dúvidas sobre o real objectivo desse gesto, mas, mesmo na remota hipótese de os proprietários não terem meios para garantir a sua recuperação, onde estão os programas que, de forma expedita, os ajudem a fazê-lo de forma qualificada?

Aguardemos para ver o que, neste ponto particular e noutros, nos reserva a regulamentação da Lei de Bases do Património, de 2001, que, segundo a ministra da Cultura em recente audição no Parlamento, tem “três artigos” para publicação no actual trimestre, num conjunto de “cerca de mais 15” a conhecer até final do ano. Regulamentação que se aguarda há seis anos – bem mais na realidade, dado que a lei anterior, de 1985, nunca a conheceu - e que, muito provavelmente, surgirá tarde de mais para o frágil conjunto de edifícios de Santa Marta e para tantos outros por essa cidade fora.

Desceu dois lugares face a 2006: Lisboa na 29ª posição do ranking de escritórios mais caros do mundo

In Sol/Lusa (14/2/2007)

«Lisboa tem um custo total de ocupação (que compreende renda, condomínio, eventuais impostos e outros custos associados ao arrendamento) de 352,9 euros o metro quadrado por ano. No ranking global da edição deste ano do Office Space Across the World, a zona West End, em Londres, mantém a liderança, continuando a ser a localização mais cara do mundo, com um custo total de ocupação de 2.009 euros o metro quadrado

E nem assim nos deixam habitar a cidade.

Estações do metro metem água. Poças de água acumulam-se nas plataformas de espera do comboio

In Jornal de Notícias (14/2/2007)
José António Domingues
Mónica Costa

«Em plena tarde de Inverno, com as nuvens a prometerem água a qualquer instante, na estação do metro da Praça de Espanha chove como na rua. A água que pinga numa cadência rápida pelos fios da electricidade e lâmpadas termina numa poça que se forma na plataforma de embarque, no sentido Baixa-Chiado, obrigando os utentes a desviarem-se para não se molhar.(...)»

Pedrouços exclui ténis. Reconversão da zona ribeirinha incluirá prova náutica deixando de fora o torneio de ténis

In Jornal de Notícias (14/2/2007)

«O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, congratulou-se ontem com a manutenção do Estoril Open em ténis no concelho, depois de a Administração do Porto de Lisboa (APL) ter desistido de o incluir no projecto de reconversão de Pedrouços. "Só posso manifestar a minha satisfação pelo facto de a APL ter levado em conta a Oposição de Oeiras", disse o autarca.

O presidente da APL disse ontem à Lusa que a reconversão da zona ribeirinha de Pedrouços - que inclui instalações para a prova náutica World Sailing League - exclui as infra-estruturas para o Estoril Open em ténis, um projecto do empresário João Lagos. Segundo Manuel Frasquilho, a inclusão das infra-estruturas para o Estoril Open no projecto foi inviabilizada pela oposição do município de Oeiras e pelo facto de os terrenos necessários serem domínio público marítimo.

(...) O director do Estoril Open, João Lagos, que recebeu com tristeza a notícia, rejeita, no entanto, liminarmente a alternativa para a Barcarena. "Não associo o meu nome a disparates" disse, acrescentando em tom irónico "Se dependesse só de mim, já havia uma solução. Neste momento, não tenho qualquer alternativa, mas quem sabe dentro de 15 dias...".

João Lagos frisou ainda que "a zona ribeirinha de Pedrouços era maravilhosa e proporcionaria a Portugal um dos melhores e mais bonitos complexos de ténis do Mundo".»

Carmona quer pagar seguro de saúde a crianças lisboetas

In Diário de Notícias (14/2/2007)
Susana Leitão

«A Câmara Municipal de Lisboa (CML) quer atribuir um seguro de saúde a cada criança que nasça na capital e cujos pais sejam residentes em Lisboa. As despesas serão totalmente pagas pela autarquia, explicou Carmona Rodrigues ao DN. A proposta será apresentada à vereação na primeira reunião de câmara de Março. Em caso de aprovação a medida será válida para todas as crianças nascidas a partir do dia 1 de Janeiro de 2008. (...)»

Câmara deu mais três meses ao clube de tiro de Monsanto

In Diário de Notícias (14/2/2007)
Marina Almeida

«A Câmara Municipal de Lisboa (CML) deu ontem um novo prazo ao Clube de Tiro de Monsanto, a funcionar em pleno parque florestal. Caso não sejam apresentadas novas propostas consideradas viáveis pela autarquia, o equipamento tem que fechar as portas dentro de três meses. Os ambientalistas consideram que a autarquia tarda em tomar uma "atitude corajosa."

Contactado pelo DN, o gabinete do vereador responsável pelos Espaços Verdes, António Prôa, fez saber que em Setembro passado, o Clube de Tiro de Monsanto apresentou um "estudo de incidência ambiental" para o equipamento que não foi aprovado na totalidade. Esta proposta surgiu depois da denúncia, por parte da autarquia, em Agosto, do contrato de concessão do espaço - cujo prazo terminou ontem - e do interesse do clube em permanecer no local onde está desde 1963


Esta é uma BOA notícia para Lisboa e para os lisboetas. E uma bela de uma vitória da cidadania, desde a Plataforma por Monsanto à posição comum, Fórum Cidadania Lx-Quercus-Lisboa Verde. Aguardemos por novos desenvolvimentos.

13/02/2007

Carmona enfrenta oposição após discurso controverso

In Diário de Notícias (13/2/2007)
Susana Leitão

«Carmona Rodrigues enfrenta amanhã, pela primeira vez, a oposição camarária depois do aceso discurso proferido na passada terça- -feira na assembleia municipal. Recorde-se que na altura toda a vereação se manifestou indignada com algumas das afirmações do presidente da autarquia lisboeta, acusando-o de ter sido "desleal" e de "faltar à verdade". Amanhã, em reunião de câmara, Carmona terá pela frente um novo desafio, até porque os vereadores do PS, CDS/PP e Bloco de Esquerda já avisaram: "Se havia poucas condições [de governabilidade], agora há menos."

Amanhã, o presidente leva a debate uma proposta que herdou do pelouro de Urbanismo, agora sob a sua tutela. O documento, cuja discussão foi adiada na última sessão camarária (dia 31 de Janeiro) a pedido do PS e do Bloco de Esquerda, propõe a "adopção pelo município de um conjunto de medidas imediatas conducentes à oferta de habitação acessível a todos os estratos socioeconómicos". (...) Fora desta ordem de trabalhos ficou a proposta relativa aos planos de pormenor para os bairros da Serafina e da Liberdade, também adiada na última sessão camarária

12/02/2007

“Uma Casa Portuguesa”, com certeza, em pleno Chiado

In Notícias da Manhã (12/2/2007)
Miguel Durão

«Um trabalho de pesquisa sobre produtos antigos portugueses foi o mote para criar a loja “Uma Casa Portuguesa (desde sempre)”. “Produtos que resistem cerca de cem anos, são produtos difíceis de serem maus”, aludiu Catarina Portas, proprietária da loja situada na Rua Anchieta, 11 (a seguir à Livraria Bertrand), no Chiado.
“Não me apetecia continuar a ver estes produtos a desaparecer e por isso tive a ideia de criar a loja. Propus a ideia a uma sócia e arrancámos com o projecto em Dezembro de 2004”, historiou a dona da loja.
No início da actividade, começaram por vender para o estrangeiro, inclusive para Banguecoque. Só depois se abriram ao mercado nacional. “Há muita gente que acha que este é um projecto saudosista, mas não é. Trata-se antes de um projecto de identidade”, salientou Catarina Portas


Um projecto bem engraçado e a acarinhar, numa loja tão fabulosa quanto escondida. Que o projecto continue a ter sucesso, e que o espaço não seja desvirtuado por causa das obras no prédio. Oxalá!!

Lançamento de «Em Volta da Torre de Belém»

Comentário ao facto do dia:

In Lusa (12/2/2007)

«A clínica espanhola dos Arcos, que se dedica à interrupção voluntária da gravidez (IVG), abre em Março uma unidade no centro de Lisboa, próximo da Avenida da Liberdade, disse hoje à agência Lusa a directora da clínica.»

Requerimento Presidente da ACA-M à CML

Exmo. Senhor
Eng. António Carmona Rodrigues
Presidente da
Câmara Municipal de Lisboa
Praça do Município
1149-014 Lisboa


Exmo. Senhor,

Dirigi-me à presidência da CML em 28 de Janeiro de 2003 (documento abaixo), propondo o alargamento dos passeios em torno dos jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, para melhorar os acessos àquele importante equipamento cultural da cidade de Lisboa, não tendo obtido então qualquer resposta.

Venho agora renovar esse pedido, e também requerer que o acesso pelo Largo Azeredo Perdigão, nomeadamente a travessia pedonal no início da Av. Marquês da Bandeira seja completamente reformulada, para eliminar os vários problemas que evidencia, e que surgem exemplificados nas fotografias que junto.

Em particular, merecem referência os seguintes problemas:

- Ausência de sincronização da semaforização para peões, na travessia das vias de sentido contrário.

- Não coincidência espacial entre as passadeiras do sentido descendente e ascendente

- Obstáculos perigosos na estreita ilha-placa central

- Estacionamento recorrente de automóveis sobre a passadeira

Aguardando deferimento, envio os melhores cumprimentos

Manuel João Ramos

Baixa Pombalina, que soluções à vista (II)?

In Público (11/2/2007)
Por Filipe Lopes

Nova proposta para Pedrouços

In Jonrnal de Notícias (11/2/2007)
José António Domingues

«Zona ribeirinha de Algés está há anos à espera de um plano de recuperação, que tarda em ter consenso

Dois estádios, dois hotéis, uma marina, habitação e espaços verdes fazem parte de um novo projecto proposto para a zona ribeirinha de Pedrouços, concebido pela Contacto Atlântico, o mesmo ateliê a que pertence o arquitecto André Caiado, antigo responsável pelo projecto de reconversão daquela zona no âmbito da candidatura portuguesa à realização da Taça América em vela, que decorrerá em Junho, em Valência (Espanha)

Longa paixão por bonecas alimenta futuro museu. Inauguração será no dia 8 de Maio

In Jornal de Notícias (12/2/2007)
Helena Simão

«Rosa Vieira esteve muito doente há cinco anos e, na altura, diz que as suas "meninas" foram uma espécie de tábua de salvação na boneca oferecida pelo pai, aos 7 anos, foi determinante para o rumo que a vida de Rosa Vieira tomou. Desde então, a paixão por estes brinquedos ganhou contornos de dimensões inesperadas. A tal ponto que as divisões de sua casa, em Vila Moreira, Alcanena, são pequenas para tantos exemplares, de vários materiais, tamanhos e as mais diversas origens. As cerca de três mil bonecas de Rosa Vieira vão, em breve, mudar-se para o antigo jardim-escola da vila, uma iniciativa camarária que deverá designar-se "Hospital de Bonecas".»

Milhares de passagem e apenas 366 recenseados

In Diário de Notícias (11/2/2007)
Marina Almeida
Tiago Lourenço (imagem)

«Tal como os homens, que não se medem aos palmos, também as freguesias não se medem aos hectares", escreve Joaquim Guerra de Sousa, presidente da Junta de Mártires no site respectivo. A freguesia a que pertence metade do passeio da Rua Garrett (a outra metade é do Sacramento e a divisão alinha com a esplanada da Brasileira), abraça o teatros São Carlos e São Luiz, o Centro Nacional de Cultura, e tomba depois até à Rua do Arsenal, é a mais pequena de Lisboa. Estão recenseados 366 eleitores. Mas a realidade é que os dias e as noites trazem milhares à freguesia. "Durante o dia temos uma população superior a muitos concelhos do interior", diz o autarca.

Estima-se que 30 mil trabalhem na zona, já a oferta cultural cativa outros milhares. Por isso, Joaquim Guerra de Sousa contesta a intenção do "Governo socialista" de extinguir a freguesia na anunciada reforma administrativa. "Quando actuamos não é só para 300 pessoas", sublinha, lembrando os números: nove milhões passam por ano nos Armazéns do Chiado, 200 mil circulam diariamente na Baixa-Chiado. O autarca vai lançando os números mas, de quando em vez, o seu discurso volta a esbarrar no problema. Os Mártires terão, enquanto freguesia, os dias contados - a par, aliás, da vizinha Sacramento, ambas com menos de mil eleitores.
»

09/02/2007

Não é cá, mas podia ser

Não é cá, mas podia ser e só teríamos a ganhar com uma iniciativa similar, encarando finalmente o problema de frente. Orgão consultivo do governo britânico para as áreas da Arquitectura e do Urbanismo, a CABE - Comission for Architecture and the Built Environment tem em curso, desde 2006, uma campanha destinada a identificar os edifícios e espaços públicos mais deprimentes de Inglaterra. Ao abrigo da campanha, cujos resultados estão a ser divulgados online, os cidadãos foram convidados a enviar exemplos muito concretos, em imagem e texto, de uma realidade que conhecem melhor que ninguém.
Lembra a CABE no seu site que "os pesados custos sociais, económicos e ambientais” decorrentes da má arquitectura e do mau construir “são quase sempre descurados por quem tem responsabilidade decisória”. E porquê? Desde logo porque os custos dessa perda de qualidade de vida “simplesmente não são pagos por si”, mas por quem vive e/ou trabalha nesses edifícios e/ou nesses lugares. No nosso caso, em que edifícios e espaços públicos assustadores se multiplicam sem cessar, o mesmo se aplica a 100%.
Agregado a esta campanha, a CABE tem também online um estudo que desenvolveu e cujo ponto de partida é exactamente o mesmo: “Todos nós conhecemos edifícios que detestamos, lugares que nos deprimem e outros onde [igualmente] mandaríamos entrar os bulldozers. Por que razão, então, se continua a insistir no erro?”. O estudo chama-se The Cost of Bad Design e deveria constituir leitura obrigatória para os nossos decisores – operem eles no plano técnico, no plano administrativo ou no plano político, no conforto dos seus gabinetes.

Facilitar a vida às pessoas

Publiquei este post há uns meses no Arcádia, mas julgo que o mesmo se mantém actual:
Em tempo de apresentação de propostas caríssimas para a revitalização da Baixa de Lisboa (já só falta propor um subsídio de penosidade para atrair novos habitantes...), José Tudella, no Público de 22 de Outubro apresenta algumas ideias, simples e baratas, como:
"um funicular [1] moderno, executado sem necessidade de demolições nem cortes de vias, panorâmico, mas sem ofensas paisagísticas (fálicas ou outras quaisquer) desenvolvendo-se na encosta poente da colina do castelo, desde a Rua dos Fanqueiros até à de S.ª Cruz do Castelo, junto à porta de entrada do recinto amuralhado. O tempo de percurso, tal como no elevador da Glória, seria de um minuto e meio, feito numa cabine confortável e ao abrigo das intempéries. Se tivesse uma paragem a meio do percurso, junto à Rua da Costa do Castelo, poderia considerar-se um mini-metropolitano de encosta, idêntico ao de Lausanne. Trepando desde o lago até ao centro urbano num plano inclinado, tem uma paragem a meia encosta para serventia da estação central ferroviária."

"No sentido de facilitar e ampliar o número de acessos mecânicos directos à Baixa, ligando-a directamente aos cumes envolventes, teria ficado bem ao plano introduzir a proposta de montar um teleférico [2] directo entre a Rua Damasceno Monteiro e o sítio de Martim Moniz, junto a uma das bocas de entrada para o metropolitano aí existentes. Esse confortável e panorâmico meio de transporte rápido e directo, de uso comum diário e também turístico, seria também de execução fácil, baixo custo, ausência de demolições, tempo mínimo de percurso e ligação directa entre a Graça e não apenas a Baixa - carenciadíssima de acessibilidades - como também a rede fundamental dos transportes urbanos de Lisboa. A Graça agradeceria... e a Baixa também. "
São duas ideias singelas que, executadas, proporcionariam uma melhoria no quotidiano das pessoas que vivem na Baixa e nas colinas circundantes, funcionando também como infra-estruturas importantes de apoio aos turistas que nos visitam. Além destas duas ideias, julgo que seria interessante pensar também em soluções [3] semelhantes para a encosta nascente do Castelo, ligando-a à beira rio, onde vai ser criado o cais para navios de Cruzeiro, e também ligando a beira-rio aos Panteões, Nacional e Real.
Uma outra ideia seria ligar da mesma forma [4] a Praça Afonso de Albuquerque (onde está o Palácio de Belém) ao Palácio da Ajuda e aos miradouros de Monsanto: uma vez mais beneficiariam os residentes e os turistas.

Comentário ao facto do dia:

Ainda faltam 50 dias para o 1 de Abril, não faltam? E o Carnaval, vem antes ou depois do Dia das Mentiras?

Socialistas ameaçam pedir eleições

In Jornal de Notícias (9/2/2007)

«O líder da concelhia socialista da capital, Miguel Coelho, desafiou ontem o Executivo laranja, a apresentar um plano para a cidade até dia 27, data em que a Assembleia Municipal de Lisboa (AML) volta a reunir. Caso contrário, pedirá eleições intercalares.

Em declarações à agência Lusa, Miguel Coelho refere que apelou durante a reunião da AML, da passada terça-feira, ao presidente da Câmara de Lisboa, Carmona Rodrigues, que apresentasse soluções e que o autarca "não deu respostas" sobre a governação do Município

Roubo de obras de Cruzeiro Seixas põe 'trancas' na BN

In Diário de Notícias (9/2/2007)
Leonor Figueiredo e Eurico de Barros

«O furto de 35 obras de Cruzeiro Seixas que se encontravam nas reservas da Biblioteca Nacional (BN), descoberto por acaso em Junho de 2005, levou ao início da implementação de um sistema de segurança moderno. Os documentos iconográficos roubados faziam parte do espólio doado à BN pelo pintor e ilustrador, hoje com 86 anos, que fez parte do Grupo Surrealista de Lisboa. (...)

Investigação inconclusiva
Antes disso, fora o jurista da BN, Paulo Aragão, quem conduzira a investigação interna. "A falta foi detectada no seguimento de alguns pedidos para consulta", explica o jurista ao DN. "Recolhi a informação, todos os percursos foram ana-lisados. Não encontrámos qualquer indício, nem de dentro nem de fo- ra da biblioteca", adianta o jurista.»

Autarquia quer atrair famílias para Lisboa

In Diário de Notícias (9/2/2007)
Susana Leitão

«"O objectivo é atrair novas famílias para a cidade de Lisboa", explicou ontem ao DN Sérgio Lipari, responsável pelo pelouro da Habitação Social na Câmara de Lisboa após o sorteio de 18 casas no Casalinho da Ajuda. A sorte não chegou a todos e o desânimo de uns foi a alegria de outros. "Prefiro não falar, como deve calcular acabei de perder e portanto não tenho muito a dizer", disse um dos muitos candidatos a uma casa naquela zona da cidade.

A tômbola, que desta vez foi substituída por um computador, atribuiu nove T2 e nove T3, todos com garagem e arrecadação e "com uma vista fantástica para o Tejo", frisou o vereador Sérgio Lipari. Ao concurso candidataram--se no total 458 pessoas, mas apenas 337 processos foram aceites. Até porque só puderam participar jovens até aos 36 anos que trabalhem ou residam em Lisboa, mas que não tenham habitação própria no concelho.
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08/02/2007

Seguro ‘falado’ em Lisboa

In Expresso Online (8/2/2007)
Nuno Saraiva

«O nome do deputado socialista é bem-visto pela Concelhia de Lisboa caso sejam convocadas eleições intercalares.

Em declarações ao Expresso, o deputado socialista não fecha a porta a uma eventual candidatura. “Essa é uma decisão que cabe aos órgãos próprios do partido”, afirmou Seguro. Uma declaração que, sabe o Expresso, foi bem acolhida pela Concelhia de Lisboa do PS, onde há mesmo quem veja em António José Seguro a única possibilidade séria de protagonizar uma candidatura ganhadora à câmara da capital
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Produtora Utopia tem direitos de utilização: Teatro Variedades do Parque Mayer reabre em Maio de 2008

In Público/Lusa (8/2/2007)

«O Teatro Variedades, no Parque Mayer, em Lisboa, vai ter uma programação regular a partir de Maio de 2008, desenvolvida por uma produtora privada, que assegurará também a reabilitação do espaço, anunciou hoje o vereador da Cultura, José Amaral Lopes. A produtora Utopia ficará com os direitos de utilização do Variedades durante quatro anos, no âmbito de um protocolo com a empresa municipal de gestão de equipamentos culturais (EGEAC).»

Alienações e alienados

Aqui há uns anos, um Diário da República publicava discretamente uma disposição oficial, julgo que um Despacho, que lançava em hasta pública uma dúzia de terrenos e edifícios, propriedade do Estado, em concreto das Forças Armadas. Eram quartéis, campos de treino, garagens, etc, coisas já sem interesse para os então proprietários.

O referido despacho era assinado por um alto responsável militar. O que é curioso é que o referido diploma impunha expressamente, nas condições da hasta pública, o uso futuro. Os bens assim adquiridos seriam obrigatoriamente destinados a equipamentos.

No cumprimento de responsabilidades públicas no Município de Lisboa e tendo que ter em atenção aquela disposição legal, ao ler tal condicionante, admirado e satisfeito coloquei mentalmente uma condecoração na lapela de inspirado e consciente oficial.

Afinal não era só vender ao desbarato os bens do Estado. Ainda havia alguém que, por entre os pingos da chuva, quiçá clandestinamente, tentava minimizar o erro: “ao menos que isto sirva para o bem comum e não para engordar mais um”.

Com o passar dos anos pude verificar que aquele despacho não fez escola. As alienações continuaram sem que nenhuma delas (pelo menos as de que tive conhecimento) exigissem qualquer contrapartida idêntica. Surge agora mais um pacote de alienações de edifícios para Lisboa, já com alguma importância, incluindo equipamentos de primeira ordem. A seu propósito, faria alguns comentários.

O primeiro comentário vai para a forma de “valorizar” o terreno. Para justificar a alienação afirma-se que o terreno já não interessa ao Estado, que não tem qualquer valor do ponto de vista de aproveitamento urbano, que a construção ou o seu uso não podem ser alterados, etc. Ou seja, começa-se à partida por desvalorizar um bem que se quer vender pelo melhor preço! Ingenuidade? Incompetência? Então?

Vejamos como vai decorrer a história. Começa pela compra por um particular (benemérito, claro, pois então o terreno não vale nada e mesmo assim ele compra-o!), por um valor baixinho. Depois vão decorrer uns anos para a massa ficar a levedar, isto é, a valorizar ( e também para o assunto se varrer das memórias). Eis senão quando, um belo dia, começa (de mansinho, pois então) a sair do forno um belo (é sempre belo) empreendimento, exactamente no mesmo local que, no passado o Estado (o Estado não, um Sr. Ministro) declarara que não ter qualquer valor. Milagre da multiplicação dos pães? Magia? Como foi possível?

Vejamos como, através de umas simples perguntas e respostas.

Quem define os usos e as grandes alterações de uso de um determinado terreno? É o município através de plano director, plano de urbanização ou plano de pormenor. Sempre com parecer obrigatório do poder central. Mas é também o poder central através de uma proposta de alteração, a publicar em DL e em concertação com o município respectivo. Qualquer destes procedimentos impõe a discussão pública. Portanto o Estado dispõe dos mecanismos necessários para alterar uma situação que diz não lhe servir. Alteração essa que pode ser agora ou quando o terreno estiver na posse do novo proprietário.

Para terminar julgo que mesmo sem grandes aparatos nada impede que através de consultas informais se possam atingir objetivos mais democráticos. Como por exemplo: a consulta aos municipes sobre o que gostariam de ver no local; o levantamento das Juntas de Freguesia sobre as carências em equipamentos e outros usos para a zona; concursos de idéias abertos a técnicos e artistas para novos projectos com interesse relevante para a cidade.

Numa altura em que decorre a revisão do PDM de Lisboa, seria interessante saber quais foram as informações que os serviços do Estado deram à Câmara relativas a esses terrenos. É para as considerar ou não que servem as alterações aos planos.

Concluindo. Se houver boa fé e admitindo que um bem deve mesmo ser alienado, o princípio geral a atender deve ser este: nenhum imóvel ou terreno deve ser vendido sem que previamente se saiba o que se pode fazer nesse local. E mais: que essa condição conste da hasta pública. E mais: não sendo cumprida a condição, o bem reverte para o Estado ou passa para outro concorrente.

Tudo aberto e ás claras. É que, tal como as pessoas, os bens alienados também ficam por aí meio expectantes...

Guilherme Alves Coelho (Arq.)

Parque da Bela Vista / Esclarecimento do Gabinete do Vereador António Prôa:

Acerca deste post, recebemos o seguinte esclarecimento:

«Gostaríamos de começar por agradecer a preocupação demonstrada com os espaços verdes da Cidade, no caso concreto do parque da Bela Vista.

Contudo é imperioso referir que a comparação feita, não corresponde à verdade, nem é séria. Vejamos:

As fotografias ilustram a Zona Central do Parque da Belavista. Pode ler-se na fotografia do lado esquerdo P. da Belavista DEPOIS do Rock in Rio. Ora, como se torna evidente após um olhar cuidado, a fotografia não foi tirada DEPOIS mas sim DURANTE. De facto, constata-se a existência das tendas assim como o palco. Quanto à foto do lado direito “ANTES “, o que se pode deduzir é que no momento em que foi tirada não ocorria nenhum evento.

Por outro lado, e relativamente à diferente tonalidade entre ambas as fotografias, importa referir que, sendo o revestimento vegetal do Parque da Bela Vista um prado de sequeiro, a tonalidade do mesmo revestimento no final da Primavera/ Verão (foto da esquerda) é amarela/acastanhada, sendo que no Outono / Inverno a mesma fica esverdeada (foto do lado direito). Este facto poderá ser confirmado no decorrer deste ano pois que estando com uma tonalidade esverdeada nesta altura, quando chegarmos ao Verão a mesma ficará, de forma natural, com um tom amarelado/acastanhado.

Aproveitamos ainda a oportunidade para informar que, para a última edição do Rock in Rio a Câmara Municipal de Lisboa, procurando minimizar os efeitos da realização de um grande evento no Parque da Bela Vista, estipulou um conjunto de regras de utilização que, tendo sido respeitadas pela organização, em muito minoraram esses mesmos efeitos.

Agradecemos, e, se nos permitem, incentivamos, todos os comentários e sugestões que, de forma séria, contribuam para uma melhoria da nossa Cidade.

Com os melhores cumprimentos.

Gabinete do Vereador António Prôa
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Mais um prédio das Avenidas Novas com risco de queda de materiais

In Público (8/2/2007)

«O largo passeio junto ao número 3 da Av. Miguel Bombarda, uma artéria central da capital, está praticamente interdito à circulação dos peões desde o início de Janeiro. A razão é simples e infelizmente demasiado comum em Lisboa: o risco iminente de queda de materiais do edifício levou o Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSBL) a criar um perímetro de segurança em seu redor, de forma a garantir a integridade física de quem por ali passa. É por isso que o prédio de quatro andares está há mais de um mês rodeado por fitas e grades dos bombeiros, que ninguém sabe quando poderão sair do local, devolvendo por fim o passeio aos peões. O comandante do RSBL é o primeiro a salientar que a situação não é inédita na cidade, acrescentando que a zona das Avenidas Novas, em que se integra a Av. Miguel Bombarda, é aliás uma das mais atingidas por este flagelo. Neste caso concreto, explica o major Carlos Fernandes, o edifício "não oferece risco de derrocada", embora exista o "risco iminente" de queda de materiais. Segundo o comandante, o número 3 daquela avenida "manifesta alguns indicadores de fadiga" e a sua "estrutura necessita de ser intervencionada". A situação precária deste prédio foi desde logo comunicada pelos bombeiros ao departamento de conservação de edifícios particulares da câmara, a quem competirá desenvolver o processo de intimação do proprietário para efectuar obras de conservação do edifício ou para efectuar a sua demolição. A assessora de imprensa do vereador do Urbanismo, e presidente da autarquia, adiantou que "já foram desencadeados pelos serviços competentes da CML os procedimentos para a realização de uma vistoria ao imóvel". Inês Boaventura»

PJ de Lisboa prendeu 272 indivíduos em 2006 por roubos violentos

In Público (8/2/2007)
Tânia Laranjo

«Em Janeiro foram já detidas 31 pessoas por assaltos à mão armada e cerca de um terço são estrangeiros

A directoria de Lisboa da Polícia Judiciária deteve o ano passado 272 indivíduos por assaltos à mão armada. Os números mostram um aumento da operacionalidade daquela estrutura policial, que conseguiu registar um crescimento de cinco por cento do número de detenções relativamente ao ano de 2005 (tinham sido detidas, em igual período de tempo, 263 indivíduos).
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Câmara de Lisboa reconhece problemas com o lixo e os espaços públicos

In Público (8/2/2007)
Ana Henriques

«Quer Pedro Feist, quer António Proa se escusaram a prestar declarações sobre os reparos de Marina Ferreira, que diz agora que o primeiro "fez grandes melhorias na recolha selectiva de lixo" e recorda que o segundo apresentou recentemente um plano para melhorar os espaços públicos da cidade.»

Obras de expansão da Portela avançam na próxima semana

In Jornal de Notícias (8/2/2008)
João Girão
Fátima Mariano

«Aeroporto irá ser alvo de obras no valor de 380 milhões de euros

As obras de construção do Terminal 2 do Aeroporto de Lisboa - previstas no âmbito do plano de expansão - começam na próxima semana e têm um prazo de execução de seis meses. Orçada em cerca de 18 milhões de euros, esta empreitada "provavelmente não seria lançada" se a data de inauguração do aeroporto da Ota não tivesse sido adiada de 2012 para 2017, referiu, ontem, aos jornalistas, o subdirector do Aeroporto de Lisboa.»

Comentário ao facto do dia:

A notícia de «Maitê Proença e 18 personagens no Cinema São Jorge» (in Público) só poderá surpreender quem não saiba que não existe qualquer política cultural na CML, e quem não queira reconhecer que a Avenida pertence a espanhóis e a brasileiros.

Estalou o verniz entre maioria PSD e Oposição

In Jornal de Notícias (8/2/2007)
José António Domingues, Ana Fonseca e Mónica Costa

«Carmona é criticado por ter acusado a Oposição de "truques antidemocráticos" e por ter dito "mentiras"

A intervenção do presidente da Câmara de Lisboa, Carmona Rodrigues, na Assembleia Municipal, terça-feira, fez a Oposição perder a paciência. Todas as forças políticas admitiram, ontem, ao JN, que o discurso do presidente da Câmara quebrou o clima de contenção para o qual o próprio tinha apelado

Viver sem vizinhos num prédio de Lisboa

In Diário de Notícias (8/2/2007)
Kátia Catulo
Pedro Saraiva (imagem)

«Quase sempre é Bento que adormece primeiro, enquanto Albertina fica às voltas na cama. Tenta escutar se ainda há eléctricos nas ruas da Baixa, mas o centro de Lisboa dorme mais cedo que o marido dela. "Às vezes deixo-me ficar muito quieta para ver se consigo ouvir as pessoas da Pensão Prata", confidencia a pensionista de 81 anos. O burburinho do terceiro piso ajuda-a a encontrar-se com o sono. O casal Rodrigues já teve a casa cheia de sogros, genros e irmãos, mas nunca soube o que são vizinhos. Sempre foram os únicos inquilinos de um dos edifícios da Rua da Conceição.

No 3.º andar está instalada a casa de hóspedes, que, no entanto, tem entrada pela Rua da Prata; o piso de baixo serve de armazém e o primeiro nunca foi habitado. É Bento, portanto, o porteiro de um prédio que só tem o último apartamento ocupado. "Limpo as escadas do meu piso e deito o lixo no contentor da porta ao lado", explica o sapateiro reformado.

Ao fim de 50 anos, há indícios de que o 1.º piso venha a ser arrendado em breve. "Estão lá uns quantos homens a martelar e a furar paredes", conta Albertina. A viver há tanto tempo sozinhos, ambos têm agora receio de não conseguirem habituar-se aos novos vizinhos. "Nunca fui pessoa de me meter na casa dos outros", avisa Albertina. Mas que era bom ter alguém a quem pedir ajuda em caso de aflição, "isso era".
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Aviso de Cavaco leva Governo a pedir novo estudo sobre Ota

In Jornal de Notícias (8/2/2007)
Bruno Simões Castanheira
David Dinis

«O Governo resolveu encomendar, em Dezembro, um novo estudo sobre o aeroporto da Ota, desta vez para fazer uma análise sobre o custo/benefício da obra. A informação foi confirmada ao JN pelo ministério das Obras Públicas e dá seguimento a um pedido que foi formulado por Cavaco Silva, durante a campanha presidencial de há um ano. »

07/02/2007

Redistribuições malandras

Conforme é habitual em Portugal é difícil esperar que, mesmo quando a lei assim o determina, os lucros do exercício de determinado serviço público revertam para a melhoria desse mesmo serviço. Até porque, antes que sejam considerados lucros disponíveis e tenham mesmo de ser aplicados no bem público, outros valores mais altos sempre se erguem...
O caso do estacionamento em Lisboa é gritante: a Polícia Municipal e a Emel não parecem ter qualquer necessidade de o fazer. Recentemente até, a CML abdicou de uma parte dos lucros que lhe competiriam na Emel e preferiu admitir a hipótese de redistribuir 15% desses lucros pelos trabalhadores da empresa. É tudo a engordar à custa dos dinheiros públicos!

Desenvolvimento Sustentável Local

A SEDES vai realizar no próximo dia 8 de Fevereiro, às 21h 15m, na sede da Associação, na Rua Duque de Palmela nº 2 – 4º Dtº, em Lisboa, uma Conferência subordinada ao tema “Um Instrumento para o Desenvolvimento Sustentável Local – Perspectivas sobre a Agenda 21 Local”, tendo como oradores o Professor João Farinha, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e a Drª Teresa Craveiro, responsável pelo Departamento de Estratégia da Câmara Municipal de Lisboa.

Observatório de Segurança das Estradas e Cidades: Curvas perigosas do Eixo Norte-Sul motivam queixa-crime à PGR

In Público online/Lusa (7/2/2007)

«A existência de curvas perigosas no Eixo Norte-Sul, em Lisboa, é um dos argumentos do Observatório de Segurança das Estradas e Cidades na queixa-crime que vai apresentar hoje na Procuradoria-Geral da República, já contestada pela Direcção-Geral de Viação.

Um dos "pontos negros" identificados pelo Observatório de Segurança e das Cidades no Eixo Norte-Sul situa-se no trecho imediatamente antes do Aqueduto das Águas Livres, onde uma sucessão de lombas esconde uma curva apertada.

Para o presidente do Observatório de Segurança das Estradas e Cidades (OSEC), o engenheiro Francisco Salpico, este troço "é uma armadilha" para os milhares de carros que passam todos os dias por ali a caminho da Ponte 25 de Abril ou de Alcântara. (...)

Túnel do Marquês abre incompleto em Abril

In Sol/Lusa (7/2/2007)

«A vereadora da Mobilidade na Câmara de Lisboa reiterou hoje que o Túnel do Marquês abrirá em Abril, à excepção de um troço de cem metros, devido à necessidade de reforço do túnel do metro

Em declarações num debate no Rádio clube Português entre vereadores de todas as forças políticas na Câmara Municipal de Lisboa, a vereadora Marina Ferreira (PSD) reafirmou que o túnel abrirá em Abril, uma informação avançada terça-feira pelo presidente da autarquia, Carmona Rodrigues
. (...)»

Registe-se a extremo irritação de M.J.Nogueira Pinto no referido debate.

Troca de emails sobre estado do passeio na Calçada Marquês de Tancos:


Exma Sra Engª. Carmen Antunes,

Em Novembro passado enviei-lhe o e-mail em anexo com alguma sugestões para a solução dos problemas ainda existentes no bairro do castelo em termos de circulação e estacionamento.
Dado que o problema do estacionamento sobre os passeios no Largo dos Lóios, no lado esquerdo da rua de Santiago e no lado esquerdo do final da Rua da Saudade (junto do Teatro Romano) não foi solucionado, acresce agora a este problema o facto de muitos dos passeios - reparados em Outubro! - estarem novamente esventrados e em processo de muito rápida desintegração.
Os esforços frequentemente inglórios envidados em reparações deste tipo levam-me a pensar que o dinheiro recentemente gasto pela CML num monumento ao calceteiro situado na Baixa talvez tivesse sido mais bem empregue e constituísse melhor homenagem a estes árduos trabalhadores se tivesse sido destinado à colocação de pilaretes nos passeios, a única forma eficaz e definitiva de se proteger este património que todos admiram mas ninguém parece interessado em proteger.

Atentamente

Luís Pedro Correia

PS: Talvez não fosse má ideia começar-se pela Calçada do Marquês de Tancos, cujos passeios se encontram hoje no estado que a foto anexa documenta.



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De: CORREIA Luis Pedro
Enviada: seg 20-11-2006 19:08
Para: 'dsrt@cm-lisboa.pt'
Assunto: RE: Resposta ao ID Nº. 80832


Exma Sra Engª. Carmen Antunes,

Agradeço a sua resposta sobre os problemas de mobilidade existentes no bairro do castelo e que foram praticamente todos solucionados com o condicionamento do trânsito na zona.
Com efeito, a mudança operada foi radical. Circula-se, mas sobretudo vive-se, agora com muito maior segurança e tranquilidade.

Apenas há a fazer dois pequenos reparos sobre "problemas que ainda se mantêm":

1. Têm ocorrido inúmeros acidentes com taxistas que não respeitam o semáforo de entrada no bairro e cujos automóveis são destruídos pela subida do pilarete. Penso que isto ocorre igualmente nos outros bairros com trânsito condicionado. Embora não sendo culpa da EMEL, talvez fosse boa ideia colocar sinalização mais visivel alertando as pessoas para esse perigo.

2. Embora exista agora oferta mais do que suficiente de lugares de estacionamento, muitos dos automobilistas - por preguiça, para ficarem uns metros mais perto de casa, mas sobretudo por falta de civismo - persistem em estacionar sobre os passeios. Isto sucede sobretudo no Largo dos Lóios, no lado esquerdo da rua de Santiago e no lado esquerdo no final da Rua da Saudade (junto do teatro romano). Tal situação poderia ser evitada se houvesse fiscalização. Como não há, a solução mais óbvia e definitiva seria colocar pilaretes nesses locais, o que tornaria o bairro absolutamente exemplar. Em que outra zona da cidade (ou do país) existe um bairro com os passeios completamente desimpedidos de automóveis ?

Agradecendo o seu contacto e transmitindo-lhe (assim como ao departamento de segurança rodoviária da CML e à EMEL) os parabéns pela solução deste problema de longa data, subscrevo-me com os melhores cumprimentos.

Luís Pedro Correia

-----Original Message-----
From: dsrt@cm-lisboa.pt [mailto:dsrt@cm-lisboa.pt]
Sent: Thursday, November 02, 2006 2:45 PM
To: CORREIA Luis Pedro
Cc: municipe@cm-lisboa.pt
Subject: Resposta ao ID Nº. 80832


O DSRT informa:

Uma vez que o encerramento do Bairro do Castelo se processou e está em fase de avaliação em questões de tráfego (circulação e estacionamento) estes serviços e a Emel estão a levantar os problemas que ainda se mantêm!!

Com os melhores cumprimentos,

A Chefe de Divisão

Engª. Carmen Antunes

Parque da Bela Vista: antes e depois do Rock in Rio!!


Um exemplo gritante do muito mal que se tem feito à cidade de Lisboa nos últimos tempos.

Pinto Soares

Carmona Rodrigues diz que obras estarão concluídas em Março. Túnel do Marquês de Pombal deverá abrir em Abril

In Público online (7/2/2007)

«O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carmona Rodrigues (PSD), anunciou hoje que as obras do Túnel do Marquês de Pombal deverão estar concluídas em Março, prevendo que o equipamento abra à circulação em Abril.

"As obras estarão prontas em Março. Provavelmente abrirá em Abril", disse Carmona Rodrigues na reunião extraordinária da Assembleia Municipal de Lisboa convocada para discutir a situação política na autarquia
. (...)»

Autarca mantém intenção de cumprir mandato. Carmona Rodrigues acusa oposição de “truques palacianos”

In Público online (7/2/2007)

«O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carmona Rodrigues, reafirmou que pretende cumprir o seu mandato até ao fim, classificando de “truques palacianos e anti-democráticos” os apelos para a convocação de eleições intercalares.

"Deixem-nos trabalhar. A cidade não pode estar refém de truques palacianos e anti-democráticos", afirmou o autarca, durante uma sessão extraordinária da Assembleia Municipal, convocada para discutir a situação na autarquia.

Carmona Rodrigues diz liderar “um executivo firme, coeso e equilibrado”, mas garante estar disponível para pactos com os outros partidos, desde que não sejam "pactos de não governabilidade da cidade”.
(...)»

Carmona Rodrigues acusado de "deslealdade"

In Diário de Notícias (7/2/2007)
Susana Leitão
Tiago Lourenço (imagem)

«Se a situação na Câmara de Lisboa (CML) era grave, o discurso de Carmona Rodrigues, ontem na reunião extraordinária da Assembleia Municipal (AML), não ajudou a melhorá-la. Pelo contrário. A oposição acusa-o de ter sido "desleal" e de ter um discurso "infeliz", limitando-se a "disparar" em todos os sentidos "sem defender absolutamente nada". Todos os vereadores com assento no círculo da autarquia dizem que "o presidente faltou à verdade" nas suas palavras.

Ontem Carmona Rodrigues acusou a oposição de tentar "minar a estratégia da câmara", utilizando "truques palacianos e antidemocráticos". Num discurso aceso, o presidente acusou tudo e todos, da direita à esquerda. Criticou a saída de Manuel Maria Carrilho (PS), falou da "confusão" na liderança da bancada socialista na autarquia, ironizou com o facto de o Bloco de Esquerda (BE) nunca ter ganhado uma batalha contra a maioria e implicou o PCP no caso Bragaparques. No que toca ao CDS/PP, admitiu nunca ter percebido que "raio de coligação" era a que tinha com os democratas-cristãos, já que "só se estendia à autarquia e não à AML". (...)
A mesma opinião tem Nuno Gaioso Ribeiro, o agora número um do partido socialista na autarquia. "O relógio está a contar", frisa, adiantando que "quando se fala hoje numa crise na autarquia fala-se essencialmente na atitude do professor Carmona. Não há mudanças". Sobre a legitimidade de Gaioso Ribeiro como sucessor de Carrilho (a que Carmona aludiu em tom irónico), o vereador socialista responde: "Foi muito pouco simpática a forma como o presidente se dirigiu à minha legitimidade. Mas digo-lhe que tenho a mesma legitimidade no PS que o presidente tem na autarquia." (...)»

Comentário ao facto do dia:

«Foi muito pouco simpática a forma como o presidente se dirigiu à minha legitimidade. Mas digo-lhe que tenho a mesma legitimidade no PS que o presidente tem na autarquia.» (Nuno Gaioso em resposta à alusão de Carmona Rodrigues) ... Não terá sido a emenda pior que o soneto?

06/02/2007

Lisboa com sala de injecção assistida no segundo trimestre

In Sol (6/2/2007)

«A abertura da primeira sala de injecção assistida está prevista para o segundo trimestre deste ano. A sua localização ainda está a ser discutida entre a Câmara e o Instituto da Droga e da Toxicodependência. A localização das Instalações de Consumo Apoiado para a Recuperação (ICAR) na capital está a ser analisada por uma comissão técnica conjunta, disse à Lusa uma fonte do gabinete do vereador da Acção Social, Sérgio Lipari Pinto. (...)

Nas ICAR, além do consumo de drogas permitido, os toxicodependentes terão apoio médico, psicossocial, higiene, alimentação e informação sobre o tratamento com vista à sua recuperação e integração na sociedade.

«O projecto não é uma sala de injecção assistida, porque tem várias valências que têm como objectivo retirar das ruas os toxicodependentes e dar-lhes condições de higiene e acompanhamento», justificou a fonte


Convém realçar que este pormenor da sala é apenas isso, um pormenor, já que o plano é muito mais alargado e assume foros de verdadeiramente assinalável. A ver vamos.

Alto! Aqui há «cambão»?

Câmara de Lisboa, Parque Mayer e Feira Popular

Este caso e as suas envolventes estarão sob investigação. E falta conhecer tanto! De ontem para hoje, por exemplo, detectei mais uma série de peripécias que aqui partilho. Trata-se do relato, em documentos oficiais, de uma manhã de decisões numa Comissão nomeada por Helena Lopes da Costa.

Estamos em Julho de há dois anos. Foram abertas as propostas de verbas para licitar o terreno da Feira Popular, parte II, digamos assim: a Bragaparques já permutara a parte I... O que vai acontecer a partir daí é surreal.

É o caso das desistências sucessivas verificadas naquela manhã de Julho de 2005 durante a reunião da Comissão da Hasta Pública de terrenos da Feira Popular propriedade da Câmara de Lisboa. Aí, sem dúvida para mim, houve muitos indícios de uma coisa a que o povo costuma chamar «cambão»: pessoas que se acertam para enrolar o Estado.
Os advogados dizem-me que é burla (e até qualificada) e até me dizem qual é o quadro penal, a moldura, o articulado etc..
Talvez seja.
Vou preferir o termo popular: «cambão», «estavam todos feitos», coisas assim.

E mais: o próprio facto de a empresa vir agora a terreiro, através dos seus advogados, defender coisas que ninguém atacou (como o «direito de desistir» que tinham as duas empresas que desistiram; o direito de se calar» que tinha a empresa que foi ultrapassada por um repentino «direito de preferência» que nunca ninguém aprovou e que contraria o próprio Regulamento do Património da CML...) – tudo me levar a pensar cá com os meus botões que «pela boca morre o peixe»...

Vamos aos pormenores, que vale a pena conhecer, dadas as verbas envolvidas

Números redondos: um lote de terrenos na Feira Popular que vai a hasta pública recebe, entre outras, propostas bem altas, no valor de 69 milhões de euros (era esta a licitação quase igual, uma com mais cem euros do que a outra, vinda de duas empresas estranhamente chamadas «Barcelos e...», que a Bragaparques vem agora dizer repetidamente – sem ninguém antes o ter posto em causa, o que também é estranho – que são mesmo duas empresas e não uma só – as coisas que a Bragaparques vem dizer de repente!). Mas recebe também uma licitação de 61 milhões (da SC João Bernardino Gomes) e a quarta em valor, esse, sim, vinda da Bragaparques (57 milhões e poucos euros), havendo ainda pelo menos mais uma que é de registar: a da Alves Ribeiro, esta no valor de 57 milhões exactos.

Portanto, a proposta em carta fechada da Bragaparques era, à partida, a quarta em valor. Mas passou logo a segunda depois da desistência das duas «Barcelos e...».
E passa a primeira com a ilegal preferência que lhe é «dada» (é o termo: oferecida).

Uma manhã em cheio para a Bragaparques, essa do dia 15 de Julho de 2005, a partir das dez da manhã, na Sala de Concursos do Edifício Central do Campo Grande, 25.

Na próxima semana, Câmara de Lisboa e Quercus apresentam programa municipal para alterações climáticas

In Público online

«A Câmara Municipal de Lisboa quer ter um papel importante a desempenhar no âmbito do Plano Nacional para as Alterações Climáticas, disse hoje o vereador do Ambiente, acrescentando que na próxima semana será apresentado, juntamente com a Quercus, um programa municipal nesse sentido.

"Achamos que o município de Lisboa pode e deve ter um papel importante a desempenhar e é esse Programa [Municipal para as Alterações Climáticas] que vamos apresentar em colaboração com a Quercus, na próxima semana", afirmou António Prôa.

O vereador falava à margem da exibição do documentário "Uma Verdade Inconveniente", hoje, no Fórum Lisboa, no âmbito da visita que o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore fará a Lisboa, a 8 de Fevereiro e 7 de Março, para participar em duas conferências.
(...)»

Cidadania Lx-PDM

O nosso mini-site sobre o PDM (em vigor e em revisão), sob uma só perspectiva: as nossas preocupações com o património, os loteamentos, os logradouros, as cérceas, o parque periférico, a frente ribeirinha e a poluição! Consulte e compare!

Comentário ao facto do dia:

A verdade é que após a visão (obrigatória) de “Uma Verdade Inconveniente”, os espectadores entraram nos seus automóveis, aceleraram, escapes fumando, e rumaram a casa, quiçá, nos arredores de Lisboa. Afinal, quem mais polui são os E.U.A., a China, a Rússia e o Japão...

A requalificação urbana na Av. Joaquim António de Aguiar



Fotos da Av. Joaquim António de Aguiar tiradas antes e depois da «requalificação urbana» entretanto verificada!
Sem comentários .......

J.Pinto Soares

Carmona leva hoje as suas razões à Assembleia Municipal

In Jornal de Notícias (6/2/2007)
Bruno Simões Castanheira
J. A. Souza

«Deputados municipais vão hoje poder interpelar o (ainda) presidente da Câmara Municipal de Lisboa

Carmona Rodrigues vai esta tarde à sessão extraordinária da Assembleia Municipal, que tem como ponto único dos trabalhos reflectir sobre o "actual momento político do município". Ali, o presidente da Câmara de Lisboa terá oportunidade de dizer de sua justiça, possivelmente defendendo a legitimidade para continuar a presidir à CML. Como tem feito em diversas entrevistas que tem dado, desde que a situação se agravou após as investigações da Polícia Judiciária à Autarquia, que já conduziram à constituição como arguida da ex-vereadora do Urbanismo Gabriela Seara

Rock in Rio 2008 começa em Lisboa e vai ter continuação em Madrid

In Diário de Notícias (6/2/2007)
Davide Pinheiro

«O Rock in Rio 2008 vai não só decorrer em Lisboa nos dias 30 e 31 de Maio e entre 6 e 8 de Junho, como mais tarde em Madrid, a 27 e 28 de Junho e entre 4 e 6 de Julho. A capital espanhola será a terceira cidade a receber este festival depois do Rio de Janeiro e de Lisboa.

Inicialmente pensada para 2007, a edição foi adiada um ano porque a organização não teria tempo para a preparar nem para conhecer o mercado local. Ivete Sangalo e Alejandro Sanz vão estar presentes na abertura do Rock in Rio, quer de Lisboa quer de Madrid, mas o restante cartaz não é ainda conhecido
. (...)»

Reforma da EPUL está um mês atrasada

In Diário de Notícias (6/2/2007)
Susana Leitão

«Carmona Rodrigues deverá levar para a semana à reunião do executivo uma proposta de reestruturação da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL), apurou o DN junto de fonte autárquica. O presidente da câmara da capital defende que aquela empresa deve apostar na habitação a custos controlados e destinada a jovens e idosos. Contactada pelo DN, a EPUL escusou-se a fazer quaisquer declarações sobre o assunto.

Ainda assim, a proposta surge com mais de um mês de atraso em relação ao estipulado por Carmona. Este pediu, em Setembro, a João Teixeira, presidente daquela empresa pública, que elaborasse no prazo de 90 dias uma proposta de reorganização da empresa municipal. A missão foi entregue, pelo conselho de administração da EPUL, à consultora CapGemini, por 110 mil euros.
(...)»

Câmara faz triagem e Valorsul trata da reciclagem

In Diário de Notícias (6/2/2007)
Marina Almeida

«Acabam sem glória os objectos que durante mais ou menos anos foram mais ou menos indispensáveis nas rotinas dos lisboetas. No posto de limpeza de Vale do Forno são colocados em enormes contentores metálicos e aí aguardam transporte para o destino final. Seja qual for o estado em que cheguem às carrinhas da câmara, os monstros não são aproveitados. (...)»

Os buracos estão a voltar às ruas e avenidas de Lisboa

In Público (6/2/2007)

«Há uma dezena de anos os Invernos eram ivariavelmente uma calamidade para os automobilistas de Lisboa. Mal caíam duas gotas de água, logo o alcatrão começava a dissolver-se e a dar lugar a sucessivos buracos. Mas se a chuva persistia, os buracos ligavam-se uns aos outros, transformavam-se em crateras, e em vez de buracos no alcatrão passava a haver restos de alcatrão entre os buracos. Raro era o ano em que a câmara municipal não anunciava mais um superplano de recarga de pavimentos, com a garantia de que dessa vez é que o problema se resolvia: os buracos passariam à história. Houve mesmo um Inverno em que o então presidente Kruz Abecasis se deixou levar pela banha da cobra de um qualquer tapador de buracos e anunciou que a autarquia ia passar a usar um produto mais ou menos milagroso, que erradicaria definitivamente os buracos. O resultado foi o que se adivinha: a chuva continuou a dar cabo dos pobres tapetes betuminosos e os automobilistas continuaram a dar cabo dos carros no meio dos buracos. Só na segunda metade dos anos 90, em particular com a revolução rodoviária provocada pela Expo-98, é que a situação começou a melhorar. Os grandes eixos viários foram quase integralmente reconstruídos desde a base até ao topo e o problema começou a ser apenas uma recordação. Mas com o esvaziar dos cofres municipais a manutenção começou a escassear e os buracos voltaram a aparecer em grande. Nos últimos meses, com a chuva a voltar ao que era, as ruas de Lisboa seguiram o mesmo caminho. É ver a Segunda Circular, a José Malhoa, a Duque de Loulé, a Alameda das Linhas de Torres e tantas outras... A câmara municipal diz que as empresas com que tem contratos para a conservação dos pavimentos estão no terreno e que as situações mais graves vão sendo resolvidas à medida que são detectadas. Esperemos que não chova muito mais, porque dos cofres camarários pouco há a esperar. José António Cerejo»

EMEL cobra dísticos para residentes

In Público (6/2/2007)

«Já sabem das novas regras do estacionamento de residentes da Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL)? Não? Então tomem nota: então não é que agora o estacionamento dos residentes nas zonas da EMEL passou a ser pago, com uma renda anual de, no mínimo, cinco euros? Sim, anual! É que agora o dístico só tem validade de um ano! (acham que cinco euros é pouco? Pode ser que para o ano já sejam dez, ou 50, ou o que "eles" quiserem...).
Preparem-se, portanto, para todos os anos passarem a ter de ir à EMEL pagar a "quotazinha" e levar mais cinco ou seis documentos (sei lá, perdi a conta...) diferentes!
E sabem por que o estacionamento passou a ser pago? Não? Eu também não sabia e, por isso, perguntei. Resposta da EMEL: "Porque são as regras do novo Regulamento!" (Não podiam ser mais elucidativos e esclarecedores!) Aaaahh! E eu a pensar que era porque o serviço prestado pela EMEL ia melhorar...
E agora esta: se tiverem mais do que um carro na vossa casa, o pagamento é sempre a somar: grátis para o primeiro, 25 euros para o segundo... e 150 para o quarto carro! (por ano!) E tem mais! É que o primeiro dos carros a ter de renovar o dístico é o que vai pagar o máximo! Isto é: se tiverem quatro carros, o primeiro que tiver de renovar o dístico vai pagar os 150 euros, e só o último é que não paga nada! Genial, não é?! Vocês seriam capazes de ter semelhante ideia? (Deixem-me adivinhar a vossa resposta: sim, se estivessem armados em "vigaristas" e imbuídos de um verdadeiro espírito de má fé...)
Eu, que tenho dois carros (fascista!) e fui renovar o dístico para o primeiro carro, tive de pagar os cinco euros da renovação mais 25 euros por ter dois carros. Quando vier renovar o segundo carro, já "só" pago os cinco euros. Perguntei ao funcionário: e se amanhã vender o segundo carro, passando a ter apenas um carro nesta morada, posso cá vir buscar os 25 euros? (Deixo-vos a adivinhar a resposta. ... Que difícil!)
Mas deixem lá, pois pode ser que o vosso dístico seja válido até 2009 (ou até ainda mais tarde) e nesse caso só têm de começar a pagar a partir dessa data. Quer dizer: eu tive um azar dos diabos, porque o meu dístico terminava o prazo agora... Então, isto de pagar ou não pagar é uma questão de sorte?!
Mais outra: um dos documentos que é preciso apresentar para renovar o dístico é o dístico antigo. E entretanto onde é que fica o carro? Na rua? Sem dístico? E se for multado? Conselho que a EMEL me deu quando lhes coloquei esta questão: "O melhor é tirar um ticket no parquímetro, durante esse período"! Excelente resposta! Não há dúvida de que pensaram em tudo! E sempre com o objectivo de prestar um bom serviço aos munícipes! (Já agora: e que serviço é esse?)
E agora um conselho meu: quando forem renovar, vão mesmo no último dia do prazo, porque, se forem uns dias antes perdem esses dias, pois a data de início de validade do novo dístico é a do dia em que lá forem, e não um ano após a data de caducidade do dístico anterior! (Também é uma excelente ideia... mais um ponto para a EMEL).
Mas será possível que seja tudo efectivamente legal?
Pela minha parte, ao ser confrontado com tudo isto, que remédio tive eu senão pagar!... Mas fica aqui declarado que paguei sob protesto! Ou seja, o facto de ter pago não significa que concordei com as condições que a EMEL, unilateralmente e de forma que considero configurar uma situação de claro "abuso de posição dominante", me impôs, sem qualquer pré-aviso e sem me deixar alternativas.
E não, não parti a loiça toda (como provavelmente deveria ter feito), alegando o "direito à indignação", como nos ensinaram os nossos políticos. Em vez disso, limitei-me a pedir o livro de reclamações e a protestar por essa via... (Ai!... Malditos "brandos costumes"...!)
Paulo Ribeiro
Lisboa
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Floreiras em betão por razões de segurança. Moradores contra obra da embaixada britânica

In Público (6/2/2007)
Inês Boaventura

«Junta de freguesia também condena supressão de lugares de estacionamento e "falta de boa vontade" da embaixada

As obras em curso junto à embaixada do Reino Unido, em Lisboa, estão a provocar o descontentamento dos moradores da zona, que criticam o impacto visual da intervenção e a supressão de uma via de circulação e de dezenas de lugares de estacionamento.
Os trabalhos, orçados em cerca de 130 mil euros, arrancaram no final de 2006 com o objectivo anunciado de "responder de forma eficaz às fortes pressões internacionais ao nível da segurança a que a embaixada britânica está sujeita". Para tal, estão a ser construídas duas ilhas com floreiras no meio da Rua de São Bernardo, destinadas a impedir que os automóveis circulem na via mais próxima do edifício da embaixada.
As obras, que segundo a empresa responsável pelo projecto de paisagismo deviam ter terminado no mês passado, estão a ser mal recebidas pelos moradores da zona, que já apresentaram as suas queixas à Junta de Freguesia de Santa Isabel. Em causa está a supressão de uma das duas vias de circulação da Rua de São Bernardo, a ocupação de vários lugares de estacionamento e também o impacto visual da intervenção.
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05/02/2007

Seria "saloiice política" ... Santana afasta candidatura a Lisboa em caso de eleições intercalares

In no Rádio Clube Português
05.02.2007 - 12h38 Lusa

«O ex-presidente da Câmara de Lisboa Pedro Santana Lopes afastou hoje a possibilidade de vir a candidatar-se à autarquia da capital em caso de eleições intercalares, considerando que tal seria uma "saloiice política".

Em entrevista ao Rádio Clube Português (RCP), Santana Lopes considerou que "seria o cúmulo da ironia" se o presidente do PSD, Luís Marques Mendes, o convidasse para disputar eventuais eleições intercalares em Lisboa. (...)

Comentando uma sondagem do jornal "Correio da Manhã", revelada na semana passada, que o apontava como o candidato da direita mais bem posicionado, com 26 por cento dos lisboetas a afirmar que votariam nele em caso de eleições intercalares, Santana Lopes disse ser um resultado "reconfortante", ironizando: "Quantas pessoas devem ter desmaiado ao ver essa sondagem
".»

Sobre o facto de Eduarda Napoleão ter sido constituída arguída:

«Pedro Santana Lopes disse hoje que não ficou surpreendido quando a antiga vereadora da Câmara de Lisboa Eduarda Napoleão foi constituída arguida no âmbito das investigações ao caso Bragaparques, mas afirma que põe "as mãos no fogo" pela ex-autarca.

"Não fiquei surpreendido, dado o que estará em curso", referiu hoje Santana Lopes, numa entrevista ao Rádio Clube Português.
(...)»

Mais palavras para quê?

Alienação de património público: Antecedentes, receios, interrogações

In Nº 32 da revista «Pedra e Cal»
Por Nuno Teotónio Pereira

«Nos anos mais recentes, desde que o problema do défice das contas públicas se tornou implacável, que o anúncio da venda de património do Estado tem sido recorrente, suscitando naturalmente dúvidas e inquietações. E ainda há pouco a Câmara de Lisboa decidiu colocar em praça alguns edifícios de propriedade municipal – o que logo ocasionou perplexidades e mesmo protestos, que levaram ao recuo no propósito da venda do palácio Pombal.
Desde a extinção das ordens religiosas em 1834 que a reconversão para novos usos de edifícios emblemáticos tem sido prática corrente entre nós – fenómeno potenciado pelo défice crónico, que só conheceu alívio durante o salazarismo e nos primeiros tempos dos dinheiros europeus. Foi assim que alguns conventos passaram a quartéis, hospitais, faculdades, museus, etc., com intervenções muitas vezes descuidadas do ponto de vista da preservação do património arquitectónico. Mais recentemente, foram numerosos os conventos onde se instalaram pousadas, mas desta vez com projectos de elevada qualidade, em que a do Bouro é o caso emblemático.
E o que aconteceu com os conventos tem-se, ao longo dos tempos, verificado também relativamente a outros tipos de edifícios, nomeadamente palácios – como a Universidade Autónoma, instalada no Palácio dos Condes do Redondo, em Lisboa. E ainda instalações fabris, de que o caso da Universidade da Beira Interior, na Covilhã, já evocado nesta página, é um eloquente exemplo do que se pode e de como se deve fazer. Ainda no domínio da arquitectura industrial outras intervenções se podem apontar em Aveiro, Faro, Tavira, Lisboa, Matosinhos, Fundão, Guimarães e Portalegre. Podem registar-se ainda os casos da Universidade Atlântica, na antiga fábrica da Pólvora de Barcarena, e da Lusófona, em Lisboa, ao Campo Grande – que de fábrica passou a quartel e de quartel a universidade, tal como a Real Fábrica de Panos, na Covilhã.
Deve aliás ser assinalado que o surto de cursos universitários privados que ocorreu há anos atrás levou ao aproveitamento e preservação de um grande número de edifícios singulares nas principais cidades, sobretudo em Lisboa. Mais uma vez conventos, mas também palácios e antigas fábricas. Nesta lista, que não se pretende exaustiva, vale a pena nomear alguns casos de operações exemplares, como nos conventos das Bernardas e do Beato, em Lisboa. E, no Porto, as magnificas reconversões da Cadeia da Relação, da Alfândega e do convento de Santa Clara.
Mais recentemente, e a exemplo do que sucede noutros países, também o sector imobiliário começa a interessar-se pelo aproveitamento de edifícios existentes, nomeadamente de carácter industrial, transformados agora em lofts, do que constitui um caso assinalável a antiga fábrica de lâmpadas Lumiar, na avenida 24 de Julho, em Lisboa. Mas assiste-se também a soluções mais do que discutíveis, como as do antigo Colégio dos Inglesinhos, no Bairro Alto, onde se constrói um condomínio fechado, e do convento de Arroios, à Praça do Chile, ameaçados ambos de controversas mutilações, ainda mal esclarecidas.
É com este pano de fundo que agora se fala, no quadro da alienação de Património do Estado, em vender vários edifícios singulares, como as Penitenciárias de Lisboa e de Coimbra. Como também o convento da Graça, em Lisboa. Trata-se de processos a que é necessário estar-se atento, no sentido de impedir que, a pretexto da resolução do défice, se cometam atentados irreversíveis ao património edificado. Do mesmo modo que à anunciada instalação de um hotel numa ala do Terreiro do Paço – uma proposta inaceitável, no meio de um conjunto de ideias excelentes, com origem no Comissariado da Baixa-Chiado.»

Comentário ao facto do dia:

A exigência do «pague um, leve dois» em Lisboa é puro ilusionismo e, por isso, digno de figurar entre os melhores momentos da política alfacinha da última década.

Plano de Pormenor do Atheneu

Abertura do processo publicada em D.R. (o link)

Baixa Pombalina - que soluções à vista? (I)

In Público (5/2/2007)
A opinião de Filipe Lopes

«A Proposta de Revitalização da Baixa Pombalina, já analisada por muitos, também me sugere, naturalmente, alguns reparos, salvaguardados que ficam o reconhecimento do profissionalismo dos seus autores e da justeza de algumas orientações e opções.
Antes de mais, e como exigência fundamental, entendo que, tratando-se da área urbana mais importante de Lisboa e do País, esta Proposta deverá, antes de levar a qualquer decisão vinculativa, ser discutida em sede pública, onde profissionais e habitantes possam pronunciar-se exercendo assim o seu direito à cidade.
No exercício desse direito, enquanto profissional das matérias urbanas, com destaque para as directamente ligadas a Lisboa, proponho algumas linhas de reflexão e aponto algumas sugestões.
O valor, único, no panorama patrimonial urbano em Portugal, que constitui a Baixa Pombalina (e passo em branco o desajuste da expressão Baixa-Chiado já suficientemente criticado) justificaria uma atitude técnica e política diversa da que informa a referida Proposta. Esta fundamenta-se numa filosofia de intervenção que, iludindo os valores reais a defender, entrega esta jóia da coroa nas mãos de futuros especuladores, à revelia do bem comum e do seu direito à identidade. Pelo que as perguntas que ficam no ar serão, mais ou menos, estas: são os autarcas investidos de poder divino? Não o sendo, como é convicção comum, em nome de quê decidem eles sobre uma cidade, que é construção histórica e colectiva, e decidem em matérias tão determinantes que lhe alteram o ser? Não será esta prática corrosiva dos princípios democráticos que, em princípio, nos regem? O drama é que Lisboa não está só. É confrangedor visitar, hoje, qualquer cidade do País, abandonada às sacratíssimas mãos de alguns poderosos e ignorantes autarcas. Feito o desabafo, voltemos ao assunto, ficando claro que muito do que vou dizer já outros o disseram. Apenas lhes trago a força de mais uma voz.
A Baixa Pombalina consubstancia um gesto urbanístico fundador duma cidade iluminista que foi, e continua a ser, referência incontornável no panorama urbano europeu, porque ele criou, ao mesmo tempo, uma unidade de tecido urbano e um objecto patrimonial de alto valor estético. E este valor estético não reside em cada um dos edifícios de per si, mas antes é o respectivo conjunto que se constituiu nesse objecto, de uma indesmentível unidade, feita da diversidade de respostas a necessidades e condicionalismos vários.
Em 1755, a Baixa Pombalina nasceu como o novo Centro de Lisboa e do País, tendo por coração a Praça do Comércio, esta, com uma expressão única de porta aberta ao mar, cais de partida e de acolhimento, imagem duma nação que, nesse século XVIII, procurou reencontrar uma linha de rumo que lhe assegurasse o seu lugar na comunidade internacional. Daí, o seu indiscutível carácter monumental, próprio para nele se sediar o poder político.
A praça chama-se "do Comércio" em homenagem aos comerciantes que financiaram a reconstrução e significando a importância que toma, na sociedade, a nova força, então emergente, das trocas comerciais, apoiadas e reestruturadas pela acção política do Marquês. Ela é o local central por excelência das funções nobres. Assim, tendo a Presidência da República e a Assembleia os seus locais próprios na Cidade, é ao Governo com os seus Ministérios que ela pertence, de direito. Funções de poder e de representação devem, pois, ficar neste espaço, voltando aqui as que dele foram afastadas. Por isso, substituir a presença do Ministério da Justiça por um hotel e prever comércio nas arcadas que, a meu ver, deveriam ser a montra dos Ministérios no seu contacto com o público ( exposições, informação, atendimento, etc.), constitui prova de não entendimento da dimensão simbólica da Praça.
No seu conjunto, a força monumental da Baixa pombalina anula o objectivo, expresso na Proposta, de a tornar competitiva "com os novos espaços comerciais emergentes". A Baixa Pombalina não tem que competir com coisa nenhuma, porque, muito simplesmente, não há nada, no País, que possa competir com este espaço, senhor de uma função histórica, cultural e identitária própria, pensado e construído, com génio, para ser o Centro da Cidade e do País.
Acontece, porém, que a Baixa entrou em degradação, por razões de índole vária. Para além da desertificação, comum aos centros antigos, está na origem deste declínio uma série de opções irreflectidas, tomadas na ausência de qualquer pensamento sobre o conjunto da cidade, que este centro comanda, e sem ter em conta as mais valias interiores a este espaço de privilégio.
Assim se foram fazendo deslocalizações desastradas de que aponto alguns exemplos.
A retirada da Faculdade de Arquitectura do Convento de S. Francisco, que afastou da vivência do centro os que irão trabalhar sobre as realidades urbanas, vivência que constitui um valor didáctico único.
A deslocalização dos Tribunais, que afastou do centro os numerosos intervenientes nesta actividade, bem como a saída das redacções e rotativas do Bairro Alto, vizinho da Baixa, que lhe animavam as noites. Do mesmo modo, lhe faltam os estudantes da Faculdade de Letras, que percorriam o espaço Chiado, quer a caminho da Biblioteca Nacional, quer deambulando entre as numerosas livrarias, milagrosamente mantidas. Agora, será mais o Conservatório. O pior é isto mesmo: aos erros do passado continuamos a acrescentar os do futuro. E, aqui, estou a pensar na anunciada paralisação dos Hospitais Centrais, mais ou menos directamente ligados a este território.
Vejamos. É sobejamente óbvio que todas estas actividades não poderiam continuar contidas em espaços que se tornaram insuficientes. Porém, não tivesse prevalecido a ideia desastrosamente errada da bondade da concentração, e muitas e ricas alternativas se teriam encontrado, no sentido da complementaridade do centro com o restante corpo urbano, ficando vivo o primeiro, equilibrado e digno o segundo.
Perante a necessidade de ampliação, deveriam criar-se novas unidades de equipamentos noutros locais, mantendo as existentes, e dando a estas, de preferência, funções de excepção e de qualidade. Ter-se-iam evitado, deste modo, edifícios monstruosos como o Palácio de Justiça ou o Hospital de Santa Maria , cuja falta de escala está, como sabemos, posta em causa por especialistas de saúde, e segregações como a Cidade Universitária, que separa a Universidade da Cidade e cria um grande espaço mono funcional.
Sendo as deslocalizações uma das causas do definhamento da Baixa, torna-se imperativa a definição da regra simples de inviabilizá-las. É necessário ampliar? Criem-se instalações descentralizadas, que irão suscitar, onde se localizarem, a diversidade funcional, característica essencial dum tecido urbano vivo e equilibrado.
Infelizmente, a nossa prática urbana processa-se ao invés. Veja-se a deslocalização dos serviços da própria Câmara , que concentraram no Campo Grande serviços dispersos pela cidade, em dias de circulação electrónica da informação, que dispensa a deslocação de processos, deslocação que foi, paradoxalmente, o grande argumento a favor da concentração.
No meio de tanto dislate, daqui saúdo, aliviado, a manutenção da Presidência, Vereação e serviços de representação, na Baixa. Sim, porque podia o diabo tecê-las e dali se faria um hotel de luxo ou, quem sabe, talvez um Casino

Carmona diz que negócio do Parque Mayer foi "óptima solução"

In Diário de Notícias (5/2/2007)
Filipe Morais

«Carmona Rodrigues voltou ontem a considerar que o negócio realizado com os terrenos do Parque Mayer foi uma "óptima solução" para a Câmara Municipal de Lisboa.

O autarca da capital foi entrevistado por Ana Lourenço no programa Dia D, da SIC Notícias, e, apesar de toda a polémica criada com o caso Bragaparques, voltou a defender o negócio que propôs à câmara e à Assembleia Municipal de Lisboa

PS quer eleições na Assembleia Municipal

In Diário de Notícias (5/2/2007)
Filipe Morais

«Um cenário de eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa deverá incluir também a Assembleia Municipal de Lisboa (AML). O alerta é feito pelo líder da concelhia do PS/Lisboa, Miguel Coelho, que disse ao DN que, "se houver eleições intercalares para a câmara, o PSD tem de aceitar e compreender a necessidade de haver eleições também para a AML". "Teremos de apelar ao PSD para reconhecer a gravidade da situação", acrescentou. (...) »

Luvaria existe desde 1925: "Ulisses" tem confecção própria e um dos principais segredos são os sete tamanhos de luvas que vende

In Jornal de Notícias (5/2/2007)
Mário cruz/Lusa

«Na Baixa de Lisboa há uma minúscula loja que resiste ao avanço das cadeias de moda internacionais a luvaria Ulisses, actualmente a única no país a dedicar-se exclusivamente à confecção e venda de luvas. A decoração do espaço, onde três clientes cabem com dificuldade, permanece original, em Arte Nova, com dourados e espelhos, denunciando que a loja da Rua do Carmo remonta aos anos 20.

Fundada em 1925 por Joaquim Rodrigues Simões, destinou-se inicialmente, dado o carácter exíguo das suas instalações, a escritório de duas outras lojas que o empresário tinha na chamada Muralha do Carmo, contou à agência Lusa o sócio-gerente da Ulisses, João Carvalho.
(...)»

Uma excelente luvaria, e uma referência não só no Chiado como em todo o país. Só é pena que os vidros pintados da montra já tenham sido vandalizados e a legenda inscrita no vidro encarnado tenha sido mal substituída.

Obras de reabilitação desertificaram Castelo de reabilitação desertificaram Castelo

In Diário de Notícias (4/2/2007)
Susana Leitão
Tiago Lourenço (imagem)

«Há mais de uma década que as obras de reabilitação urbana na freguesia do Castelo, Lisboa, se arrastam. Um problema que atinge a maioria dos bairros históricos da capital, mas que no caso do Castelo acabou por desertificar a freguesia e afastar os comerciantes.

Hoje, o Castelo tem apenas uma mercearia, dois cafés e dois restaurante "pequenos", conta o presidente da junta, Carlos Filipe Marques Lima (CDU). E até a caixa multibanco foi colocada "há relativamente pouco tempo". "Não tínhamos nenhuma", explica o autarca
. »

04/02/2007

Câmaras mortuárias

Acabado de chegar de um velório, recordei-me que não existe em Lisboa nenhuma câmara mortuária "neutra". Significa isto que as condições para uma última homenagem antes da realização do funeral são um monopólio das confissões religiosas, razão pela qual o nosso município deverá diligenciar no sentido da criação de uma câmara mortuária municipal, aberta a todos.
p.s. - Não, este post não é uma piada à actual situação da CML... mas podia ser...

Há mesmo um «caso Bragaparques». Ou melhor: dois

Isto, só em Lisboa. No resto do País há mais

Há dias, numa surreal conferência de imprensa, advogados e funcionários da Bragaparques fizeram ao País o favor de distribuir à comunicação social uma série de documentos inócuos para chegarem à brilhantíssima conclusão de que não sabiam o que era isso de haver um «caso Bragaparques». Um dos presentes terá mesmo afirmado aos jornalistas não perceber por que é que se fala de um «caso Bragaparques».

Estas pessoas devem ser as únicas do País a desconhecer que há mesmo um «caso Bragaparques»m melhor: dois «casos Bragaparques» – isto, só em Lisboa, porque no resto do País já há mais e eles até nascem como cogumelos, por acaso: cada vez parece haver mais «casos Bragaparques».

Para que nada fique em branco, vou elucidar aqueles funcionários da mais tristemente famosa empresa destas semanas sobre os dois aludidos casos. E dispenso-me de citar o caso de Coimbra, bem como os casos que estão a nascer em Braga – que, segundo me contam, podem multiplicar-se noutras terras do Norte, designadamente do Minho e de Trás-os-Montes.

Falo só dos dois casos até agora detectados em Lisboa – dois casos com ilegalidades pelo meio, quero dizer. Estes dois estão confirmados e estão a ser investigados. De outros casos, não sei. É que há mais oito ou nove «situações Bragaparques» em Lisboa – mas até agora nada me diz que venham a ser conhecidas mais situações ilegais: mas também não poria as mãos no fogo. E o leitor, poria? Tenho a certeza de que não.

Vamos então aos «casos»: dois negócios, dois casos em investigação. Provavelmente (é que não sei nem ninguém por aqui sabe o que é que o Ministério Público e o DIAP estão a investigar, mas deduzo que tudo passa por aqui e por mais dois ou três negócios – de outras empresas – em Lisboa).

Caso um
A troca de um chouricinho (o Parque Mayer) por um porco inteiro e enorme (metade dos terrenos da «antiga» Feira Popular, a Entrecampos)

Depois de muitos malabarismos, desde 2002 até ao início de 2005, a Bragaparques (BrP) consegue «finalmente» («Finalmente!», elogiou Vasco Franco, à data vereador do PS na CML, em artigo famoso, no jornal ‘Público’ de 12 de Fevereiro de 2005…) o famigerado acordo, conseguido com o apoio do PSD, do CDS e do PS na CML, e que mais tarde veria ratificado na Assembleia Municipal (só votaram contra o PCP e os Verdes, tendo o Bloco, estranhamente, votado a favor – passe o ruído que agora faz para apagar essa nódoa que sempre lamentei).

Que acordo é esse? É o de trocar o Parque Mayer por metade da Feira Popular.
Dizem os advogados da BrP que não há aqui nada de estranho: é ela por ela. Mas há. E há algo muito estranho, o que agora começa a ficar claro para toda a gente: é que ninguém podia à data saber o que valia cada um dos terrenos em causa, pela simples razão de que não havia – como ainda não há – planos que permitam calcular os respectivos valores. A primeira coisa a fazer era elaborar os planos. Depois, sim, calcular os valores de um e do outro terrenos e depois trocá-los, pagando a diferença se a houvesse quem tivesse de compensar a outra parte (Município ou BrP).

Dir-me-á o leitor: mas então até pode acontecer que a BrP esteja prejudicada. Em tese, sim. Na prática, claro que não: a zona de protecção do Jardim Botânico e a qualidade de património protegido do Capitólio limitam em muito a aptidão construtiva do Parque Mayer. Essa é a verdade. E a diferença – que conheceremos quando houver planos – deve ser abismal, favorável ao Município. Só que é de esperar que nessa altura os tribunais já tenham anulado os negócios em causa. Eu, assim o espero.

Eis o primeiro caso: permuta de um local por outro sem suporte legal de avaliação. Ou melhor e mais grave: com avaliações feitas a esmo e cada qual com seu valor, cada um mais díspar dos outros… porque calculados «sem rede» nenhuma.

Caso dois
A aquisição da outra metade dos terrenos da «antiga» Feira Popular em hasta pública mais estapafúrdia de que há notícia em Portugal

A esta hasta pública concorrem seis empresas. A BrP é a 4ª em matéria de preço que oferece pelos terrenos. Mas o estranho acontece: as duas primeiras empresas com preço mais favorável (mais alto) desistem de imediato. É o primeiro choque. As duas chamam-se Barcelos e qualquer coisa. Barcelos, penso hoje, é tão perto de Braga… A terceira empresa deixa-se ultrapassar pela BrP, quando esta alega direito de preferência por já ter adquirido o terreno do lado (ver parágrafos anteriores). Mas a lei não funciona dessa forma.

Ora o direito avocado só funcionaria se a CML e a AML tivessem deliberado que a BrP tinha esse direito de preferência. E isso não aconteceu. Não havia direito de preferência. Mas foi atribuído na prática esse direito e, muito estranhamente, a terceira empresa, a Sociedade de Construções João Bernardino Gomes, não levantou qualquer problema. Hoje, esta empresa vem explicar que não é sua política agir judicialmente nestes casos. Argumento curto, para mim.

Então, aí está o segundo caso: a atribuição de um direito de preferência que não foi aprovado por nenhum dos órgãos que podiam aprovar esse direito (CML, AML).

03/02/2007

sinalização

Não bastava a sinalização na nossa cidades ser insuficiente, não bastava também ser deficiente.

Não, isso não bastava. Agora a sinalização também tem erros de ortografia.

Por tudo isto, a nossa cidade deve pugnar por uma sinalização isenta de erros, diferente do que - por exemplo - sucede junto às obras na Avenida da República: e que tal copiar a ideia da prefeitura do Rio de Janeiro, que aplica multas pelos erros ortográficos na publicidade afixada na rua...
foto roubada daqui