05/08/2007

Sonae vai construir dois mamarrachos e ainda pede indemnização choruda?

Foto: JN
Lisboa vai ter dois prejuízos de uma penada só?

Diz a imprensa de forma insistente que a Sonae tem em tribunal contra a CML, a aguardar sentença, um processo em que pede uma indemnização de 71 milhões de euros.
Está em causa a construção de duas torres de escritórios: uma já iniciada e outra a iniciar brevemente. Tudo ali na zona do Colombo. Coisa autorizada por Abecasis e que Sampaio travou em 93. Portanto, uma complicação que vem já de tempos imemoriais. Na altura, a empresa achou que «a conjuntura não era favorável», como disse ao ‘CM’ fonte da Sonae. Alguns anos depois, Santana Lopes cancelou a autorização. Desde então, tem sido uma sucessão de processos em tribunal. O último dos quais, já no tempo de Carmona Rodrigues, obrigou a CML a voltar a autorizar a construção das duas torres.
Esta foi uma guerra de Santana Lopes, segundo disse à época, baseado em parecer jurídico.
As torres em causa serão, ao que parece, uns grandes mamarrachos. Só que uma questão jurídica pode ser ganha mesmo tendo como leit-motiv um erro anterior.
Paulo Quaresma, presidente da junta de freguesia de Carnide, disse à jornalista do ‘JN’ Ana Fonseca que «o projecto tem sido bastante contestado pelo Junta de Carnide. Segundo o presidente daquele órgão autárquico, Paulo Quaresma, a construção das torres "levanta questões de segurança, de estacionamento e de preservação do espaço público" numa zona já "bastante congestionada"».
Sobre esta matéria, aconselho a consulta ao Cidadania LX neste post de Setembro do ano passado e também já em Fevereiro deste ano – e, claro, no JN de então, aqui, onde se esclarece, designadamente que « a construção das duas torres de escritórios fazia parte do projecto inicial do Colombo, quando Krus Abecasis ocupava a presidência da Câmara, mas acabou então por ser dada prioridade ao centro comercial. O projecto viria depois a ser travado por Jorge Sampaio, quando assumiu a presidência da autarquia. Foi sujeito a uma revisão em 1993, sofrendo novas vicissitudes durante os mandatos de João Soares e Pedro Santana Lopes».

Espero que a autarquia tenha capacidade negocial e que aconteçam duas coisas em simultâneo: por um lado, que os impactos negativos das duas torres possam ser negociados e minimizados; e, por outro, que a indemnização requerida em tribunal seja objecto de acordo entre a autarquia e a empresa e que não venha a ser paga nunca.

03/08/2007

TRAVESSA DO... AR-CONDICIONADO?



Este é um caso vergonhoso de egoísmo, de total falta de respeito pelo bem comum, pela história e património da cidade.

Antes de se tornar na "Travessa do Ar-condicionado" era a "Travessa do Forno do Torel".

Esta placa toponímica foi obstruída pela instalação sem respeito, por parte de um morador, de um equipamento de ar-condicionado. Este caso é particularmente reprovável porque toda a zona do Torel/Campo dos Mártires da Pátria está classificada como "Imóvel de Interesse Público" pelo que é proibido instalar equipamentos de ar-condicionado nas fachadas dos imóveis. Existe ainda outra agravante: esta placa toponímica encontra-se mesmo em frente da estação superior do Elevador do Lavra que está classificado como "Monumento Nacional".
A Comissão Municipal de Toponímia e a Junta de Freguesia da Pena já foram informadas. Vamos agora aguardar e ver como funciona - ou não - a aplicação e respeito pela lei.

Ascensor da Glória retoma serviço em Setembro

"O ascensor da Glória vai retomar o seu funcionamento em meados de Setembro, garante a Carris.
Desde o dia 17 de Abril do ano passado que as viagens no elevador foram interrompidas devido às obras de consolidação do túnel do Rossio pela Refer. Depois de largamente ultrapassado o período de agendamento inicial (seis meses), só agora o eléctrico vai voltar a percorrer o trajecto entre a Praça dos Restauradores e o Bairro Alto.
Em 1885, um ano depois do ascensor do Lavra, o ascensor da Glória foi inaugurado. Inicialmente propriedade da Nova Companhia dos Ascensores Mecânicos de Lisboa, a exploração do elevador foi transferida para a Carris em 1926, após a dissolução desta
companhia.
Alguns anos mais tarde foi pintado de amarelo, seguindo a tradição da empresa de transportes rodoviários. Está hoje classificado como Monumento Nacional."


Finalmente. Já agora que a Calçada da Glória esteja com "melhor cara"

Bilhética na AML com protocolo assinado

In Público

"Sete operadores privados de transportes da Área Metropolitana de Lisboa (AML) assinaram ontem, em Lisboa, um protocolo com o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT) e com os operadores de transporte da região de Lisboa (Otlis), de forma a generalizar o sistema de bilhética sem contacto.
"Trata-se de uma aposta na simplificação da aquisição de bilhetes, na eficiência e na transparência do sistema de transportes da Área Metropolitana de Lisboa", disse a secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, citada pela agência Lusa, durante a cerimória de assinatura do acordo.
Assim, a utilização do cartão Lisboa Viva e do bilhete reutilizável Viva Viagem será extensível aos passageiros da Rodoviária de Lisboa, dos Transportes Sul do Tejo (TST), da Vimeca, da Scotturb, da Isidoro Duarte, da Joaquim Jerónimo - Transportes Rodoviários e da Henrique Leonardo da Mota.
A secretária de Estado Ana Paula Vitorino quis também frisar que a partir de Outubro próximo entrará em fase experimental o bilhete único para a Carris e para o Metropolitano de Lisboa.
Em causa está um investimento que ronda os 12 milhões de euros, comparticipado em metade pelos fundos do programa de despesas de desenvolvimento da administração central (PIDDAC) e por reservas comunitárias. As empresas que se associaram ao protocolo ficarão encarregues de cobrir a restante quantia"

Carris acusada de suspender clandestinamente o eléctrico 18

In Público - Inês Sousa

"Numa carta enviada à administração da Carris, a Junta de Freguesia de Alcântara manifestou o seu desagrado relativamente à forma quase clandestina, segundo a própria, como a empresa decidiu suspender a carreira 18 de eléctricos, durante o mês de Agosto.
Esta suspensão terá sido motivada pela fraca procura pelos utentes e pela necessidade de trabalhos na via férrea. A mesma entidade alega que a Câmara Municipal de Lisboa e as Juntas de Freguesia de Alcântara e Ajuda deveriam ter sido previamente informadas acerca das intenções da Carris, o que não terá acontecido.
Por outro lado, a junta de freguesia expressa também o seu receio perante a possibilidade de esta carreira não voltar a funcionar, "por situações ocorridas anteriormente e por informações que [lhes] chegam de que há guarda-freios que dizem que já não voltam para a carreira 18 (...)", justifica.
Questionado sobre este assunto, Hélio Serra, director da unidade de negócios do modo eléctrico da Carris, garante que esta medida foi comunicada "às entidades competentes, designadamente à Câmara Municipal de Lisboa". Assegura também que a carreira 18 vai voltar a funcionar no dia 1 de Setembro.
A Junta de Freguesia de Alcântara fez já saber que pretende dar a conhecer este assunto à secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino."

02/08/2007

Plano Verde e Parque Periférico de Lisboa

Na foto: Parque da Bela Vista, uma das parcelas integrantes do Corredor de Chelas do Plano Verde, segundo Ribeiro Telles (Revista Lisboa Urbanismo, 2001)

Tem-se falado tanto de Plano Verde nos últimos dias que resolvi saber mais sobre o assunto. Nada melhor do que perguntar ao ex-presidente da Quercus de Lisboa. Fiquei a saber que Plano Verde e Parque Periférico são realidades de que já se fala e escreve desde os anos 90 e que estão incluídas no lano Director Municipal (1994).
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Pergunta de José Carlos Mendes:

Fala-se hoje muito do Plano Verde para a Cidade de Lisboa. Sei que é uma matéria que não é nova. Sei que já se fala há muito deste Plano. E os leitores gostariam de saber, de certeza, como é que se conjugam o Plano Verde e o Parque Periférico (já incluído no Plano Director Municipal de 1994)?

Resposta de Carlos Moura:

O Plano Verde não é uma novidade. De facto, tendo sido desenvolvido durante a vigência das Coligações, Por Lisboa e Com Lisboa, representava uma interrelação entre as várias categorias de Espaço Verde, criando um todo coerente que garantia o estancar do crescimento do Betão na cidade e da sua impermeabilização, garantindo ao mesmo tempo um fluxo ecológico dentro da cidade que se reflectiria na periferia.
Com efeito procurava-se a ligação entre Estrutura Verde Principal – Constituída pelos Grandes Parques Urbanos, de que o Parque Periférico é um exemplo – e a Estrutura Verde Secundária constituída pelos Parques de menor dimensão, os de proximidade e os logradouros dos quarteirões.
O Parque Periférico, constituiria assim neste todo uma espécie de anel que impediria a ligação betonizada entre Lisboa e as Cidades limítrofes, permitindo que o contínuo urbano de facto existente ganhasse em qualidade de vida nos vários municípios.
O Plano Verde da Cidade de Lisboa foi então vertido para o PDM, constituindo pedra de toque desta realidade, e aí o Parque Periférico, como elemento chave deste continuo foi também vertido para o PDM, pese embora com algumas limitações.
O facto de não ter sido cabalmente realizado, ainda que respeitada a sua existência até 2001, permitiu que, após esta data, uma visão de espaço urbano como recurso explorável e de valorização mercantil, pusesse em grande parte em causa a concretização desta peça fundamental do Plano Verde, prevendo novas cedências territoriais.Inviabilizar este Parque, que pertence à estrutura fundamental equivale a inviabilizar também o Plano Verde e por consequência criar uma situação em que a revisão do PDM apenas verificará a incapacidade de prosseguir os objectivos traçados em termos de qualidade de vida.

Da arte pública



Talvez não seja exagerado dizer que Lisboa não tem arte pública digna desse nome desde os tempos em que Consiglieri Pedroso presidiu aos destinos do Metropolitano e, nesse quadro, deu alento decisivo ao projecto “Arte no Metro”. Disseminando-a pelas estações de terceira geração e humanizando esse outro lado da cidade, como já antes, na primeira fase da rede, Maria Keil dera cor e luz às estações desenhadas por seu marido, Francisco Keil do Amaral.

À superfície, pelo contrário, a arte pública que vemos ser hoje criada na capital tem-se pautado, quase sempre, por um emaranhado de peças disformes, de significado hermético e/ou de deficiente resistência ao meio, dada a inadequação dos seus materiais. Não haverá uma saída? Há. As fotos acima reportam-se a dois trabalhos de pintura mural do artista plástico alemão Gert Neuhaus, sendo o primeiro de 1989, no remate de um quarteirão de Charlottenburg, em Berlim. Com uma ligeira variação de ângulo, uma imagem dessa mesma intervenção deu por estes dias a volta ao mundo pela objectiva de um fotógrafo da Agência EFE. Apesar de ter quase 20 anos, é um bom exemplo de uma outra forma de fazer arte pública sem ferir a envolvente, tirando partindo da empena cega de um edifício. E um bom exemplo também de como a nobre arte da pintura em trompe l’oeil pode ser utilizada nos nossos dias. Com imaginação e, sobretudo, com sensibilidade.


Créditos da primeira imagem: Christianne Neuhaus; créditos da segunda imagem: www.tripolt.com/fassadenbilder.htm

Agora Cidadão!

Inicio hoje a minha participação aqui no "Cidadania LX" respondendo ao amável convite do Paulo Ferrero.

Abandonei ontem as responsabilidades autárquicas que detinha enquanto membro da comissão administrativa que geriu a Câmara Municipal de Lisboa desde a queda do anterior executivo. Hoje passei à condição de lisboeta atento, interessado e apaixonado pela cidade.

Registei o desafio que me foi dirigido no dia seguinte às eleições autárquicas, mas apenas hoje me sinto nesta condição de “apenas” cidadão. Não que julgue “menor” esta condição, nem que considere incompatível a condição de cidadão e de responsável autárquico. Antes pelo contrário. Entendo que devem ser formas complementares de intervenção.

Habituei-me a acompanhar este blog. Enquanto autarca em Lisboa fui alvo de alguns elogios e de muitas críticas. Devo dizer que considerei umas justas, outras injustas e outras até menos sérias. Mas foram sempre opiniões que me obrigaram a ser mais exigente comigo próprio, com os meus colaboradores e com o meu trabalho.

Continuo a ter um partido, permaneço comprometido com o que fiz em Lisboa. Mas agora, enquanto “apenas” lisboeta, quero continuar a intervir no desenvolvimento da cidade de Lisboa. Considero este blog um espaço plural de participação de cidadãos que têm um interesse comum – Lisboa. Este é também o meu interesse.

António Prôa

Chegou a vez do Zé... E agora, José?

Editorial do DN

"O primeiro dia de António Costa na Câmara de Lisboa foi dominado pela agenda de... José Sá Fernandes. O presidente parece ser o primeiro a confirmar o slogan de campanha do candidato mais radical: o Zé faz mesmo falta. Pelo menos a suficiente para com ele fazer um acordo e dar- -lhe um pelouro, o do Ambiente e Espaços Verdes.

Talvez António Costa esteja a usar uma táctica antiga em política e prefira ter o vereador do Bloco de Esquerda com ele que contra ele. Ou talvez esta seja uma manobra cínica para provar que grande parte das ideias dele não são exequíveis. Ou que quando se chega à realidade do poder, devaneios como o de impor um atraso de anos numa obra tão crucial como o Túnel do Marquês podem pagar-se caro.

O que para já António Costa deu a Sá Fernandes foi a sua maior vitória. E ao Bloco de Esquerda a primeira experiência governativa na capital.

Sá Fernandes tem bons trunfos para jogar. Ele foi o verdadeiro independente das eleições. Ao contrário de Helena Roseta ou mesmo de Carmona Rodrigues, a sua entrada na política foi feita por via de uma activíssima vida cívica - que culminou precisamente no processo do túnel. Resta saber se está preparado para a prova de fogo que é a realidade política. Tem dois anos para provar que consegue fazer, além de criticar"

01/08/2007

Parque Periférico


O arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles (in Boletim Lisboa Urbanismo, nº 1 – Ano 1998) chama-lhe PARQUE PERIFERICO, designando-o na sua constituição como “... uma estrutura continua reticulada em relação à cidade que vai desde o Parque de Monsanto até à Ameixoeira, abrangendo quintas e os conjuntos históricos de Carnide e Paço do Lumiar.”

Este conceituado arquitecto defende que no parque deveriam ser integradas as seguintes preocupações/funções ecológicas e ambientais:
Regulação do regime hídrico e cintura verde através de uma boa gestão do curso de água que corre no vale da Ameixoeira o que permitiria a presença permanente de uma rede de vegetação sempre verdejante cujo contributo para uma melhoria de clima e ambiente seriam inquestionáveis;
Recreio, desporto e turismo seriam promovidos através de criação de circuitos de manutenção, passeios pedestres e ciclo-pedestres e, porque não, criação e desenvolvimento de actividades equestres. Aproveitar-se-ia a existência de um conjunto diversificado de museus na zona promovendo-se diversas actividades nos seus próprios espaços verdes;
Espaço de cultura e educação que deverá ser promovido quer através da revisitação a locais históricos, recuperação de tradições (apanha de azeitona, culturas hortícolas, pastorícia, lagares, etc.) num perfeito reencontro com a natureza e os saberes antigos. As escolas devem ser envolvidas;
Promover a produção de bens de primeira necessidade. As populações que vivem na área abrangida pelo parque são constituídas, em grande numero, por agregados familiares de baixos recursos muitas delas a necessitarem de subsídios estatais. Haveria que canalizar muitas das energias desaproveitadas para actividades silvícolas;
A humanização de todo o parque terá de ser feita através de uma verdadeira e completa integração das populações residentes, reconstruindo e repovoando os bairros antigos, criação de postos de trabalho e proporcionando boas condições de segurança e aprazíveis, aos veraneantes e usufrutuários dos espaços verdes e eco-silvicolas.

Data de Dezembro de 2005 a proposta aprovada por unanimidade no executivo camarário de elaboração do Plano de Reabilitação Urbanística da Zona Histórica da Ameixoeira.
Em Fevereiro de 2006 foi apresentado e aprovado o Programa de Acção Territorial, no qual se referem estudos já anteriormente elaborados sobre o tema, nomeadamente:
Classificação de área critica, datada de 1992. Com esta data existe placa alusiva no descampado do lado direito de quem sobe a Calçada da Carriche;
Revisão do Plano Director Municipal de 1994;
Deliberação da Câmara nº 457/CM/97;
Despacho do vice-presidente da Câmara de 15 de Julho 2002;
Deliberação da Câmara de 30 de Junho 2005 (nº 379/CM/2005);

A elaboração do PAT deveria ter contado com os apoios consagrados na Resolução do Conselho de Ministros nº 143/2005 e concumitantemente com o plano tecnológico relativo às cidades criativas para a implementação das boas-práticas de participação e sustentabilidade, recomendadas pela União Europeia na Agenda XXI.
Já em 2003, havia surgido, o projecto europeu “Large Urban Distressed Áreas” entre nós conhecido por projecto LUDA, tendo sido escolhida Lisboa, em concreto a Ameixoeira, como uma das seis cidades europeias a intervencionar. Coordenado pela Câmara e entregue à Universidade Lusofuna, para o desenvolver no terreno, a sua implementação haveria de ser desenvolvida durante três anos.
O que temos visto de todo este processo seja ele chamado, PARQUE PERIFERICO, COROA NORTE, PLANO DE ACÇÃO TERRITORIAL, LUDA, PROTAML, PROQUAL, PRAUD, etc., etc., não tem sido mais do que projectos, estudos e mais projectos. in http://branquinho.blogs.sapo.pt/2006/11/
O que é que se passa na prática?
A CML anda a esquartejar o espaço verde com condomínios, a vender as quintas históricas para construção ou a deixá-las ao abandono, permitindo a sua venda, quando não é proprietária e deixa cair o conjunto histórico e constroi vias rápidas.
Palavras para quê?

Avenida Duque de Ávila


Neste momento, as obras de expansão da linha vermelha do Metro de Lisboa já esventraram a quase totalidade da Avenida Duque d’Avila.
Esta avenida forma um eixo é crucial para o atravessamento circular da cidade, cruzando os principais eixos viários radiais da cidade (Av. António Augusto Aguiar, Av. República, Av Almirante Reis) e está transfigurada há já alguns anos.

Acresce que a sua situação de anterior degradação viária complicava a sua função distribuidora de tráfego:
a) ainda existiam os carris da falecida linha de electrico 24;
b) o estacionamento selvagem dificultava a circulação;
c) a placa central encontrava-se vandalizada por estacionamento;
d) encontrava-se sufocada com excesso de carreiras da Carris.
Este abandono impedia um completo usufruto desta avenida, onde ainda resistem alguns dos belos exemplares de arquitectura do Sec XIX das Avenidas Novas.

No entanto, desde que as obras do Metro começaram que o caos instalou-se e promete durar até 2008 (pelo menos).
Depois de inúmeros árvores arrancadas, edifícios degradadados e ruas esventradas, ainda não se sabe que arranjo será feito à superfície.
Iremos ter uma avenida feita auto-estrada, despida de árvores e estacioamento selvagem, à semelhança de todo o centro financeiro da cidade – moribundo aliás - a caminho de se tornar a um qualquer subúrbio?


António Costa ainda à procura de uma maioria para governar a Câmara Municipal de Lisboa

In Público

António Costa toma hoje posse como presidente da Câmara de Lisboa, cargo cujo exercício se antevê difícil face à posição minoritária do PS no executivo, apesar dos múltiplos esforços desenvolvidos desde o dia das eleições até ontem com vista a entendimentos políticos à esquerda. O novo presidente toma em mãos o governo da cidade sem ter conseguido o desejado acordo que lhe garantisse condições mínimas de governabilidade.
Ao que o PÚBLICO apurou, existe apenas um princípio de entendimento com o BE, cujo vereador não é, no entanto, suficiente para garantir a maioria nas votações do executivo. Pendentes estão ainda os resultados dos contactos mantidos por António Costa com Helena Roseta. O outro vereador eleito pelo Movimento "Cidadãos por Lisboa", Manuel João Ramos, não parece disposto a subscrever o que considera ser uma espécie de "cheque em branco" a Costa.
Helena Roseta garantiu ontem ao PÚBLICO que manteve conversações com António Costa, mas frisa que foram interrompidas pelo presidente há quase duas semanas. Roseta vai aproveitar o jantar que tem previsto para hoje com apoiantes e voluntários do movimento "Cidadãos por Lisboa" para explicar todo o processo que, na sua opinião, "ainda não terminou". "António Costa disse-me que queria voltar a falar comigo", afirmou.
Por seu lado, Manuel João Ramos, em declarações ao PÚBLICIO, sublinha que não se pode de uma forma antecipada "comprometer a liberdade de voto, nem os ideais em nome de uma pseudo-estabilidade política". O vereador deixou entender que não é um grande apologista da forma como Costa conduziu as negociações - "até hoje não vi outra coisa que não fosse negociar lugares e cargos" - e considerou que "a verdadeira estabilidade governativa não passa por uma coligação, mas por um programa que absorva contributos das várias candidaturas". E separa águas: "Uma coisa é o programa com que o PS se candidatou às intercalares de Lisboa, outra é a capacidade de se executar esse mesmo programa".
De fora deste entendimento à esquerda está a CDU. "Viabilizaremos todas as propostas úteis para a cidade de uma forma incondicional", afirmou ao PÚBLICO fonte da CDU, observando que não fazia sentido criticar no dia-a-dia a política nacional e depois na câmara estar coligado com o mesmo PS que é Governo".
Quanto ao acordo já alinhavado com o BE, este foi analisado ontem à noite numa reunião da comissão política do Bloco, cujo desfecho era ainda desconhecido à hora do fecho desta edição. Ao PÚBLICO, Miguel Portas, da comissão política do BE, garantiu que as questões defendidas por Sá Fernandes foram discutidas com António Costa e "a haver acordo ele terá se ser muito claro em relação aos compromissos assumidos e também sobre as margens de liberdade que não estão abrangidas pelo acordo".
Portas lança ainda um repto aos restantes partidos de esquerda, para que "assumam as suas responsabilidades". O PÚBLICO tentou sem sucesso obter uma reacção do presidente da Câmara de Lisboa que passou a tarde em reuniões na FAUL.
O novo presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, já falou com Helena Roseta e quer voltar a falar

31/07/2007

Mais azulejos em Lisboa: registá-los é preciso...




Fotos: «Platero», Click Portugal. O primeiro, de Campo de Ourique e os dois seguintes, da Infante Santo
Registá-los é preciso. Com a falta de conservação que por aí vai, qualquer dia não os há. Ficam só as fotos.

Costa tenta acordos com Bloco e Roseta

In DN

"O PS tenta tudo por tudo para alargar a maioria
António Costa e José Sá Fernandes estavam ontem a negociar um acordo na Câmara Municipal de Lisboa. À hora do fecho desta edição, não era ainda claro se o acordo seria alcançado.

Mesmo que o seja, tal nunca proporcionará ao presidente eleito uma maioria de governação. O PS elegeu seis vereadores, o Bloco um (o próprio Sá Fernandes) e para se fazer maioria são precisos pelo menos nove vereadores (ao todo são 17, presidente incluído).

Sá Fernandes impunha para a negociação um caderno de encargos pesados. Seis condições, entre as quais a proibição de novos empreendimentos na frente ribeirinha e o cancelamento da permuta que permitiu à Bragaparques ficar com metade dos terrenos da Feira Popular (entretanto desactivada), cedendo em troca à câmara municipal os terrenos do Parque Mayer. Também recusa governar se o elenco camarário integrasse, com pelouro, membros da antiga maioria camarária (ou seja, do grupo de três eleitos do PSD e do grupo de três eleitos de Carmona Rodrigues).

Outras condições prendiam-se com a implementação em Lisboa do Plano Verde do arquitecto Ribeiro Telles (pelo qual Sá Fernandes poderia ficar responsável no executivo camarário), com a reestruturação do universo empresarial da autarquia (operação que seria centrada na EPUL) e ainda com uma política de habitação que obrigasse qualquer novo empreendedor a colocar no mercado 20 por cento dos imóveis vendíveis sob preços controlados.

O presidente eleito conversou também com Helena Roseta, estando à espera de um entendimento com o Bloco de Esquerda para fazer avançar essas conversas de forma mais consequente. Aparentemente, Roseta enfrentava problemas com o seu número dois, Manuel João Ramos, que recusava qualquer espécie de entendimento com o PS. (O DN tentou, em vão, contactar Manuel João Ramos).

A confirmar-se uma divisão entre os dois eleitos da lista independente de Roseta, isso faria com que, mesmo a ex-militante do PS alinhando com António Costa, a maioria ficasse a um vereador de ser absoluta. A dificultar o acordo Costa/Roseta estará também o facto de a número três da lista do PS, Ana Sara Brito, ter com a ex-militante do PS uma relação péssima. As duas desentenderam-se na campanha presidencial de Manuel Alegre.

Helena Roseta adiantou ontem ao DN que, "até há semana passada, houve conversas com o presidente" sobre uma eventual coligação, "mas desde aí não sei de mais nada, pelo que a iniciativa agora terá que ser dele".

Quanto a pelouros, não quis dizer que pastas poderá assumir: "Esse assunto pertence a uma conversa entre mim e o presidente." No entanto, referiu a sua experiência à frente da Câmara de Cascais. "Não é necessário haver coligação para haver pelouros. Em Cascais distribui pelouros e governei sem maioria."

Ao longo de toda a campanha, a ex-militante do PS colocou duas condições para colaborar com António Costa na governação da cidade: que o pelouro do urbanismo fosse gerido no executivo camarário de forma colectiva; e o que do plano de revitalização da Baixa-Chiado fosse eliminado o projecto de construir três parques de estacionamento"

Portela inaugura novo terminal


É hoje inaugurado o novo terminal de passageiros do Aeroporto de Lisboa. A obra custou 18 milhões de euros e pretende dar resposta ao aumento do número de passageiros.

O ministro das Obras Públicas, Mário Lino, preside hoje à inauguração do terminal 2, um investimento que vai servir dois milhões de passageiros por ano. O novo terminal de passageiros do aeroporto da Portela, destinado a partidas de voos domésticos com origem em Lisboa e com destino aos aeroportos de Faro, Porto, Bragança, Vila Real, Madeira e Açores, entrará em funcionamento quarta-feira, 01 de Agosto. Ocupando uma área total de 7.700 metros e com capacidade para movimentar 1.500 passageiros por hora, o terminal 2 vai dispor de uma zona de check-in com 22 balcões, seis quiosques electrónicos (CUSS), uma posição para processamento de bagagem fora de formato, seis postos de controlo de segurança, espaço de restauração e instalações técnicas de apoio. O novo terminal terá capacidade para processar cerca de 66 partidas diárias e um total de 5 mil passageiros. in SIC
ONLINE

Um passo necessário para aguentar a estrutura mais uns anos, mas também mais um prego no caixão de um aeroporto acanhado, sem capacidade para receber com qualidade o actual movimento de passageiros e com ares terceiro-mundistas.
Para não falar que, mais uns anos, estaremos a contruir novos terminais em cima da segunda circular, ou a arrasar bairros limítrofes, seja com buldozers seja com o imenso ruído que se faz sentir.
Para não falar no perigo eminente de ter um aeroporto cravado no centro da cidade.

30/07/2007

Comissário da Trienal de Lisboa considera que a capital tem sido o sítio pior para a arquitectura

in Público

"As duas últimas décadas foram um tempo de mediocridade "absolutamente inacreditável" em Portugal, em particular em Lisboa, afirmou à Lusa o comissário-geral da Trienal de Arquitectura de Lisboa, José Mateus: "Os futuros historiadores vão olhar daqui a dez anos para Lisboa e dizer: "No fim do século XX vivia-se um tempo obscuro no campo da arquitectura."
No que respeita à capital, Mateus dá conta de "um fenómeno quase misterioso": "Em Lisboa não sei onde é que aparecem tantos projectos feitos [sem concurso]. O último concurso que me lembro foi no tempo de Jorge Sampaio. Em Cascais, no mandato de António Capucho foram feitos mais de 20 em cinco ou seis anos." "Dá um desgosto para quem como nós, os arquitectos, sabe aquilo que poderia ser a nossa cidade", lamenta o comissário da trienal, que encerra amanhã.
José Mateus explica que o evento pretendeu "pôr as pessoas a pensar em arquitectura" e a questionar o conceito de "vazios urbanos" nas suas cidades, o tema desta primeira edição, que foi visitada por 40 a 50 mil pessoas, um número abaixo do previsto.
"Quando falamos de vazios urbanos, não estamos a falar em ocupação desses vazios, mas a propor que se pense sobre eles, que ganhem novo sentido", sublinhou o arquitecto.
Lisboa tem muitos vazios urbanos e José Mateus cita alguns exemplos, uns mais explícitos do que outros, como os terrenos da Feira Popular ou as margens de habitações do eixo norte-sul ou da Segunda Circular. São um "não lugar". Perante estes cenários de "vazios urbanos", a Trienal de Arquitectura, teve o seu papel de serviço público, como explicou José Mateus, ao apresentar "projectos para problemas facilmente identificáveis em Lisboa e que provam que a cidade pode ser outra coisa".
Ao longo dos últimos dois meses, a trienal fez-se sobretudo de exposições e debates dirigidos não só a arquitectos, mas a todas as pessoas e às que têm o poder de decidir sobre a cidade: "Quisemos mostrar propostas que provam aos administradores de empresas, aos decisores políticos, aos autarcas, que há uma série de problemas na cidade que têm dezenas de hipóteses de solução e que podem transformar a cidade em algo eventualmente também surpreendente."
Apesar de a afluência do público não ter sido esperada (previa-se cerca de 100 mil visitantes), o balanço é positivo: "Um dos aspectos bem sucedidos foi a afirmação do evento em si logo à primeira edição, junto dos jornalistas, dos políticos e da população. Podem não ter visto a trienal, mas sabem que existe."
A próxima Trienal de Lisboa decorrerá em 2010.(...)

29/07/2007

Ideias para Lisboa II......



"Ma vision de Londres est claire : une ville où les cyclistes seront toujours plus nombreux, créant un système de transport plus fluide et durable, profitable à la santé des Londoniens. Je suis certain que le Tour de France incitera la population à s'initier au vélo, que ce soit pour circuler dans Londres ou comme nouveau mode de loisir. "

Palavras de Ken Livingstone acerca da partida de Londres do "Tour 2007"........

Tradições.........



Os maus hábitos são tramados de mudar...........


Já em 1961 tanto os carros como os burros gostavam
muito dos passeios (sombras) de Lisboa......

28/07/2007

Praiasde Lisboa: Algés e Pedrouços!

As praias de Lisboa, há muitos anos atrás, eram estas. Algés e Pedrouços. E era assim que se ia à praia... Com estes calores de hoje devia ser horrível tanta roupinha, malta...




Os cheiros e as imagens da Rua do Arsenal pelos tempos fora

Fotos e citações: Revelar LX

Hoje já menos. Mas na Rua do Arsenal sempre cheirou imenso a bacalhau, por via das casas de comércio ali existentes com bacalhau fresco e seco. Hoje na «Única» Clara Ferreira Alves recorda esse cheiro. E deu-me vontade de inserir este post. Passo todos os dias nesta rua. Por vezes, a pé. E é inevitável: uma das casas comerciais de antanho ainda o vende: bacalhau para todos os gostos e… cheiros. Foi ali que um eléctrico conduzido por uma estagiária, há uns tempos me espatifou a traseira do carro. Culpa minha. «A rua do Arsenal tirou o seu nome do Arsenal de Marinha, edifício cujo risco é de Eugénio dos Santos Carvalho, mandado ali construir em 1759. Neste local existiram duas carreiras de construção de navios, armazéns e oficinas até 1936, data da abertura da avenida da Ribeira das Naus, altura em que as instalações navais passaram para o Alfeite. A rua do Arsenal, tem início na praça do Comércio - o centro do governo político do país -, passando pela praça do Município - local muito procurado durante o século XIX e XX para manifestações políticas -, e termina na praça Duque da Terceira».
Foi aqui que decorreu «o assassínio do Rei Dom Carlos e Príncipe Dom Luís Filipe em Fevereiro de 1907». Era aqui que «os arsenalistas (elementos mais radicais do setembrismo, de inspiração jacobina e adeptos da soberania popular) se manifestavam contra o poder instituído». Em 1918, a Rua do Arsenal «viu o grande cortejo do Armistício».
Por ser próxima da CML e do Terreiro do Paço, fizeram-se por ali manifestações e concentrações de arromba.

os nossos jardins em dia de eleições - 4






Imagens do "Jardim França Borges" na Praça do Príncipe Real. Um dos espaços urbanos mais importantes do Romantismo lisboeta. Ao contrário de outros jardins da capital, este continua bem popular: hoje de manhã estava muito animado com uma boa mistura de lisboetas e turistas de todas as idades. O dinamismo deste jardim aos sábados de manhã deve-se, em parte, ao Mercado de Agricultura Biológica (embora acompanhado do estacionamento abusivo de alguns clientes...). Mas apesar da popularidade, e do valor histórico e patrimonial indiscutível (4 árvores classificadas de "Interesse Público", Reservatório da Patriarcal classificado "Monumento Nacional"), este espaço sofre de problemas bem conhecidos de todos nós, como por exemplo:

- lixo por recolher;
- relvados e plantas mortas (incluíndo duas árvores mortas);
- 6 caldeiras vazias (ou com cepos) no passeio periférico ao jardim;
- caminhos em mau estado (vários buracos perigosos);
- pavimentos com materiais inadequados (à base de alcatrão);
- mobiliário urbano dissonante (novos bancos e colunas de iluminação);
- antigo quiosque "Unicef" (classificado no PDM) abandonado e vandalizado;
- antigo pavilhão de chá adulterado.

Segundo informação da Junta de Freguesia das Mercês, a manutenção deste jardim é da inteira competência da CML. Porque é tão fraca a manutenção? É óbvio que este jardim histórico precisa de um projecto de restauro que lhe devolva a dignidade. Mas de nada valerá um restauro se não fôr acompanhado por um plano de manutenção eficaz...

27/07/2007

PSP detém dez carteiristas nos transportes públicos de Lisboa

In Público On Line

" PSP de Lisboa deteve dez pessoas em flagrante delito numa operação realizada a 23 e 24 de Julho de combate aos roubos no interior dos transportes públicos.

Em comunicado, a PSP informa que deteve oito homens e duas mulheres no percurso das carreiras 15 e 28 do serviço de eléctrico da Carris, numa operação que envolveu 25 agentes da polícia.

Estes "mantiveram sob vigilância discreta os eléctricos, o seu percurso e as paragens, controlando e abordando os indivíduos suspeitos da prática de ilícitos", avança o mesmo documento.

A PSP identificou ainda três homens e quatro mulheres suspeitos da prática de furtos.

Os detidos ficaram sujeitos a termo de identidade e residência, tendo sido um deles presente a julgamento sumário e condenado a pena de multa.

Tendo em conta esta altura do ano (quando os roubos acontecem com maior frequência), a PSP adianta que vai continuar a efectuar operações, em datas específicas, para detectar e deter carteiristas"

26/07/2007

SEGURANÇAS SUBSTITUEM POLÍCIA NOS TRANSPORTES

In Dn

A criminalidade nos transportes públicos (TP) da área da Grande Lisboa parece ter estabilizado, mantendo-se os números de ocorrências registados nos últimos cinco anos, declaram ao DN os principais operadores. Consideram que tem aumentado a tendência para a prática de mais furtos e roubos - devido ao agravamento dos problemas sociais em geral, como o desemprego e o aumento do custo de vida, - e o número de ocorrências só não terá crescido devido ao investimento que têm feito na contratação de empresas de segurança privada.

Na zona de Lisboa, a situação mais crítica continua a verificar-se na linha ferroviária de Sintra, utilizada diariamente por cerca de 210 mil pessoas. No entanto, fonte da CP salienta ao DN que "em 2006 registaram-se menos 25% de ocorrências do que no ano anterior, no que se refere a furtos, roubos e agressões".

Embora não especifique quantos casos se registaram no eixo Sintra-Lisboa, a mesma fonte adianta que, "em média, há três situações destas por dia nas quatro linhas da CP/Lisboa".

"A maioria das estações e dos comboios já tem videovigilância e a CP contratou mais seguranças, o que terá contribuído para travar o aumento das ocorrências", salienta a mesma fonte.

Na linha de Sintra, "os períodos mais críticos são à noite, principalmente à sexta-feira e sábado, quando viajam nos comboios grandes grupos de jovens que vão para bares e discotecas", contou ao DN um agente da PSP que patrulha os comboios. Adiantou que "o número de furtos e assaltos aumenta entre o final e o início de cada mês, pois é quando as pessoas recebem os salários e há mais para roubar".

Por seu turno, Rui Ramos, porta-voz da Comissão de Utentes da Linha de Sintra, denuncia ao DN que "falta polícia ferroviária para um número tão elevado de utentes". Contesta o facto de, "a partir de certa hora, fecharem as bilheteiras e as estações ficarem vazias. As pessoas sentem-se sozinhas e inseguras e deixam de utilizar o comboio".

Em termos de criminalidade nos comboios da CP, verifica-se que no Verão a maioria das ocorrências deixa de se registar na linha de Sintra, atingindo também a linha de Cascais. Precisamente porque os grupos de delinquentes dos bairros degradados do concelho da Amadora passam a utilizar os comboios da linha de Cascais para irem à praia. E, durante a viagem, geram distúrbios e aproveitam a confusão para deitar a mão ao que for possível.

Eixo Norte-Sul mais pacífico

Nos comboios da Fertagus, que ligam Lisboa a Setúbal, "o número de furtos, assaltos e agressões não tem, de forma global, aumentado", garante fonte da empresa.

Segundo dados fornecidos ao DN pela transportadora, entre 2005 e 2006, o número de assaltos com ameaça aumentou de 13 para 18, as agressões a clientes e funcionários passaram de 11 para dez e os actos de vandalismo e distúrbios desceram de 61 para 39. Foram participados dez roubos em cada ano e as situações de apedrejamentos aos comboios reduziram de 75 para 21.

"Os principais problemas ocorrem essencialmente em dois períodos distintos: no final da hora de ponta da tarde (roubos e assaltos com ameaça) e nos primeiros comboios da manhã ao fim-de-semana (vandalismo e distúrbios em grupo)", refere a mesma fonte.

Salienta que "em 2007 houve um incremento de 30% no número de vigilantes, que aumentou para 60 agentes".

Para melhorar as condições de segurança nos TP, responsáveis da Fertagus defendem que "deveria haver uma melhor articulação entre todas as empresas envolvidas, assim como entre estas e as autoridades policiais".

Na sua opinião, "os problemas da segurança estão na maioria dos casos relacionados com questões de âmbito social, aos quais as forças policiais não dão uma resposta cabal". Acrescentam que, "para salvaguarda dos seus clientes, as empresas de transporte são obrigadas a recorrer a seguranças privados, substituindo-se ao Estado". Alertam que, "além do elevado custo que esta actividade representa para as empresas, não corresponde ao mesmo nível de autoridade das forças policiais"

Equipa de Morgado vai para a Câmara de Lisboa

In Dn

"O procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro, entregou a coordenação da investigação de todos os processos pendentes relativos à corrupção na Câmara de Lisboa à equipa da procuradora-geral adjunta, Maria José Morgado. A decisão foi comunicada ontem ao director nacional da PJ, Alípio Ribeiro.

Numa reunião realizada na terça-feira na Procuradoria-Geral da República, Pinto Monteiro propôs à directora do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa que, juntamente com a mesma equipa que concluiu a investigação dos processos do Apito Dourado, assumisse a investigação da Câmara de Lisboa. Com esta iniciativa, Pinto Monteiro manifestou publicamente a sua confiança numa equipa que considera competente.

O despacho de nomeação foi assinado ontem pelo PGR e produz efeitos a partir de 1 de Setembro. O documento refere que Maria José Morgado e a equipa existente, a par dos processos relativos à autarquia lisboeta, "continuarão também a acompanhar os inquéritos e processo relativos ao Apito Dourado, até os mesmos estarem findos".

Pinto Monteiro salienta no despacho que a equipa constituída para dirigir e coordenar a investigação dos inquéritos do "Apito Dourado" desempenhou com "dedicação, competência técnica e respeito pelas normas em vigor as tarefas que lhe foram confiadas", pelo que se justifica "a continuação da sua actividade como grupo homogéneo".

"Por outro lado, a complexidade processual, a especialização exigida, a repercussão social e política e o fio condutor que existe entre os inquéritos pendentes relativos à Câmara Municipal de Lisboa são factores que aconselham um tratamento unitário, com uma direcção concentrada de investigação", lê-se ainda no despacho do PGR.

Quanto à equipa que irá agora investigar todos os inquéritos relacionados com a Câmara Municipal de Lisboa, Pinto Monteiro esclarece que a mesma "poderá sofrer ajustamentos justificados pela natureza da matéria a investigar".

Caso Bragaparques

O caso Bragaparques, que levou à queda do executivo municipal e à convocação de eleições intercalares, é a investigação mais mediática à Câmara de Lisboa que será coordenada pela magistrada Maria José Morgado a partir de Setembro.

Além do caso Bragaparques, a magistrada ficará também com a coordenação do processo relativo aos prémios de gestão da EPUL, alegadamente pagos indevidamente a administradores da empresa, bem como com a sindicância aos serviços do Urbanismo da Câmara, pedida pelo ex-presidente da autarquia Carmona Rodrigues.

Entretanto, Gabriela Seara, ex-vereadora do Urbanismo, agora eleita como independente na lista de Carmona, disse ontem que a nomeação de Morgado poderá contribuir para acelerar o desfecho das investigações. Quando tinha o pelouro do Urbanismo, foi constituída arguida. "É bom para acabar o clima de suspeição, porque não se pode gerir uma câmara num clima desses", sustentou em declarações ao DN."

25/07/2007

PSP identifica mais de 40 infracções no transporte de crianças

IN Rádio Renascença

"A divisão de trânsito da PSP de Lisboa realizou esta manhã uma acção de fiscalização ao transporte colectivo de crianças. Em três horas, foram identificadas mais de 40 infracções.

À entrada para o tabuleiro da Ponte 25 de Abril, os autocarros interromperam a viagem até à praia, para que a PSP verificasse as condições de segurança em que viajavam as crianças.

A maioria das infracções detectadas estava relacionada com irregularidades ao nível dos sistemas de retenção e ao nível das licenças para o transporte colectivo de crianças. As multas cobradas rondam os mil euros.

O regime jurídico do transporte colectivo de crianças e jovens até aos 16 anos obriga à utilização de cinto de segurança. A lei prevê que a cada criança terá de corresponder um lugar sentado e que a lotação do autocarro não pode ser excedida.

Os motoristas têm ainda de ser certificados pela Direcção-Geral dos Transportes Terrestres"

Comentário: Por incrível que pareça há por aí muitas empresas de transportes que dizem claramente que a responsabilidade de assegurar os mecanismos de retenção das crianças não é sua, apesar de terem tido conhecimento atempado da legislação, e de (por se tratar de um negócio, do "seu" negócio) deverem ser os principais promotores da segurança de quem transportam.

Finalmente, vê-se a obra a andar!

Foto: Eduardo Gageiro

Cais das Colunas

Onze anos depois, a luz ao fundo do túnel. Salvo seja. falo da obra de reposição de toda a azona do Cais das Colunas. Um dia destes as colunas do cais voltam ao Cais das Colunas: aparecem lá e poderemos outra vez ver dali o pôr-do-sol... O terraço já se nota. As baias foram retiradas e deixaram ali uma rede que não choca. E que deixa ver o andamento da obra.
Assim, sim. Apoiado, Metro.
Até te perdoamos (eu perdoo) os 11 anos...

Lisboa - Cidade de duas margens







Esta imagem é sugestiva do facto de Lisboa ser uma cidade-região de duas margens e não apenas o núcleo urbano confinado aos limites concelhios.


Há que pensar cada vez mais nesta realidade, pois esse raciocínio é o início da resolução dos problemas da cidade e, em consequência, metropolitanos.




Hotel na Torre Vasco da Gama


Começou no início deste mês a construção do Torre Vasco da Gama Royal Hotel, um empreendimento de 21 andares que será acoplado ao edifício mais alto do País, no Parque das Nações, em Lisboa. "Neste momento está em curso o processo de contenção de terras e a demolição das antigas estruturas", revelou ao DN José Moreno, porta-voz da Comissão de Moradores do Parque das Nações.O projecto do arquitecto Nuno Leónidas foi aprovado em Junho de 2006 e será formado por dois corpos construídos entre o rio Tejo e a Torre Vasco da Gama. O hotel de cinco estrelas deverá estar concluído dentro de dois anos e terá 176 quartos e dez suites. No total, serão 372 camas que o grupo Sana pretende inaugurar em 2009. A previsão inicial da cadeia portuguesa de hotéis passava por abrir a unidade em 2004, mas o facto de o empreendimento não estar inicialmente previsto nos planos de pormenor do Parque das Nações contribuiu para atrasar este processo.No edifício, que no final de 2001 foi anunciado como o primeiro hotel bioclimático do País, pretende-se que sejam postos em prática os princípios da arquitectura ambiental ao nível dos materiais utilizados, iluminação natural ou orientação solar. Na Torre Vasco da Gama, que está fechada ao público desde Outubro de 2004, manter-se-ão os três elevadores panorâmicos que permitem o acesso ao topo do edifício. Esta estrutura, que esteve para ser demolida após a Expo'98, não sofrerá alterações. O DN tentou contactar o grupo Sana Hotéis, mas sem sucesso.in DN ONLINE

24/07/2007

Trazer o carro ou a moto para o centro de Lisboa?

O ideal era ir de transporte público. Isso, sem dúvida. Mas para quem não tem essa opção por enquanto, por milhentos motivos? Se quiser trazer a moto? Para alguns pode até colocar-se a opção: trazer o carro ou a moto? Ok, trago a moto (a 1ª pessoa é apenas uma forma de escrever, uma hipótese teórica: não tenho nem nunca tive, mas amigos meus têm e colocam a questão). Trazem a moto. Mas... e depois? Estacionar onde? Quase não se pensa no assunto. Mas parece que valia a pena que se pensasse: segundo me dizem, as motos produzem muito menor poluição em número de unidades de CO2 emitidas. Para a mesma cilindrada, muito menos. Mas a maioria dos carros tem mais cilindrada do que a maioria das motos.
Vem isto a propósito do incentivo ao uso de moto: traga a sua moto para a cidade, deixe o carro em casa (se o tiver também).
A questão que surge é o estacionamento. Na Baixa, por exemplo, só existem dois pequenos parqueamentos autorizados, segundo me foi dito hoje: um na Rua do Crucifixo, outro na Rua do Sacramento (julgo que é aqui). Cada um destes locais tem apenas quatro lugares de moto. Uma ninharia.
Nos parques subterrâneos, os motociclistas não podem estacionar.
Um problema? Um problemas sério?
Já agora, saiba que uma moto de 1 000 cm3 paga de imposto de circulação mais de 100 €... Ou seja: muito mais do que um carro com a mesma cilindrada. Ao que sei, porque uma lei de há 30 anos declarava a moto um meio de transporte de luxo... Onde isso já vai.

LISBOA É...


...uma munícipe octagenária forçada a andar no meio da rua porque os passeios do seu bairro estão ocupados com viaturas automóveis.

A imagem retrata um problema quotidiano na Rua da Saudade, Freguesia de Santiago. Apesar de estar incluída na "zona de acesso condicionado da colina do Castelo", aqui o estacioamento ilegal reina sobre os direitos elementares dos peões. Mas não só os residentes sofrem. A Rua da Saudade é utilizada anualmente por milhares de turistas. É um dos percursos que liga a zona da Sé-Alfama ao bairro do Castelo. Lisboa, parece, não garante nem a segurança dos seus habitantes nem dos que nos visitam.

(foto enviada por uma munícipe que já fez vários apelos junto da CML e EMEL)

23/07/2007

Moradores do Arco do Cego contra vedação na escola

In DN - Filipe Morais

Requalificação da Escola D. Filipa de Lencastre gera contestação

Os moradores do bairro do Arco do Cego, em Lisboa, estão preocupados com o projecto para requalificar a entrada da Escola Secundária D. Filipa de Lencastre. O presidente da Junta de Freguesia de São João de Deus, Rui Manuel Pessanha da Silva, explicou que "parece que a vedação não passou de uma sugestão e era vista como uma medida provisória".

Ainda assim, os moradores estão preocupados, já que, para garantir a segurança dos alunos, essa vedação iria isolar uma grande área em frente da escola, impossibilitando o usufruto daquele espaço público. Os moradores juntaram-se e estão a recolher assinaturas para um abaixo-assinado, que querem enviar à Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL).

Em causa está um protocolo assinado entre a Câmara de Lisboa e a DREL para fazer um agrupamento vertical de escolas, na D. Filipa de Lencastre, em que a autarquia se comprometia "a vedar o espaço público contíguo à frontaria da escola e a construir a respectiva portaria". Agora, os moradores mostram-se preocupados. "O que se ouve dizer é que vão fechar uma área bastante grande e depois ninguém lá pode passar".

Rui Manuel Pessanha da Silva afirma que tem estado "em contacto com a DREL e até agora, oficial ou oficiosamente, não fui informado. Realmente há uma proposta de alteração, mas as obras só começarão em 2008".

Quanto aos rumores de que a indesejada vedação poderá avançar já no mês de Agosto, o autarca sublinha que "é melhor não fazerem nada nas costas das pessoas, porque senão vai ser pior. E atenção que não é uma ameaça, é apenas uma posição. Da minha parte, não permitirei que nada aconteça sem o meu conhecimento". O autarca adianta que tem estado em contacto com os representantes dos moradores, a quem manifestou já a sua posição. Isabel Castro, residente no bairro, refere mesmo que já se levantou a hipótese de se avançar com uma providência cautelar, caso se tente construir a vedação em Agosto.

Os residentes querem defender o valor histórico, patrimonial e estético de um bairro residencial. Actualmente, decorre no Ippar (Instituto Português de Património Arquitectónico) um processo para classificação da Escola D. Filipa de Lencastre, assim como do conjunto do bairro do Arco do Cego. No abaixo-assinado, os moradores pedem a suspensão do projecto, a fim de que possa haver um período de discussão pública.

22/07/2007

3 sociedades para a frente de rio, garante Júdice


«Much ado about nothing»: muita parra e pouca uva?


.José Miguel Júdice deu uma entrevista a Margarida Marante para o 'Sol' deste sábado. Não avança muito. Fala com muita cautela sobre o rio e a sua participação. Mas ficamos a saber algumas das coisas que pensa:
~
1. Quem vai definir o plano são os «accionistas». Resta saber quem são exactamente e que papel o do Estado.

2. Não explica quem são esses «accionistas». O que não nos pode deixar sossegados.

3. Compara a estrutura à Parque Expo - e isso já não é mesmo de deixar qualquer um descansado.

4. Garante que conhece o plano mas que não pode falar sobre ele.

5. Dá a sua palavra de que «não vai haver especulação imobiliária».

6. A nova estrutura será presidida por ele - e reafirma que o fará à borla. Honra lhe seja. Mas vai ficar rodeado de pessoas cheias de benesses, como se adivinha facilmente.
.
7. A nova estrutura vai compor-se de 3 empresas. Mais um balúrdio em ordenados e regalias para um porradão de «boys» - disso ninguém te livra, Zé Povito.

8. Esta nova estrutura não vai anular nem abafar a APL «até porque continuará a haver actividade portuária» - o que é curto para uma zona portuária. A ideia que fica é a de que a principal actividade na área deixará de ser portuária, a qual passa assim a subsidiária sabe-se lá de quê que por ali vai nascer... Motivos mais do que suficientes para se ficar de olho aberto e orelha fita, como diz o Povo da minha terra.

9. Por outro lado, não adianta muito sobre o conjunto dos projectos concretos.

10. E fico ainda a saber que o convite de Sócrates foi feito num almoço há três meses e que um jornal se referiu a isso a 4 de Maio, portanto antes da sua aparição como mandatário de António Costa. E ainda que o convite vai ser repetido.

Ou seja: tudo suficientemente definido e suficientemente insinuado para sabermos que vai ser assim mesmo, lá mais para diante.

O que tenho de dizer é que raramete vi alguém ter tanto espaço em papel de jornal para dizer tão pouco de concreto. Mas Marante explica que seconhecem desde os idos de 1980 e pouco...

Na mesma edição do 'Sol' fica-se também a saber que a CML vai ter um papel central em tudo isto e que a Parque Expo está interessada nesta «tarefa» da reconversão da zona do Porto de Lisboa - e aí já a coisa pode fiar mais fino, dada a negativíssima experiência acumulada por esta empresa lá para o lado do Oriente de Lisboa e zona contígua de Loures, como se vê...

21/07/2007

Estradas.....para todos !



Muitas vezes as soluções são tão simples como esta na imagem......
uma pequena faixa separada de cada lado da estrada.......
para a circulação e segurança de ciclistas e peões......

20/07/2007

os nossos jardins em dia de eleições - 3




Imagens do "JARDIM" da placa central da Praça de Londres (que de Londrino não tem nada como já se percebeu pelas imagens!).

Um dos espaços verdes criados pela CML na década de 50. Não se percebe como é que um jardim localizado numa zona rica da cidade pode ter chegado ao estado de abandono terceiro-mundista:

- grandes quantidades de lixo (incluíndo mobiliário abandonado);
- relvados e plantas mortas (incluíndo um cipreste);
- bancos de jardim destruídos e com falta de manutenção;
- pavimentos com buracos (incluíndo um com 1 metro de diâmetro);
- dejectos (de origem humana e canina) em vários locais.

Não é pois de admirar que, o que resta deste jardim, só já atraia sem-abrigo, mendigos e toxico-dependentes. Encontrei várias "camas" improvisadas de cartão canelado. Também é popular com alguns proprietários de cães uma vez que podem, sem constrangimento, não recolher os dejectos caninos.

Porque se abandonou a manutenção do Jardim da Praça de Londres?

Dos Plátanos ao Investimento

"Sim, tenho a certeza de estamos no caminho certo! Vai gente à nossa frente."

Atrair investimento para Lisboa?

Como será agora? Tomamos um novo caminho ou continuaremos às voltas?

A cidade tem de saber escolher os investimentos que interessam, e tem de saber como atraí-los. No centro de qualquer estratégia, terá de estar a qualidade de vida urbana.

Quem o diz? O presidente do Urban Land Institute, organização internacional dos promotores imobiliários. Neste texto. Algumas passagens:

“Para atrair capital e ser sustentáveis, as cidades devem esforçar-se por proporcionar qualidade de vida em diversas vertentes [incluindo] um ambiente seguro (em termos de crime e qualidade do ar e da água) (…) um parque habitacional ao alcance de várias classes sociais (…) excelentes espaços públicos que criem um sentimento de comunidade.”

“As dez cidades que mais atraem investimento (…) têm algumas características distintivas [entre as quais a de] investirem em sistemas de transporte público.”

“É claro que os factores que fazem uma cidade um excelente lugar para viver são exactamente os mesmos factores que a tornam um excelente lugar para investir.”

“A qualidade de vida, em conjunto com o dinamismo económico e a localização, vai dominar as decisões de investimento ao longo do século XXI.”

Em relação ao investimento, uma nota importante.

O investimento imobiliário deve ser visto como um meio, nunca um fim em si mesmo. Esse tem sido um dos dramas de Lisboa.

O que é que a cidade tem ganho com a construção de milhares de metros quadrados de habitação e escritórios, postos em venda a preços astronómicos, que apenas servem para fixar capitais?

Não criam empregos qualificados. Não povoam a cidade. Não geram mais investimento, nem dinamizam o tecido económico da cidade. E “cobram” na qualidade de vida dos munícipes.

Lisboa precisa de uma visão que guie de forma sustentável o seu desenvolvimento económico. No centro dessa visão tem de estar a qualidade de vida e a salvaguarda daquilo que Lisboa tem de melhor.

Em vez de nos deixarmos “seduzir” ou “horrorizar” com as simulações em 3D dos grandes projectos urbanísticos, precisamos de perguntar, de forma crua, a cada um deles:

…O que é que acrescentará de positivo à imagem da cidade e à vivência dos seus espaços públicos?

…O que é a cidade perderá com a sua construção, e em que medida é que essas perdas afectarão a qualidade de vida e, assim, a atracção de investimento?

E temos de discutir as respostas, de forma igualmente crua. E nessa discussão, não pode haver cidadãos "todos iguais, mas uns mais iguais que outros"...

Distritos Urbanos


Lisboa tem 12 mil funcionários, três centenas de departamentos e divisões e 53 freguesias, constituindo uma estrutura autárquica praticamente ingovernável.


A câmara tem dez trabalhadores por cada mil habitantes, ao passo que em Madrid e Barcelona, esse ratio é de cerca de metade, e mesmo nos municípios limitrofes, como Oeiras, não chega a oito trabalhadores por mil habitantes, enquanto que no Porto há 6,86 funcionários por cada mil habitantes. O problema é tanto mais complexo quanto esta quantidade espantosa de funcionários de Lisboa não é sinónimo de serviços bem prestados.

Não se pode sequer trazer à discussão a pressão que Lisboa sofre dos municípios limitrofes, que até têm mais população do que lisboa, uma vez que os 2,5 milhões da área metropolitana são inferiores aos 5 milhões de Madrid ou quase 10 milhões de Londres, Paris ou Moscovo, e estas funcionam bastante melhor.
No entanto, mesmo considerando que Lisboa sofre uma maior pressão, dada a inexistência de uma verdadeira rede de transportes, gestão autista de município a município e ausência de descentralição de centros económicos e culturais pela área metropolitana, nada justifica a enormidade da máquina camarária.

A cidade está completamente retalhada por tantas freguesias que são um verdadeiro anacronismo administrativo, uma divisão "completamente obsoleta" de territórios minúsculos e sem poderes para fazer coisa alguma, legado de uma gestão vinda do antigo regime e desenquadrada da gestão que se pretende para as cidades-região como são Lisboa e outras cidades europeias.

A mudança passa pela criação de distritos urbanos, no sentido de ajudar a administração da cidade a sair do autismo e a acompanhar no terreno os novos problemas e dinâmicas da vida urbana, em praticamente todas as áreas de actuação.
Muito prometida nas campanhas eleitorais, esta reorganização nunca se efectuou, até por causa das alterações que geraria nos equilíbrios partidários.
Por exemplo, Paris tem 20 Distritos Urbanos/Freguesias; Madrid - 21; Roma - 20; Barcelona -10; Lyon -10, sendo que a relação entre estas DU/Freg. e o número de habitantes não tem paralelo no resto da Europa.

Com o objectivo de combater a descoordenação, burocracia e falta de clareza dos procedimentos camarários, racionalizando a sua gestão e aproximando-a das pessoas, os Distritos Urbanos, assentes no agrupamento voluntário de freguesias, poderiam ser o centro de transferência de competências de gestão camarária (por exemplo, pequenos licenciamentos, serviços de proximidade, informação ao cidadão, apoio técnico, em que cada um dos vereadores seria o rosto do seu distrito urbano, combinando as competências sectoriais com uma competência territorial.

Como é possível que a Baixa-Chiado, o Castelo, o Eixo-Central, a frente Tejo, a zona ocidental sejam retalhadas por dezenas de freguesias e ainda pela gestão danosa e autista do Porto de Lisboa?

A cidade deveria ser dividida pelas zonas de interesse comum e de gestão integrada. A título de exemplo, zonas históricas, zonas residenciais periféricas, zona ribeirinha, zona financeira, entre outras.

De que serve definir zonas de intervenção – Frente Tejo, Sociedades de Reabilitação, Planos de Pormenor, se os mesmos abrangem várias freguesias e várias entidades e se os próprios bairros consolidados estão divididos, dificultando o sucesso daquelas, esbarrando em interesses partidários?

A divisão da cidade em distritos urbanos dar-lhe-ia a escala necessária para governar Lisboa na perspectiva de centro de uma região urbana de quase 3 milhões de pessoas, onde as várias cidades funcionam em estreita interdependência., permitindo que a gestão de topo da câmara se ocupe das questões municipais num todo, supra municipais, metropolitanas e internacionais.

Hoje em dia, pensar a gestão de Lisboa, considerando-a apenas restrita aos limites concelhios e geri-la com base em freguesias, cuja amplitude populacional vai dos 500 eleitores aos 50 mil, é apenas explicável com base em má-fé ou incapacidade de raciocínio.

CML: António Costa toma posse a 1 de Agosto às 17:00 horas

"CML: António Costa toma posse a 1 de Agosto às 17:00 horas" in Diário Digital/Lusa

Avenida de Madrid pede mais luz

In Jornal de Notícias (20/7/2007)

«Candeeiros da polémica

Os moradores e comerciantes da Avenida de Madrid, uma zona residencial nas traseiras da Avenida de Roma, em Lisboa, não compreendem por que é que os candeeiros colocados em Março ainda não estão a funcionar e reclamam mais iluminação para aquela artéria. Em Março, uma empreitada de substituição dos antigos candeeiros de betão por novos candeeiros de metal foi suspensa pela Câmara de Lisboa, depois de alguns moradores e do movimento Fórum Cidadania terem contestado a troca dos postes, alegando que estavam a desfigurar a arquitectura do bairro.

Ontem, o "Fórum Cidadania" enviou para as redacções um e-mail dando conta de que a empreitada tinha sido retomada e contestando que a decisão fosse tomada numa altura de transição do Executivo. Numa visita ao bairro, o JN constatou que os trabalhos em causa se destinavam a fazer a ligação dos novos candeeiros à rede da EDP, operação que a Comissão Administrativa alegou desconhecer.

Contudo, a maioria das pessoas queixou-se de que os candeeiros antigos são "muito altos" e "dão pouca luz à rua", pelo que mostraram concordar com a mudança. José Manuel Silva, dono de um café na avenida, defende que "o que é preciso é iluminar a rua e não os prédios" e não concorda com as críticas que levaram à suspensão da obra. GP »

A Gina Pereira que me perdoe mas este artigo não foca o essencial:

1. A empreitada estava suspensa e não devia ter recomeçado sem autorização superior, que não houve. Quem ordenou o seu recomeço?

2. Os candeeiros históricos de Lisboa (sejam os de Alvalade, São João de Brito ou São João de Deus, ou sejam os de ferro, nas Avenidas Novas, Rato, etc., sejam os candeeiros propriamente ditos, sejam as consolas) têm vindo a ser substituídos nos últimos anos sem o menor critério técnico, rigor estético ou preocupação de qualidade.

As razões apontadas para as sucessivas empreitadas (que decorrem nos últimos 10 anos) de abate e substituição de candeeiros são altamente discutíveis (é errado dizer-se que os novos candeeiros são mais baratos ou que a sua manutenção é menos custosa!), quando não caricatas (se um automóvel não chocar com um candeeiro, ele não cai!; se o candeeiro ilumina mal a rua, mude-se a luminária!; se a tampa dos fios eléctricos está partida, arranje-se!; se o candeeiro está sujo e em mau estado, contrate-se quem lhe faça a respectiva manutenção!).

3. Os candeeiros históricos de Lisboa têm vindo a ser substituídos sem que ninguém tenha feito nada em contrário, e sempre com o mesmo denominador comum: a empresa Visabeira.

4. Já é tempo dos lisboetas terem respeito pelo seu património. E já é tempo de acabar com trafulhices a vários níveis. Isso só tem sido possível porque a CML não dispõe de um Regulamento do Espaço Público. Tudo começa por um Regulamento.

Enquanto tal não existir continuarems a ver candeeiros da CML a decorar jardins de funcionários da CML.

A CML realizou uma acção de fiscalização e reordenamento de esplanadas na Baixa Pombalina

In www.agenciafinanceira.iol.pt

A fiscalização do Departamento de Gestão do Espaço Público da Câmara Municipal de Lisboa (CML) «tem vindo a detectar ocupações abusivas das áreas de implantação de esplanadas na Rua dos Correeiros que, além de ilegais, condicionam a circulação de veículos de emergência, podendo colocar em risco a segurança de pessoas e bens», refere a CML em comunicado.

Todos os comerciantes foram «avisados sistematicamente e posteriormente notificados» para regularizarem as situações detectadas. Após o prazo concedido para esse efeito, os serviços camarários procederam, esta quinta-feira, «à acção de remoção coerciva dos dispositivos ilegais com imputação dos custos aos respectivos infractores».

Trata-se de uma acção de fiscalização concertada com a Polícia Municipal e departamentos de Higiene Urbana e Serviços Centrais, que contou ao todo com 44 elementos.

Decorrerão, ainda, novas acções de fiscalização na Rua dos Correeiros e zonas envolventes nas próximas semanas.

19/07/2007

Geomonumentos de Lisboa em risco de se perderem para sempre


Nas fotos: Geomonumentos em Lisboa. Dois casos: em cima, o de Rio Seco,
abandonado; em baixo, o da Sampaio Bruno, preservado.

Monumentos com milhões e milhões de anos deviam ser pólos museológicos

O que são os «geomonumentos»? Ninguém melhor para explicar isso do que o Prof. Galopim de Carvalho, que um dia tive a honra de entrevistar para rádio e que me explicitou tudo, como agora fez noutra entrevista onde explica com rigor o que são estas formações geológicas especiais: «Geomonumento, como o nome indica, é um monumento de natureza geológica. E monumento, se formos ver a raiz da palavra, quer dizer aquilo que se lega, aquilo que perpetua uma memória. Uma rocha, em certas circunstâncias, tem esta característica de monumentalidade e, como é de natureza geológica, é juntar a palavra, geomonumento. Uma pedra pode ser um monumento, a questão é ela ter significado. E esse significado que ela tem é o testemunho de uma certa página da história da Terra. Para ler esse testemunho é preciso conhecer as letras, os caracteres dessa escrita. E esses caracteres dessa escrita são os minerais, são os fósseis, são outras particularidades que o geólogo aprende a decifrar».
Diz ainda Galopim de Carvalho: «Em Lisboa há alguns afloramentos rochosos que eu entendi considerar como geomonumento e que propus à Câmara a sua salvaguarda. O que se fez. Em nome do Museu assinei um protocolo com a Câmara Municipal de Lisboa em 1998 para criar esses geomonumentos da cidade. A Câmara assumia a obrigatoriedade de os musealizar, de os preservar, de os valorizar e de os manter. O Museu, ao abrigo desse mesmo protocolo, era a entidade científica com capacidade de fazer tirar deles o proveito pedagógico e cultural que eles encerram. Mas esses geomonumentos, agora, estão ao abandono. E outros caíram no esquecimento ou perderam-se».

Recomendação da Assembleia Municipal

Há uns tempos, a Assembleia Municipal de Lisboa foi surpreendida com uma iniciativa de um pequeno grupo de deputados seus para criação de um «exo-museu» e para salvaguarda de um geomonumento concreto. No caso, o de Rio Seco. Terá 90 a 95 milhões de anos. A iniciativa foi de «Os Verdes» em meados de Abril deste ano. A Assembleia em peso aprovou as duas recomendações para que a Câmara respeitasse este seu compromisso para com a Museu de História Natural – firmado em letra de forma naquele Protocolo de 1998. Tudo para que não aconteça o mesmo que já aconteceu, por exemplo, ao geomonumento que havia na Travessa das Águas Livres, datado de há 30 milhões de anos e que foi… destruído. Ou como se vê «nalguns casos, (que) se estão a degradar, como aconteceu com o roubo do painel do pólo da Av. Gulbenkian». Como tantos. Como por pouco não acontecia há 12 anos com as marcas de dinossauros em Carenque, ao tempo de um governo de Cavaco Silva: a CREL em construção levava tudo à frente, claro, com a insensibilidade digna de uma obra urgente. A opinião pública e publicada (incluindo um programa de rádio que então eu editava) evitou o pior, com apoio do então PR, Mário Soares e de muitas figuras públicas.

Lista oficial dos 11 geomonumentos de Lisboa (Estudo do Museu de História Natural aceite pela CML)

1 - Avenida Infante Santo. Camadas de Calcário com sílex. 90 a 95 milhões de anos. Geomonumento implantado.
2 - Avenida Infante Santo. Afloramento de Calcários, recifal. 90 a 95 milhões de anos. Carece de estudo.
3 - Av. Duarte Pacheco (Sete Moinhos). Calcários do Cretácio. 90 a 95 milhões de anos. Geomonumento implantado.
4 - Av. Gulbenkian. Afloramento de Calcários do Cretácio. 90 a 95 milhões de anos. Geomonumento implantado.
5 - Rua Fialho de Almeida. Manto Basáltico do Cretácio Superior. 71 milhões de anos.
6 - Travessa das Águas Livres. Terraço flurio-marinho do Cenozóico Inferior. 30 milhões de anos. Destruído.
7 - Pedreira da Serafina. Calcários Marinhos do Cretácio Médio. 95 milhões de anos.
8 - Rio Seco. Calcários do Cretácio. 90 a 95 milhões de anos.
9 - Rua Sampaio Bruno. Fundo Marinho de uma plataforma recifal com briozoários. 24 milhões de anos). Geomonumento implantado.
10 - Rua Amílcar Cabral. Estratos sedimentares do miocénico com camadas areno-argilosas e calcárias fossilíferas. Classificação em projecto.
11 - Boa Hora / Aliança Operária. Escuada basáltica do Cretácio Superior.