24/12/2011
Incêndio em cobertura no centro de Lisboa obrigou à evacuação de três edifícios
Por Helena Geraldes e Ana Henriques in Público
Curto-circuito em elevador avariado pode ter estado na origem das chamas. Não se registaram feridos à excepção de uma bombeira, que deu uma queda
Um fogo deflagrou ontem às 16h55 na cobertura de um prédio antigo, de seis andares, no número 84 na Rua Braamcamp, no centro de Lisboa. Trinta e cinco pessoas, incluindo dezena e meia de idosos de um lar, foram retiradas deste e dos edifícios adjacentes, por precaução. Os idosos voltaram mais tarde ao lar.
Não se registaram feridos, à excepção de uma bombeira que deu uma queda durante as operações de extinção das chamas e foi levada para o hospital. O alerta foi dado às 16h58. Filipa Gonçalves, que trabalha na organização não governamental Máquina no Mundo, a funcionar no terceiro direito do prédio onde deflagrou o incêndio, explicou que foi mais ou menos por essa altura que os voluntários deram pelo fumo e ouviram um estrondo que julgam ter sido causado pelo rebentamento da clarabóia, três andares acima.
Um jovem de 18 anos disse à Lusa ter salvo o irmão de dois anos e uma cadela, depois de ter sido alertado pelos pais, que estavam na rua e viram fumo a sair do prédio onde vive a família. As causas para o sinistroeram desconhecidas. Mas Filipa Gonçalves lembrou que tudo poderá ter começado por um curto-circuito no elevador, que estava há duas semanas avariado e preso no último andar. "A retirada dos idosos foi muito rápida e bem feita. Não deve ter demorado mais de dez minutos", contava uma familiar de um utente do lar que assistiu a tudo.
O vereador da Protecção Civil, Manuel Brito, explicava mais tarde que o combate às chamas foi "muito difícil, por não se conseguir aceder ao prédio pelas traseiras". Ao início da noite ainda saía fumo negro do topo do prédio, numa rua cortada ao trânsito e ocupada por várias viaturas dos bombeiros. Ao longe, do lado de lá das fitas de contenção, algumas dezenas de pessoas assistiam aos trabalhos, apesar do cheiro a fumo. O incêndio foi dado como extinto pouco depois das 19h30. "Havia botijas de gás no edifício, mas foram imediatamente retiradas", explicou o comandante dos Sapadores Bombeiros, Joaquim Leitão. O prédio onde deflagrou o incêndio era ocupado por habitações e escritórios.
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Verdadeira Tragédia para Lisboa!
Felizmente sem vítimas Humanas ...
Mas, num momento em que o que resta de edifícios com Valor Patrimonial nas Avenidas está profundamente ameaçado, por "aquilo" a que o Vereador Manuel Salgado insiste em chamar "Reabilitação Urbana" ... enquanto prepara um verdadeiro "Holocausto" em dezenas de edifícios através de demolições de Interiores sistemáticas ...um incêndio numa cobertura de um edifício com esta importância Patrimonial constitui uma verdadeira Calamidade ...
Este notável conjunto de dois edifícios "Boulevard-Arte Nova" deveria ser alvo de Classificação Imediata Integral ... incluindo os seus Interiores e o seu notável perfil Mansarda-Cobertura ... pois já se sabe o que vai ser brevemente proposto quando se passar à “Recuperação” ... o aumento de cérceas da “ordem”.
Aliás ... o interessante edifício de gaveto também deve ser incluindo nesta ideia de Classificação Imediata Integral ...
Deve-se olhar para este importante conjunto de “resistentes” ... tal como se olhou para o Bloco da Versalhes na Avenida da República !!
Lembrem-se do que está a ser possível fazer no notável conjunto da Duque de Loulé ( três edifícios ) !!
António Sérgio Rosa de Carvalho.
23/12/2011
Portugal pediu mais tempo para melhorar o ar de Lisboa e Porto
Por Carlos Filipe in Público
Redução do tráfego rodoviário urbano ainda insuficiente para fazer baixar valores do dióxido de azoto. Vêm aí mais medidas de contenção
ZER cresce até Março
Os parâmetros de qualidade do ar estabelecidos pelas directivas europeias tardam em ser cumpridos no território nacional, razão pela qual Portugal pediu à Comissão Europeia (CE) mais tempo - até 2015 - para actuar em conformidade, algo que já tinha acontecido em 2009 com as micropartículas inaláveis (PM10).
A análise dos dados de 2010, nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, voltaram a alarmar as autoridades ambientais, por culpa do dióxido de azoto (NO2), gás que provoca irritação ocular e perturbações respiratórias. Em Lisboa, o ar que se respira na Avenida da Liberdade será o pior do país, com concentrações excessivas de poluentes, maioritariamente gerados pelo tráfego rodoviário, com prejuízo para a saúde humana.
Dos dados das estações de medição ressalta que os resultados foram insatisfatórios, devido às elevadas concentrações daquele gás, detectado na principal avenida de Lisboa, mas também em Entrecampos, em Santa Cruz de Benfica e nos aglomerados do Porto Litoral e Braga.
Foi por essa razão que as comissões de Coordenação de Desenvolvimento Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo e do Norte e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) abriram procedimentos para a prorrogação daquele prazo junto da CE e aplicação de novas medidas de mitigação do problema constantes no Plano de Melhoria da Qualidade do Ar.
Dois diagnósticos
Segundo um relatório de Setembro, elaborado pela Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa, realizado para a CCDR-LVT e APA e que serve de base ao pedido de adiamento do prazo de cumprimento dos valores-limite para NO2, desde 2005 que a aglomeração da Área Metropolitana de Lisboa-Norte tem estado em inconformidade legal, ainda que registando uma melhoria de 2008 a 2010.
Na região norte, idêntico trabalho foi desenvolvido pela Universidade de Aveiro, que analisou dados desde 2002 e releva a superação dos valores-limite registada em 2010 pelas estações da Senhora da Hora, Antas, Matosinhos e Águas Santas (Porto Litoral) e na Circular Sul, em Braga. Entre 2002 e 2006, a situação era razoavelmente estável, mas agravou-se em 2007 e 2008 devido a valores elevados detectados pela estação de Águas Santas.
Francisco Ferreira, que coordenou o trabalho para a área de Lisboa, disse ao PÚBLICO que os valores de NO2 constituem um problema para a saúde pública, tal como as PM10, mas com a agravante de o dióxido de azoto acorrer directamente para o aumento dos índices do ozono. "A principal origem do problema está no tráfego rodoviário e as medidas de contenção que temos têm sido insuficientes", explicou Francisco Ferreira, também dirigente ambientalista da Quercus.
Mais medidas
Se a criação de uma zona de emissões reduzidas - ZER - na Baixa de Lisboa (ver caixa), que só afectou 2% dos veículos que ali circulavam, e a política de diferenciação de preço de estacionamento não produziram significativa redução de tráfego na zona, também a melhoria da performance de emissões, quer pelas frotas municipais, quer pelos transportes públicos e particulares, pouco atenuou os valores dos poluentes. No ano passado, 88 valores anuais de PM10 foram excessivos, quando apenas são permitidos 35 acima dos estabelecidos.
Para reduzir aqueles valores de emissões de NO2, algumas das medidas preconizadas para a região norte apontam para a renovação de veículos municipais de recolha de resíduos sólidos e de transportes públicos colectivos e também a frota de táxis, bem como para a diminuição da circulação de pesados de mercadorias.
É sublinhada a necessidade de reforço de fiscalização das fontes poluidoras industriais, e a nível residencial é sugerida a instalação de lareiras certificadas nas novas habitações, através da inclusão de obrigações em regulamentos municipais.
Anunciada em 2009 pelo então secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, a criação das vias de alta ocupação (VAO), em Lisboa e Porto, tarda em ser executada. De acordo com o Instituto Nacional das Infra-Estruturas Rodoviárias (Inir), segundo um estudo de viabilidade para um período experimental de oito meses, o corredor da auto-estrada A2 apresenta boas condições para a sua execução, mas ainda não há data para o início da fase de teste.
As VAO funcionam como faixas bus, e a elas podem aceder ligeiros particulares que transportem mais de um ocupante, bem como carros eléctricos ou híbridos, além de autocarros.
Sobreiro já é a Árvore Nacional.
... O sobreiro visto por D. Carlos I de Bragança ...
Triplo Património Nacional ... A Árvore, o Rei ... e o seu Talento.
António Sérgio Rosa de Carvalho
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Sobreiro já é a Árvore Nacional
22.12.2011
Helena Geraldes in Público.
A partir desta quinta-feira, o sobreiro é a Árvore Nacional de Portugal, depois de um projecto de resolução aprovado, por unanimidade, na Assembleia da República e de uma petição pública com 2291 assinaturas.
A petição para consagrar o sobreiro (Quercus suber) como um dos símbolos do país foi lançada em Outubro de 2010 pelas associações Árvores de Portugal e Transumância e Natureza. Hoje, passado pouco mais de um ano, o sobreiro conquistou o hemiciclo.
“A partir de agora, abater um sobreiro não será apenas abater uma árvore protegida, mas sim, um símbolo nacional”, disse ao PÚBLICO o deputado socialista Miguel Freitas, relator do projecto. “O consenso total na Assembleia da República foi muito importante”, acrescentou.
O sobreiro é espécie protegida pela legislação portuguesa desde 2001. Mas essa protecção não foi suficiente para travar a regressão da árvore em território português, motivada por “práticas erradas, nomeadamente de mobilização de solo que danificam as raízes, e doenças ou a combinação das duas situações”, salientou Miguel Rodrigues, da associação Árvores de Portugal. Além disso, “a lei que protege o sobreiro está constantemente a criar situações de excepção para empreendimentos que permitem o abate de árvores”.
Miguel Rodrigues adianta que, depois da criação de um logótipo simbólico, será estudada a criação de uma “plataforma de trabalho que abranja tudo o que tem a ver com o sobreiro, desde associações a câmaras, universidades, indústrias e Estado. Actualmente não há integração de conhecimentos para suprir as necessidades”.
O sobreiro, árvore mediterrânica com mais de 60 milhões de anos, ocupa uma área de cerca de 737.000 hectares dos mais de 3,45 milhões de hectares de floresta em Portugal, segundo o último Inventário Florestal Nacional, de 2006. Hoje é responsável por 10% das exportações nacionais. “De momento, a cortiça é um dos produtos mais importantes da economia nacional”, salientou o deputado Miguel Freitas.
Mas a sua importância não se esgota na cortiça. “Esta árvore representa o montado, um dos ecossistemas mais importantes da Europa e as espécies ameaçadas que dele dependem”, acrescentou.
FELIZ NATAL do Arquivo Fotográfico de Lisboa
Com o desejo de um Natal cheio de imagens felizes e um excelente ano 2012.Câmara Municipal de Lisboa
Arquivo Municipal de Lisboa
Rua B Bairro da Liberdade, lt. 3 a 6 - 1º
1070-017 LISBOA
tel. 21 3807100
http://arquivomunicipal.com-lisboa.pt/
Foto: ARTUR PASTOR, Rua Garrett, Lisboa
Praça de Londres: árvore quase cadáver enfeitada de luzinhas de Natal
22/12/2011
Next 8 (?)
Pois para o edifício do antigo Hotel Braganza, e antiga Universidade Livre está prestes a ter luz verde um projecto (Informação Prévia nº 996/EDI/2011) para ir tudo abaixo no interior, incluindo abóbadas, construção de estacionamento subterrâneo, ampliação e apenas manutenção da fachada. Curioso o facto de ninguém se referir à grandeza do hall de entrada e à escadaria imponente em madeira. Será que a CML vai começar com este caso a inverter a tendência indolentemente generalizada dos últimos anos em tudo permitir a bem da fachada? Trata-se de um oportunidade de ouro. Aqui não há desculpas de heranças de outras vereações. Haverá coragem? Veremos...
Foto: FJ
Next 7 (?)

A este prédio, que contém, caso não saibam (e diz quem o conhece), tectos com pinturas e frescos nas paredes bastante bons; o que começou por ser um projecto aprovado (846/EDI/2009) de demolição da cobertura e de anexos nas traseiras, já virou no mesmo ano (1328/EDI/2009)...mais do mesmo, isto é, demolição de interiores, estacionamento subterrâneo para automóveis, manutenção da fachada, tendo sido chumbada a "alteração durante a obra". Vamos ver no que dá, mas que não está em bons lençóis, não está... Ah, já me esquecia, este imóvel, tal como toda a zona já "reabilitada" do Chiado está dentro da área da Baixa ex-candidata, futura recandidata, à Unesco.
Foto: CML
O impacto da presença de pessoas de elevados rendimentos numa cidade.
Para uma cidade, o impacto da presença de tais pessoas é enorme em termos económicos, e praticamente transversal em relação aos sectores económicos. São os restaurantes de luxo que estão cheios, são os alfaiates e boutiques que têm a agenda de encomendas preenchida, são os teatros e as óperas com bilhetes esgotados, são os stands de automóveis com listas de espera para os modelos mais caros. Tudo isto poderia parecer apenas “fait divers” não fosse o facto de criar emprego, não só nestes negócios, mas indirectamente em muitos outros com especial enfoque no sector imobiliário. Certamente que o restaurante, ao estar permanentemente cheio de pessoas de elevado rendimento, pode remunerar melhor os seus colaboradores. E estes adquirem em consequência maior capacidade económica que irão aplicar noutros pequenos e grandes negócios. Se os teatros estão cheios, são os artistas que usufruem economicamente com isso. Poderia invocar incontáveis benefícios para este impacto.
Se de repente, estas pessoas viessem viver para Lisboa, e necessitassem de adquirir um imóvel para habitação, qual acham que seria o impacto no parque habitacional lisboeta ?
O resultado seria que muitos dos imóveis de luxo – palacetes, moradias, pequenos edifícios – da cidade que neste momento estão abandonados ou não têm comprador, seriam escoados. Embora fosse previsível um efeito inflaccionista, o que não seria positivo, a entrada de capital no mercado, teria um impacto benéfico na economia da cidade. Iria criar emprego no sector da construção com a remodelação destes imóveis. Iria criar emprego ao nível do sector do mobiliário e decoração. E iria criar emprego no sector dos serviços especializados de apoio.
No fundo, aconteceria um efeito “pirâmide” que iria beneficiar toda a cidade directa ou indirectamente.
A grande questão prende-se com a capacidade de atracção que uma cidade ou pais tem. Em primeiro lugar poderão estar aspectos de natureza fiscal, mas estes aspectos não justificam por si só esta adesão, pois no caso em questão, outros cantões suíços, apresentam politicas fiscais mais atractivas. Um aspecto fundamental visa a qualidade de vida que uma cidade proporciona aos seus habitantes. Nos últimos anos surgiram vários rankings que classificam as cidades com base em diversos critérios. Estes rankings, ao contrário do que a maioria pensa não estão destinados aos habitantes da cidade, mas sim a quem, querendo ou tendo necessidade de se deslocalizar, deseja saber onde poderá encontrar um estilo de vida que corresponda ao que está habituado, ou supere.
Aqui entram os factores que neste momento criam a diferença. Em primeiro lugar a segurança. Depois o trânsito e o ambiente. E finalmente os meios culturais e educativos que uma cidade disponibiliza.
Em todos estes aspectos, Lisboa poderia melhorar e tornar-se mais atractiva. Se em relação à cultura e à educação, algo já foi feito, em relação ao trânsito, segurança e ambiente, há muito a fazer. E o “muito” não apresenta dificuldades de maior, haja vontade. E há ? Não me parece. Especialmente em relação ao trânsito. Todos nós conhecemos certamente uma rua em Lisboa que diariamente tem carros estacionados em segunda fila de manhã à noite, sem que nada seja feito. Todos nós sabemos que o eléctrico 28 é “habitado” diariamente por equipas de “amigos do alheio” sem que nada seja feito. Todos nós constatamos que a chamada “Recolha Selectiva de Lixo” provoca uma imundice permanente nas ruas, sem que nada seja alterado. Todos nós vemos as ruas com o chão cheio de papeis de publicidade e jornais gratuitos, sem que ninguém seja responsabilizado. Infelizmente parece que continuamos a preferir nivelar por baixo, em vez de exigir o melhor.
Se corrigissem estes problemas da cidade, para o que não é necessário nenhum orçamento rectificativo, apenas rectificar a vontade politica, certamente que Lisboa seria uma das cidades mais atractivas do mundo, para quem preza a qualidade de vida, com todo o impacto que isso teria para a nossa economia e para a criação de emprego. Tem tudo a ver com a qualidade de vida que desejamos, e que temos para oferecer a quem nos visita.
Museu do Desporto perdido entre Pavilhão C. Lopes e Palácio Foz
In Diário de Notícias (22/12/2011) Por Cipriano Lucas
«História. O histórico edifício nos Restauradores irá receber espólio de antigos campeões
O orçamento de Estado para 2012 prevê a criação de um Museu/Casa do Património do Desporto no Palácio Foz, na Praça dos Restauradores, em Lisboa, e não no abandonado Pavilhão Carlos Lopes, no Parque Eduardo VII, como tinha sido aprovado pela edilidade da capital em 2008. Apesar do Orçamento de Estado (OE) para 2012 apresentar um corte no desporto de 18,8 % -para uma despesa prevista de 83,4 milhões de euros -, o Governo considera que a criação deste espaço é uma "prioridade imediata", integrando as pretensões no documento para as Grandes Opções do Plano para 2012/2015.
O Museu do Desporto poderá ser agora, finalmente, criado num definitivo grande espaço -após uma ideia iniciada em 1932 (ver cronologia) - para receber o espólio de antigos desportistas e campeões portugueses. Entre eles Gentil Martins, atleta olímpico no tiro nos Jogos de Roma 1960, constituído por colecções de filatelia, cromofilia, cartofilia, numismática relacionada com o desporto, arte, bibliografia antiga acerca de desporto, jornais, revistas e outras publicações acerca deste tema. Também possui material médico utilizado na medicina desportiva, galhardetes, caricaturas, jogos e brinquedos infantis e material desportivo.
Segundo o DN apurou o Palácio Foz, considerado imóvel de Interesse Público desde 1971, actualmente ocupado pelo Instituto de Comunicação Social e por um posto de turismo, receberá, não só o espólio desportivo nacional, mas terá também integrará outras valências relacionadas com o aproveitamento turístico na promoção e venda de produtos relacionados com os actuais e antigos campeões do desporto nacional. Recorde-se que o projecto de criação de um museu do desporto em Portugal não sai do papel desde 1932, com a primeira exposição ao público de peças ligadas ao desporto num palácio de Calhariz, em Lisboa.
Nos anos setenta sucederam as comissões com o mesmo objectivo, mas só em 1984 foi criado um grupo de trabalho que organizou, precisamente no Palácio Foz, a exposição "Lendas e Figuras do Desporto Português. Evento que esteve na base do Museu Nacional do Desporto que numa primeira fase se instalou provisoriamente no Complexo Desportivo da Lapa. Em finais de 2008, o lançamento do Museu foi feito com apresentações formais, pelo Governo de José Sócrates e pelo município de Lisboa. Segundo os responsáveis políticos da época, o financiamento estava garantido por dotação do Turismo de Portugal - através de verbas das contrapartidas do jogo do Casino de Lisboa (1,7 milhões de euros) -, o concurso público fora lançado, tudo foi publicado em Diário da República, mas as obras não chegaram a começar.
CRONOLOGIA
EXPOSIÇÃO TRIUNFAL
A ideia da criação de um Museu do Desporto em Portugal, remonta à Exposição Triunfal do Desporto Português, promovida em 1932, em Lisboa, pelo Comité Olímpico, em colaboração com o Automóvel Clube e outras colectividades, no Calhariz. Aí foram expostas peças ligadas ao desporto.
FIGURAS E LENDAS
A partir dos anos 70 do século passado foram nomeados pelo poder político diversos grupos de trabalho, com o objectivo de criar um Museu do Desporto. Mas só em 1984 foi criado uma comissão que organizou no Palácio Foz, em Lisboa, uma exposição designada "Lendas e Figuras do Desporto Português".
MUSEU PROVISÓRIO
Em 1987 a Direcção Geral dos Desportos, agora Instituto do Desporto, disponibilizou para o Museu um andar, na Rua dos Anjos em Lisboa. Desde então, o Museu passou por diversas tutelas, encontrando-se, desde 1997, na dependência técnica e administrativa do Centro de Estudos e Formação Desportiva.
ESPÓLIO E MEMÓRIA
O espólio da memória desportiva portuguesa está à guarda do IDP após andou de casa em casa, já esteve num prédio em Arroios, e, se não está em risco, continua em mudanças, uma vez desalojado das instalações do Complexo Desportivo da Lapa por uma imobiliária, que em 2007 adquiriu aquele imóvel.
PAV. CARLOS LOPES
A Instalação do Museu Nacional do Desporto no Pavilhão Carlos Lopes foi aprovada pela Câmara de Lisboa em Dezembro de 2008. A edilidade da capital pretendia investir 1,2 milhões de euros de verbas do Casino de Lisboa na recuperação do imóvel para que o museu pudesse abrir em 2011. »
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Triste sina, a do antigo Pavilhão dos Desportos, triste sina.
Oposição na Câmara de Lisboa pede mais investimento e prioridades na reabilitação

Por Inês Boaventura in Público
Praticamente toda a cidade passa a estar classificada como "área de reabilitação urbana", o que, no entender da maioria, vai permitir generalizar os apoios a quem reabilitar
A Câmara de Lisboa debateu ontem a estratégia de reabilitação urbana da cidade até 2024, que prevê a atribuição de benefícios fiscais aos privados que reabilitem o seu edificado e celeridade no licenciamento dessas obras. A oposição questionou o impacto dessas medidas e criticou a autarquia por não canalizar todos os meios disponíveis para esta área.
Na reunião camarária de ontem foi aprovada, com os votos contra do PSD e do CDS-PP e a abstenção do PCP, uma proposta que estabeleceu como "área de reabilitação urbana" praticamente toda a cidade, deixando de fora zonas de edificação mais recentes como o Parque das Nações e Telheiras, grandes equipamentos (como cemitérios) e áreas verdes de grande dimensão.
O vereador da Reabilitação Urbana, Manuel Salgado, considerou vantajoso o facto de grande parte de Lisboa passar a ter essa classificação. Isto porque, justificou, praticamente todas as obras de reabilitação que sejam feitas em edifícios com mais de 30 anos poderão beneficiar de reduções no IVA, Imposto Municipal Sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). A isto junta-se o facto de a autarquia se comprometer a pronunciar-se sobre os processos de licenciamento respectivos no prazo de 20 dias.
Costa quer "lei do despejo"
Mas tanto o PSD como o CDS-PP discordaram de Salgado, afirmando que a grande extensão da "área de reabilitação urbana" demonstra uma incapacidade da maioria para estabelecer prioridades. Foram também várias as críticas à alegada falta de meios financeiros disponibilizados pela câmara para concretizar a sua estratégia de reabilitação urbana.
"Em cada sessão de câmara, atribuímos centenas de milhares de euros à actividade cultural. São tantos os subsídios quantos os programas da vereadora Helena Roseta", afirmou a vereadora social-democrata Mafalda Magalhães de Barros, lamentando que essas verbas não sejam canalizadas para a reabilitação. Já Pedro Santana Lopes (PSD) defendeu que a autarquia se deve substituir aos proprietários privados e promover obras coercivas.
Uma ideia que Manuel Salgado repudiou, lembrando que, dos 34 milhões de euros gastos nos últimos anos em obras coercivas, a câmara só conseguiu recuperar cinco milhões de euros, estando em vias de ser ressarcida de outros 9,5 milhões. O vereador defendeu que, ao contrário do que disse o PSD, têm sido investidos na reabilitação urbana "todos os poucos recursos que o município tem", nomeadamente verbas do Casino de Lisboa, do Programa de Investimento Prioritário em Acções de Reabilitação Urbana (PIPARU) e do QREN.
O socialista António Costa lembrou que, para reabilitar todo o edificado da cidade, seria necessário um investimento de oito mil milhões de euros. O presidente da câmara considerou ainda que mais do que uma nova lei do arrendamento "é necessária uma nova lei do despejo".
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Curiosa ... eu diria mesmo ... profundamente simbólica a imagem escolhida Pelo Público ... na Avenida Fontes Pereira de Melo ... a ela ... acrescento outra ...
Depois da publicação ontem por Paulo Ferrero no Fórum Cidadania Facebook ( antes da sua saída e deixar de ter acesso directo ao Gesturbe ) das dezenas de edifícios nas Avenidas, com Valor Patrimonial, que estão no “Corredor da Morte”, com propostas de demolição total de interiores, caves, aumento de cérceas ... sabemos aquilo a que Manuel Salgado se refere quando fala de “Reabilitação Urbana” ... com grandes “aspas”... ou nariz de Pinóquio ?
António Sérgio Rosa de Carvalho.
Reabilitação do Capitólio adjudicada.
A Câmara de Lisboa aprovou ontem, com o voto contra do CDS-PP e a abstenção do PSD, a adjudicação da obra de reabilitação do Teatro Capitólio, no Parque Mayer. A empreitada vai custar 5,8 milhões de euros e durará cerca de sete meses. "Não é o projecto que gostaríamos, mas queremos que o Parque Mayer entre numa nova fase de vida", disse o vereador Pedro Santana Lopes, do PSD. Antes o ex-presidente da autarquia tinha considerado "lesivo para a cidade" que se arrastem os processos judiciais relativos a esta matéria, defendendo que teria sido desejável que a câmara tivesse chegado a um acordo com a Bragaparques para solucionar o caso. Por exemplo, formando para tal uma comissão arbitral. "Todos gostaríamos que a situação jurídica estivesse consolidada", concordou António Costa, acrescentando que, independentemente da "incerteza" quanto à propriedade do Parque Mayer, o Teatro Capitólio "tinha de ser reabilitado". I.B.
Prédios com 21 pisos nascem em Chelas
21/12/2011
«Magnificat em Talha Dourada» de Eurico Carrapatoso na Igreja do Menino Deus - 20 Dezembro 2011
IGREJA DO MENINO DEUS - Monumento Nacional
Largo do Menino Deus – Lisboa
Apoio: Patriarcado de Lisboa, Congregação de São José de Cluny, Teatro Nacional de São Carlos, URBANOS - Divison of Fine Arts, Palácio Belmonte, Hotéis Heritage / Solar do Castelo.
Portas do Sol.
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Em apreciação (824/EDI/2010), está um pedido de demolição integral de interiores e ampliação à la Av. República, 27 com vista à sua transformação em... adivinharam... hotel. Dois andares para cima, um corpo para o lado. Inflecte, inflecte, virará estatística de reabilitação. Sempre a bombar.
Capitólio começa a ser reconstruído no primeiro trimestre de 2012
Por Inês Banha
«Lisboa. Obra foi adjudicada por mais de 5,8 milhões de euros e vai hoje a reunião de câmara. Verba é contrapartida do Casino Lisboa
A reconstrução do cineteatro Capitólio, um dos edifícios do Parque Mayer, vai começar no primeiro trimestre do próximo ano. A empreitada, avaliada em mais de 5,8 milhões de euros e adjudicada à Habitâmega- Construções S A, tem um prazo de execução de cerca de sete meses. As obras de recuperação acontecerão independentemente do que venha a ser decidido, no âmbito do processo Bragaparques, quanto à sua posse.
São cerca de 1200 metros quadrados que, até Março de 2012, vão começar a ganhar uma nova vida. O projecto, da autoria do arquitecto Alberto Souza Oliveira, pretende transformar o Capitólio num espaço contemporâneo que possa comportar o maior número possível de formas de expressão cultural, como o teatro, a dança ou a arte circense. Para que tal seja possível, "a grande caixa" vai poder ser adaptada a uma única "arena" e o edifício vai ser apetrechado com diversa maquinaria tecnológica. Uma solução global "limpa que preserva a memória do espaço", permitindo, simultaneamente, a sua reutilização.
A explicação foi dada pelo autor na apresentação do projecto, em Abril do ano passado, naquele que foi o primeiro passo de um processo que chega agora à sua fase decisiva, depois de já terem sido feitas operações de limpeza no imóvel histórico. De acordo com a proposta que irá hoje a reunião de câmara e que visa aprovar a adjudicação da obra à Habitâmega - Construções S A, vão ser gastos nesta fase da empreitada mais de 5,8 milhões de euros, totalmente financiados pelo Casino Lisboa.
As obras são consideradas essenciais, depois de o Laboratório Nacional de Engenharia Civil ter alertado para o risco de derrocada do antigo cineteatro, o único classificado do Parque Mayer. Por isso, a reconstrução avançará independentemente do que venha a ser decidido no âmbito do processo Bragaparques - uma garantia dada já várias vezes pelo presidente da autarquia, António Costa.
Isto porque continua em cima da mesa a eventualidade da Câmara Municipal de Lisboa deixar de ser proprietária do Capitólio, devido àquela acção judicial. Em causa está a permuta dos terrenos do Parque Mayer e da Feira Popular, em Entrecampos, que, caso voltasse à estaca zero, implicaria o regresso do primeiro à alçada da Bragaparques. Uma hipótese que levou o autarca, em reunião pública de câmara de 25 de Maio, a admitir avançar com a expropriação se tal vier a acontecer.
Inaugurado em 1931 e da autoria do arquitecto Luís Cristino da Silva, o Capitólio foi o primeiro exemplar modernista a ser construído em Portugal. Até ao final da década de 1980 desempenhou um papel ímpar na vida cultural lisboeta, por combinar um grande salão para espectáculos de teatro e um music hall com um terraço para actuações ao ar livre. Nos últimos anos, porém, a degradação do edifício, que agora vai ser reconstruído, foi-se acentuando.»
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Deixem-me adivinhar, vai estar pronto em 2013? Fico contente, e espero para ver o que o futuro Capitólio terá de Cristino da Silva para além da fachada com o letreiro. E, afinal, as verbas do casino continuam a ser "maleáveis", haja vontade de quem de direito para as reafectar, e mesmo a expropriação é invocada sob os pretextos mais díspares. Por isso, cada vez mais aceito menos a inoperância, a indiferença perante o Odéon. É uma vergonha a que esta CML não foge, lamentavelmente. Que não haja dúvidas acerca disso.
Recuperar prédios em Lisboa custa oito mil milhões de euros
«A Câmara de Lisboa estima que existam nove mil prédios a necessitar com urgência de obras na capital. A sua recuperação permitiria acolher mais 45 mil habitantes na capital, diz Manuel Salgado.
Lisboa tem nove mil prédios à espera de obras urgentes. O vice-presidente da Câmara de Lisboa, Manuel Salgado, em entrevista ao Diário Económico, estima um investimento na sua recuperação de oito mil milhões de euros, valor equivalente a dois terços do programa de apoio da 'troika' à banca portuguesa. Mas, mais relevante, são os cerca de 45 mil habitantes que a capital poderá ganhar até 2024, aponta a Estratégia de Reabilitação Urbana de Lisboa 2011/2024. Quais os aspectos essenciais da alteração do Plano Director Municipal (PDM), em discussão na Assembleia Municipal de Lisboa? O PDM em vigor foi elaborado em 1992 e aprovado em 1994. O prazo de vigência do plano devia ser de dez anos e, portanto, está manifestamente desactualizado. Na altura ainda havia muito território para ocupar. Neste intervalo de tempo a Expo (300 hectares) e a Alta de Lisboa (600 hectares) foram construídas, a zona entre o Lumiar e São Domingos de Benfica foi igualmente construída na vigência deste PDM. Hoje, temos praticamente o território municipal esgotado. Temos uma mudança de paradigma: já não temos uma cidade para expandir, temos que intervir sobre a cidade existente e isto é a grande mudança neste PDM. Assenta na necessidade de reutilizar, reabilitar, conservar e regenerar áreas urbanizáveis.
- Que apoio é que o PDM traz para melhorar a qualidade urbanística da cidade?
- Quando começámos a fazer o trabalho do PDM realizámos um debate, assente da Carta Estratégica, porque um PDM é um projecto de futuro para a cidade. Foi um debate muito rico, que envolveu muita gente, e onde se definiram sete grandes ideias: primeiro, mais famílias a viverem em Lisboa; segundo, mais empresas a optarem por Lisboa; terceiro, potenciar a frente ribeirinha; as restantes ideias estão todas ligadas à sustentabilidade: menos carros a circular, mais zonas verdes... Hoje o que faz sentido é misturar funções nas cidades, ter em conta que há um uso dominante, que é a habitação, mas não impedir que um escritório possa instalar-se numa zona predominantemente habitacional.
- Na aprovação de projectos de reabilitação é preciso consultar 11 entidades diferentes. O PDM olha para este tema?
- Não são tantas entidades. Há uma entidade que tem de ser consultada em 70% dos casos, o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), nas zonas consolidadas de Lisboa. Há outra entidade, numa percentagem muito menor, a ser consultada que é a Aeroportos de Portugal (ANA). A partir daí já não há muitas entidades a consultar. Um dos documentos complementares ao PDM é a Estratégia de Reabilitação Urbana (ERU). É um documento orientador para a reabilitação urbana e vai hoje a reunião de Câmara, para depois ir à Assembleia Municipal (AM). Propõe que a área consolidada de Lisboa seja classificada como área de reabilitação urbana.
- Quais as implicações?
- Significa que nesta área qualquer operação de reabilitação urbana passa a beneficiar da redução do IVA, para 6%, e o IMT e IMI mais baixos. Mas há um outro aspecto associado aos prazos de licenciamento: passa a existir uma comissão com representantes de várias entidades, como o IGESPAR, ANA, bombeiros, entre outras, que se reúnem semanalmente para dar pareceres sobre processos, permitindo encurtar os tempos de aprovação dos projectos.
- Quanto vale a reabilitação urbana em Lisboa?
- O documento da Estratégia de Reabilitação Urbana faz esse balanço e aponta para oito mil milhões de euros, correspondente à recuperação de nove mil prédios.
- Em quantos anos consegue recuperar estes nove mil imóveis?
- A ideia é que seja possível realizar essas operações até 2024. Mas no contexto actual é difícil ter certezas. Ninguém consegue dizer quando é que se consegue criar uma dinâmica de investimento que, neste momento, está estagnado. Se conseguirmos reabilitar estes edifícios vazios em Lisboa conseguimos fixar mais 45 mil habitantes na capital. É um número importante.
- Estão previstos apoios para a reabilitação?
- Havia os programas do RECRIA. Neste momento estão a ser estudados com o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), a Comissão de Coordenação Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT) e a CML a criação de um programa que articule a eficiência energética dos edifícios com a reabilitação urbana, designadamente a recuperação de coberturas e fachadas, partes comuns de edifícios, instalação de elevadores, painéis solares e fotovoltaicos.
- Como recurso ao programa JESSICA?
- Exactamente. Pretendemos encontrar uma linha de financiamento através desses fundos. Isso não depende da CML, mas de outras entidades, como o IHRU e a CCDRLVT.
- Qual o prazo para a sua concretização?
- O assunto está a ser estudado há dois meses. É uma linha de actuação que defendemos na estratégia de reabilitação urbana, mas há outras medidas importantes para a reabilitação. Desde já as inspecções técnicas dos imóveis. Se tiver um automóvel, terá de realizar a inspecção ao fim de quatro anos. A prazo pretende-se penalizar quem não faz a inspecção técnica aos imóveis e incentivar, através da modelação do IMI, a sua implementação. Eduardo Melo
Manuel Salgado pretende colocar ao serviço da cidade os terrenos dos cinco hospitais de Lisboa que serão desactivados.
trabalha com a Parpública sobre o Há três anos que a autarquia lisboeta destino dos terrenos de cinco hospitais em Lisboa - Santa Marta, Miguel Bombarda, Capuchos, São José e Desterro - que serão desactivados após a construção do Hospital de Todos os Santos, na zona oriental. Haverá espaços para mais faculdades de investigação, mas também para novas habitações, comércio e serviços, promete o vice-presidente da autarquia, Manuel Salgado.
- Em que fase se encontram as futuras urbanizações da chamada Colina da Saúde, nos terrenos da Parpública (Estamo e Sagestamo)?
- A Estamo e a Sagestamo são empresas do universo da empresa pública Parpública. Com o Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE) e a alteração administrativa do Estado, nomeadamente nas áreas da saúde, quartéis e prisões, houve edifícios que ficaram vagos. Desde há três anos a esta parte tem havido reuniões regulares entre a CML e representantes da Sogestamo, que tem terrenos estratégicos na cidade e que pretende mudar de uso e nós pretendemos que esse uso seja do interesse da cidade. Há projectos muito interessantes, de grande qualidade, e que agora com a entrada em vigor da revisão do PDM poderão ser concretizados.
- Pode concretizar?
- Todos os hospitais serão desactivados - Santa Marta, Miguel Bombarda, Capuchos, São José e o Desterro - por força da construção do Hospital de Todos os Santos. Estes antigos conventos que caracterizavam aquela zona da cidade a que se chamava a Colina de Santana [área estimada de 183 hectares] serão todos desactivados. Foram estudados em conjunto como uma série de peças, em que há património histórico-arquitectónico de grande valor que precisa de ser conservado e valorizado. Haverá espaços destinados ao município, como cedências obrigatórias de contrapartidas, há outros que se destinam à habitação, comércio e serviços. E um programa diversificado, mas que visa transformar a Colina de Santana na Colina do Conhecimento. Hoje está lá a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova, o Instituto Câmara Pestana, em fase de finalização, e a ideia é que possam existir outras estruturas ligadas ao conhecimento e à investigação biomédica.
"Temos 80 edifícios para vender em 2012"
Manuel Salgado quer vender prédios municipais, beneficiando o emprego e a construção.
levantamento dos seus 80
A autarquia da capital fez um edifícios e tem a expectativa de os vender todos no próximo ano. O vice-presidente da Câmara, Manuel Salgado, propõe o seguinte modelo: "Reabilite primeiro e pague depois". Sobre a nova lei das rendas, o vereador e arquitecto defende a articulação com o futuro regime da reabilitação urbana.
- A Câmara de Lisboa tem património que irá vender no curto prazo?
- A perspectiva da valorização do património municipal não está tanto na receita que irá gerar mas, acima de tudo, na função que esse património vai ter. Primeiro, a reabilitação e o efeito multiplicador e de exemplo de uma operação desse género; segundo, a aposta em aumentar o mercado de arrendamento. Por isso apostamos muito no programa: reabilite primeiro e pague depois.
- Quem comprar irá pagar em que período?
- Esse horizonte temporal está ainda a ser definido. A ideia é que, quem reabilita, tenha um prazo longo para se ressarcir do investimento feito. Há várias modalidades possíveis que estão a ser aperfeiçoadas. Em 2012, o modelo terá de estar operacional.
- Quantos edifícios estão em causa?
- Temos 80 edifícios (230 fracções) devolutos que pretendemos vender no próximo ano. Mas há muitos edifícios de outras instituições públicas que se encontram em muito mau estado: Santa Casa da Misericórdia, Segurança Social e hospitais civis. São imóveis que se encontram em muito mau estado e que se estas entidades seguissem o exemplo do município teria grande impacto na cidade.
- Se essas entidades não recuperaram antes, porque o farão agora?
- Há mais consciência de que a recuperação é uma prioridade. E há a noção de que, por um lado, o imobiliário é um sector de refúgio e que o impacto da reabilitação ao nível dos materiais de construção, mão-de-obra, é enorme. Todos clamam a urgência na perspectiva de desenvolvimento económico e não é por acaso que, no acordo da 'troika', a reabilitação é apontada como prioritária. Acho que o cinto já não tem furos para apertar e há que criar uma dinâmica de crescimento, senão não há receita. Acredito que o caminho é esse. Não é por acaso que o Governo prepara o novo regime para a reabilitação urbana e a nova lei das rendas.
- Há muitos palácios da CML para venda?
- Havia uma lista de seis a oito que foram colocados em hasta pública. Dois foram vendidos em 2008,2009: o Palácio Braamcamp e outro na rua Alexandre Herculano. Há outros em que as hastas públicas ficaram desertas e decidimos que não vamos vender.
- O que defende como linhas-mestras para a lei das rendas?
- A lei das rendas devia dar segurança ao arrendamento urbano. Ou seja, as situações de incumprimento deviam ser rapidamente penalizadas. Este aspecto já constou do projecto do PS, apresentado antes da entrada da 'troika', e consta-me que está no actual projecto do novo Governo.
- Mas é preciso que os tribunais funcionem?
- Há mecanismos muito mais ágeis do que o tribunal. Na altura [tempo do PS no Governo] foram desenvolvidos, permitem o despejo em dois/três meses. Dá muito mais segurança a quem pretenda arrendar. Depois é importante que, nos aspectos que me anunciaram na proposta da lei das rendas, que ainda não li, pretende-se a liberalização das rendas antigas no horizonte de cinco anos. Normalmente, o horizonte é sempre de dez anos, porque o tema das rendas é socialmente muito delicado. Aqui estão a comprimir o prazo, pondo como contrapartida o subsídio de renda.
- Acha que devia haver ligação entre os dois regimes?
- Defendo uma maior articulação entre os regimes de arrendamento e de reabilitação urbana. Deveria haver actualizações, mais céleres, nas rendas para quem reabilitasse primeiro e não o contrário. E isso não sei se está vertido na proposta de lei do Governo.
- Como propõe a sua concretização?
- Por exemplo, os cinco anos de actualização para quem reabilitasse o prédio e a manutenção dos dez anos para quem não fizesse obras de reabilitação. Seria um mecanismo efectivo à promoção da reabilitação. »
20/12/2011
Parpública começa a ser extinta em 2013
Por Agência Lusa
«A Parpública, empresa gestora das participações públicas, começa a ser extinta em 2013, altura em que o Governo pretende ter concluída a maioria dos processos de privatização, de acordo com a nova versão do memorando de entendimento com a 'troika'.
No capítulo das privatizações, o Governo adianta que a privatização da EDP e da REN está na fase final, devendo a alienação da participação pública na elétrica, liderada por António Mexia, estar concluída em janeiro de 2012 e, no caso da gestora da rede elétrica, a transação deverá acontecer "no início de 2012", diz o documento a que a Lusa teve acesso.
Entretanto, o Governo adianta que avançará com a venda da posição na Galp e da restante participação na REN, em mercado livre, o que "poderá ser adiado até as condições de mercado melhorarem".
Na segunda revisão do acordo com a 'troika', o Governo manifesta a intenção de lançar a venda da CP Carga até meados de 2012, estando também a iniciar a privatização da ANA, companhia gestora dos aeroportos nacionais, e da TAP, cuja venda deverá estar concretizada no final de 2012.
Entretanto, no segundo semestre do próximo ano, o calendário do Governo prevê que seja lançada a privatização dos CTT com o objetivo de concluir a venda no início de 2013. "Temos ainda planos para a venda parcial da RTP e da Águas de Portugal bem como a alienação de concessões no transporte público de passageiros em Lisboa e no Porto, após a conclusão da reestruturação das empresas destas cidades.
Cumpridas os vários processos de privatizações, o Governo pretende ainda em 2013 começar a extinguir a Parpública, quando no anterior documento apenas referia que a empresa que gere as participações do Estado fosse "afetada pelas privatizações", o que levaria a reconsiderar o seu papel.»
«MAGNIFICAT» - hoje na Igreja do Menino Deus
Hoje, às 21h, concerto de encerramento das Comemorações dos 300 Anos da Igreja do Menino Deus:
MAGNIFICAT em Talha Dourada de Eurico Carrapatoso pelo Grupo Vocal e Instrumental Olisipo
ENTRADA LIVRE
IGREJA DO MENINO DEUS - Largo do Menino Deus – LISBOA
Transportes: eléctricos 12, 28 e autocarro 37 (Praça da Figueira/Castelo)
Estacionamento: Parque público no Largo das Portas do Sol
APOIO: Patriarcado de Lisboa, Congregação de São José de Cluny, Solar do Castelo / Hotéis Heritage Lisboa, Palácio Belmonte, URBANOS - Division of Fine Arts
EPUL acusa banca de concorrência desleal

In Correio da Manhã (20.12.2011)
Por: Luís Figueiredo Silva
«A EPUL – Empresa Pública de Urbanização de Lisboa – não vendeu qualquer dos lotes que levou a hasta pública nos últimos quatro dias (14, 15, 16 e 19), e acusou a banca de "concorrência desleal".
Ontem, no final do quarto e último leilão, Luís Bento, administrador da empresa, adiantou que a EPUL "deixou de vender" 17 milhões de euros, no último trimestre, devido à intervenção da banca no sector. Segundo este responsável, as queixas "não são institucionais", mas sim "pelos clientes". É que além de lhes terem negado o crédito, a banca informou os clientes de que só os financiaria (a 100%) nos seus próprios leilões, em condições que incluíam ‘spread’ de menos um por cento, denunciou. Ainda segundo este responsável, a CGD e a Direcção Geral de Impostos agendaram até leilões para os mesmos dias das hastas públicas da EPUL, nos dias 15 e 16.
Ao tentar vender os seus activos, a banca veio criar "desregulação" e "concorrência desleal" no mercado imobiliário, referiu o administrador, que em consequência diz ter pedido "um parecer à Autoridade da Concorrência", adiantou.
Nestes leilões a EPUL levou à praça 104 imóveis, avaliados em 43 milhões de euros, dos quais vendeu "entre 25 a 30%", mas todos negociados fora da hasta pública. Ontem foram leiloados 22 imóveis que não conseguiram ser arrematados. O Palácio de Telheiras foi vendido por carta fechada no valor de 1,2 milhões.»
Igreja de S. Bartolomeu da Charneca é de Interesse Público

Anúncio n.º 18970/2011
Projecto de Decisão relativo à classificação como Monumento de Interesse Público (MIP) da Igreja de S. Bartolomeu da Charneca, freguesia da Charneca, concelho de Lisboa, distrito de Lisboa, e à fixação da respectiva zona especial de protecção (ZEP).
Foto
Animação do Mercado da Ribeira fica em banho-maria durante o próximo ano
Por Ana Henriques in Público
Revista Time Out justifica atraso com trâmites burocráticos, mas crise também pesou no desacelerar de investimento de quatro milhões. Na autarquia, o projecto é para manter
A transformação do mercado da Ribeira num espaço dedicado ao lazer, com restaurantes, discoteca e uma academia, vai ter de esperar até 2013. A adaptação do recinto às novas funções revelou-se mais complexa do que esperavam os responsáveis da revista Time Out, que anunciaram a abertura do mercado para o início de 2012 depois de ganharem o concurso lançado pela Câmara de Lisboa para o remodelarem e explorarem.
O director da publicação, João Cepeda, justifica o atraso com "trâmites burocráticos". A crise que o país atravessa também terá pesado no desacelerar do investimento de quatro milhões de euros em obras, a que há que juntar uma renda mensal de 12 mil euros. "Tivemos de fazer o projecto de segurança de todo o edifício, e não apenas da parte que vamos ocupar", refere o director da Time Out, assegurando que o projecto não está "nem congelado nem suspenso". Poderá, no entanto, sofrer algumas alterações motivadas pelo cenário económico: "Algumas mudanças têm a ver com o contexto de crise, e poderão passar por um reforço da parte turística" do negócio, como a vertente gastronómica. "Mas não queremos fazer disto um projecto exclusivamente turístico", frisa João Cepeda.
Além de um food court para refeições rápidas, será ainda criado na Ribeira um espaço multi-usos para conferências e exposições. Também estão previstas lojas, que se juntarão às que já aqui existem, e um restaurante. A função para que o recinto foi criado, já lá vão 129 anos, será mantida: os vendedores de peixe, carne, fruta e legumes continuarão no mercado.
Zona cool e trendy
"Agora que está resolvido o problema da segurança, como as escadas de incêndio e as saídas de emergência, levarei o projecto de arquitectura à câmara em Janeiro. A obra deve começar lá para o Verão", estima o vereador responsável pelos Mercados, José Sá Fernandes, acrescentando: "Estou com esperança de a requalificação terminar no final de 2012. Na pior das hipóteses ficará pronta no primeiro trimestre de 2013".
O projecto é da dupla de arquitectos Aires Mateus, encarregue de um outro edifício ali perto, a sede da EDP no Aterro da Boavista, cuja construção também ainda não arrancou. "A viabilidade do projecto do mercado não está de forma nenhuma posta em causa", diz José Sá Fernandes, explicando que cabe também ao concessionário remodelar parte da cobertura do edifício, de forma a melhorar as suas condições térmicas, e pavimentar em lioz a parte do chão que ainda não é em pedra. "Esta é a zona da cidade com maior potencial de crescimento", acredita João Cepeda. "É a nova zona cool e trendy de Lisboa".
"Não há nada mais difícil do que mudar as coisas", declarou o presidente da câmara, António Costa, quando, já lá vai mais de um ano, apresentou os planos de remodelação do mercado - numa referência ao carácter conservador dos portugueses. O tempo parece dar-lhe razão.
É possivel fazer "vibrar' a criatividade numa zona degradada ... mas com respeito pelas características Patrimoniais e qualidade residencial.

Há muito tempo que defendo uma VERDADEIRA Reabilitação e Recuperação do Largo de S.Paulo e Mercado da Ribeira ... os que me acompanham serão testemunhas, através dos meus “posts” ... destas preocupações ...
Claro que a ‘redescoberta’da Rua Nova do Carvalho e dos “bares’ do Cais do Sodré ( com toda a mistura entre ‘Bas-Fond Vintage’ e ‘decors’ anos 60-70 ) pelas ... vibrações Nostálgico-Criativas e pelo Cool-Vintage ... tem desempenhado um papel positivo numa zona antes ‘mono-funcional’, decadente e impenetrável para fora das pessoas do “meio’.
É muitas vezes, através destes reconhecimentos e destas invasões eclécticas ... que a recuperação se inicia ... muitos exemplos noutras cidades Europeias o ilustram ( Berlim vive uma especial efervescência nos últimos anos ).
Mas para isso poder acontecer com equilíbrio e salvaguarda daquilo que garante a base qualitativa do sucesso, tem que existir uma estratégia eficaz de Restauro do Património Arquitectónico e garantia de Preservação das suas características Fundamentais.
Ora, a C.M.L. para tentar compensar e camuflar a total ausência de uma estratégia de Reabilitação Urbana tem apoiado acções ‘pseudo-criativas’ como os murais-Graffitis e agora a acção “feitichista” de “marcação de território” através ‘do rosa pastilha elástica’ numa via pública ... com o alibi de irreverência criativa ...
Este é um caminho perigoso ... e acima de tudo ... da parte da C.M.L. ... mentiroso ... de falso progresso ... pois não cabe ao Executivo da C.M.L. garantir o Restauro Impecável do Arquétipo- Pombalino que constitui o Largo de S.Paulo, do Magnifico edifício do Mercado e do edificado da Rua Nova do Carvalho?!?
É preciso “puxar para cima”, para garantir que Lisboa não se transforme numa espécie de uma Nova-Havana (Cuba) , que é visitada em busca de patine decadente e de um “Shabby Chic”de difícil equilíbrio.
Aliás, Lisboa, neste difícil equilibrio, está a perder completamente o ‘Chic’ ... e brevemente só ficará o “Shabby” e a decadência ...
Portanto “Pensão Amor”... sim ... invasão e expansão na Via Pública ... em assinatura feitichista Rosa – Schoking ... para marcar território ... Não! ... ( e muito menos no Arco-Património Pombalino! )
Deixo-vos, mais uma vez um exemplo da Verdadeira Recuperação de uma Rua em Amsterdam, no coração do ‘Red Light District’, a famosa Zeedijk que nos anos 60 e 70 era o centro de prostituição e droga, absolutamente perigosa num ‘ambiente- Bronx’ ... e que graças a uma estratégia conjugada Público-Privado, mas liderada pelas Autoridades Municipais ( desde 1985 ) foi completamente RESTAURADA em todos os seus aspectos Físicos e Humanos.
António Sérgio Rosa de Carvalho.








Preocupações manifestadas à câmara.Provedor de Justiça ainda sem respostas.
19/12/2011
Retrato de um País ... na relação com o seu Património ....

Comboio está operacional e estava destinado à Linha do Vouga
Tentativa de venda de comboio histórico da CP suscita escândalo e boicote na Europa
19.12.2011. Por Carlos Cipriano in Público
Federação Europeia de Caminhos-de-Ferro Turísticos apelou a museus para não comprarem comboio de via estreita estacionado na Régua, em nome da defesa do património português.
A CP tentou vender junto de museus ferroviários europeus o comboio histórico de via estreita estacionado na Régua, mas a Federação Europeia das Associações de Caminhos-de-Ferro Turísticos (Fedecrail) boicotou essa tentativa, pedindo aos museus que renunciassem à compra, mesmo que estivessem interessados.
"Essa proposta pareceu-nos escandalosa, porque o material em via métrica português é raro e é uma composição que está em bom estado", disse ao PÚBLICO Jacques Daffis, vice-presidente da Fedecrail, que tomou a iniciativa de informar o Museu Nacional Ferroviário português, que desconhecia esta tentativa de venda por parte da CP. "O que é incrível é que a CP tenha proposto a sua venda sem informar previamente o museu português", disse, explicando que a posição da Fedecrail é de que o património deste tipo só deve ser vendido ao estrangeiro "se não houver nenhuma possibilidade de preservação no país de origem e/ou se estiver em perigo".
A tentativa de venda partiu da CP Frota, a unidade de negócios que gere o material circulante, através de um email muito informal, datado de 9 de Novembro e enviado para museus ferroviários europeus, no qual até se propunha que fossem estes a avançar com uma proposta de preço.
Contactada a CP, a porta-voz da empresa explicou que se trata de um comboio que está em condições operacionais (em 2005 ainda circulou na Linha do Corgo), mas que não tem agora utilização possível em Portugal, com o fim anunciado da Linha do Vouga, que é a última linha de via estreita em funcionamento no país. "Podendo haver interesse por alguma companhia ferroviária na sua colocação ao serviço para fins turísticos, a CP fez uma primeira auscultação do mercado para verificar a existência de eventuais interessados", disse a mesma fonte. A CP mantém, por isso, o interesse na venda, mas admite agora que "será dada preferência ao Museu Nacional Ferroviário, caso este tenha disponibilidade" para o comprar.
Esta posição oficial da CP surpreendeu o presidente da Fundação do Museu Nacional Ferroviário, Júlio Arroja, que tinha pedido à CP para que houvesse uma "cedência" (e não uma venda) daquele material circulante ao museu. "Foi feito um pedido à administração da CP e creio que o assunto está bem encaminhado", disse ao PÚBLICO.
É que, embora tenha sede no Entroncamento, o Museu Nacional Ferroviário tem secções museológicas em todo o país e existe precisamente um projecto para Macinhata do Vouga (Águeda). Este projecto consiste na requalificação do complexo ferroviária daquela estação, para albergar ali o comboio histórico e poder vir a dar-lhe utilização, com passeios turísticos entre Aveiro, Águeda e Sernada do Vouga. Um projecto que agora fica no limbo, com o encerramento da Linha do Vouga.
Material do início do séc. XX
O comboio histórico de via estreita em causa é composto por uma locomotiva a vapor fabricada na Alemanha em 1923 e enviada para Portugal a título de indemnização da I Grande Guerra. Esta máquina prestou serviço em praticamente todas as linhas de via estreita do país e está ainda operacional. A composição pode também ser rebocada por uma locomotiva a diesel de 1964, fabricada em Espanha, e comprada pela CP em segunda mão nos anos setenta.
Além de um furgão em madeira de 1925 e de um vagão-cisterna, a composição inclui uma carruagem de origem belga de 1908, outra fabricada na Alemanha em 1925 e ainda uma outra construída pelos então Caminhos de Ferro do Estado, nas oficinas do Porto, em 1913. O conjunto constitui um acervo único em Portugal e raro na Europa, que deve ser preservado, "de preferência no país de origem", refere Jacques Daffis.
Comboios turísticos
Apesar de residual em Portugal, a exploração de comboios turísticos e dos museus ferroviários a que estes estão associados constituem uma actividade que só em três países europeus – Alemanha, Reino Unido e França – emprega 3812 pessoas e factura anualmente 174 milhões de euros.A Fedecrail – Federação Europeia dos Caminhos-de-Ferro Turísticos e Históricos é um organização de direito belga que congrega 616 membros de 27 países e que tem por missão a coordenação de todos os caminhos-de-ferro históricos e dos museus que se ocupam da sua conservação, bem como da protecção do material circulante que lhes está associado.
Em Portugal, o único comboio histórico em funcionamento é o do Douro, entre a Régua e o Pinhão, que só circula no período de Verão. A CP ameaça acabar com ele, se não aparecer qualquer entidade disposta a assumir-se como parceira de exploração do comboio que este ano registou prejuízos da ordem dos 60 mil euros. A CP já teve também o Comboio do Vinho do Porto, que circulou no Douro, mas que se encontra agora semi-abandonado em Contumil.
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Depois do escândalo do Douro ... das “vicissitudes” de “Organização” em Guimarães ... mais uma vez ... são as Instituições Internacionais que exercem Pressão, exigem Responsabilidade ... e desenvolvem a necessária Pedagogia que nunca poderá compensar ... a nossa lacuna de Auto-Consciência Cultural e Patrimonial ou substituir a Responsabilidade que nos cabe ...
Temos portanto ... com ou sem comboio ... um longo caminho a percorrer ...
António Sérgio Rosa de Carvalho.
Praças: prioridade exclusiva aos automóveis?
O blogue A Nossa Terrinha, em mais brilhante post, descobriu que há um local na Praça do Saldanha onde o peão tem deesperar por SEIS semáforos para atravessar uma rua apenas. É mais uma prova que o espaço urbano lisboeta é pensado com um objectivo exclusivo: facilitar a circulação automóvel.
Nessa zona da cidade comparei há uns tempos o mesmo percurso feito de carro, e a pé. Resultado: o peão espera 17 vezes mais pela passagem dos automóveis, do que o automóvel espera pelo peão. Argumentar que facilitar a passagem dos peões atrasaria a circulação automóvel, é por isso um absurdo (ou sinal de alguns valores morais trocados).
O Marquês de Pombal é outro exemplo assim. Atravessa-lo a direito (o que já foi permitido em tempos) seriam apenas 125m para os peões, mas neste momento eles são empurrados para bem longe da praça. Numa das travessias (Av. Liberdade) o peão nem pode contornar a praça, sendo obrigado a caminhar até ao quarteirão seguinte para atravessar! Nas outras, o peão é obrigado a várias esperas e afastar-se da praça. Resultado: o peão demora 8 minutos a atravessar a praça de um lado ao outro.
Mas será que a solução lisboeta é incontornável? Será que as praças cheias de trânsito são obrigatoriamente inimigas dos peões? Veja-se o que se passa no Arco do Triunfo em Paris (bem maior que o Marquês e o Saldanha):
Em todas as saídas, o peão pode atravessar directamente sem se afastar da praça, e apenas com um semáforo.
Então e na Praça de Espanha, em Barcelona?
Atravessamento na praça só com um semáforo.
E na Columbus Circle em Nova Iorque?
Atravessamento na praça só com um semáforo.
Espírito Santo aposta na reconversão urbana

In I Online (19.12.2011)
Por Solange Sousa Mendes
«Para os arquitectos responsáveis pela recuperação do edifício da Rosa Araújo, nº 49, Manuel Aires Mateus e Frederico Valsassina, a reabilitação urbana é essencial para se manter a memória de uma cidade e tornar possível que a sua história seja vivida. "O que a impede de avançar são motivos políticos, sociólógicos e económicos. É muito mais dispendioso reabilitar do que fazer de novo", afirmaram. O administrador da ESAF - Espírito Santo Fundos de Investimento S.A, José Manuel Salgado, não poderia estar mais de acordo. "A reabilitação urbana é essencial para manter o traço da História, mas tem de se adequar às necessidades actuais. O problema é que é mais cara e mais trabalhosa, em termos de arquitectura. É muito complicado encaixar prédios formatados ao nível do século XIX ou inícios do século XX, que correspondem a cerca de 90% do parque habitacional, numa arquitectura, num espaço e num ambiente de acordo com o século XXI", esclareceu.
A reabilitação urbana foi o tema de conversa entre o i, os arquitectos referidos e José Manuel Salgado, durante a inauguração do andar modelo do edifício, em processo de recuperação, da Rosa Araújo, 49, em Lisboa, na quinta-feira. Este é o mais recente projecto de reconversão urbana levado a cabo pela Espírito Santo Activos Financeiros, mais precisamente pelo fundo Espírito Santo Reconversão Urbana II, e que deverá estar finalizado em Fevereiro.
O projecto do edifício da Rosa Araújo começou o seu processo de licenciamento em Abril de 2007, mas só foi concluído em Janeiro de 2010. Esta foi uma das dificuldades apontadas pelo administrador da ESAF na execução do projecto. "Tivemos enormes dificuldades no início mas sentimos que, de há dois anos para cá, a Câmara percebeu que a reabilitação é fundamental e só a partir daí é que o projecto conseguiu ir para a frente. Os processos hoje em dia são rápidos, os interlocutores funcionam, há comunicação, fluidez e objectividade na análise dos processos".
Apesar de só um T4 estar preparado para ser apresentado, o i constatou o estado de evolução das restantes fracções. Ao todo são nove apartamentos, destinados ao mercado residencial, distribuídos por cinco pisos, com tipologias T3, T4 e T5, com áreas que variam entre os 200 e os 390m2. No primeiro piso estão duplexes que, apesar de ganharem precisamente por esta característica, não vencem pela luminosidade anímica que entra pelos andares superiores. Os preços vão dos 960 mil euros aos 2.120 milhões. Ainda é cedo para dizer se as vendas serão um sucesso, mas José Manuel Salgado está optimista, porque num projecto na Duque de Loulé, também a cargo da ESAF, lançado há um ano, já foram vendidos cerca de 60% dos fogos. Na apresentação, estavam já alguns possíveis interessados. "Penso que no contexto actual vende-se tudo o que é de boa qualidade, desde que seja adequado à procura, seja um T0 ou um T5. A única diferença é que já não se comercializa em fase de projecto. As pessoas querem ver o produto acabado primeiro", concluiu.
Para além do edifício da Rosa Araújo, entre outros projectos, a ESAF tem a seu cargo a reabilitação do palácio do Contador-Mor, no Castelo de São Jorge, onde viveu o último contador-mor do reino de D. José.»




