25/05/2012

Lisboa. Polícia Municipal expulsa skaters da Praça da Figueira

In I Online (25/5/2012)

Por Kátia Catulo

Imagem

Eduardo Martins

Praça é visitada por skaters desde os anos 90, mas agora há multas e ameaças de pranchas confiscadas

Às oito da noite em ponto, o sol ainda brilha na Praça da Figueira, em Lisboa. É boa hora para os skates começarem a rolar. E só é boa hora porque os dois agentes da polícia municipal, plantados num canto da praça desde as cinco da tarde, montam os segways e vão-se embora. Os miúdos batem palmas e soltam gritos de alegria. O espectáculo começa.

Desde o Verão passado que a praça no centro da cidade já não lhes pertence. Ou, só volta a ser deles quando não estão a ser vigiados. No início, nem sequer havia hora certa: “Apareciam e desapareciam sem avisar e ameaçavam-nos com multas se estivéssemos a skatar”, conta Lauande Brito. O rapaz de 22 anos assegura ter sido autuado com uma coima de 60 euros por obstruir a via pública e colocar a segurança dos outros em perigo. Nunca pagou, explica, mas a autoridade subiu agora de tom. “Se desobedecermos, dizem que nos confiscam o skate.” Demorou algum tempo, mas a polícia terá finalmente descoberto o ponto vulnerável dos skaters.

Usar a Praça da Figueira passou então a ser um jogo mais ou menos consentido entre as partes envolvidas. De um lado, os miúdos vão chegando ao final da tarde em grupos ou sozinhos. Trocam saudações em códigos, sentam-se no chão à conversa, deixando o tempo passar. Do outro, os agentes guardam a praça, aproveitando as horas mortas para orientar turistas perdidos na cidade. Por fim, chegam as 20h00. Os dois lados suspendem a desavença e cada qual segue o seu caminho.

A rotina regressa à praça, mas os rapazes não conseguem perceber porque é que as regras mudaram “sem mais nem menos”, queixa-se Lauande Brito. O i quis também saber junto da Polícia Municipal e da Câmara de Lisboa as razões desta recente mudança e se as medidas também se aplicam a quem usa patins ou bicicletas naquela e nas outras praças da capital. As respostas não chegaram até ao fecho desta edição.

Os skaters já nem se lembram com rigor quando é que ocuparam a praça. Não há propriamente um dia ou uma hora certa para assinalar o momento. Ainda a praça era redonda quando Miguel Faro era um skater a aprender os primeiros truques. Nos meados dos anos 90, a Praça da Figueira já era um átrio aberto no centro da cidade para os rapazes do skate. Chegavam a meio da tarde, conta Miguel. Sabiam de antemão que iriam encontrar caras conhecidas. Os mesmos de sempre, a derrapar na pedra, a rodar o skate, a dar voltas no ar e trambolhões no chão. Miguel era um adolescente de 17 anos. Entretanto, cresceu, e arrumou o skate a um canto.

A prancha ficou esquecida até sentir que lhe faltava alguma coisa. Regressou há seis anos, adulto, fotógrafo e artista plástico de profissão: “Não conhecia ninguém, mas estava tudo na mesma.” A Praça da Figueira é, como antes, um ponto de encontro. Ou um ponto de partida para outros street spots como os Restauradores ou o Terreiro do Paço.

Miguel hoje com 34 anos é o “cota” que enquanto está em cima de um skate nem se dá conta que é mais velho do que a maioria: “Estou aqui ao lado de putos de 17 anos, mas isso não faz diferença nem para mim nem para eles.” No street skate não há estatuto nem hierarquias, diz o fotógrafo. O mundo deles é descomplicado e está dividido em duas partes – goofies e regular footers. Uns colocam o pé direito na frente da prancha e, outros, o pé esquerdo. De resto, é tudo igual. Hugo Rascão é mais ou menos novato nestas coisas do skate. Começou por influência dos amigos da Secundária Artística António Arroio. No início, andou a testar a prancha e só há um ano e meio é que encara o skate “mais a sério”. Aprendeu à custa de trambolhões, nódoas negras, braços esfolados e cicatrizes. “Não há outra forma”, conta o adolescente de 17 anos. A recompensa chega com a experiência: “Ganha--se uma liberdade de fazer o que se quer e da forma como se quer.” Que é o mesmo que dizer dar voltas no ar de 360 graus, rodar o corpo, experimentar kickflips, back side ollie e outras tantas dezenas de truques que nasceram nas ruas de Boston, de Chicago ou de Nova Iorque e são reproduzidos ou reinventados em muitas partes do mundo. A Praça da Figueira é só uma dessas partes. Nem sequer é a melhor para quem gosta de grandes desafios como corrimões, degraus ou bancos públicos. Mas a tradição fez deste lugar o ponto de encontro entre os skaters. “Não precisamos telefonar ou enviar mensagens”, explica André Reis, de 21 anos. Basta aparecer todos os dias, que os outros também aparecem. Seguem depois para outros street spots. “Muitas vezes é ali ao lado nas “três escadas do Martim Moniz”. Outras vezes é no Largo do Carmo, mais acima. As regras ali são outras e aceites por todos. A GNR permite todos os malabarismos, mas só depois 18h00. As portas do Museu Arqueológico do Carmo fecham-se. A entrada fica livre para todos os skaters.

24/05/2012

Bairro Azul - Estacionam​ento. Mais de 100 moradores e comerciant​es subscrevem novo e-mail

Chegado por e-mail: «Mais de 100 moradores e comerciantes subscrevem novo e-mail solicitando reunião com responsáveis. No Bairro Azul a falta de estacionamento não resultou de alterações no seu edificado mas sim da pressão gerada pelos equipamentos que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) aprovou e licenciou na sua periferia.

Mais de 100 moradores e comerciantes do Bairro Azul solicitaram aos senhores Presidente e Vereador da Mobilidade da Câmara Municipal de Lisboa (CML) e Presidente da EMEL a marcação de uma reunião urgente para discussão e rápida implementação de medidas que permitam resolver o problema do estacionamento neste Bairro, conforme propostas insistentemente apresentadas e que constam, designadamente, de anterior e-mail enviado no dia 12 de Março, subscrito, na altura, por mais de meia centena de moradores e comerciantes.

Apesar de ter sido classificado pelo atual Executivo Camarário como um “Conjunto de Interesse Municipal que urge preservar e proteger” onde existem ainda cerca de 10% de fogos devolutos, os moradores reafirmam que uma efetiva proteção e revitalização deste Bairro Residencial passa pela resolução do problema do estacionamento através da implementação de algumas das medidas que têm vindo a propor à CML e à EMEL há mais de uma década:

- a atribuição aos residentes, a custo reduzido, de parte do estacionamento da Clínica dos SAMS;

- o estacionamento tarifado pela EMEL à noite e aos fins-de-semana;

- a correta marcação dos lugares de estacionamento tarifado aumentando assim o número de lugares disponíveis;

- mais fiscalização por parte da Polícia Municipal para evitar as situações de estacionamento irregular que ocorrem diariamente.

Apelando a uma intervenção urgente e eficaz, os moradores têm vindo a alertar a CML para o facto muito positivo de estarem a vir morar para o Bairro Azul muitos casais jovens com filhos pequenos. No entanto, se o problema da falta de estacionamento não for rapidamente resolvido, essa população jovem abandonará de novo o Bairro, perdendo-se, deste modo, o principal objetivo que levou o atual Executivo a classificar o Bairro e a investir em obras de requalificação na Rua Ramalho Ortigão e em toda a zona da frente da Rua Marquês de Fronteira: contrariar o despovoamento do centro da cidade e dar nova vida ao Bairro Azul!

Os mais de 100 subscritores do presente e-mail esperam, desta vez, uma rápida resposta por parte dos responsáveis.

Comissão de Moradores do Bairro Azul

...

Já agora acrescento: qual foi até agora o resultado prático daquela proposta aprovada em AML acerca do silo auto do SAMS e de que tanta propraganda nos saturaram? NICLES.

PLANETA EMEL: Av. Oscar Monteiro Torres






As passadeiras na Av. Oscar Monteiro Torres, na freguesia de São João de Deus. É neste bairro que vive o presidente da nossa Câmara Municipal...

 
Para além da urgência de reposição dos pilaretes em falta - que já foi solicitada à Junta de Freguesia - é essencial maior fiscalização por parte da EMEL. Mas como sabemos, os abusos ilustrados nas imagens acontecem maioritariamente após as 19h, altura em que a EMEL termina a sua fiscalização.


 
Entre as 19h e as primeiras horas da manhã é neste estado que vemos as passadeiras e passeios. Mas não teremos direito às passadeiras após as 19h?


Para além desta situação por em risco a segurança de todos os cidadãos, não nos podemos esquecer dos muitos moradores de idade avançada cuja mobilidade é reduzida. Mais uma lamentável prova de como em Lisboa o cidadão principal ainda é o senhor carro.

O furto de azulejos na região de Lisboa baixou sete vezes desde o início do projeto SOS Azulejo

In Lusa (24/5/2012)

«O furto de azulejos na região de Lisboa baixou sete vezes desde o início do projeto SOS Azulejo da Polícia Judiciária, informou hoje Leonor Sá, mentora e coordenadora da iniciativa da Polícia Judiciária.

Quando passam quatro anos sobre o início do projeto, Leonor Sá disse “há uma era antes e uma era pós” o SOS Azulejo.

“A partir do momento em que se iniciou o projeto, em 2007-2008, deu-se um decréscimo muito grande: há sete vezes menos furtos do que anteriormente”, disse a responsável à agência Lusa. Segundo a coordenadora, as queixas centram-se na região da capital e inferiu que, no resto do país, talvez não se dê “importância suficiente” aos azulejos como património histórico e cultural.

Escusando-se a fazer uma “relação direta de causa-efeito” entre a diminuição e a criação do projeto, Leonor Sá sublinhou, porém, que os dados são “muito encorajadores” embora não tenha quantificado o número de furtos. “Os dados mostram que estaremos no caminho certo, a fazer mossa dos amigos do alheio” notou a responsável, acrescentando que na Internet passaram a estar imagens dos azulejos figurativos cujo furto foi registado.

As imagens podem ser encontradas no endereço http://www.sosazulejo.com/ e na rede social Facebook https://www.facebook.com/projectososazulejo. A consulta na Internet e o pedido de informações ao vendedor sobre a origem dos azulejos foram conselhos deixados a quem pretende comprar de forma legal. Em relação a azulejos com padrão, Leonor Sá explicou ser difícil definir a sua origem por não serem peças únicas.

“Há painéis de azulejos que valem milhares e milhares de euros e há uma discrepância entre a sobrevalorização dos azulejos no mercado de Arte e pelos antiquários, e a desvalorização por parte de proprietários e do cidadão comum. Por isso, há lucros fabulosos”, disse à Lusa.

Na quarta-feira, o projeto, em parceria com outras entidades, atribuiu os seus prémios anuais, nomeadamente a projetos de investigação, a iniciativas das câmaras municipais de Aveiro e do Montijo, assim como à obra de Catarina e Rita de Almada Negreiros feita para a Estação Fluvial Sul Sueste, em Lisboa. Extra concurso foram distinguidos Feliciano David, Isabel Almasqué e Barros Veloso e como “Obra de Vida” Maria Keil.»

Requiem por uma coluna de iluminação histórica!

Ao fim de quase dois séculos, a última coluna de iluminação do séc. XIX foi retirada da Praça do Comércio. Porquê?

Fotos: FJ

Mobilidade comprometida na Rua dos Fanqueiros

Resposta da Polícia Municipal:



...



"A cidade é mais do que o automóvel", Presidente António Costa (18-6-2011)‏

Exmos. Senhores Presidente da Câmara e Vereador da Mobilidade


Vimos pelo presente alertar V. Exas. para a urgência de uma intervenção da CML no actual modelo de estacionamento na Rua dos Fanqueiros.

A presente disposição e o excesso de lugares de estacionamento, em especial junto da Rua de S. Nicolau, criam regularmente graves problemas na mobilidade dos transportes públicos, nomeadamente do eléctrico 15 com destino a Algés/Belém.

Conforme ilustram as imagens em anexo, aquela carreira é frequentemente interrompida logo após o seu início na Praça da Figueira devido ao estacionamento que se faz na Rua dos Fanqueiros.

Pensamos que a frequência e agravidade deste problema merecem maior atenção da CML uma vez que está em causa a mobilidade de milhares de lisboetas e de turistas.

Assim, considerando:

- os bons exemplos que nos chegam de outras cidades da Europa e revelam uma cada vez maior prioridade à circulação dos eléctricos (http://www.nytimes.com/2011/06/27/science/earth/27traffic.html?pagewanted=1&_r=2&ref=europe );

- a oferta de estacionamento na zona, incluíndo a recente abertura do silo de estacionamento no Chão do Loureiro (e a proximidade do Parque na Praça da Figueira);

- a alteração de paradigma na mobilidade e nos estilos de vida, devendo-se apostar cada vez mais na promoção da cidade histórica e da Baixa em particular;

Julgamos que o presente modelo de estacionamento na Rua dos Fanqueiros está obsoleto, pois reflecte uma realidade de planeamento das décadas de 70/80 do século passado, centrada nas exigências do transporte privado.

Assim, solicitamos à Câmara a revisão do actual perfil do arruamento, sendo que é de especial urgência uma intervenção no sector junto à Rua de São Nicolau, onde o estacionamento em espinha (ilegal?) tem provocado graves interrupções no serviço dos transportes públicos, prejudicando a vida de milhares de cidadãos.

Com os melhores cumprimentos,


Fernando Jorge, Paulo Ferrero, Alexandra Maia Mendonça, Luís Marques da Silva, João Leonardo, Carlos Sousa e Nuno Franco




FOTOS: Oito eléctricos "presos" na Rua dos Fanqueiros devido ao excesso (e excessos!) de estacionamento à superfície que ainda prevalece na Baixa. Um cenário caótico que acontece com demasiada regularidade. É todo um paradigma de mobilidade, de estilos de vida, que tem de ser profundamente alterado em Lisboa.

CC: AML, CARRIS, Associação Turismo Lisboa



Avenida da Liberdade - alargament​o dos passeios e alterações de circulação

Chegado por e-mail:

«Exmos. Senhores,

Verifico com preocupação que estão em vias de fazer alterações na Avenida da Liberdade no sentido de reduzir os índices de poluição na zona.

Desta vez a proposta é alargamento dos passeios e alterações de circulação.

De facto, trabalhei muito perto da Avenida da Liberdade durante muitos anos e passo lá muito frequentemente e acho que a dimensão dos passeios é mais que razoável.

Acresce que todas as alterações de passeios na baixa de Lisboa, têm resultado em substituição da calçada portuguesa por feias placas de mármore rapidamente encardido (veja-se Terreiro do Paço e Rossio). Se há característica bonita da nossa cidade é a calçada portuguesa!!!

O pouco que viajei na Europa deu para verificar que a bicicleta é um meio muito utilizado. Aqui, desde que dessem condições de circulação seguras, não duvido que também seria, tanto mais que os passes estão caríssimos.

Muitas vezes, enquanto esperava pelo autocarro na Avenida, à noite, via passar ciclistas no passeio, porque a circulação na Avenida não era segura.

Proponho portanto que, sem nenhuma alteração nos passeios actuais:

-Se criem ciclovias na Av. da Liberdade, devidamente delimitadas de forma a não ser possível a sua utilização por nenhum carro.

-Se mantenham os sentidos do trânsito na Avenida.

-Se criem condições mais seguras para a circulação de cegos nessa zona (muito perto da Avenida existe uma associação de cegos).

-Se criem zonas seguras de estacionamento das bicicletas, com as barras próprias para as poder segurar.

Com os melhores cumprimentos

Elsa Maria de Almeida Figueiredo»

Abate de árvore centenária no Bairro do Castelo!!!


Exmo. Senhor Presidente da CML,
Dr. António Costa
Exmo. Senhor Vereador dos Espaços Verdes,
Dr. José Sá Fernandes


A CML fez o abate de um lodão centenário na Freguesia do Castelo - mais precisamente no Largo de Santa Cruz do Castelo.

Alguns dias antes foi colocado um aviso alertando os moradores para uma operação de limpeza de ramos mortos e doentes.

Foi garantido aos moradores preocupados que após a limpeza não se iria notar diferença nenhuma nas árvores.

Dois dias depois foi assim que ficaram os 5 Lodãos (Celtis australis ) do largo (4 deles centenários pois aparecem ainda jovens em várias fotografias do início do séc. XX).

Segundo os técnicos da CML, as árvores estão "doentes" e precisam de ser abatidas.

O abate de uma delas, considerada pelos técnicos em situação mais grave, foi executado ontem, sem pré-aviso dos moradores.

Mas quem observar com atenção as várias secções de corte do tronco poderá constatar que não havia podridão ou perda do cerne.

Segundo a explicação de um técnico responsável pelo abate, apenas um ramo, e na sua parte superior, apresentava podridão e risco de falha mecânica.

Sendo assim, porque razão se optou pelo abate da árvore? Os moradores da Freguesia do Castelo estão em choque pela perda deste Lodão. Devemos recordar que nesta freguesia existem apenas 8 árvores nos seus arruamentos. Era só neste largo, debaixo das copas altas e frondosas dos lodãos que os munícipes e turistas encontravam sombra generosa.

Mais uma vez, a CML não terá sido percepitada na decisão de abater esta árvore antiga? Com certeza que pela sua idade e porte, assim como pelo lugar que ocupava na vida dos cidadãos que habitam junto dela, merecia mais reflexão, ponderando outras soluções menos drásticas.

Como dizia hoje um jovem que vive mesmo em frente da árvore abatida: «Já não vou ver a próxima árvore a alcançar o tamanho que esta tinha...».

Ou outro morador mais sénior que nasceu no largo e que hoje protestava dizendo: «Eu cresci à sombra desta árvore - isto foi um crime!»

Aproveitamos esta triste ocorrência para alertar a Presidência e a vereacão da CML, assim como todos os deputados da AML, para o vergonhoso estado de degradação em que se encontra este histórico Largo de Santa Cruz do Castelo - uma realidade posta agora a nú pelo desaparecimento desta árvore centenária. Convidamos todos a verificarem pessoalmente a realidade que descrevemos e que só envergonha a nossa cidade.

O Fórum Cidadania Lx não pode deixar de estar solidário com a população do Bairro do Castelo nesta perda, provavelmente desnecessária.


Com os melhores cumprimentos


Luís Marques da Silva, António Branco Almeida, Fernando Jorge, Carlos Moura, Nuno Caiado e Virgílio Marques



Oposição na Câmara de Lisboa tem dúvidas quanto às alterações de trânsito no Marquês e Av. Liberdade .



Por Agência Lusa, publicado em 23 Maio 2012 in ( jornal ) i online

Os vereadores da oposição na Câmara de Lisboa manifestaram hoje dúvidas quanto às alterações de trânsito propostas para o Marquês de Pombal e Avenida da Liberdade, principalmente quanto aos custos, duração das obras e impactos na cidade.

Segundo uma proposta que a Câmara de Lisboa vai colocar em discussão pública até ao final de junho, no Marquês de Pombal serão criadas duas rotundas concêntricas separadas por um espaço verde, e a Avenida da Liberdade vai ter, na sua quase totalidade, apenas duas faixas de rodagem em cada sentido,

A proposta, que é uma tentativa da autarquia para tirar automóveis e reduzir a poluição naquela zona da cidade, foi aprovada hoje, mas contou, depois de mais de mais de três horas de discussão, com as abstenções do PSD, do PCP e do CDS-PP.

Contactado pela agência Lusa, o vereador social-democrata Vítor Gonçalves descreveu as "reticências" quanto a este projeto: "Temos dúvidas em relação à alteração dos sentidos das laterais [não vai ser permitido passar de quarteirão em quarteirão], à diminuição substancial de estacionamento na Avenida da Liberdade e à circulação nas duas rotundas do Marquês", afirmou.

Vítor Gonçalves apontou ainda dúvidas relativamente "à demora das obras e aos custos, estimados em cerca de um milhão de euros", duas questões que "podem trazer uma grande dificuldade" à concretização das propostas.

Relativamente aos impactos ambientais, o vereador do PSD demonstrou as suas reservas quanto à diminuição das faixas centrais na Avenida, temendo "engarrafamentos monstruosos" que podem significar "um aumento da emissão de gases poluentes".

Também o vereador comunista, Rúben de Carvalho, admitiu à Lusa ter dúvidas quanto às alterações propostas, considerando que estas "podem ser complicadas" e "dispendiosas".

No entanto, Rúben de Carvalho defendeu que estas soluções "podem determinar uma maior fluidez no trânsito, o que significa não só a diminuição do número de carros, mas também que não estejam parados".

"Não nos parece já impensável. Não estamos inteiramente convencidos, mas também não estamos inteiramente desconvencidos", afirmou.

O vereador do CDS-PP, António Carlos Monteiro, também defendeu a importância de colocar a medida em consulta pública, para que "a Câmara faça o seu trabalho de casa", definindo questões como os "tempos semafóricos", principalmente no Marquês de Pombal, para que "tenha o escoamento de tráfego pretendido".

António Carlos Monteiro ressalvou ainda que, "apesar de [a proposta] ter sido anunciada como se já estivesse na rua, há ainda um mês de consulta pública, uma nova proposta da maioria e depois da aprovação na câmara e assembleias municipais é que avança, mas como um teste".

A aprovação na reunião de Câmara de hoje possibilita que a proposta seja debatida publicamente, permitindo, consideraram os vereadores, que várias entidades se pronunciem sobre ela.

A Câmara Municipal de Lisboa prevê testar estas alterações entre setembro e o final de dezembro.

Lisboa. Oposição recusa que Câmara exclua desbloqueamentos da compensação da EMEL



Por Agência Lusa, publicado em 23 Maio 2012  in ( jornal ) i online

A oposição na Câmara de Lisboa recusou hoje que a base de cálculo de compensação que a Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) paga ao município exclua as receitas das ações de fiscalização, como desbloqueamentos.

A Assembleia Municipal de Lisboa chumbou em março a alteração de modelo de relacionamento financeiro entre a câmara e a EMEL, que previa a "fixação anual de uma percentagem sobre o resultado líquido" do exercício da EMEL, "tendo em vista a distribuição à Câmara de Lisboa a título de dividendos".

Hoje, os vereadores da oposição na câmara - PSD, PCP e CDS-PP - também votaram contra uma alteração para que a base de cálculo da compensação a pagar anualmente pela empresa à autarquia "apenas inclua a atividade objeto de concessão e não inclui a atividade decorrente do cumprimento de ações de fiscalização", como autos, coimas ou remoção de veículos em infrações ou o seu desbloqueamento.

A proposta, a que a Agência Lusa teve acesso, prevê que a medida - aprovada com a maioria socialista - seja apresentada à Assembleia Municipal, mas não sugere que este órgão delibere sobre ela.

"Achamos que a câmara não é competente para alterar uma coisa que é da competência da assembleia", disse o vereador do PSD Vítor Gonçalves, uma posição apoiada também o vereador do CDS-PP, António Carlos Monteiro.

"A maioria é incompetente nesta matéria e não quer levar a proposta à assembleia. No meu entendimento é obrigatório que seja aprovado por este órgão. É uma ação ilegal e espero que o Tribunal de Contas tome nota desta matéria", afirmou, em declarações à Lusa.

O vereador centrista considerou ainda que esta medida "prejudica as finanças da câmara", que "tem direito a receber mais 1,6 milhões de euros que não vai receber".

Também o vereador comunista Rúben de Carvalho considerou que esta proposta é "uma teima da maioria e da administração da EMEL em não considerar as receitas provenientes das multas como um 'fee' para se entregar à câmara".

"Não estamos de acordo com o critério quanto ao fee", disse.

Discordando desta proposta, os vereadores da oposição votaram contra também o plano de atividades e orçamento da EMEL para 2012, porque assentava nesta interpretação da compensação, consideraram.

Emel é burocrática e ineficaz para com automobilistas, conclui provedor




Por Ana Henriques in Público

Alfredo de Sousa pede a António Costa que tome medidas para melhorar a gestão do estacionamento público na cidade e critica funcionamento dos pilaretes que limitam acesso aos bairros históricos

Um provedor atento ao estacionamento


Lenta, burocrática e ineficaz. Estes são alguns dos adjectivos empregues pelo provedor de Justiça, Alfredo de Sousa, para se referir à actuação da Emel (Empresa Pública Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa) e ao seu relacionamento com os automobilistas.
Na sequência de um processo que mandou abrir para averiguar a forma como a empresa municipal fiscaliza os veículos estacionados de forma irregular e como se relaciona com os utentes, o provedor de Justiça chegou a conclusões pouco simpáticas para a Emel. "No que se refere ao relacionamento com os utentes a Emel persiste nos erros", refere um comunicado de imprensa da Provedoria, recordando "os inúmeros problemas que se verificam com os pilaretes que regulam o acesso aos bairros históricos e a dificuldade que a empresa revela na sua resolução".
Pelo menos um desses casos chegou mesmo ao Supremo Tribunal de Justiça, depois de um pilarete ter rebentado com o motor do carro de uma médica à entrada do bairro da Sé. E muito embora a maioria das queixas que chegam a Alfredo de Sousa sejam de menor gravidade, isso não o demove das críticas. O "deficiente funcionamento do serviço telefónico de apoio ao cliente", o número 217803100, é, para o provedor, reflexo "da desorganização administrativa e da insuficiente articulação interna dos serviços". E as respostas às reclamações dos utentes pecam por burocracia, ineficiência e lentidão. Por isso, o responsável pediu ao presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, que tome medidas para melhorar a gestão do estacionamento público na cidade.

Prémio de boas práticas

Não é a primeira vez que Alfredo de Sousa se pronuncia sobre os problemas da Emel . No relatório de actividades de 2011 que enviou à Assembleia da República, o provedor de Justiça mostra-se preocupado por a empresa nem sempre acatar as suas recomendações. É o caso dos automobilistas multados por os tickets de estacionamento não estarem visíveis nos veículos. "Acontece que, mesmo logrando fazer prova do pagamento - seja por exposição escrita, apresentada à Emel, seja perante os próprios fiscais no momento do desbloqueamento - os condutores não deixam de ser autuados", refere uma recomendação da Provedoria do ano passado. "Afigura-se-me incompreensível que os fiscais da Emel levantem autos de contra-ordenação já depois de terem conhecimento de que o pagamento foi, efectivamente, realizado", observa Alfredo de Sousa. No relatório explica que, como a Emel não acatou a recomendação, remeteu o assunto para o presidente da câmara, de quem ainda há pouco tempo aguardava resposta.
O problema de visibilidade dos talões de pagamento é, de resto, um dos que têm chegado ao Centro de Arbitragem de Conflitos de Consumo de Lisboa, ao qual a Emel aderiu em 2006. "Não recebemos mais de dez reclamações por ano contra a Emel", conta a responsável pelo centro, Isabel Cabeçadas. Quando não é por causa do ticket que ficou virado ao contrário ou voou do tablier do carro, as reclamações versam sobre coimas por estacionamento irregular fora da área tarifada - há quem ainda não saiba que os fiscais podem actuar fora da zona concessionada - e sobre parquímetros avariados que não emitem talões de pagamento, apesar de receberem moedas, ou que nem dinheiro aceitam.
Fonte da Emel diz desconhecer a carta do provedor, acrescentando ter sido distinguida com um prémio de boas práticas no sector público. E acrescenta estar "sempre atenta aos comentários e sugestões que, após uma análise profunda, sejam considerados válidos e possam suscitar qualquer melhoria nos seus serviços".

Um provedor atento ao estacionamento.



Autarquias não podem aplicar coimas


No seu mais recente parecer sobre estacionamento, o provedor de Justiça informou o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses de que existem regulamentos municipais que violam a lei, ao atribuírem às câmaras competências para instruírem processos de contra-ordenação por infracções rodoviárias, nomeadamente relativas a estacionamento irregular. Vizela está nesse caso, mas não é o único concelho onde isso acontece. Alfredo de Sousa defende que só a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária pode decidir processos e aplicar coimas por estacionamento ilegal. Em Lisboa, o provedor pôs em causa a cobrança pelos dísticos de residente, levando a câmara a alterar procedimentos.

23/05/2012

O acesso e a visibilidade do MUPI é que não podem ser comprometidos!



A Praça da Figueira está suja, degradada e perigosa!



Exmo. Senhor Presidente
Dr. António Costa,
Exmo. Senhor Vereador
Dr. José Sá Fernandes


Junto enviamos a V. Exas. imagens da Praça da Figueira e do mau estado de conservação da sua placa central.

Não sendo esta a primeira vez que o fazemos, e reconhecendo que as imagens dispensam quaisquer comentários, não podemos deixar de assinalar o seguinte:

- O sistema de iluminação encastrado no pavimento está completamente abandonado pela CML;
- Os pilaretes estão derrubados;
- Várias lajes de lioz estão a ser usados como rampas para a prática de "skate";
- O pavimento está sistematicamente sujo (vómito, urina, cerveja, etc.);
- As paragens de autocarro (nomeadamente a do 737 que acolhe os turistas para o Castelo!) cheiram a mal;
- O canal de drenagem da base da estátua a D. João I está transformado em vala-lixeira há vários anos.

Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos


António Branco Almeida, Luís Marques da Silva e Nuno Caiado

C.c. Media



Alta de Lisboa

Chegado por e-mail:

«Boa noite

Estou a enviar-vos este email para chamar a vossa atenção para o facto de existir uma estrada perpendicular à segunda-circular na zona da Alta de Lisboa, paralela à "vedação" do Aeroporto, que está aparentemente finalizada à 4 ou 5 anos (aliás, já está praticamente tomada por autêntico matagal...) e não é colocada ao dispor da cidade. sabem dizer-me o que se passa? Outra reclamação a que gostaria de dar eco é o inadmissível tempo que está a demorar a construção dos arruamentos definitivos da Alta de Lisboa. Aquela zona da cidade está transformada num estaleiro à pelo menos 5 ou 6 anos. Alguém me sabe dizer para quando está prevista o fim das obras?

Rafael F.»

Peões com mais espaço e acesso à estátua do Marquês Por Marisa Soares .




Por Marisa Soares in Público


A partir do Verão, não vai ser preciso esperar pela vitória de um clube de futebol para chegar junto da estátua do Marquês de Pombal, em Lisboa. O monumento vai estar acessível a peões através de passadeiras, graças à alteração do trânsito na rotunda. A Câmara de Lisboa quer aumentar o espaço pedonal nesta zona e diminuir o tráfego de atravessamento em direcção à Baixa, dando ao mesmo tempo uma nova cara à Avenida da Liberdade.
Passeios mais largos, menos vias, mais espaços verdes e menos estacionamento - são estes os ingredientes da receita camarária para ordenar e diminuir o número de carros na zona central da cidade. "Queremos melhorar a qualidade do ambiente urbano e do ar, enquanto ganhamos espaço para as pessoas usufruírem da nova dinâmica da avenida", diz o vereador da Mobilidade, Francisco Nunes da Silva.
O autarca refere que "grande parte do tráfego da avenida [em hora de ponta, chega aos 1500 veículos] é de atravessamento, com destino à avenida marginal ou às colinas". No entanto, "hoje em dia não é esse o funcionamento que interessa à cidade, até porque não faltam alternativas", diz Nunes da Silva.
É dele e do vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, a proposta que vai ser votada hoje em reunião de câmara e que visa submeter o novo modelo de circulação a discussão pública, durante 30 dias. O objectivo é começar as obras na rotunda em Julho, que serão definitivas e "só não avançaram antes porque o túnel ainda não estava pronto", afirma Nunes da Silva. Em Setembro, começa a ser testado o novo modelo de organização do trânsito na avenida. Só no final do ano se vai ficar a saber se esta mudança é permanente.
Na rotunda do Marquês os condutores passam a usar três vias - e não cinco, como actualmente - da rotunda interior para aceder às ruas mais movimentadas: avenidas Joaquim António de Aguiar, Fontes Pereira de Melo e da Liberdade. O acesso às secundárias (Rua Braancamp e Av. Duque de Loulé) e a circulação dos transportes públicos serão feitos através de uma rotunda exterior - que já existe, mas à qual falta o troço desde o Instituto Camões até ao outro lado da Av. da Liberdade. Entre as duas rotundas vai ser criado um jardim e um passeio. A intervenção vai custar "menos de meio milhão de euros", adianta Nunes da Silva.
Na Avenida da Liberdade, as mudanças do trânsito serão resolvidas com sinalização vertical e obstáculos físicos. Quem está de passagem pela avenida, nas faixas centrais, passa a ter apenas duas vias em cada sentido (uma para veículos particulares e outra para transportes públicos) desde a Rua Alexandre Herculano até aos Restauradores. No meio, vai nascer uma zona com floreiras e um espaço pedonal.
A maior alteração passa pelas vias laterais, onde se diminui o estacionamento e alarga os passeios. As vias vão funcionar em círculo, o que implica alterações de sentido nalguns troços (ver infografia) e estarão reservadas ao trânsito local. "Vão servir apenas para entrar e sair dos quarteirões, deixa de ser possível percorrer as laterais do início ao fim da avenida", diz Nunes da Silva.
No fundo, refere, "os automobilistas vão andar mais, mas vão andar melhor e com menor impacto na poluição". Este é mesmo um dos motivos principais desta intervenção: em 2011, os valores-limite de partículas inaláveis na Avenida da Liberdade foram ultrapassados 113 vezes, quando o limite imposto por lei é de 35 vezes. A criação da Zona de Emissões Reduzidas no eixo Avenida da Liberdade/Baixa não resolveu o problema. "Durante o segundo semestre, só conseguimos reduzir em 1% a concentração de poluentes", diz Nunes da Silva. Se nada for feito, o Estado arrisca-se a pagar uma multa e a ser penalizado no acesso aos fundos comunitários.

Mais dúvidas do que oposição a menos carros na Avenida da Liberdade





Por Luís Filipe Sebastião in Público

Por enquanto, associações e autarcas estão mais na expectativa do que preocupados com as alterações num dos principais eixos da cidade. Mas temem as alterações de sentidos


As alterações de circulação previstas para a rotunda do Marquês de Pombal e a redução para duas vias em cada sentido na Avenida da Liberdade merecem mais aplausos do que uma oposição clara entre associações e autarcas, que esperam para ver. Mas entre as maiores dúvidas está a alteração do sentido de trânsito nas faixas laterais, pelo risco acrescido para os peões habituados a atravessar a avenida.
"Vejo com bons olhos porque é uma experiência, não é definitivo", comenta Vasco Morgado, presidente da junta de São José, uma das freguesias abrangidas pelas alterações na Avenida da Liberdade. No entanto, o autarca admite que será preciso ter atenção às medidas que protejam as pessoas que costumam atravessar as faixas laterais, uma vez que as mudanças "vão implicar novos fluxos de trânsito". Ainda assim, Vasco Morgado salienta que os problemas desta zona da cidade não se resolvem apenas com alterações viárias e alargamento de passeios, mas que serão precisas outras medidas, que também "envolvam os comerciantes", para levar mais pessoas para a Baixa. "Temos que explorar novas respostas", advoga.
"Quando o Marquês de Pombal mandou abrir uma avenida tão larga disse que um dia iam dizer que ela seria estreita e agora querem reduzi-la", ironiza Florêncio Almeida, da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), para quem a medida anunciada vai "prejudicar o comércio em geral, porque não vão deixar passar de um quarteirão para o outro". Para o representante dos taxistas, "o peão e o automóvel têm de conviver", em segurança, para o desenvolvimento das diferentes actividades de uma cidade. O problema da poluição, acrescenta, devia começar por ser atacado "lavando as ruas todos os dias", uma medida simples para ajudar a melhorar a qualidade do ar.
"É uma intervenção que nos preocupa, porque pode dificultar o trânsito para a Baixa", reconhece, por seu lado, o presidente da Associação de Dinamização da Baixa Pombalina, Manuel Sousa Lopes, embora esta entidade que junta comerciantes e empresários não tenha sido consultada acerca das alterações. A Avenida da Liberdade, salienta, "é um eixo fundamental para o comércio da cidade" e qualquer condicionamento pode contribuir para afastar as pessoas desta zona. Embora se mostre preocupado com as dificuldades acrescidas provocadas pelas obras, Manuel Sousa Lopes aguarda pela discussão pública das alterações para verificar se existem motivos para manter as preocupações.

Confusão no Marquês

"Tudo o que sejam medidas que promovam menos carros e mais peões a circular são de apoiar", considera Vítor Meirinhos, da Associação de Cidadãos Auto-mobilizados (ACAM). Apesar de admitir que, das medidas anunciadas, as alterações na rotunda do Marquês de Pombal "podem ser mais confusas", o investigador em segurança rodoviária aplaude a redução de vias na avenida e "a devolução daquela área às pessoas". Porém, Vítor Meirinhos olha para a medida mais como uma tentativa de "reduzir o índice de poluição na zona" do que como uma forma assumida de ter mais áreas para peões nesta zona da cidade.
Em termos de segurança, o elemento da ACAM, nota que nesta zona, segundo dados recolhidos entre 2006 e 2011, as vítimas de acidentes são "maioritariamente homens até aos 40 anos, ao fim de semana e durante a noite". Em muitos casos com as vítimas de atropelamento alcoolizadas. Por isso, Vítor Meirinhos defende uma alteração nas tarifas de estacionamento e a criação de parques em zonas periféricas que favoreçam a deslocação em transportes públicos para a Baixa.
O Fórum Cidadania Lisboa também se congratula com as alterações que "poderão atenuar os níveis de poluição atmosférica e sonora".

22/05/2012

Portela: Aeroporto da Publicidade?


A propósito da carta de protesto enviada pelo FCLX, aqui se publicam mais duas imagens do circo  de publicidade em que se está a tornar a Portela. Tanto no interior (vejam o longo "papel de parede" que reveste o muro da porta das chegadas!) como no exterior (até a própria fachada principal do edifício está coberta com uma mega tela de publicidade!), o aeroporto internacional de Lisboa mais parece um mega shopping center de alguma cidade do terceiro mundo. Será que não temos direito a chegar & partir do nosso aeroporto sem tanto ruído visual? 

Aplauso e incentivo à CML pelo novo esquema de circulação automóvel p/Mq.Pomba​l-Baixa!

...


Exmo. Senhor Presidente
Dr. António Costa,


Serve o presente para aplaudirmos as medidas de alteração à circulação automóvel que a CML tem vindo a anunciar para o troço Marquês de Pombal- Baixa (conforme imagem em anexo, difundida pela imprensa, ex. http://expresso.sapo.pt/lisboa-duas-rotundas-no-marques-e-menos-faixas-na-avenida=f727250#ixzz1vUyKIUxg ), e que se prepara para aprovar em Reunião de amanhã, dia 23 de Maio.

Com efeito, é com bastante agrado que, finalmente, assistimos à CML a implementar um conjunto de medidas que vão de encontro ao que vimos preconizando desde há pelo menos 6 anos, como intervenção indispensável à melhoria da qualidade de vida na zona da Avenida da Liberdade à Baixa (conforme consta, por exemplo, em http://cidadanialx.tripod.com/avenida.html).

É nossa convicção que só com fortes medidas restritivas a montante do problema se poderão atenuar os níveis de poluição atmosférica e sonora que subsistem não só ao longo da Avenida mas também na Baixa, resultantes, cremos, da excessiva sobrecarga de trânsito de atravessamento. Julgamos, por isso, que este anúncio, em conjunto com a Zona de Emissões Reduzidas no eixo Marquês de Pombal-Terreiro do Paço consubstancia o que nos parece ser uma boa opção da CML.

Há contudo que apostar forte no uso do transporte público e para isso a CML tem que articular esta intervenção com a Carris, caso contrário tememos pelo pior, i.e., uma nova "Rua do Arsenal"... Há que oferecer mais e melhor espaço público aos cidadãos; com menos poluição, menos ruído e menos sinistralidade. Mais, gostaríamos que as medidas fossem ainda mais restritivas, nomeadamente nas faixas laterais da Avenida da Liberdade.

Tal como, senhor Presidente, será indispensável que a CML intervenha, com o mesmo espírito e a breve trecho, em duas outras situações que consideramos insustentáveis: a Rua de São Bento e, obviamente, o troço compreendido entre a Rua de São Pedro de Alcântara e o Largo Camões, verdadeira chaga "urbano-depressiva" e que foi objecto do nosso contributo a edição anterior do Orçamento Participativo (ver http://cidadanialx.blogspot.pt/2010/10/orcparticipativo2011vote-na-proposta-n.html), aproveitando, aliás, o projecto de reabilitação do espaço público ao Cais do Sodré, e apostando aí na reabertura, que se exige, do E-24.

Com os melhores cumprimentos.



João Mineiro, Miguel Atanásio Carvalho, Fernando Jorge, Paulo Ferrero, António Araújo, Pedro Gomes, João Oliveira Leonardo e Bernardo Ferreira de Carvalho

Lixo no 1º de Maio no centro histórico de Lisboa

Resposta da CML/DHURS (22/5/2012):

Ex.mo Senhor
Fernando Jorge e outros

Em resposta ao e-mail enviado em 03-05-2012 e de acordo com indicação da Divisão de Limpeza Urbana, informamos que a situação exposta por V Ex.a deveu-se com o fato de no dia 01 de Maio (Dia do Trabalhador) não terem sido executadas as habituais acções de limpeza e remoção de resíduos, o que condicionou o estado geral de limpeza. Contudo, a situação já se encontra normalizada.

De futuro, para comunicar as intervenções na via pública, em habitação e equipamentos municipais (ex: uma recolha de objetos fora de uso, a reparação da fechadura da sua casa municipal, uma viatura abandonada ou uma avaria num candeeiro, entre outros), agradecemos que aceda ao portal http://naminharua.cm-lisboa.pt.

Em alternativa, poderá contactar o Balcão Único Municipal através do 808 20 32 32 (de 2ª-feira a sábado, das 8h às 20h) ou dirigir-se presencialmente aos balcões de atendimento do Campo Grande, 25 ou na Rua Nova do Almada, 2 (de 2ª a 6ª feira, das 8h às 20h).
Para pedidos de intervenção com carácter de emergência ou socorro, por favor contate o 808 215 215.


Agradecendo o seu contacto, apresentamos os nossos cumprimentos.

A Equipa de Comunicação

Câmara Municipal de Lisboa
Departamento de Higiene Urbana


...





Exmo. Senhor Presidente,
Dr. António Costa

C.c. Vereador Sá Fernandes, ATL, AML


Vimos pelo presente dar mais uma vez conta a V.Exa. do problema que representa a falta de limpeza da cidade em dias feriados e/ou ao fim-de-semana, sendo que as fotos que junto enviamos são bem elucidativas do estado de coisas em pleno feriado de 1º de Maio.

O problema não é novo e ocorre um pouco por toda a cidade. No centro histórico, contudo, sobretudo na Baixa e no Chiado, tal constatação de facto, traduz a nosso ver, uma total falta de brio da cidade, da CML, não só para quem nela habita mas também para com o grande número de turistas que acorre a Lisboa aos fins de semana, feriados e nos meses de Verão.

É nosso entendimento que a CML tem que saber antecipar os problemas que acompanham o aumento previsto (e desejado) do número de turistas, e que Lisboa não pode estar cronicamente a ter acções reactivas em vez de preventivas, sendo que tal só será possível com um bom planeamento, o que, manifestamente, tarda a ser uma realidade, pese embora toda a publicidade em contrário.

Mais e melhor turismo parece-nos desejável e indispensável. Mas sem lixo nas ruas.

Com os melhores cumprimentos


Fernando Jorge, Luís Marques da Silva, Nuno Caiado e António Branco Almeida





Urbanização EPUL vai receber nove milhões por projectos que não avançaram


 A Empresa Pública de Urbanização de Lisboa vai ser ressarcida em nove milhões de euros pela câmara lisboeta pelos projectos de Alcântara-mar e do Parque Mayer, sem que tivesse de recorrer a tribunal, disse a administração. O valor corresponde aos projectos dos arquitectos Jean Nouvel para Alcântara-mar e de Frank Gehry para o Parque Mayer, que acabaram por nunca avançar.

in Público


Câmara quer só duas vias para cada lado na Av. da Liberdade




Autarquia lisboeta apresenta amanhã proposta que passa também por criar duas rotundas no Marquês

in Público

A Avenida da Liberdade vai ter, na sua quase totalidade, apenas duas vias de rodagem em cada sentido, numa tentativa de tirar carros daquela zona da cidade, disse ontem o presidente da Câmara de Lisboa.

"Vamos eliminar uma via de rodagem na faixa central, criando uma placa ajardinada. Entre a Rua Alexandre Herculano e os Restauradores vão existir duas vias de rodagem: uma para carros privados e outra será um corredor bus", disse António Costa, citado pela Lusa. As faixas laterais da avenida também vão sofrer alterações. "Vamos progressivamente pedonalizá-las", disse o presidente da autarquia, acrescentando que o objectivo é que essas faixas deixem de ser de atravessamento da avenida e passem a ser usadas só para trânsito local e estacionamento. Pelas faixas laterais não vai ser permitido passar de quarteirão em quarteirão.
No Marquês de Pombal serão criadas duas rotundas concêntricas, uma para os eixos principais e outra para as vias laterais. "Vamos canalizar as faixas exteriores para o transporte público e para o transporte individual que pretenda ir para a Avenida Duque de Loulé e para a Rua Braancamp", explicou o autarca, que estava acompanhado pelo vereador da Mobilidade, Fernando Nunes da Silva.
Os carros que pretendam ir para as Avenidas Joaquim António de Aguiar, Fontes Pereira de Melo e da Liberdade devem ir pela rotunda interior. Entre as rotundas será criado um espaço verde e outro para peões. Quanto ao estacionamento, o presidente da câmara disse que continuará a existir nas faixas laterais e recordou que existem dois parques na zona: Restauradores e Marquês de Pombal, que "tem uma enorme capacidade e está subutilizado". A câmara prevê mais dois parques de estacionamento, mas, dada a situação económica do país, a autarquia não avançará para já com os concursos públicos para a sua construção.
Outra alteração é a abertura aos particulares da parte da Rua Braancamp até ao Marquês de Pombal, que actualmente é apenas acessível a transportes públicos.
O objectivo destas mudanças é tirar carros desta zona e, assim, melhorar a qualidade do ar na Avenida da Liberdade, que chega a ter "os piores níveis de partículas suspensas" da União Europeia. "Temos já duas medidas importantes em curso: a mudança do trânsito na Baixa e as Zonas de Emissão Reduzida. Melhoraram significativamente a qualidade do ar, mas ainda não atingimos os níveis necessários", afirmou o autarca.
António Costa disse estar confiante em que, com estas mudanças, "será mais agradável ao peão circular na avenida, utilizar as esplanadas" e a Avenida da Liberdade "será cada vez mais um passeio público e não um espaço para carros". A proposta vai ser discutida amanhã, na reunião da Câmara de Lisboa, e colocada em debate público até ao final de Junho. Se for aprovada, a autarquia lisboeta pretende testar estas alterações entre Setembro e o final de Dezembro.

Protótipo para aproveitar a água do mar exposto na marina de Cascais




Por Luís Filipe Sebastião in Público

Empresa propõe alternativa ao processo de osmose inversa, com menores custos de infra-estruturas


Uma empresa alemã apresentou ontem, em Cascais, o protótipo de uma central de dessalinização de água do mar para uso em sistemas de rega, limpeza urbana e combate a incêndios. O presidente da câmara, Carlos Carreiras, considera que "o futuro vai passar por este tipo de solução", mas defende o estudo do enquadramento legal "da captação de um recurso público".
A empresa German Desalination (GD) vai ter em demonstrações, até ao final do ano, um protótipo da sua tecnologia para tratamento e aproveitamento da água do mar. O equipamento de destilação multi-efeito, sistema alternativo da GD ao mais comum processo por osmose inversa, estará patente na marina de Cascais.
Thomas Stork, especialista em automação e co-fundador da empresa alemã, explicou ontem de manhã que o potencial do seu protótipo reside na opção entre dois sistemas de dessalinização: "A osmose inversa requer grandes investimentos em infra-estruturas, unidades industriais e de distribuição que acabam por pesar no custo final", enquanto a destilação multiefeito "implica apenas uma estrutura ligeira e pequenas unidades de processamento alimentadas por painéis solares".
O investimento associado à osmose inversa varia ente um e três euros por cada mil litros de água tratada, sem contar com os encargos até 500 milhões de euros em redes e estruturas, ao passo que a solução da GD aponta para um custo de 0,3 a dois euros, já com as infra-estruturas, estimadas entre 25.000 e 400.000 euros.
O presidente da autarquia, Carlos Carreiras, mostra-se optimista com a possibilidade de, num futuro próximo, se "avançar para processos de dessalinização da água que permitam gerir melhor um dos mais escassos bens do planeta, a água doce". Mas o autarca salienta que a câmara ainda não tomou qualquer decisão de investimento nesta área, tanto mais que antes quer ver aprofundada a análise do enquadramento legal e financeiro de aproveitamento de um recurso público, como é a água do mar. Além das questões jurídicas em torno da exploração dos recursos marinhos, dada a complexa rede de competências repartidas por inúmeras entidades do licenciamento de actividades no litoral, será também preciso verificar as implicações no contrato de concessão do abastecimento actualmente firmado com a sociedade Águas de Cascais.

À espera da Sanest

"Não temos dúvidas de que o futuro vai passar por aqui", disse Carlos Carreiras, acrescentando que não faz sentido continuar a gastar água potável na limpeza urbana e na rega de espaços verdes. O autarca defende que esta solução é economicamente mais sustentável do que a utilização de água tratada para consumo humano. Nesse sentido, o eleito social-democrata continua à espera da concretização de um plano de reaproveitamento de água do sistema multimunicipal de tratamento da Sanest (Saneamento da Costa do Estoril) para a limpeza urbana e a rega de campos de golfe e jardins.
O projecto prevê que, depois da conclusão da beneficiação do sistema de saneamento da costa do Estoril, as águas resultantes do tratamento e que se destinam a ser lançadas no mar possam ser objecto de uma nova fase de tratamento, para ser usada na limpeza urbana, e por grandes consumidores de água para regas, desde que se localizem perto do traçado da conduta do sistema, uma vez que não se justificará, do ponto de vista financeiro, o investimento numa rede paralela mais alargada.