Sempre que há recepção na residência oficial do embaixador de Espanha, os relvados da Praça de Espanha, onde está instalado o magnífico Palácio de Palhavã, ficam inundados de carros de luxo de cores sombrias que galgam sem o menor rebuço lancis e passeios, caminhos e canteiros, para se instalarem naquilo que é uma zona verde pública.
Eu assisti ao episódio que José Vítor Malheiros, do jornal o Público, nos conta na edição de hoje. Tirei fotografias aos automóveis e respectivos motoristas alegremente a conversar em cima da relva e do passeio. Falei com diversos agentes da PSP, com um Comissário e por fim com um Director Nacional Adjunto que estava de saída, e que fazendo os cumprimentos da praxe aos agentes no local, se apercebe da situação e me diz:
- é normal nos dias de hoje, haver cidadãos com um maior requinte relativamente a estas questões. Mas não há nada a fazer.
É exemplo do país que temos. O regime de excepção serve para desculpar todo e qualquer disparate e para justificar o facto de não existir qualquer exemplo da parte dos nossos governantes e responsáveis para aquilo que é a vida e a morte nas estradas portuguesas.
Para além disso, fui identificado, colocado na carrinha da PSP, e tratado como um marginal. Por estar a tirar fotografias àquela pouca vergonha, quando na verdade sou apenas ... um cidadão requintado.
PP
PS: um dos agentes da PSP trânsito com quem eu falei disse-me para ir falar com o Ministro da Administração Interna que se encontrava dentro da embaixada, mas não me deixaram entrar porque não tinha convite. No entanto, registei que o pátio interior da Embaixada não tinha um único automóvel estacionado.
PP
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