17/12/2004

"Balanço de um ano difícil para a gestão camarária"?

"Problemas Em 2004, a autarquia lisboeta mudou de presidente e viu algumas obras parar Ano termina com o orçamento chumbado pela Esquerda e o Parque Mayer ainda sem solução".

Eu diria que o balanço dos 3 anos de mandato desta gestão camarária é frustrante. Já não falo do cumprimento das promessas eleitorais, vulgo "totem", até porque nunca concordei com alguns deles, como seja o denominado túnel do Marquês, ou os prometidos 8 meses para a reabilitação do Parque Mayer. Falo das medidas de fundo: recuperação dos edifícios, repovoação de Lisboa, desanuviamento do trânsito, disciplinar o estacionamento anárquico, melhorar de facto os transportes públicos, inverter o ratio "nova construção/reabilitação", cumprir o PDM, fazer cumprir o regulamento de cargas e descargas, tomar pulso às constantes obras de esventramento da via pública, ora de uma ora de outra empresa; maximizar a gestão das empresas municipais, etc.. Espremidos, estes anos de gestão Santana Lopes/Carmona Rodrigues resumem-se a tímidas medidas pontuais de restrição ao trânsito automóvel nos bairros de Alfama, Bairro Alto e Bica (veja-se, por contraponto, a total inacção no que toca ao trânsito no Chiado, ou a continuada aposta na construção de parques subterrâneos, que geram tudo menos a redução da entrada de automóveis em Lisboa); e a recuperação de alguns edifícios (sobretudo na Baixa e zonas histórica, sendo que na Alta e nas Avenidas Novas o ritmo de demolições tem sido alucinante). A meu ver, os únicos sectores dinâmicos durante estes 3 anos têm sido os da Cultura (em termos de programação e aproveitamento dos espaços municipais, embora ainda esteja muito por fazer e muito património alfacinha por comprar e recuperar) e dos próprios serviços camarários, com a redução de alguns entraves burocráticos e a criação de alguns serviços interessantes de apoio ao munícipe. Tudo o mais é fado.
PF

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