Interessante, o artigo de opinião de Eduardo Prado Coelho, intitulado "O Coleccionador" e publicado na edição do "Público. Dedicado ao Sr.Ministro da Economia, é mais uma acha para a fogueira em que se está a tornar a reabilitação/demolição da casa onde viveu e morreu Garrett. Oportunamente comovente ou subliminarmente reprovador? Eis a questão.
Artigo que hoje mesmo tem uma réplica, interessantíssima, de Mafalda Magalhães de Barros, Directora Municipal da Conservação e Reabilitação Urbana da CML, no mesmo jornal, e que passo a transcrever (*):
"Como responsável pela referida Direcção de Serviços tenho a esclarecer o seguinte:
Há cerca de 1 ano esta Direcção decidiu avançar com vistorias aos prédios mais degradados (...), entre eles o prédio onde viveu e morreu Garrett. visando ordenar obras compulsivas. Tal iniciativa decorreu não apenas da relevância que se reconhece à casa onde faleceu um dos maiores vultos da cultura portuguesa oitocentista, mas ainda da valorização do conjunto arquitectónico onde a mesma se insere. Acontece que o processo conducente à efectuação das referidas obras foi suspenso porque o proprietário do imóvel apresentara um projecto de demolição e nova construção, que constava com o aval do Ippar. Nesses termos a CML só podia suspender o projecto se tivesse condições financeiras para viabilizar a criação de uma instituição cultural aí sedeada, o que não se verificou. Desta forma, penso, fica demonstrado que esta direcção de serviços fez o que estava ao seu alcance para evitar a demolição da casa de Almeida Garrett. Se a mesma se chegar a verificar, outras responsabilidades deverão ser impudradas certamente a organismos da administração central. Mas também ao cultivado proprietário, coleccionador e ministro, cujos pergaminhos na matéria foram, por coincidência, tão comovidamente exultado por Eduardo Prado Coelho (...) A preservação do património cultural é tarefa de todos."
Que diria Almeida Garrett de tudo isto?
PF
(*) A partir de dia 1 de Abril é impossível fazer link para os artigos do "Público".
É extraordinário, o PDM de Lisboa tem para áreas históricas, não sei se é o caso, mas devia ser alargado a casos de edifícios patrimoniais dos quais este obviamente fará parte mesmo que apenas por questões culturais, um mecanismo que só permite a demolição em condições muito especiais.
ResponderEliminarJá os vi proteger barracões com este critério.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminar