13/05/2005

Casa de Garrett: outro falso argumento

Há quem pense que uma das razões porque quem de direito tem reticências a preservar a casa onde Garrett viveu e morreu, e ali fazer nascer uma casa-museu (como o escritor deixou bem explícito em vários documentos) é o mau "case study" da casa-museu Fernando Pessoa.

Sejamos claros:

1. Se a casa dedicada a Pessoa não tem qualquer valor arquitectónico, nem sequer é das mais representativas na história atribulada de Pessoa, a culpa não é de Garrett.
2. Se a casa de Pessoa dista poucas centenas de metros da casa que pretendemos salvar, a culpa não é de Garrett.
3. Se a casa dedicada a Pessoa tem 3-4 visitantes por dia (quando tem), a culpa não é de Garrett.
4. Se a casa de Pessoa representou e representa um investimento elevadíssimo, em termos materiais e humanos, face aos resultados práticos que daí advêm de se dar a conhecer ao mundo Pessoa, a culpa não é de Garrett.
6. Se a casa de Pessoa apresenta dificiências graves em termos de municiamento de livros em línguas estrangeiras, em falta de propaganda nos meios e circuitos adequados, em manter a chama acesa, a culpa não é de Garrett.
7. Para mais, o universo de Pessoa não é o mesmo de Garret, nunca foi nem será.
Por isso, uma casa nada tem que ver com a outra.
PF

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