Enquanto promotores da petição sobre a casa de Garrett, e dando seguimento às acções de sensibilização que temos vindo a desencadear com o objectivo de salvarmos aquele edifício e ali vermos instalada uma casa-museu dedica ao autor de «Frei Luís de Sousa», somos a informar o seguinte:
1. Consideramos injustificável o comportamento da CML, uma vez que esta devia ter classificado o edifício há décadas e devia ter exercido o seu direito de preferência quando o mesmo foi colocado à venda. E queremos que nos esclareçam se o que tem sido feito e dito em nome da CML é da responsaibilidade apenas das Vereações da Cultura e da Reabilitação Urbana, ou se é partihado pelo Dr.Santana Lopes, enquanto Presidente, e pelo Prof. Carmona Rodrigues, enquanto potencial futuro Presidente. Aliás, esperamos que todos os candidatos digam o que acham deste caso, e como pretendem solucioná-lo.
2. Consideramos desresponsabilizador o comportamento do IPPAR, já que existe muito património classificado de interesse público que terá, porventura, menor valor patrimonial e menor carga simbólica do que a casa onde Garrett viveu e morreu. Compreendemos que o IPPAR tenha limitações de orçamento e de meios coercivos para fazer cumprir a lei, mas não podemos aceitar que se instale o espírito «laissez-faire, laissez-passer».
3. Não compreendemos o despacho da Senhora Ministra da Cultura ao sugerir aos cidadãos que adoptem medidas. Que se saiba, o que é suposto acontecer é serem aqueles que os cidadãos elegem a governá-los, isto é, a encontrarem soluções para os problemas, e não o contrário. Muito menos serem os cidadãos a estabelecer contacto com o proprietário. Não estamos em regime anárquico, nem de auto-gestão, e Portugal não é a República de Weimar.
4. Por acharmos que Garrett merece que Lisboa lhe dê muito mais do que uma simples placa de rua, ou o nome de uma sala de teatro, recorremos ao Senhor Presidente da República, enquanto magistrado de influência, enquanto homem da Cultura e enquanto ex-autarca lisboeta, para que se faça ouvir; na certeza de que uma palavra sua neste caso, fará toda a diferença.
6. Uma vez que também muitos estrangeiros se têm manifestado a favor da preservação da casa de Garrett, apelámos aos institutos Britânico, Italiano de Cultura, Goethe, Cervantes e Franco-Português, bem como às fundações Calouste Gulbenkian, Oriente, Luso-Brasileira e Luso-Americana para que se solidarizem connosco, seja como mecenas seja como divulgadores desta causa.
5. Finalmente, sugerimos aos 2.300 cidadãos que assinaram a petição (e a todos aqueles que se têm feito ouvir em prol desta causa) a criação da "Associação de Amigos da Casa Almeida Garrett", para o que queremos contribuir com quotas, ideias e trabalho. Achamos que o Centro Nacional de Cultura poderá ser o organizador no terreno dessa mesma associação, pelo que já lhe sugerimos esta ideia.
Obrigado aos Media!, pelo constante apoio e divulgação desta causa junto da opinião pública. Bem-hajam!
Bernardo Ferrreira de Carvalho, Paulo Ferrero e Pedro Policarpo
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