Considerando que o Odéon é o único exemplo lisboeta de salas de espectáculo dos anos 20; considerando que neste momento está em classificação pelo IPPAR; considerando o seu interior e exterior (tecto em pau do Brasil, frontão de palco Arte-Déco, pilastras, elementos decorativos, lustre de néons, galerias exteriores, etc.); considerando que o Odéon se está a arruinar a cada dia que passa, dados os vidros partidos da clarabóia e o facto de estar fechado há quase 10 anos; considerando que o Odéon se encontra à venda; é de aplaudir de pé a coragem do candidato Manuel Maria Carrilho em falar abertamente da necessidade em recuperar o Odéon para o convívio dos lisboetas e de todos quantos querem uma oferta cultural diversificada e verdadeiramente europeia e civilizada.
Eu, particularmente, que luto há quase 5 anos pela recuperação do Odéon, aplaudo de pé, e proponho o seguinte:
1. A CML deve exercer o seu direito de preferência e comprar o Odéon.
2. A CML deve recuperar o Odéon respeitando integralmente o seu interior e o seu exterior, isto é, deve repor os vidros coloridos das galerias exteriores, deve reabrir o segundo balcão, deve repor os telões exteriores, deve reactivar o tecto de abrir, etc.;
3. A CML deve transformar o Odéon na "Casa do Cinema Independente", e complementar essa aposta com teatro "chave-na-mão" (que não exija um palco e uma caixa de palco maiores do que os que o Odéon tem actualmente), e deve apostar em nichos modernos como o "merchandise" e o aproveitamento da cervejaria anexa e as caves como cyber-café, etc.
4. A futura gestão do Odéon deve ser privada, por alguém que já tenha dado provas suficientes na exibição de cinema independente, e na organização de festivais.
5. A futura gestão dever ser objecto de avaliação periódica, e deve ser objecto de contrato a parametrização de objectivos claros, quanto a tipo de programação e avaliação de públicos.
Obrigado, Prof.Carrilho.
PF
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