"Os esgotos de cerca de cem mil habitantes da cidade de Lisboa continuam a ser lançados no rio Tejo sem qualquer tratamento(...) O despejo directo dos esgotos verifica-se "na faixa entre o Chafariz de Dentro, a Praça do Comércio e o Cais do Sodré", segundo a Simtejo, empresa que gere os sistemas de saneamento da capital e de outros cinco municípios. Naquela área, ao contrário do que acontece no resto de Lisboa, "ainda não estão interceptados os colectores de forma a garantir a recolha das águas residuais e a sua condução e tratamento na ETAR [Estação de Tratamento de Águas Residuais] de Alcântara".
O presidente da Câmara de Lisboa adiantou ontem ao PÚBLICO, à margem de uma conferência sobre o desempenho energético-ambiental da cidade, que o problema deve estar resolvido "lá para o segundo trimestre de 2007". "Os projectos existem e estamos confiantes de que possam ser feitos a curto prazo", disse Carmona Rodrigues.
A concretização da obra que vai permitir o tratamento dos esgotos, da responsabilidade da Simtejo, tem vindo a ser protelada desde a criação desta sociedade anónima de capitais públicos no final de 2001. Orçados em 20 milhões de euros, os trabalhos vão obrigar "ao reforço da capacidade de transporte das águas residuais entre o Cais do Sodré e a Estação Elevatória n.º 3, em Alcântara".
Carmona Rodrigues atribuiu a continuação das descargas directa de esgotos no Tejo a questões "técnicas", como o facto de ainda estarem em curso as obras de prolongamento da Linha Azul do Metropolitano de Lisboa entre a Baixa-Chiado e Santa Apolónia, e "institucionais".
O autarca considera que a Simtejo "foi criada de forma algo atabalhoada, ao arrepio da Câmara Municipal de Lisboa", pelo que "não foi assimilada pelo município". Ainda assim, assegurou que o abandono da empresa multimunicipal de saneamento básico do Tejo e do Trancão, que chegou a ser ponderado pela autarquia, "hoje não se equaciona".
Questionada insistentemente nos últimos meses sobre as descargas de esgotos sem tratamento no Tejo - e sobre se o protelar da situação se deve às dívidas mantidas por alguns dos municípios -, a Simtejo remeteu-se ao silêncio. Um porta-voz da empresa limitou-se a afirmar que "está em fase final a formalização dos planos de pagamentos das dívidas relativas às prestações de serviços, que permitirão garantir os respectivos fluxos financeiros."
In Público (474/2006)
Portugal no seu melhor. Em pleno séc. XXI. O pior é que mesmo com as ETAR todas a funcionar, Portugal tem dos rios mais poluídos da Europa Ocidental, dos quais o Tejo é exemplo maior. Até quando?
PF
2006...sim senhor, quem cair ali e beba um pirolito......ou se afoga,
ResponderEliminarou morre de nojo.
JA