06/06/2006

Sim à Vila Santos! Não a mais uma "Village Santos"!



No seguimento do post anterior, enviámos ao Sr.Presidente da CML e à Srª Vereadora do Urbanismo, a seguinte mensagem:

Congratulamo-nos com o anúncio feito pela Srª Vereadora Gabriela Seara acerca da reformulação do Plano de Alinhamento das Cérceas para a Avenida da República, designadamente com vista à preservação da Vila Santos (nas fotos aqui reproduzidas, in DGMEN), no Campo Pequeno, última vila operária a ser construída em Lisboa (1931), e que era apresentada no plano como sendo para demolir!!



Com efeito, a Vila Santos, apesar de ser um exemplo marcante da arquitectura da época, não está classificada, o que é incompreensível, dado figurar no levantamento feito pela DGEMN; figurar em guias urbanísticos e arquitectónicos de Lisboa, e ser objecto, inclusive, de divulgação nos passeios culturais efectuados, e bem, pela própria CML. Por outro lado, a Vila Santos está em aceitável estado de conservação, não justificando, nem de longe nem de perto, qualquer demolição. A sua recuperação, respeitando a traça (exterior e interior) e materiais (alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira) e o seu objectivo essencial - a habitação - é uma obrigação de todos nós!



Por isso, e porque a Praça do Campo Pequeno apresenta ainda a sua identidade própria de bairro, de actividades sócio-económicas e de espaço público praticamente intacta, solicitamos ao Sr. Presidente da CML e à Srª Vereadora do Urbanismo, que excluam do novo plano de cérceas a Praça do Campo Pequeno, recorrendo à indemnização compensatória prevista no plano, como instrumento de garantia dos edifícios de valor histórico, independentemente da sua classificação.

Mas pedimos mais, pelas mesmas razões; pedimos para que no novo plano (com o qual não concordamos - ver aqui) se proceda da mesma maneira, pelo menos, para os seguintes edifícios:

- Avenida Fontes Pereira de Melo (quarteirão anexo à Casa-Museu Anastácio Gonçalves, cujo estado actual é escandaloso e diz bem da inoperância da CML face à especulação imobiliária);
- Avenida Duque de Loulé Nºs 126 a 124, Nº 83, Nºs 94 a 86, Nº 36;
- Avenida Cinco de Outubro Nº 15 (prédio ainda habitado, com pormenores Arte Nova, incluindo magníficos azulejos, entretanto vandalizados), Nº279;
- Rua Bernardo Lima Nº 64 (exemplar com resquícios Arte Nova, uma das ex-residências de Salazar) a Nº 58;
- Avenida Elias Garcia Nº 67 a Nº 75 (edifícios modernistas, já muito maltratados)
- Avenida Visconde Valmor Nº 40, Nº 43, Nº 51 a Nº 59;
- Rua Pinheiro Chagas Nº 28 (belíssimo edifício)
- Rua Latino Coelho Nº 31 (idem)
- Avenida da República Nº 46 (teve, em período eleitoral, painel da CML anunciando a sua recuperação), Nº 71 a Nº 75 (idem) , Nº 91 a Nº 97

Por fim, pedimos ainda ao Sr.Presidente da CML e à Sr.Vereadora do Urbanismo que incluam no plano de cérceas duas preocupações fundamentais:

1. Preserve a existência e a boa utilização dos logradouros.
2. Promova a qualificação e fruição do espaço público pelo peão.

Paulo Ferrero e Júlio Amorim (pelo Fórum Cidadania Lx)
Carlos Fontes (pelo Jornal da Praceta)

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