07/07/2006

A "maldição" do Saldanha Residence continua na Fontes Pereira de Melo

In Público (7/7/2006)


"Já só faltava mais esta!" é o que apetece exclamar em jeito de suspiro, quando se atravessa a pé o quarteirão ocupado pelo complexo residencial e comercial Saldanha Residence, na Avenida Fontes Pereira de Melo, em Lisboa. Com apenas sete anos de construção, o edifício de luxo situado no centro da cidade, entre o Saldanha e o Marquês de Pombal, está, há pelo menos um ano, a impedir a circulação dos lisboetas, a toda a largura do passeio da Fontes Pereira de Melo, devido ao perigo de derrocada das lajes de pedra da sua fachada. O passeio está vedado por protecções de grades metálicas com o logótipo da Câmara de Lisboa desde Julho de 2005, e os peões têm duas soluções: ou fazem equilibrismo no rebordo do passeio, como os artistas de circo que pisam a corda bamba, ou ocupam a faixa de rodagem Bus, a rezar a todos os santinhos para que não sejam atropelados por táxis e autocarros da Carris (os deficientes e os carrinhos de bebés só têm essa opção, infelizmente). Agora há mais uma infelicidade para compor o "ramalhete": uma placa gigante a sinalizar a entrada para o parque de estacionamento público do Centro Comercial Saldanha Residence, que estava colocada no passeio da esquina da Rua Engenheiro Vieira da Silva com a Fontes Pereira de Melo, foi abalroada. O perímetro foi isolado por fitas da Polícia Municipal e ali ficou, jazendo no chão e a impedir a circulação dos peões. Resta saber se também ficará um ano à espera para ser devolvido aos transeuntes do centro da cidade. Diana Ralha"

A notícia é oportuna mas, sinceramente, pensei que a "maldição" do título tivesse que ver com o edifício projecto por Boffil/Compave para os magníficos prédios de na esquina com Av. 5 de Out., cujos 33 andares, a serem aprovados, reduzirão a "Casa Malhoa" a um brinquedo kitsch. Mas enganei-me.

PF

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