28/07/2006

Voltando ao projecto de ampliação da sede do INE


Foto aérea actual (fonte: Google earth)






Fotos maquete (Arq. Arsénio Cordeiro, 2001, disponíveis no hall do INE)

Tendo tomado conhecimento de um projecto de ampliação para a sede do Instituto Nacional de Estatística (autoria: Arq.Arsénio Cordeiro, 2001), sito na Av.António José de Almeida, alertámos quem de direito para aquilo que consideramos ser uma aberração, caso seja levado por diante.

Aberração, porque:

- o edifício actual está em vias de classificação pelo IPPAR (ver aqui classificação requerida por um cidadão, já em 2006);
- o projecto acarretará a destruição da quase totalidade do logradouro do edifício actual (logradouro também objecto de classificação);
- o projecto acarretará a ampliação para quase o triplo da área actualmente construída;
- o projecto desvirtuará inevitavelmente o edifício actual ao construir-se uma "cunha" de vidros espelhados nas traseiras do edifício actual;
- o INE há muito que devia ter centralizado as suas actividades noutro local de Lisboa, deixando aquele belo edifício para apenas alguns serviços, e, porque não, a abertura de um espaço museológico dedicado à engenharia civil da sua época...

Paulo Ferrero, João Belard Correia, José Couto Nogueira e Fátima Lopes

2 comentários:

  1. O magnifico edificio do INE deveria ser alvo de uma melhor intervençao, Concordo a 100%\mas e pena mais uma vez esperar que alguem se faça qualquer coisa para vossas Exelencias manifestem descontentamento pelo desenvolvimento.
    Passo varias vezes neste local e choca-me, a muito tempo as construçoes ilegais e prefabricadas no logradouro que tanto lutam por preservar.
    Porque que nunca se debateram para tirar as contruçoes inqualificaveis na sua cobertura....

    http://lx-desenvolvimento-sustentado.blogspot.com/

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  2. Efectivamente o edifício do INE merece classificação e merece também ser um pouco mais bem tratado do que tem sido nos últimos anos (do ponto de vista arquitectónico, obviamente). A opção de ampliação em edifícios interessantes parece-me sempre aberrante, mesmo nos casos em que o resultado foi um bom objecto arquitectónico o respeito pelo edifício e pelo seu autor podem ser amplamente discutidos.

    O Arquitecto Arsénio Cordeiro já demonstrou largamente ser capaz de produzir obras notáveis e valiosas, ainda que não seja dos meus preferidos - mas isso é apenas uma questão individual, não vejo porque não poderia fazer o mesmo na sede do INE se Lisboa desejasse permanecer uma cidade em vez de uma outra coisa qualquer.

    -Também me parece que o INE deveria ter mudado para um outro lugar, para Oeiras por exemplo, deixando mais um quarteirão desvitalizado de Lisboa (exactamente como os dentes: mantém-se no lugar uma coisa com a mesma forma para que não se dê pelo buraco, mas sem vida ou com vida artificial);

    -A opção de triplicar a área é aberrante porque não queremos mais gente em Lisboa. Seria muito mais acertado reduzi-la para um terço, plantar umas árvores (palmeiras, já agora) e repovoar a zona verde com uns passarinhos.

    -Quanto à sugestão de nova utilização (museológica, obviamente, porque de outro modo ainda corremos o risco de trazer mais pessoas para Lisboa (os funcionários dos museus, de um modo geral, apenas podem pagar uma casa num subúrbio distante, porque, por culpa de algumas opções políticas estúpidas - mas bem intencionadas - as casas em Lisboa continuam caras)) parece-me mais adequado fazer um Museu do Biberão, é que os engenheiros podem preferir um edifício que tenha algum valor na sua arte.

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