26/09/2006

Nossa Senhora da Paz na Assembleia Municipal

In Público (26/9/2006)
José Manuel Cerejo

"A venda da Quinta de Nossa Senhora da Paz em hasta pública, aprovada pela maioria camarária na última reunião do executivo municipal de Lisboa, vai ser hoje contestada por cidadãos e deputados municipais da oposição. Além das intervenções programadas por alguns eleitos para o período de antes da ordem do dia, a alienação daquela quinta municipal - situada no Lumiar e possuidora de um "valor patrimonial inquestionável", segundo a proposta aprovada pela câmara - deverá ser objecto dos protestos de moradores de Telheiras e de membros do Fórum Cidadania. A Associação dos Residentes de Telheiras apelou à presença dos lisboetas na reunião da assembleia municipal, a realizar às 15h00 no antigo cinema Roma, e divulgou um cartaz em que recorda anteriores iniciativas em defesa daquele espaço, sublinhando que a assembleia aprovou por unanimidade, no ano passado, a sua reabilitação. Também o Fórum Cidadania fez um apelo aos deputados municipais para que "não viabilizem esta venda". O texto nota que a Quinta de Nossa Senhora da Paz e os seus jardins fazem parte do perímetro do chamado "parque periférico" e salienta que a sua venda "abre um gravíssimo precedente em termos de manutenção do que resta das quintas senhoriais do Paço do Lumiar". A proposta aprovada pelos vereadores do PSD e do CDS/PP diz que "a recuperação da quinta em causa será da maior importância para a zona do Paço do Lumiar, uma vez garantida a possibilidade de utilização pública dos jardins". A garantia de abertura dos jardins à população por parte dos futuros proprietários surge na sequência de diversos pareceres dos serviços camarários, mas as condições gerais e especiais da hasta pública, que fazem parte da proposta, excluem toda e qualquer referência ao assunto. Embora a proposta não conste da ordem de trabalhos da sessão de hoje, o seu conteúdo será provavelmente um dos temas fortes da reunião. Fora da agenda deverão ser também apresentadas diversas moções, nomeadamente as do PS que recomendam a abertura do túnel do Marquês no sentido ascendente e condenam a prevista operação financeira da Gebalis de venda das rendas futuras dos bairros sociais. J.A.C."

PF

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