In Jornal de Notícias (29/11/2006)
Isabel Teixeira da Mota
"A presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Paula Teixeira da Cruz, disse ontem que a crise política que ocorreu na Câmara não gerou verdadeira instabilidade, antes "foi a notícia de uma morte prematura" de uma "coligação que nunca existiu".
Paula Teixeira da Cruz falava no almoço promovido pelo American Club, num hotel de Lisboa, respondendo a uma pergunta lançada por José Miguel Júdice.
O advogado quis conhecer, através de uma das protagonistas da crise, o que realmente se passou para que o desenlace fosse a quebra da maioria PSD na câmara e a destituição da vereadora do CDS-PP Maria José Nogueira Pinto do pelouro da Habitação.
"O que se passou em Lisboa é simples de resumir", começou por explicar Paula Teixeira da Cruz. "A coligação nunca existiu de facto porque o convite do engenheiro Carmona foi feito a todos os partidos, tendo o CDS-PP respondido da forma como respondeu, disponibilizando-se para ficar com o pelouro da Habitação".
Segundo a advogada - e também vice-presidente do PSD -, "a situação em que estamos agora é aquela mesma em que estávamos depois das eleições". Ou seja, "nada efectivamente mudou".
Questionada sobre se a Câmara é governável mesmo com o PSD em minoria, Teixeira da Cruz garantiu que sim.
Quanto à sua desavença com Maria José Nogueira Pinto, a advogada disse ter sentido que "a Assembleia Municipal estava a servir de pretexto para desentendimentos da vereadora do CDS-PP com os funcionários, com tudo". Paula Teixeira da Cruz ainda recordou uma entrevista de Maria José Nogueira Pinto ao semanário "Sol" antes de lhe ter sido retirado o pelouro, em que a democrata-cristã afirmou "Acabou o tempo das coligações com o PSD. Não me revejo na área social do PSD". Ou seja, sublinha a autarca, "o próprio CDS/PP anunciou o fim da coligação".
Questionada também sobre se o plano de requalificação da zona da Baixa-Chiado é para se manter como prioritário, Paula Teixeira da Cruz assegurou que sim, mas "a longo prazo". "Neste mandato, não", afirmou, sustentando que se trata de "um plano enquadrado de projectos a 20 anos". "Não pode ser dado o sinal de que o projecto ficará concluído neste mandato", disse.
Segundo a presidente da Assembleia Municipal, "há dois "cancros" que são mais urgentes na cidade o bairro da Liberdade e o bairro Padre Cruz. "Precisam de ser resolvidos", concluiu"
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