In Diário de Notícias (22/11/2006)
Susana Leitão
"O PSD deu ontem sinais de divisão quando 19 deputados municipais (um terço da bancada) declararam ter votado a moção de solidariedade para com Paula Teixeira da Cruz, presidente da Assembleia Municipal de Lisboa (AML), apenas por "disciplina partidária e em nome da unidade do grupo do PSD na AML". Entre os "dissidentes" contam-se Pedro Portugal, Vítor Gonçalves e Henrique Freitas. Na mesma lista constam também deputados da Secção B do PSD, liderada por António Prôa, vereador dos Espaços Verdes na Câmara de Lisboa, e da Secção I, liderada por Helena Lopes da Costa.
A moção, subscrita pelo PSD, PS e Bloco de Esquerda, foi aprovada com os votos favoráveis dos mesmos partidos, a abstenção do PCP e do PEV e o voto contra do CDS/PP. No documento, lê-se que a AML manifesta a sua "solidariedade política e institucional, à presidente da Assembleia Municipal", recusando "declarações que pretendiam pôr em causa a dignidade" de Paula Teixeira da Cruz e ", por seu intermédio, da própria Assembleia Municipal".
Confrontada com a situação, Paula Teixeira da Cruz não se mostrou preocupada até porque, diz, os deputados alegaram "um bom motivo". Ou seja, souberam "colocar aquilo que é essencial à frente do que é acessório", considerou a presidente da AML e também líder da distrital de Lisboa do PSD.
Confusão nas justificações
Justificar a declaração de voto não foi tarefa fácil, mesmo entre os 19 "dissidentes". Vítor Gonçalves e Pedro Portugal - um dos nomes inicialmente propostos para a administração da SRU da Baixa Pombalina e retirado antes da votação na Câmara - justificaram a sua inclusão na lista ao afirmarem que pretendiam "uma votação secreta e não de braço no ar. Estava em causa um juízo de valor ". Ambos frisaram "não estar em causa a solidariedade para com a presidente da Assembleia".
Henrique Freitas, número dois na secção liderada por Helena Lopes da Costa, vereadora da Habitação no tempo de Santana Lopes, apresentou uma razão diferente. O deputado explicou que "se não fizéssemos parte de um grupo e se valorizássemos a nossa opinião pessoal, tínhamos votado de forma diferente. Como essa questão não se colocou, votámos de acordo com o que foi a decisão maioritária do grupo". O deputado sublinhou ainda que "gostaria de ter vivido de forma diferente o último ano de mandato do professor Carmona Rodrigues. Também gostaria de ter visto a AML, em concreto a presidente, mais afirmativa quanto ao apoio que o professor Carmona merece".
Entretanto, Saldanha Serra, líder da bancada municipal do PSD, garantiu que "os deputados municipais votaram livremente e não por imposição de disciplina partidária".
Quem saiu vencedor no meio de todas estas divergências de opinião foi o CDS/PP. Maria José Nogueira Pinto já tinha afirmado publicamente que a retirada de pelouros por parte de Carmona Rodrigues era um sinal de guerras internas dentro do PSD. E ontem, intencionalmente ou não, os sociais-democratas acabaram por lhe dar razão.
Reorganização
Fontes do PSD contactadas pelo DN explicaram que tudo o que se passou na AML é fruto de uma reorganização partidária. O objectivo é a corrida à autarquia lisboeta e a construção de uma oposição interna à liderança de Marques Mendes. No meio deste fogo cruzado está a Câmara de Lisboa, que acaba por ser um "pretexto" "nesta crise institucional", como lhe chamou Telmo Correia, deputado do CDS/PP"
A secção i não é presidida por helena lopes da costa (como se pode verificar no site do PSD). Aliás neste momento a senhora em causa não preside a qualquer secção do distrimo de lisboa. Nem mesmo àquela a que pertence, que é Algés.
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