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15/12/2006
Câmara quer duplicar calceteiros em Lisboa
In Diário de Notícias (15/12/2006)
Filipe Morais
Diana Quintela (foto)
"O número de calceteiros na Câmara Municipal de Lisboa pode vir a duplicar. O vereador dos Espaços Públicos, António Prôa, admitiu ontem ao DN que a situação actual destes profissionais "está aquém das necessidades da autarquia. Neste momento há pouco mais de 20 calceteiros, quando há cerca de 20 anos havia quase 170".
O autarca defende que "a câmara tem que ter mais meios próprios e necessita do dobro dos calceteiros actuais. Vou-me bater para que isso aconteça, assim haja a vontade para abrir os respectivos concursos e admissões", afirmou.
António Prôa assistiu ontem à colocação da estátua da autarquia em homenagem ao calceteiro e que será hoje inaugurada pelo presidente da Câmara de Lisboa, Carmona Rodrigues.
O vereador define a estátua, da autoria do escultor Sérgio Stichini, como "uma dignificação" da calçada e da obra destes profissionais: "Com bons profissionais e bons artífices. Para que as pessoas percebam que o problema não é o material, desde que seja trabalhado por profissionais qualificados". Isto porque o responsável pelos Espaços Públicos prepara um projecto para a integração de outros materiais no pavimento dos passeios, apesar de entender que "a calçada deve ser sempre o fio condutor, mas pode ser conjugada com outros materiais" em algumas zonas da cidade. "Isso não existe de forma regulada e é o que queremos fazer. O trabalho vai ser apresentado no início do ano", abrindo-se então um período de discussão pública.
O Monumento ao Calceteiro é hoje inaugurado na Rua da Vitória, pelas 16.00, local escolhido pela proximidade ao Rossio, onde em 1849 foi colocada a calçada portuguesa com o desenho do mar largo.
"A ideia da primeira colocação de calçada foi no interior do Castelo de S. Jorge, por prisioneiros do castelo" e por iniciativa do então responsável pelo castelo, o tenente Eusébio Furtado. "Aquilo foi muito apreciado e os responsáveis municipais entenderam que era uma boa solução para melhorar os pavimentos da cidade e pediram que colocasse a mesma calçada no Rossio", conta António Prôa. Os actuais membros do executivo pretendem assim destacar "a importância e a identidade da calçada com a cidade de Lisboa".
Notas:
1. A calçada portuguesa tanto pode ser uma enorme mais-valia para a cidade, em termos estéticos e patrimoninais, quanto um pesadelo para quem a calcorreia.
2. Tal como está em 90% dos passeios e praças de Lisboa, a calçada portuguesa está em muito estado, fruto, certamente, da quase ausência de verdadeiros calceteiros.
3. Por isso, a CML deve investir forte na dignificação de uma profissão tão dura, tornando-a atractiva e recompensadora para quem a escolhe.
4. Mas a CML deve também intervir a nível das obras que empresas como EDP, EPAL, CP, Tv Cabo, etc. vão fazendo por aqui e acolá, dado que os operários que depois recolocam a calçada são tudo menos calceteiros. o que implica que fiquem depois "coisas" como aqueles "passeios" na Av.Roma, por cima da estação de comboios do Areeiro.
4. Uma coisa é o calceteiro, outra coisa a calçada, outra, ainda, um monumento "à la" Areeiro, colocado defronte à Igreja de São Nicolau. Uma aberração completa!!
PF
Eis um grupo profissional que tanto merecia uma homenagem. Poucos grupos deram um carácter tão especial à nossa cidade. A calçada portuguesa é uma maravilha, quando bem executada e mantida por verdadeiros calceteiros. Estou totalmente de acordo com o uso de outros materiais, paralelamente (fora de zona histórica). Esta técnica de pavimentação tem os seus pontos fracos, e é caríssima tanto na execução, como na manutenção. Seria melhor um menor número de calçadas deste tipo, e as que ficam, sempre devida e continuamente mantidas.
ResponderEliminarJA
Também concordo que a calçada portuguesa, deve ser preservada, mas não em todo o lado: sou de acordo com a colocação de mosaicos de calçada "falsa", como na Av M. Gomes da Costa e a verdadeira nas zonas históricas e bem cuidada com belos motivos decorativos
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