In Público (15/1/2007)
Inês Boaventura
«Alguns já estão licenciados e juntam-se a três outros complexos "estruturantes" promovidos no Salão Imobiliário
A revitalização do quarteirão da antiga fábrica de cervejas Portugália, na Avenida Almirante Reis, o projecto Campolide Parque, a criação de um condomínio com habitação, comércio, serviços e uma unidade hoteleira no Campo Pequeno e a construção de lofts no edifício ribeirinho da Sociedade Abel Pereira da Fonseca são alguns dos novos projectos imobiliários para a cidade de Lisboa que a autarquia classifica como "estruturantes".
A lista, divulgada no final de 2006 por ocasião do Salão Imobiliário de Lisboa, integra ainda outros projectos mais mediáticos como a Quinta do Mineiro, numa área de cerca de 29 mil metros quadrados junto à Rua Artilharia 1, o plano do Norman Foster para o Aterro da Boavista e o projecto de Renzo Piano para os Jardins de Braço de Prata. O primeiro foi recentemente classificado pelos vereadores do PS, PCP e Bloco de Esquerda na câmara como "crime" e "monstruosidade urbanística", depois de a maioria PSD ter aprovado a alteração do projecto de 142 fogos T3 e T4 para 455 fogos T0 e T1.
A Quinta do Mineiro, que a autarquia tem apresentado como um projecto que "pretende ser uma referência de qualidade face à envolvente construída, não só pela relação entre edifícios, seu desafogo, sua qualidade arquitectónica, de materiais e de cores, como também pelo cuidado paisagístico a imprimir a todas as novas zonas verdes", contempla ainda uma área de serviços e comércio. O empreendimento já se encontra em obras de urbanização e a expectativa do promotor, a imobiliária Temple, é que a construção do edificado e a sua comercialização arranquem ainda no primeiro trimestre deste ano.
Quanto ao Aterro da Boavista, a autarquia sublinha que o projecto de Norman Foster vai permitir "introduzir uma nova dinâmica" na zona de Santos, com a reestruturação urbanística de uma área anteriormente ocupada por edifícios industriais e a criação de uma proximidade com o rio. Este empreendimento, que se desenvolve numa área de cerca de 50 mil metros quadrados e contempla habitação, comércio, serviços, cultura e um hotel, encontra-se em fase de estudo.
Já aprovado foi o projecto dos Jardins de Braço de Prata, da autoria do arquitecto Renzo Piano, que de acordo com a câmara pretende promover a "transformação e revitalização de uma zona industrial abandonada num bairro moderno multifuncional que terá cerca de 1500 habitantes e também cerca de 1500 postos de trabalho em actividades diversas". O objectivo anunciado é também "ligar a cidade ao rio, numa zona de mutação entre o centro histórico e o moderno Parque das Nações, recriando a estrutura tradicional dos bairros de Lisboa".»
Dos projectos apresentados, nada a dizer senão que já é tempo de, em alguns deles (Renzo Piano, Armazéns de Abel da Fonseca e quarteirão da Portugália) se avançar com acções.
Mas há 3 casos que não são tão lineares:
1. Condomínio no Campo Pequeno
Está-se a falar do terreno da antiga fábrica de tijolo, em plena Av.Sacadura Cabral?
Se sim, o projecto é bem-vindo, embora seja dispensável a forma de "condomínio", num local cuja mais-valia é exactamente a de ser um bairro.
2. Projecto Norman Foster
Técnica e esteticamente é um magnífico projecto, só a localização é problemática, já que mais uma vez porá em causa o sistema de vistas junto ao rio.
3. Quinta do Mineiro
O projecto aprovado há anos, que já foi polémico na altura, triplicou (segundo consta) a sua volumetria, o que é grave. Veremos o evoluir deste projecto.
PF
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