19/02/2007

Parodiantes de Lisboa

In Diário de Notícias (19/2/2007)
Joana Amaral Dias

«Conservar o executivo da Câmara Municipal de Lisboa é uma infeliz partida de Carnaval. Há muito que a câmara é um destroço. Arruinada, sem planeamento e com as principais obras sob suspeita, foi maquinando uma cidade-fantasma. Hoje, com vereadores arguidos, um presidente sem- -abrigo e o PSD extraviado, atolada no lodo da corrupção e das traficâncias, a maior autarquia é uma intriga de máfia medíocre. O que falta para novas eleições? Um pingo de decência do PSD e menos táctica caseira da oposição.

Mas os responsáveis ainda fazem humor. Um pagode bairrista. Quando Gabriela Seabra foi constituída arguida, Carmona afirmou que se demitiria se Fontão fosse pronunciado. Fontão, sabe-se agora, já era acusado de peculato num processo relativo à EPUL. Que faz Carmona? Permanece! As suas declarações reportavam-se apenas à Bragaparques, explica. A apropriação de dinheiro público não o incomoda. Cambalhota! O que será um sinal vermelho para Carmona? Todos os vereadores arguidos!? Pois se chegou mesmo a defender Fontão: "Se todos os autarcas arguidos suspendessem o mandato, o País não estava a funcionar." Acertou! A câmara está congelada. Enfim… para Carmona autarcas arguidos é palha. Uma insolência que só concorre com a de Fontão, o vereador que jurou que não era arguido. Mentiu. Justificou o eclipse, qual petiz de cinco anos, alegando que ninguém lhe perguntou. Só suspendeu as suas funções quando o PSD lhe retirou a confiança política. E afirma que sai porque quer. Brincalhão!
(...)»

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