In Diário de Notícias (23/3/2007)
Maria José Nogueira Pinto
Jurista
«Que fazer com as empresas autárquicas é uma das perguntas cuja resposta se torna urgente em Lisboa.
Recorde-se que o sector empresarial autárquico foi criado segunda a lógica, correcta, aliás, de que certas actividades pela sua natureza deviam ser prosseguidas por entidades com estatuto jurídico adequado à exigência de uma gestão mais célere, racional e flexível, sem que, não obstante, a autarquia perdesse os seus poderes, em nome da unidade de governação.
Como tantas vezes sucede em Portugal, as boas iniciativas sofrem deturpações e perversões que, com o tempo, desfiguram não só o modelo original, como os objectivos que se pretendia atingir. Lisboa, pela sua dimensão, foi disto exemplo claro.
Empresas sem objecto claro ou mesmo esvaziadas de sentido; empresas que apenas duplicaram os serviços, acrescentando confusão e incerteza ao munícipe e dificuldades acrescidas na decisão; empresas totalmente desviadas da sua missão, sem estratégia nem objectivos definidos; empresas para dar emprego a clientelas políticas que rapidamente atingiram custos insustentáveis de funcionamento, enfim, um panorama crítico, levantado aliás durante a campanha eleitoral das autárquicas em Lisboa. (...)»
A resposta é simples: extingui-las a todas. A sua existência é o reconhecimento da inoperância, incompetência e má gestão das câmaras municipais. Mas, já imaginou o que seria dos boys se esse cenário fosse para a frente? ... ;-)
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