in Público
Túnel do Marquês abre em Abril amputado e com atraso superior a dois anos
26.03.2007, Inês Boaventura
A obra termina esta semana, à excepção da saída para a Avenida António Augusto de Aguiar, cuja abertura depende de uma empreitada do Metro ainda sem prazo para arrancar
a A construção de parte significativa do túnel rodoviário do Marquês, que arrancou em Agosto de 2003 com a promessa de que a obra estaria concluída no último trimestre do ano seguinte, deve chegar ao fim esta semana. Segundo o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, a inauguração realiza-se em Abril, mas a rampa de saída para a Avenida António Augusto de Aguiar vai permanecer fechada.Em declarações ao PÚBLICO, Carmona Rodrigues adiantou que a empreitada, a cargo do consórcio formado pela Construtora do Tâmega e pela CME, vai estar concluída "até ao final de Março". Depois disso, explicou, segue-se um período de realização de "testes e ensaios", que adiará para Abril a abertura da infra-estrutura à circulação rodoviária. O presidente da Câmara Municipal de Lisboa recusou adiantar uma data mais precisa para a inauguração do túnel do Marquês, mas disse com sentido de humor que a cerimónia não se realizará certamente a 1 de Abril, dia das mentiras. Certo é que o prolongamento do túnel das Amoreiras, que foi uma das promessas eleitorais do seu antecessor Santana Lopes, vai entrar em funcionamento cerca de dois anos e meio depois do previsto, e não na totalidade.A partir de Abril, os automobilistas vão poder percorrer o túnel do Marquês, que segundo a autarquia tem uma extensão de 1250 metros e duas vias em cada sentido, à excepção do troço entre a entrada na Rua Joaquim António de Aguiar e a saída na Avenida Engenheiro Duarte Pacheco, onde existem três vias no sentido ascendente. O desnivelamento da Rua Joaquim António de Aguiar, que a Câmara Municipal de Lisboa defende que vai permitir "o rápido escoamento" do tráfego "da zona central da cidade em horas de ponta", vai ter por enquanto rampas de entrada e de saída na Avenida Engenheiro Duarte Pacheco, na Rua Joaquim António de Aguiar e na Avenida Fontes Pereira de Melo. Para uma segunda fase, ainda sem data conhecida, fica adiada a abertura da rampa de saída do túnel rodoviário para a Avenida António Augusto de Aguiar, que só poderá ocorrer depois de o Metropolitano de Lisboa levar a cabo obras de reabilitação de um troço da galeria da Linha Amarela, como determinado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil. De acordo com a autarquia, a parcela do túnel do Marquês que permanecerá encerrada tem cerca de 100 metros, sendo expectável que possa ser inaugurada cerca de dois meses depois de o metro terminar a sua obra. Ao concurso público para a empreitada do Metropolitano de Lisboa, lançado em Janeiro de 2007 com um prazo de execução de 150 dias e um valor estimado de 700 mil euros, concorreram três empresas e um consórcio. Segundo informações fornecidas pelo Metro na semana passada, "as propostas estão a ser analisadas", não sendo possível adiantar um prazo para o arranque dos trabalhos porque tal "depende do tempo de que a comissão de análise das propostas necessitar, tendo em conta a complexidade das mesmas".
Agosto de 2003 A construção do túnel arranca, com a promessa de que estará concluída no fim
de 2004
Abril de 2004 Na sequência de uma providência cautelar interposta por Sá Fernandes, um tribunal decreta a suspensão dos trabalhos
Novembro de 2004 O Supremo Tribunal Administrativo autoriza o reatamento das obras
Abril de 2005 O actual ministro do Ambiente emite uma declaração de impacte ambiental favorável, mas condicionada a várias medidas e estudos adicionais
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