Valeu a pena lutar pelos nossos plátanos! Apesar de não termos conseguido mantê-los na frente do Bairro - onde estes nossos “Amigos” nos deram, durante tantos anos, aconchego e sombra fresca em dias de Verão e protecção do ruído e poluição intensos que existem neste local - eles não foram abatidos como era seu destino há muito anunciado.
Numa operação conjunta da Câmara Municipal e do Metropolitano de Lisboa que durou vários dias, os plátanos do Bairro Azul foram podados e transplantados para a Praça de Espanha onde podem ser vistos e “visitados”.
Os contactos que mantivemos ao longo de cinco anos com as entidades (Junta de Freguesia de S. Sebastião da Pedreira, Assembleia Municipal, Câmara Municipal e Metropolitano de Lisboa); as diversas campanhas de sensibilização - junto dos moradores do nosso Bairro e de todos quantos passavam no local - que tomaram a forma de um abaixo-assinado com quinhentas e trinta assinaturas; os vários cartazes explicativos com que “vestimos” as nossas árvores em ocasiões distintas; os artigos e entrevistas publicados em órgãos de informação e no site do Bairro surtiram efeito: os Plátanos do Bairro Azul, velhos de mais de 50 anos, foram salvos!
Estamos todos de parabéns! Não só os moradores, os vizinhos e as organizações que nos apoiaram - como a Quercus e o Movimento Fórum Cidadania Lx. - mas também a Junta de Freguesia de S. Sebastião da Pedreira, a Assembleia Municipal, a Câmara Municipal, o Metropolitano de Lisboa e todos os Lisboetas.
Valeu a pena pelos nossos plátanos e, sobretudo, pela mensagem que ficou – a de que este exemplo pode e deve ser seguido noutras zonas da nossa cidade.
Quaisquer que sejam as obras e por mais importantes que estas sejam para o progresso da cidade, é necessário avaliar sempre as questões ambientais: abater árvores, destruir jardins, canteiros ou placas ajardinadas sem qualquer preocupação de salvaguarda, não faz, nos dias de hoje, o mínimo sentido.
O verdadeiro progresso significa a defesa do património da nossa cidade, que não é somente o edificado ou o das obras de arte públicas, mas também o património plantado, verde e vivo.
Rodeado por jardins, todos eles da autoria do Arqº Ribeiro Telles (Jardim Amália Rodrigues, Parque da Fundação Gulbenkian), e na periferia do projectado e tão desejado Corredor Verde, o Bairro Azul aguarda agora com expectativa a apresentação do projecto de requalificação paisagística para a frente do Bairro - área que vai desde a Av. António Augusto de Aguiar até ao Palacete Mendonça na Rua Marquês de Fronteira – da responsabilidade do Metropolitano de Lisboa.
Estamos certos que será um projecto de qualidade que dignificará essa empresa pública e valorizará a cidade.
Talvez, quem sabe… os nossos velhos plátanos possam ainda voltar ao Bairro!
Comissão de Moradores do Bairro Azul
Se mais "bairros" da cidade se organizassem desta maneira, as coisas mudariam rapidamente em Lisboa.....
ResponderEliminarJA