24/04/2007

António Prôa visitou obras de requalificação do Jardim Marquês de Marialva

In Site da CML

«O vereador da Câmara Municipal de Lisboa, António Prôa, responsável pelo Pelouro dos Espaços Verdes, visitou hoje de manhã, dia 23 de Abril, as obras de requalificação do Jardim Marquês de Marialva (Jardim do Campo Pequeno), acompanhado pelos técnicos da CML responsáveis pelo projecto de recuperação daquele espaço verde, que estão a acompanhar e a fiscalizar a empreitada que devolverá aquele espaço verde aos lisboetas em meados de Agosto.

No âmbito da requalificação integral do Jardim, que está a cargo da Sociedade de Reabilitação do Campo Pequeno, a CML assumiu a imperiosa necessidade de proceder à substituição de 97 grandes Plátanos, a maioria dos quais - 56 - foram directa e mortalmente danificados pelas obras de requalificação da Praça de Touros.

Os restantes 41 plátanos já estavam referenciados pelos serviços municipais, antes do início das obras de requalificação da Praça de Touros, como estando em mau estado. Estes exemplares estavam a ser substituídos gradualmente e de acordo com critérios estabelecidos pela CML, com o objectivo de reduzir o impacte ambiental e nos próprios munícipes causado pelo abate generalizado.

António Prôa salvaguardou, porém, que serão plantados 153 plátanos, 3 jacarandás, 5 olaias e 6 tílias, no âmbito da requalificação do Jardim Marquês de Marialva.

A decisão de proceder à sua substituição imediata dos 97 exemplares, e não faseada no tempo, prende-se com a intervenção de requalificação integral do jardim que actualmente está em curso. Com o início das obras no jardim, o espaço estará sujeito mais uma vez a limitações da sua utilização, e não faria sentido a médio prazo haver nova intervenção/obra, que danificaria novamente este espaço verde.

Os 97 plátanos que vão ser substituídos nesta empreitada estão referenciados pelos serviços municipais como em risco de queda. O vereador António Prôa afirmou, durante a visita à intervenção de requalificação do Jardim Marquês de Marialva, que estão apenas a ser substituídas árvores que não são possíveis manter, porque constituem uma ameaça a pessoas e bens.

Alguns destes danos são visíveis - a instabilidade das árvores provocada pelo derrube de ramos estruturais devido à presença de maquinaria pesada no estaleiro da obra; outros, no sistema radicular (raízes) só serão visíveis a médio e longo prazo, mas colocam em risco a segurança dos utilizadores do espaço.

Os danos causados no arvoredo directamente pela intervenção urbanística da requalificação da Praça de Touros ascendem aos 738 mil euros, de acordo com a avaliação patrimonial efectuada pelos serviços municipais, decorrente da aplicação da Norma de Granada.

Essa indemnização, devida pela Sociedade de Reabilitação do Campo Pequeno, será aplicada integralmente na requalificação integral do Jardim Marquês de Marialva, que prevê a manutenção do desenho original deste jardim romântico do início do século XX.

A intervenção de requalificação do jardim estará concluída em Agosto e prevê os seguintes trabalhos:
- Retirada integral da circulação automóvel no interior da Praça do Campo Pequeno;
- Requalificação e protecção dos espaços pedonais, pelo redesenho dos canteiros, sem a perda de identidade do jardim histórico;
- Recuperação dos canteiros do Jardim. Com o redesenho dos canteiros, reduziu-se o número existente, mas aumentou-se em contrapartida a sua dimensão, o que vai facilitar as condições de manutenção;
- Reorganização da vegetação existente nos canteiros e integração de equipamento específico adaptado ao tipo de utilização previsto, eliminando potenciais barreiras arquitectónicas;
- Recuperação do duplo alinhamento de árvores (plátanos);
- O redesenho da placa Sudeste (área integrando um campo desportivo e balneários do clube ‘o operário’) em jardim semelhante aos dois canteiros a poente;
- Colocação de cerca de 125 bancos, 25 papeleiras, 125 candeeiros e dois bebedouros;
- Recuperação dos sanitários públicos;
- A revitalização da placa Nordeste como área de recreio infantil de acordo com normas de desenho e segurança em vigor. O Parque Infantil pretende abranger uma faixa etária alargada, dos 3 aos 6 e dos 8 aos 14, possuindo 9 brinquedos distribuídos por três espaços distintos: um recanto para os mais pequenos (2-8 anos), uma peça de jogo central, mais abrangente também para crianças mais velhas, sendo a terceira área destinada a um equipamento juvenil (6-14) para a prática de actividades mais atractivas e radicais.
- Iluminação para as áreas ajardinadas que garanta a segurança dos utilizadores e valorize todo o conjunto;
- Instalação de um sistema de rega automático, e de um sistema de drenagem.
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Pois, se não fossem os 97 plátanos a abater, este comunicado seria uma notícia daquelas porque ansiamos diariamente. Mas como está em causa o abate de árvores quase centenárias, é uma mão cheia de nada, mas essa é a minha opinião, claro, pois o custo de oportunidade é muito elevado, não compensando a perda dos plátanos, cujos substitutos só terão copas idênticas às dos abatidos, daqui por muitas décadas, quando já cá não estivermos, nem nós, nem quem as abateu. Até lá, será um paliteiro. É revoltante.

3 comentários:

  1. Aliás, a Câmara de Lisboa, em tempos passados usou de bom senso na substituição de árvores na Avenida da Liberdade e em outros locais, ou seja, substituíu faseadamente, o arvoredo, para que não se verificasse um corte abrupto na imagem da cidade.
    Além disso, há que ter em conta outro pormenor: quando a maior parte das grandes árvores das avenidas de Lisboa foram plantadas não existia tanta poluição ou agressões, pelo que as mesmas cresciam bastante e mais rapidamente.
    Basta olhar para algumas das árvores plantadas na Avenida Almirante Reis e Avenida da República (normalmente de grande e rápido)crescimento e há quase duas décadas parecem bonsais.
    A única forma de obviar a esta situação será através da plantação de árvores já com elevado porte (como aconteceu no Parque das Nações), mas fica bastante caro.
    Entretanto, assistimos a uma LIsboa com um aspecto cada vez mais desértico e, mercê dos erros de plantação, a cada vez mais árvores (recentes) a morrer antes de tempo (veja-se a Praça de Alvalade, Eixo Norte-Sul, Avenidas Novas)

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  2. Quem está a pagar esta intervenção? O promotor da obra que vai lucrar milhões com o equipamento e com o estacionamento ou os nossos impostos?

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  3. A piada é que a CML aplica/aplicou durante varios anos a Norma de Granada, modificada (penso aliás que consta da Tabela de Taxas Municipais) para cálculo de prejuízos causados em arvoredo no espaço público por parte de empreiteiros e outros munícipes menos zelosos com o mesmo.
    Esta lógica de que o empreiteiro estraga algo de valor insubstítuivel a curto prazo, por umas migalhas em obras de recuperação (que é a mesma aplicada na Bela Vista para os evntos tipo RockinRio) chateia e de maneira.

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