Imagens da Av. dos Aliados no Porto, após a recente remodelação do arquitecto Siza Vieira. Chamo atenção para os candeeiros de iluminação pública. Foram instalados na Avenida na década de 20 do século XX. Mas numa "remodelação" da iluminação pública, levada a cabo pela Câmara Municipal do Porto nessa destructiva década de 80, os elegantes candeeiros foram brutalmente abatidos. No seu lugar aterraram uns candeeiros novos totalmente inadequados. Mas Siza Vieira, quando foi convidado para as obras de remodelação da avenida, teve o bom senso de pedir à CMP para os procurar. Foram encontrados cobertos de pó num armazém municipal! Depois de recuperados, voltaram novamente ao seu lugar de origem. O restante mobiliário urbano original foi igualmente recuperado, desde os bancos de jardim aos quiosques. Este é um óptimo exemplo que devia inspirar a Câmara Municipal de Lisboa - últimamente muito atarefada em empreitadas de abate de candeeiros históricos.
As obras da nova Av. dos Aliados iniciaram-se em 1916. Ao cimo da Avenida ergueu-se o novo edifício dos Paços do Concelho, obra da primeira vereação republicana saída do 5 de Outubro de 1910 (projecto de 1920 do arquitecto Correia da Silva). Durante as décadas de 20 e 30 ergueram-se edifícios "luxuosos", alguns deles da autoria dos mais notáveis arquitectos da época (Porfírio Pardal Monteiro, Rogério de Azevedo). No seu todo, resultou um conjunto urbano monumental, de particular interesse histórico e artístico.
Quem nos dera que a lisboeta Av. da Liberdade apresenta-se o nivel de autenticidade e limpeza da portuense Av. dos Aliados!
E além dos candeeiros, há que falar no restante mobiliário urbano: mesas, bancos, paragens de autocarros, quisoques, todo o tipo de candeeiros etc etc.
ResponderEliminarEm Lisboa assiste-se á renovação sucessiva deste tipo de equipamentos por modelos cada vez mais horrorosos.
E a mudança é sempre tão rápida e sucessiva que apenas leva a crer que alguém na CML terá interesses nas empresas detentoras dos modelos.Ao contrário de Madrid e Barcelona (lá volto eu a falar nelas) a opção foi sempre por modelos clássicos (quase sempre arte nova), que perduram no tempo e resistem às modas, dando m outro aspecto ás ruas das cidades.
Óbvio que também há opções modernitas e contemporâneas, mas sempre tendo em conta o contexto urbano ou seguindo um plano de intervenções.
Há quiosques em Lisboa que nem num mercado piolhoso se aceitariam, quanto mais nos eixos centrais ou históricos das cidades....
Quanto aos candeeiros, nem se fala...
que venha o Siza para a avenida da liberdade!
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