24/04/2007

O MASSACRE DO CAMPO PEQUENO


O massacre levado a cabo pela Cãmara Municipal de Lisboa sobre pelo menos 97 plátanos nos Jardins do Campo Pequeno, merece por parte da Associação Lisboa Verde, os seguintes comentários:

1º - O abate dos plátanos tratou-se de uma decisão política e não técnica.

2º - Tal decisão foi depois apoiada por um estudo técnico solicitado ao Departamento dos Espaços Verdes da Câmara Municipal de Lisboa.

3º - Sem pôr em causa as capacidades profissionais dos técnicos envolvidos, consideramos, contudo, que qualquer técnico, por melhor que ele seja, pode enganar-se no seu diagnóstico. Assim, solicitámos em 23 de Abril em carta registada com aviso de recepção, ao Sr. Vereador dos Espaços Verdes, que nos seja facultado o estudo fitossanitário que determinou o abate das árvores em apreço, para que este possa ser estudado por outros técnicos também eles especializados.

E isto porque:

O Sr Vereador António Prôa não falou verdade quando repetidas vezes afirmou aos meios de comunicação social que as árvores teriam de ser abatidas porque as suas raízes tinham sido afectadas de forma irreversível pelas obras de recuperação da praça de Touros. Assegurando mesmo que teriam de ser abatidos ”97 grandes plátanos existentes nas alamedas envolventes ao jardim” (Jornal de Notícias de 14 de Abril de 2007), ou seja precisamente em locais muito fora da zona de intervenção das obras em causa;

A grande maioria dos plátanos abatidos não apresentam qualquer sinal de doença como pode ser comprovado pela fotografia que ilustra este trabalho, onde se verifica que até as árvores recém- plantadas não foram poupadas;


A grande maioria dos plátanos do Campo Pequeno têm 70 anos de idade. Não temos conhecimento de que durante tão dilatado espaço de tempo tenha caído algum, provocando danos em quem quer que seja. Temos que saber qual a epidemia que em poucos dias pôs em risco de queda eminente 97 árvores e, no caso de se tratar de uma epidemia porque não foram tratadas. Porque para cada doença há sempre um tratamento tendente a procurar a cura, sendo o abate a última solução.

4º- Desde 1999, ano do início das obras que nos foi garantido que todos os trabalhos iriam ser seguidos permanentemente por técnicos dos Espaços Verdes da Câmara Municipal de Lisboa e que o coberto vegetal da Praça estaria sempre assegurado e garantida a integridade de todas as àrvores aí existentes.

Tendo tido a Câmara Municipal de Lisboa a possibilidade de embargar as obras ao mínimo sinal de incumprimento de tal garantia, o que nunca fez, não pode agora, findos os trabalhos que demoraram seis anos, vir alegar que as culpas pelo abate das árvores são da inteira responsabilidade da Sociedade de Renovação Urbana do Campo Pequeno, S.A.

5º - Concluindo:

Lisboa Verde considera como único responsável pelo modo negligente como todo este processo foi conduzido desde o seu início e que chegou à degradante situação actual dos Jardins do Campo Pequeno, a Câmara Municipal de Lisboa, que terá de prestar contas a todos os lisboetas pelos crimes cometidos.

Pela Associação Lisboa Verde

Pinto Soares

7 comentários:

  1. Quem já viu tronco arvore abatida que estava apodrecida por dentro, pode facilmente constatar nestas fotografias (ampliar!), que não existe o mínimo sinal de podridão nos mesmos......e esta?

    JA

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  2. lá teremos mais uma praça deserta no centro da cidade...
    haverá quem goste das imensidões vazias de pedra que agora andam tão em voga na arquitectura contemporânea...

    Este crime faz-me lembrar outro que ocorre mensalmente na Avenida da Liberdade.
    Desde a presidência de Santana Lopes que se assiste à iniciativa "avenida en flor", que consiste em mudar quase semanalmente as flores da avenida.
    Acresce que, passados poucos dias depois de plantadas as mesmas já estão mortas, já que são plantadas à pressa, sobretudo porque se tratam de plantas sem durabilidade ou resistência. Basicamente destinam-se a permanecer o mesmo tempo dure a respectiva flor, ou seja, até murchar, ou seja, uns diazitos.
    Conclusão, a avenida passa mais tempo sem qualquer planta do que em flor, ao contrário de anteriormente, em que estavam plantadas espécies menos floridas, mas que eram mais resistentes e ficavam tempo suficiente para poderem crescer e multiplicar-se.
    Entretanto, há que perguntar: quanto custa ao erário público esta autêntica operação despesista sem fundamento?
    Será que é o que planeiam fazer no campo pequeno?

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  3. Também "Os Verdes" apresentaram um requerimento sobre o abate de árvores no Campo Pequeno, acção que consideram revestida de muitas dúvidas.
    Ver, por ex., http://osverdesemlisboa.blogspot.com/2007/04/abate-de-rvores-no-campo-pequeno.html

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  4. Isto é gente que não é séria. Os técnicos da câmara que há anos acompanham estas árvores estão a ser desmentidos por este grupinho de fanáticos que não percebem de árvores. Tiveram oportunidade de ver o que se passava e mentem à falta de argumentos técnicos. Isto é gente que não é séria.

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  5. As árvores morrem de pé. Os anónimos vão para valas comuns.

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  6. Quem não é sério é quem faz comentários de má fé anonimamente.

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  7. Ó snr anónimo. Explique-nos lá como é que, de repente, dum momento para o outro, a Câmara de Lisboa decide abater na mesma altura e no mesmo local 79 árvores com 70 anos pelo menos?
    Fartos de déspotas estamos todos nós a ficar!
    As árvores fazem parte do eco-sistema do Planeta ou não? Como nós, homens, têm direito à vida. Será que é assim tão difícil perceber que, se for necessário, em vez de se cortarem árvores, adaptam-se os projectos arquitectónicos e outros, urbanísticos. Arquitectos com categoria para isso não devem faltar.
    Egoismo, incompetência e falta de tino é o que parece ter sido a bússola que guiou a mente de quem decidiu. Quem lhe passou procuração para tal?
    Estes casos deviam ser investigados e criminilizados como crimes, até por iniciativa do próprio Ministério Público.

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