A Área Metropolitana de Lisboa é um gigante no contexto nacional embora com um peso reduzido em termos europeus.
Este aglomerado de quase 3 milhões de pessoas tem sido sucessivamente negligenciado sob o argumento de que é a única região nacional que ultrapassou o rendimento médio europeu. Acontece que esta área não é uma região, mas sim um aglomerado de vários concelhos, quase todos com mais de 100 mil habitantes, quase ingovernáveis, com objectivos e interesses quase antagónicos e cuja comunicação entre eles praticamente não funciona.
Em praticamente todas as grandes cidades europeias, a sua área metropolitana está institucionalizada e é-lhe reconhecido o carácter de região ou então existem outras entidades que coordenam os interesses da região urbana.
E, normalmente, são essas regiões o motor de uma vasta área geográfica, se não mesmo de um país, em que os transportes de curta e média distância está sob uma única alçada, em que o crescimento urbano está controlado pela recuperação de imóveis degradados do centro antigo e pelo gerir inteligente de novas construções, sem esquecer a gestão dos espaços verdes, não só jardins mas também os espaços livres, as hortas, os campos etc. E aí, os equipamentos destinados a uma área metropolitana são dispersos pelas várias cidades, de modo a equilibrar a distribuição de riqueza, criar equipamentos juntos das populações, dar qualidade de vida a quem já tem de lidar com o stress de uma vida urbana.
É obvio. Nada é perfeito. Mas assim já seria um passo. Uma zona constituída por Lisboa, Estoril, Sintra, Arrábida e Setúbal, a título de exemplo, é um trunfo incomensurável para Portugal.
Lisboa metropolitana continua a considerar cada espaço vazio como uma possível urbanização, continua a estender braços pelos últimos espaços agrícolas e deixar o seu coração deserto e perigos, sujeito a incêndios e degradação, continua a desperdiçar o magnífico mar da palha para instalar terminais de contentores, continua a insistir num porto dentro da cidade e a desperdiçar espaços livres de ócio, continua a insistir num aeroporto dentro do núcleo urbano, continua a insistir em transportes descoordenados, terceiros mundistas e os bons apenas a serviço os eixos empresariais do centro citadino.Não é fácil imaginar a perda progressiva e irremediável do seu peso, mesmo no contexto ibérico
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