In Dn 24-06-2007
Grandes lojas históricas saem da Baixa - LUÍSA BOTINAS
"No final de Agosto, a Loja das Meias encerra definitivamente as portas da sua sede no Rossio, 112 anos depois de o avô de Pedro António Costa, o actual proprietário, as ter aberto para vender meias, espartilhos e camisas. O futuro do emblemático edifício de três andares na esquina da Praça D. Pedro IV permanece uma incógnita, apesar da irreversibilidade da decisão . É mais uma que fecha. Depois da Camisaria Adão, da Rosado & Pires ou da Jivago...
Correm rumores de que o prédio será vendido à multinacional italiana Benetton, mas a possibilidade de o imóvel albergar uma instituição bancária espanhola também é admitida junto de fontes ouvidas pelo DN.
(...) Pedro António Costa justifica o encerramento: "A Baixa está desertificada e o segmento de público ao qual se direcciona a Loja das Meias, não é o que frequenta actualmente esta zona. Hoje, quem passa por aqui são os turistas estrangeiros e, em termos nacionais, uma classe média/média baixa", sublinha, lembrando que entre a sua lista de clientes a Loja das Meias sempre se orgulhou de ter " a nata da sociedade portuguesa e clientes das classes altas". A imagem da Loja das Meias sempre esteve ligada a luxo, prestígio e qualidade.
Mário Soares, Maria Barroso e um conjunto infindável de nomes de toureiros, desportistas, políticos, artistas de teatro, escritores e pintores são exemplos de clientela notável que Pedro Costa evoca.
(...) O encerramento da loja do Rossio é mais um sinal dos tempos difíceis que vive o centro histórico da cidade. "A proposta de revitalização da Baixa-Chiado ainda me deixou alguma réstia de esperança, mas acabei por tomar esta decisão. E com muito desgosto. Para o comércio há um factor importantíssimo: a localização. Há uns anos, esta era óptima para o negócio. Agora já não é", (...)
O Plano de Revitalização da Baixa-Chiado, em compasso de espera, preconiza o rejuvenescimento do comércio que passa pelo incremento da procura, fruto de um maior número de pessoas a viver e a trabalhar na Baixa; na valorização das lojas de marca e comércio tradicional; na institucionalização de uma entidade que promova a marca Baixa-Chiado, melhor espaço público, logística (segurança, limpeza) e no aumento da capacidade de estacionamento periférico de curta duração. "
Os comerciantes da Baixa são uns verdadeiros heróis, têm resistido a todos os centros comercias.
ResponderEliminarEnquanto não encontrarem forma de quem tem loja e montra para a rua ser beneficiado nada irá mudar.
São eles que promovem e promoveram a Baixa, e evitam a desertificação, insegurança.
A Loja das Meias já não é o que era, e no Rossio, concreta e paradoxalmente, tudo começou qdo resolveram dar cabo do projecto original da loja (Arq.Raul Lino), abrindo-lhe aquelas montras horrorosas e adulterando o interior, sem que ninguém fizesse oposição a isso ... estávamos no inicio da década de 90. Depois vieram os saldos a torto e a direito, o cartão de crédito, e actualmente nem sequer sabem fazer camisas de homem. Espero que o que vier para ali seja melhor, mas mais um banco, não, por favor.
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