01/06/2007

A POPULAÇÃO DE LISBOA

O mais recente estudo da Mercer Consulting sobre as cidades com mais qualidade de vida atribuiu a seguinte classificação :

POSIÇÃO CIDADE PAIS POPULAÇÃO
1 ZURICH Switzerland 365000
2 GENEVA Switzerland 170000
3 VANCOUVER Canada 545000
4 VIENNA Austria 1500000
5 AUCKLAND New Zealand 1300000
6 DUSSELDORF Germany 580520
7 FRANKFURT Germany 700000
8 MUNICH Germany 648000
9 BERN Switzerland 350000
10 SYDNEY Australia 4000000

Como se verifica, nas 10 primeiras cidades, apenas 3 têm significativamente mais população que a cidade de Lisboa, sendo que algumas têm bastante menos. Esta questão é importante pelo facto de frequentemente se discutir a perda de população registada em Lisboa. A primeira questão a colocar é : Qual a população ideal ?

Este estudo da Mercer avalia inúmeros factores que contribuem para o que se classifica como qualidade de vida. Posso enumerar entre outros, a rede de trasnportes, os espaços verdes, o número de escolas, o número de cinemas e teatros, qualidade e disponibilidade de hospitais, níveis de poluição do ar, eficiência do sistema de recolha de lixo (quando virem o novo Sistema inventado pelo Carmona passamos para trás do Bangladesh),. No total são 39 critérios analisados. Mas o que importa para o caso presente é precisamente o facto de podermos induzir parcialmente que qualidade de vida não é sinónimo de população elevada, muito pelo contrário.

Quem vive e trabalha em Lisboa, seguramente sente a diferença entre a cidade ao longo do dia, em que provavelmente atinge cerca de 1500000 frequentadores e a cidade ao final do dia com os seus 600000 habitantes. É muito mais agradável, calma, com pouco trânsito, mais facilidade em estacionar, entre outros aspectos. No meu entender, a cidade está bem como está neste momento, embora admita que entre os 700000 e 800000 habitantes, não se notaria a diferença, e acabaria por ser benéfico para o comércio local.


Carlos Leite de Sousa

3 comentários:

  1. Não é tanto o calor absoluto da população mas sim a densidade populacional. Por exemplo sydney que aparece com 4000000, deve ter uma área bastante extensa por onde a população se distribui...
    Em Lisboa as pessoas aglomeraram-se em caixotes nos subúrbios resultando isso em perca de qualidade de vida e perca de tempo em trânsito e em caixotes. Lamento nunca ter existido até hoje uma boa política de recuperação de edifícios e incentivos a jovens. Apenas casualmente isso acontece. Com mais gente e serviços no centro, os habitanes não necessitariam de ter carro...

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  2. O problema é que se continua a contar Lisboa como apenas o território concelhio.

    Lisboa é uma região onde vivem quase 3 milhões de pessoas.

    E o grande problema não é o número mas a sua concentração.

    Em Lisboa temos um centro velho e de má qualidade, rodeado por uma parte nova de terciário com boas avenidas e uma terceira coroa onde se concentra a maioria da população, em volta de ruas estreitas e linhas de comboio.

    Sidney tem 4 milhões, mas ocupa mais espaço territorial mas todas as zonas da cidade são servidas por avenidas, estradas, comboios, serviços, numa distribuição igualitária e coerente, com respeito pelos espaços verdes e natureza.

    Compara-se o incomparável e não é, com toda a certeza, o factor numérico população que ajuda.

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  3. Lamento discordar do Hugo Oliveira. No que toca a território sou até um pouco esquisito, pois não entendo Lisboa como o território definido administrativamente como concelho. Aliás, vejo a 2ª Circular como uma fronteira, pois Ameixoeira, Benfica, Carnide pouco têm a ver com Lisboa, embora os decisores territoriais assim considerassem. Portanto, no território que efectiamente é Lisboa, e para preservação de alguma qualidade de vida, julgo não haver lugar para grandes expansões populacionais. E esta é uma realidade de todas as urbes. Acima de um determinado número de pessoas por kilómetro quadrado, é dificil manter certos padrões. O que seguramente não é comparável é uma cidade milenária - Lisboa -com uma cidade com 300 ou 400 anos - Sidney. Em cidades mais recentes é mais fácil urbanizar, fazer ruas perfeitas, sistemas de trasportes eficazes. Isto qunado há vontade. Porque pelos exemplos da Alta de Lisboa e da Expo, parece que a vontade não existe.

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