«Much ado about nothing»: muita parra e pouca uva?
.José Miguel Júdice deu uma entrevista a Margarida Marante para o 'Sol' deste sábado. Não avança muito. Fala com muita cautela sobre o rio e a sua participação. Mas ficamos a saber algumas das coisas que pensa:
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1. Quem vai definir o plano são os «accionistas». Resta saber quem são exactamente e que papel o do Estado.
2. Não explica quem são esses «accionistas». O que não nos pode deixar sossegados.
3. Compara a estrutura à Parque Expo - e isso já não é mesmo de deixar qualquer um descansado.
4. Garante que conhece o plano mas que não pode falar sobre ele.
5. Dá a sua palavra de que «não vai haver especulação imobiliária».
6. A nova estrutura será presidida por ele - e reafirma que o fará à borla. Honra lhe seja. Mas vai ficar rodeado de pessoas cheias de benesses, como se adivinha facilmente.
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7. A nova estrutura vai compor-se de 3 empresas. Mais um balúrdio em ordenados e regalias para um porradão de «boys» - disso ninguém te livra, Zé Povito.
8. Esta nova estrutura não vai anular nem abafar a APL «até porque continuará a haver actividade portuária» - o que é curto para uma zona portuária. A ideia que fica é a de que a principal actividade na área deixará de ser portuária, a qual passa assim a subsidiária sabe-se lá de quê que por ali vai nascer... Motivos mais do que suficientes para se ficar de olho aberto e orelha fita, como diz o Povo da minha terra.
9. Por outro lado, não adianta muito sobre o conjunto dos projectos concretos.
10. E fico ainda a saber que o convite de Sócrates foi feito num almoço há três meses e que um jornal se referiu a isso a 4 de Maio, portanto antes da sua aparição como mandatário de António Costa. E ainda que o convite vai ser repetido.
Ou seja: tudo suficientemente definido e suficientemente insinuado para sabermos que vai ser assim mesmo, lá mais para diante.
O que tenho de dizer é que raramete vi alguém ter tanto espaço em papel de jornal para dizer tão pouco de concreto. Mas Marante explica que seconhecem desde os idos de 1980 e pouco...
Na mesma edição do 'Sol' fica-se também a saber que a CML vai ter um papel central em tudo isto e que a Parque Expo está interessada nesta «tarefa» da reconversão da zona do Porto de Lisboa - e aí já a coisa pode fiar mais fino, dada a negativíssima experiência acumulada por esta empresa lá para o lado do Oriente de Lisboa e zona contígua de Loures, como se vê...
Parte da entrevista pode ser consultada em http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Politica/Interior.aspx?content_id=46602
ResponderEliminarAí o entrevistado afirma, por ex., "Continuo, como um dia escrevi num livro sobre Sá Carneiro, onde afirmei que a social-democracia de Sá Carneiro correspondia a um liberalismo avançado."
"É bom ver o PS, quando lhe dói, a aplaudir Sá Carneiro".
Ora pois, somos todos (no bloco central) bons amigos.
O problema da zona portúária desta cidade é que nunca sabemos se é melhor a emenda ou o soneto. Se temos medo do que a APL pode fazer, ter uma sociedade tipo Expo não será melhor basta ver o que se faz no Parque das Nações - Superpovoado e a preços isurbitantes - existindo apenas cerca de 5 mestros junto ao rio sem construção. Falta na Zona do porto de lisboa zonas verdes, espaço para as pessoas poderem descansar (não fazer compras), poderem estar em faamilia e partilharem esse tempo em conjunto.
ResponderEliminarQuando não sabemos como fazer uma coisa, criamos uma sociedade de capitais público-privados.
ResponderEliminarMesmo que depois seja só para fazer muito pouco e garantir salários chorudos para recompensar a lealdade partidária da malta da "secção" respectiva.
Acodem-me logo à memória as três sociedades de reabilitação, urbana, as suas administrações, o que custam ao orçamento da Câmara e o pouco ou nada que fazem!